PERO ÉL TIENE LOS LIBROS
Leitura do texto pelo autor no canal aRTISTA
aRTEIRO no youtube:
Em Português:
Os ipês estão verdes, suas folhas ainda não caíram
para suas flores saírem. Até chegar ao seu destino ele segue a avenida sorvendo
tanto verde e senta no lugar de sempre. Sangue de Tinta, Águas Vivas Mortas e
Tempo das Águas o acompanham. Olha para suas unhas pretas do carvão usado para
assar batatas doces. E continua sentado; olhando as unhas, os ipês e os livros.
Abre a boca do sono que perdera a noite sem motivo aparente. Contudo, seu
coração sente a ausência dos que estão para ir embora e...
E um carrinho de supermercado cheio de papelões para
com dois cachorros deitados em seu confortável desconforto. E divaga. Na rua
Sabará um estacionamento poupou algumas árvores na fronteira do terreno com a
calçada.
As Árvores e o Muro – Foto
de Florencia Mora (Zarza Mora).
Ipatinga pouco passou de meio século e nos últimos
dez anos quatro prefeitos foram afastados. Complicando a vida do povo que elege
quem sequer podia se candidatar; como a coisa de chapéu na cabeça, Bíblia no
sovaco e estrelinhas em fundo azul onde deveria habitar um coração; mas se
tivesse um jamais seria tartufo nem usaria estrelinhas em fundo azul...
- “Mochila nas costas. Sem pressa acenava para os
carros. Chegar para quê?”. – Na sua cabeça ele ouve Girvany de Morais. Contudo,
seus amigos presentes falam:
Os Livros e o Drinque – Foto
do autor.
- “Às vezes, a pesada mão da morte / Apanha a rosa
ainda em botão”¹. Cornelia Funke cita Monsterberg. – E isso o faz pensar.
Vinícius Siman lhe diz: “Um mineiro na praia é coisa
que se louve, pois o mar fez-se verbo nas mãos dos poetas mineiros”².
E Amyra El Khalili não faz por menos e não se cala:
“A América Latina vive hoje uma guerra intestina”³. Ai, que jeito lindo de
dizer “merda” enquanto verdejam os ipês no Feirarte/Pq. Ipanema e as árvores
não morrem para o muro do estacionamento cinza da rua Sabará, centro da cidade
de cinquenta e quatro anos.
Hoje a Banda Gertrudes canta pouco roque nacional e
muito roque estrangeiro no aniversário da cidade e oferece um brinde a seus
seguidores no instagram.
Chegar para quê? Não para onde ou para quem, mas para
que ir ou chegar. – Com esse pensamento recolhe os livros, bebe seu drinque e
se vai sem perguntar a alguém; já que não há ninguém, para quê...
En español:
Los lapachos
están verdes, sus hojas aún no cayeron para sus flores salieren. Hasta llegar a
su destino él sigue la avenida sorbiendo tanto verde y si sienta en lo
acostumbrado quisco. Sangre de Tinta, Aguas Vivas Muertas y Tiempo de las Aguas
lo acompañan. Mira sus uñas negras de carbón usado para asar boniatos. Y
continúa sentado; mirando las uñas, los lapachos y los libros. Abre la boca del
sueño que perdiera anoche sin motivo aparente. Pero, su corazón siente la
ausencia de los que están para irse y…
Y un
carrito de supermercado cargado de papeles para. En el changuito hay dos perros
acostados en su cómoda incomodidad. Y divaga. En la calle Sabará un aparcamiento
no sacrificó unos árboles en la frontera del terreno con la vereda.
El Árbol y la Tapia – Foto de Florencia Mora (Zarza Mora).
Ipatinga
poco pasó de medio siglo y en la última década cuatro alcaides fueron alejados.
Complicando la vida del pueblo que elije quien no podría candidatearse; como la
cosa de sombrero en la cabeza, Biblia en el sobaco y estrellitas en cortina
azul donde debería habitar un corazón; pero, si hubiera uno jamás sería tartufo
ni usaría estrellitas en cortina azul…
“Mochila
en las espaldas. Despacio hacía señas para los coches. ¿Llegar para qué?”. – En
su cabeza él escucha Girvany de Morais. Pero, sus amigos presentes hablan:
Los Libros y el Trago – Foto del autor.
- “A
veces, la pesada mano de la muerte / Apaña el capullo de la rosa”¹. Cornelia
Funke refiere a Monsterg. – Eso la hace pensar.
Vinícius
Siman lo dijo: “Un minero* en la playa es cosa que si alaba, pues el mar se haz
verbo en las manos de los poetas mineros”².
Y
Amyra El Khalili deja la charla más rica al decir: “Latinoamérica vive hoy un
guerra intestina”³. Ay, qué manera linda de decir “mierda” mientras verdean los
lapachos en Feirarte/Pq. Ipanema y los árboles no si mueren para la tapia del
aparcamiento gris de la calle Sabará, Centro de la ciudad de cincuenta y cuatro
años.
Hoy
la Banda Gertrudes canta poco rock brasileño y mucho rock extranjero en el
cumpleaños de la ciudad mientras ofrece un regalito a sus seguidores en
Instagram.
¿Llegar
para qué? No para donde o para quien, pero para que ir o llegar. – Con ese
pensamiento recurre los libros, bebe su aperitivo y se va sin preguntar a alguien;
ya que no hay nadie, para qué…
Ofereço como presente ao aniversariante Robinson Ayres; e a
todas as mães.
Recomendo a leitura de:
“Águas Vivas Mortas”, de Vinícius Siman. No próximo sábado
– dia 19 de maio, 14:30h. – lançamento da obra no Salão do Livro do Vale do
Aço.
“Imperecível”, de Flávia Frazão. Na próxima quarta-feira –
dia 16 de maio, 19h. – Lançamento da obra no Salão do Livro do Vale do Aço.
“Schelling e
Dante Versus Marx”, de Sued:
“Foi Loucura ou Aconteceu?”, deste macróbio que vos fala:
“Em Dia de Ramos”, de António MR Martins:
Daniel Cristino e
Maura Gerbi. Que a “prefeitável” dupla Vá e Vença! Pois: Verde que te quero verde / Verde
e amarelo / Não o se vende pato amarelo / Não
coxinha batedora de panela.
¹ FUNKE, Cornelia. Sangue
de Tinta. Trad. Sonali Bertuol. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. P. 81. Traducción libre al español.
² SIMAN, Vinícius. Águas
Vivas Mortas. São Paulo: Clube dos Autores, 2018. P. 19 e 17. No próximo
sábado – dia 19 de maio, 14:30h. – lançamento da obra no Salão do Livro do Vale
do Aço. Traducción libre al español.
* Minero
es como se habla de quien nace en la provincia (departamento) brasileña de
Minas Gerais.
³ EL KHALILI, Amyra. Água e Petróleo, a mesma moeda. ZUNTI,
Maria Lúcia Grossi (Org.). Tempo das
Águas. Linhares: Projeto Águas do Rio Doce, 2008. P. 87. Traducción libre
al español.

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e
publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e ocasionalmente
colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.
É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve
também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em
“Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”,
“Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor
dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”,
“Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua
Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do
Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões,
Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.
Manuscrito na tarde de 29 de abril de 2018; trabalhado
entre os dias 01 e 13 de maio do mesmo
ano.
Já em 13 de maio de
1888: Enquanto a elite latifundiária e
escravocrata visava um rumo, a princesa Isabel, outro. “Seu pensamento liberal
denunciava que o futuro seria permeado por mudanças” (COSTA, 2017. P. 88).
Havia disputa entre a elite escravocrata e a elite industrial. A primeira era
rural e a segunda, liberal. A Monarquia tinha que escolher de qual lado
ficaria. Durante três anos a Princesa morou em Paris e lá suas ideias se
fortaleceram e buscou arrecadar fundos para emancipar os escravos brasileiros.
Contudo, não pense que foi por bondade que a Princesa se dedicou à Abolição.
Havia interesses políticos e econômicos para isso. Os escravos não estavam
preparados para a industrialização enquanto imigrantes estavam. (COSTA, Marcos. A
História do Brasil para Quem tem Pressa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Valentina,
2017. P. 88-91. Resumo de Rubem Leite.)