PARQUE ABAZAICÁ
Potira itapitanga.
... Nem política. Podes pertencer a qualquer partido, liberal ou
conservador, republicano ou ultramontano, com a cláusula única de não ligar
nenhuma ideia especial a esses vocábulos.
- Nenhuma
filosofia?
- Entendamo-nos: no papel e na língua alguma, na realidade nada. “Filosofia
da história”, por exemplo, é uma locução que deves empregar com frequência, mas
proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros.
Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade, etc., etc.
Machado de Assis.
Em português
Em casa cheguei
atrasado. Primeiro porque a igreja estava animada com muita música, dança e o pouco
sermão dizia quem são as más pessoas. Depois por causa dos beijos de Meirinha. Ela
tinha cabelos crespos e ruins... Seus cabelos me faziam cada maldade de tanto
que me atiçavam... Rerrê. Mas isso seria outra história. Mas nada mais sério
que ações de adolescentes religiosos e bons.
Meu pai,
nervoso por minha demora, me entregou uma nota de cem e entramos no carro que
nos levaria ao local de embarque para a excursão promovida pela igreja. Surpresa
boa. Não sabia, mas no ônibus estavam alguns conhecidos. Janete, Cinara, Marivalda,
Glauss, Erikis e Siman. Quis sentar com Meirinha, mas não deixaram... Então ela
ficou ao lado de Janete e eu fiquei com Siman.
Viagem
agitada; muita divertida. Mas de tão longa acabei dormindo. Acordei quando nos
acostamos. Saímos do ônibus junto com o sol de uma bela manhã. Pegamos as filas
para entrar no Parque Abaçaicá. Local com todo tipo de diversão. Exposição, ciência,
brinquedos, cachoeiras, matas com animais selvagens e muitas outras coisas.
O dia passou
e eu regulando meu dinheiro, mas me divertindo o máximo possível. E como me
diverti. Ora me encontrei com Janete e tomamos um sorvete juntos e fomos a uma
barraca repleta de gente. Nela tinha um gás em uma lamparina que acendíamos
para escrever o que quiséssemos em um papelzinho. Já em uma barraca de doces me
encontrei com Cinara e Marivalda e compramos docinhos de caju bem amarelinho
com brilho dourado. Delícia! Pena que não deu para visitar a parte de ciência.
Mas não teve problemas. Ela foi até nós.
Anexo aos
laboratórios fica o “Circo dos Horrores” e na entrada da tenda me encontrei com
Siman e Glauss. Era uma apresentação de horror. Divertirmos bastante. Alguns
zumbis corriam atrás de nós. Eram bem realistas e entre os gritos de medo
ríamos bastante. Três mortos vivos se aproximaram de mim e meus amigos. “Você é
cientista?”, perguntou ao Glauss. “Sentimos cheiro de cientista”.
- Sou! Ou
quero ser. Estou no terceiro período de química industrial. E desde adolescente
fui bom em biologia e química. Sempre notas máximas nas duas.
Rindo feio,
os três zumbis nos disseram que isso era muito bom. Quando um zumbi mal enjambrado
me atacou; eles os expulsaram e depois disseram seus nomes: Jef, Adriano e Alvino.
- Preocupa
não. Ele é um dos babaquara. Não tem o tratamento que nós, baquaras, temos. –
Mostra um buraco na testa feito com perfuradora médica. – Nenhum dos babaquaras
tem boca. Podem ficar tranquilos. Por hora...
Olho para
eles e percebo que a maquiagem é bem feita. Não se vê mesmo o maxilar inferior
nem os dentes de cima.
- Sabe o que
comemos? – Alvino, o mais alto diz rindo feio.
- Carne
humana? – Falo meio nervoso, mas entrando no clima da apresentação circense.
- Carne
humana! – Confirma Jef, o mais magro deles. E o baixinho e gordinho – ou seria
inchado? – completa:
- Nós tiramos
alguns humanos do curral e os levamos para nosso... am... refeitório e nos
servimos. E saem rindo feio enquanto rimos nervosos do que nos pareceu piada
horrível.
Na excursão
pela mata fui com Glauss e Siman e encontramo-nos com Erikis. A gente viu lobo
guará, tatu, capivara, preguiça, araponga. Voltamos na hora de partir. Mas... Cadê
os ônibus? Por que não conseguimos sair do Abaçaicá? Enquanto perguntávamos, um
grupo de gente fedorenta, suja, ferida foi nos atacando, machucando, acossando
em uma direção. Quem reagia eles matavam a dentadas. Eram os baquaras... E foi
exatamente a gritaria, confusão e desespero que você está imaginando de tanto
ter visto nos filmes.
Conduziram-nos
à parte de ciências; para um setor fechado ao público e lá nos prenderam em
jaulas. Junto comigo ficaram meu irmão, Erikis, Vinicius e alguns estranhos. Glauss
eu não vi. Que aconteceu com ele? Também não vi o resto de minha família. Onde
estarão?
Duas vezes ao
dia os babaquaras colocavam uma espécie de ração em cochos e comíamos com as
mãos. Passávamos os dias e noites assim, esperando a vez de pegarem alguns de nós
e vendo novas levas de gado chegando. Cuidado! Não vá ao Parque Abaçaicá ou talvez
você venha a ficar entre a gente. Cuidado! – Barulho da porta se abrindo. – Meu
Deus! Parece com... – A jaula se abre.
En español
Llegué en casa con retraso. Primero porque
la iglesia estaba animada con mucha música, danza y el poco sermón hablando quién
son las malas personas. Después debido a los besos de Meirita. Ella tenía pelos
crespos y malos… sus pelos me hacían cada maldad de tanto que me atizaban…
¡Jejé! Pero, eso sería otra historia. Sin embargo, nada más serio que acciones
de adolescente religiosos y buenos.
Mi papá, nervioso por mí dilación,
me entregó cien pesos uruguayos y cogemos el coche que nos levaría hasta el
sitio de embarque para la excursión promovida por la iglesia. Sorpresa buena.
No sabía, pero en el autobús estaban algunos conocidos. Janet, Cinara,
Marivalda, Glauss, Erikis y Siman. Deseaba sentarme con Meirita, pero no
dejaron... Entonces ella se sentó con Janete y me quedé con Siman.
Viaje inquieto; mucho divertido.
Pero, de tan luenga me acabé durmiendo. Desperté cuando nos acostamos. Salimos
del autobús al mismo tiempo que el sol de una bella mañana. Cogemos las colas
para entrar en el Parque Abazaicá. Lugar con todo tipo de diversión. Exposición
científica, juguetes, cascadas, bosques con animales salvajes y mucho más
cosas.
El día pasó y yo regulando mi
dinero, pero divirtiéndome el máximo posible. Y cómo me divertí. En un momento
me encontré con Janet y probamos un helado y fuimos a un quiosco cargado de
gente. En él tenía un gas en una lamparilla que encendíamos para escribir lo
que quisiésemos en una hojita. Ya en un quiosco de dulces me encontré con
Cinara y Marivalda y compramos dulcitos de almendra todo amarillo y con brillo
dorado. ¡Exquisito! Triste que no fue posible visitar el sitio científico. Sin embargo,
él fue hasta nosotros.
Anexo a los laboratorios se queda el
“Circo de los Horrores” y en la entrada de la carpa me encontré con Siman y Glauss.
Era una presentación de horror. Divertimos bastante. Algunos zombis perseguían
los visitantes. Eran muy realistas y entre los gritos de miedo reíamos
bastante. Tres muertos vivos acercaron a mí y mis amigos. “¿Tú eres
científico?”, preguntó a Glauss. “Sentimos olor de científico”.
- ¡Sí! O quiero venir a ser. Siempre
he sido bueno en biología y química. Desde adolecente notas máximas en las dos.
En el prójimo semestre empezaré mis clases del tercer período de química
industrial en la universidad estatal.
Riendo feo, los tres zombis dijeron
que eso era bueno, mucho bueno. Cuando un zombi alabeado me atacó; ellos los
expulsaron y se presentaron: Jef, Adriano y Alvino.
- No se turbe. Él es uno de los
babacuaras. No tiene el tratamiento que nosotros, bacuara, tenemos. – Exhibe un
agujero en la frente hecho con una barrena médica. – Ningún de los babacuaras
tiene boca. Pueden se quedar tranquilos. Por hora…
Miro a ellos y percibo que el maquillaje
es bien hecho. No se ve mismo el maxilar inferior ni los dientes de arriba.
- ¿Sabe lo que comemos? – Alvino, el
más largo dijo riendo feo.
- ¿Carne humana? – Contexto
levemente nervioso, pero entrando en el clima de la presentación circense.
- ¡Carne humana! – Confirma Jef, el
más flaco de ellos. Y el gordito y bajito – ¿o seria hinchado? – completa:
- Nosotros sacamos algunos humanos
del corral y los llevamos para nuestro… an… comedor y nos servimos. Y salen
riendo feo mientras reímos nerviosos del chiste.
En la excursión por el bosque fue con
Glauss y Siman y nos encontramos con Erikis. Vimos el lobo guará, armadillo, jaguar,
perezoso, pájaro campana. Volvemos en la hora de partir. Pero… ¿Dónde están los
autobús? ¿Por qué no conseguimos salir del Abazaicá? Mientras cuestionábamos, un
grupo de gente pestilente, sucia, herida fue atacándonos, dañándonos, acosándonos
en una dirección. Quien reaccionaba ellos mataban a dentadas. Eran los bacuaras…
Y fue exactamente la gritaría, confusión y desespero que tú estás imaginando
gracias a las películas que has visto.
Nos condujeron al sector de las
ciencias; para un sitio prohibido al público y allá nos prendieron en jaulas.
Junto conmigo pusieron mi hermano, Erikis, Siman y algunos extraños. Glauss no
he visto más. ¿Qué ha acontecido a él? También no he visto el resto de mi
familia. ¿Dónde estarán?
Dos veces al día los babacuaras ponían
una especie de ración en pesebres y comíamos con las manos. Pasábamos los días
y noches así, esperando la vez de cogieren algunos de nosotros y viendo nuevas
levas de ganado llegando. ¡Cuidado! No se va al Parque Abazaicá o tal vez tú se
quedará entre nosotros. ¡Cuidado! – Ruido de la puerta abriéndose. – ¡Dios mío!
Se asemeja a… – El jaula se abre.
Ofereço como presente aos aniversariantes:
Grasielle Severo, Maxwel Lopes, Scida Lopes, Joana Sousa, Luzia
Di Resende, Fernando Marinho, Isabella Ribeiro, Valdete Val, Michael Cobain, Antonio
Carlos, Bispo Filho, Yuri G. Rodrigues, Meirilene Oliveira e Kênia Nicácio.
Abaçaicá = aglutinação de abaçaí y caá;
respectivamente “espírito maligno que perseguia e enlouquecia os índios” e
“mato ou folha”. Babaquara = palavra indígena brasileira que significa “tolo,
aquele que não sabe de nada”. Baquara = palavra indígena brasileira que
significa “esperto, sabedor das coisas”. Mais informações:
ASSIS, Machado de.
Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. Teoria do Medalhão.
Escrito partindo de um sonho na madrugada de 04 de agosto
de 2015. Trabalhado entre os dias 11 de fevereiro e 17 de abril de 2016.
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