CANTO DE PÁJARO
Potira
itapitanga.
Sábado, dia
26 de dezembro, foi aniversário de minha mãe
Maria
Ettiene Weber Leite.
My mother’s voice is song of the bird.
Bye-bye old year.
Adiós año viejo.
Adeus ano velho.
Em português
A voz de minha mãe é
canto de ave.
E ela vestiu hoje uma
camisa puída
Estranhamente a cidade
ficou menos poluída
Da manga se desprega a
renda
E não nos sentimos com
menos renda
Sua camisa foi
anteriormente de sua mãe e antes foi de sua avó
Mais de cem anos... um retrô
curió.
Paro
de escrever um instante e vejo o salão verde repleto de damas de vermelho
dançando umas com as outras. Alheias ou desinteressadas pelos machos aqui fora.
E nós olhando-as ignorados. Um segundo de violência passou por minha cabeça e
envergonhado olho para os lados. “E meu medo de que nunca mudemos?”. A vergonha
me para, graças a Deus. Pena que ainda haja o que deter...
-
Benito, o que tanto você cisma?
- O
besouro e as flores...
- O
quê?
-
Nada! – O Feirarte está vazio de barracas; mas cheio de frequentadores, porém
não tanto como deveria. E o vento passeia entre as árvores, barracas, pessoas.
– O que acha do cantor?
-
Bom! Qual o nome dele?
-
Dário de Freitas.
- É,
ele é bom.
Na
mesa ao lado alguém olha o cantor de um modo que pensei ser apaixonado, mas que
na verdade acho que não seja. Pena! Mas na verdade eu gostaria que seu olhar
fosse para mim e que fosse de amor. Não paixão. Amor! Mas não me olha e vou-me
embora.
As
damas do salão verde dançam com o vento e dormem com os besouros. E meu medo de
que nunca mudemos se encolhe enquanto escrevo antes do ano novo.
En español
La voz de mi madre es canto de ave.
Y ella se vistió hoy una camisa raída
Extrañamente la ciudad se quedó menos contaminada
De la manga se despega la randa
Y no nos sentimos con menos renda
Su camisa ya sido de su madre y antes fue de su vuela
Más de cien años… un retro curió¹
Paro de escribir un ratito y miro el salón de
baile verde cargado de damas de rojo danzando unas con las otras. Ajenas o
desinteresadas por los machos aquí fuera. Y nosotros mirándolas ignorados. Un
segundo de violencia cruzó mi cabeza y con vergüenza ojo alrededor. “¿Y mi
miedo de que nunca nos cambiemos?”. La vergüenza me estanca, gracias a Dios. Es
una lástima que todavía haya lo que detener…
- Benito, ¿qué tanto devaneas?
- El escarabajo y las flores…
- ¿Qué?
- ¡Nada! – El Feirarte está vacío de puestos; sin
embargo, está lleno de asiduos, pero no tanto como debería. Y el viento pasea
entre los árboles, puestos, personas. – ¿Qué piensas del cantante?
- Él es bueno. ¿De dónde es y cómo se llama?
- Él es argentino y su nombre es Sandro. Me gusta
la música Penumbras que estay cantando ahora. “Ternura que sin prisa
apura \ caricias que brinda el amor”.
- Él es bueno.
- ¡Sí, verdad! Qué triste que él está muerto…
En la mesa al lado alguien mira el cantante de
una manera que pensé ser apasionada, pero que en verdad creo que no sea. ¡Qué
lástima! Sin embargo, en verdad me gustaría que su mirada fuese para mí e que
fuese de amor. No pasión. ¡Amor! Pero no me mira y me voy.
Las damas del salón verde bailan con el viento y
se acostan con los escarabajos. Y mi miedo de que nunca cambiemos se encoge
mientras escribo antes del año nuevo.
Ofereço como presente aos
aniversariantes:
Ítalo Rafael, Souza Maria, Didier
Ferreira, Kívia Kiara, Marconio Souza, Ivanete Valverde, Melyssa Freitas, Gustavo
A. Spada, Bill (Joaquim Tiago), Nathy Costa, Alvine Kengni, Felipe Moreira, Maximiano
Lagares, Flavia, Rohdt, María J. Izquierdo, Mayron Engel e Felipe Freitas.
Ofereço também às bodas de
meus irmãos
Elecir J. Macedo e Mª Fátima
W.L. Macedo, Ricardo A.W. Leite e Imperatriz B.W. Leite (Theia).
Recomendo a leitura do poema
de Jackeline V. Valentim: http://zumbiliterario.blogspot.com.br/2015/12/blog-post.html
¹ Curió es una ave brasileña de bello canto; he hecho un juguete de palabras:
curió y curiosidad.
Potira itapitanga são duas
palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu
desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.
Sem registro da data de
início da criação do poema. Porém o texto inteiro foi trabalhado entre os dias 08
de junho e 28 de dezembro 2015.
2 comentários:
Um poema de entrada triunfal e nem faltou a camisa (blusa) retrô tudo + queperfeito para o aniversário de MAMIS... Mas, não ficou só neste poema o texto tem mais as conclusões de um louco sobre a fedsta com as dmas de vermelho dançano o cantor... Ah o Cantor... Rubem Leite um texto perfeito. Parabéns.
Uma bela reflexão para ser feita antes que o ano termine. O novo ano merece outros olhares, atitudes, brilho polido e não poluido com cheiro de ranços e tralhas encardidas deixadas em algum canto interno ou externo de nossa morada. Essas imagens foram chegando na medida que fui lendo seu texto. Silenciosamente pensei: vou dar à vida o zelo merecido.
Belo texto Rubem Leite.
O seu canto ecoou longe e bateu fundo.
Feliz Ano Novo.
Bj.
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