Obax anafisa.
Bom 2014!
Dia desses estava conversando com um amigo
sobre dançar. Eu lhe dizia que se ele pensa que dançar era só chegar à sala, se
alongar e começar a se movimentar, estava muito enganado. Pelo menos não é esta
a realidade do Hibridus. Dançar, propriamente dito, é algo que conseguimos após
muita luta e esforço. Depois de onze anos percebemos que não somos apenas
bailarinos, dançarinos, artistas da dança, cidadãos dançantes – seja lá qual
for a nominação –, mas sim criadores, formadores (seja de opinião ou de
público), gestores-administradores, comunicadores, produtores, contadores.
Enfim, artistas de várias artes, polivalentes.
Quando se fala em onze anos, parece que faz
muito tempo, mas passou tão rápido e, como o corpo, estamos, agora, entrando na
pré-adolescência, este corpo – o Hibridus – está em pleno processo de
transformação e maturidade. Sempre atento ao lugar onde está. Esta terra de
intenso calor, também em pleno processo de crescimento e de uma manufatura que
é densa, dura, quente e fria: o aço. Dançamos nossas alegrias, fraquezas,
tristezas, forças; nossos sonhos e desejos. Dançamos nossa verdade (ela agrade
ou não). Fomos criando e fortalecendo relações e parcerias com nossa cidade e
com várias outros municípios e países.
BOTELHO, 2013.
A jabuticabeira em flor entre as pitangueiras
na chuva sob o luar.
Pelo verso acima que criei de brincadeira (mas
quase toda brincadeira minha é séria; e essa é) convido a cada um se imaginar um pomar com uma chuvinha agradável. Acima de si há nuvens chuvosas e
acima das nuvens o mais límpido e belo luar. Eis-te! Eis-me! Eis-nos! Ou
então...
Ou então imagine outra coisa. Um rio, por exemplo.
Um rio, não! O rio.
O rio não dorme em seu leito. Há uma confusão de águas a bailar. Alguém
pergunta a um peixe:
- Não é confuso viver no rio?
- Como? O que é um rio?
- Isso onde você vive e vê a sua volta é um rio.
- Não, não vejo nada. Não há nada ao meu redor. Então não é um rio. Não
existe isto. É bobagem acreditar no contrário.
- Como pode dizer isso? – Fala com um riso leve e zombeteiro. – Essa
coisa fluida ao seu redor, onde você nada e só pode viver dentro é um rio, é o
rio.
- Não, não existe isto. É a verdade. É só o que existe. Não há mais nada
além dele. É bobagem acreditar no contrário.
E o peixe nada no nada enquanto quem pergunta fica só.
E eu, testemunha involuntária, fico ensimesmando em mim.
E eu... Escrevo!
E você, meu pé de jaca em flor em um intervalo
entre uma chuva e outra numa manhã pós Natal, posso perguntar o
que faz? Mais importante, você se pergunta, se importa? Enquanto pensa, digo
que estou lendo ao mesmo tempo uma média de trinta livros. Às vezes fico uma
semana sem olhar para um deles, mas não consigo me focar em um só. Sinto-me um
rajá em um harém de livros.
Ofereço
como presente de aniversario a:
Kívia
Kiara, Joaquim Tiago (Bill), Ivanete Valverde, Melyssa Freitas, Gustavo A. Spada,
Gilberto Weber, Nathy Costa, Andreia Bragança, Maximiano Lagares, Felipe L.
Freitas, Homero Dias, Gustavo Soares, Sarah Helena, Samanta Bela, Vilma
Escarlate e Marilélia R. Ezequiel.
E
sucesso para AJSI-Regional MG-Gov. Valadares, Medipa Saúde Ocupacional, Sabor
de Casa ArtCosinha.
URDUME é um ebook de poesias para exorcizar lamentos de amor, raiva e dor exacerbada através de sentimentos apurados e de um posicionamento significativo no mundo.
Obra bilíngüe (português e espanhol) de Rubem Leite;
publicada pela editora CÍRCULO DAS ARTES.
Ilustração de Bruno Grossi. Revisão de Cida Pinho e Lilian Ferreira.
Veja mais a respeito:
Escrito
entre 06 de novembro e 30 de dezembro de 2013.
Em
banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas
flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
BOTELHO, Luciano. Movimente-se!. Feicebuque: 20 Nov. 2013. Luciano é artista da dança.