domingo, 26 de fevereiro de 2017

CORAÇÃO

CORAZÓN


Continuação de SE O TIJOLO FALASSE


- No me gustan los hombres.
- Penso que toda sexualidade é algo bom.
- ¿No tenés otro tema que no sea garchar?
- Rerrê. Tenho. Mas foi você que falou em foder. Do que gostaria de conversar?
Silêncio. E, enquanto Benito falava, o outro se levantou da mesa olhando com raiva nos seus olhos, deu as costas e se foi. Até aqui eu, o tijolo, narrei o que vi. Agora outro será o narrador; uma narradora, na verdade.
Ao amanhecer Benito foi ao trabalho e tudo ocorreu normal. Quer dizer, nenhum conflito até agora para manter leitor. Mas a semana avança porque o tempo continua. Será que você, que lê, percebe o rumo que estamos seguindo? Vejamos! Desde o cronto da semana passada uma discussão sobre o permissível na sexualidade humana. O que acha que virá? Talvez uma nova discussão entre os dois? Huuum! Provável que não; já que falei sobre isso... Ou será que por isso mesmo falaremos disso? Tantas possibilidades...
- Professor Benito, o diretor mandou lhe chamar. Pode ir que eu fico na sala para você.
Ele vai e, claro, estranhando o chamado no meio de uma aula.
- Quem está falando de mim?
Realmente! Ele é capaz de nos perceber...
- Sou a nuvem que te sombreia.
- Desde que não me assombre pode “sombreiar” a vontade. – Sorrindo encerra a nossa conversa feita em pensamento. Diante da diretoria:
- Pode entrar, professor Benito.
- Por que me chamou?
- Alguns pais estiveram aqui reclamando de você... – com o silêncio e o olhar interrogativo, continua – Ficaram sabendo de sua sexualidade e estão com medo do que poderá fazer com os filhos deles... Vieram até com um discurso da ex-deputada Myrian Rios sobre homoafetividade...
É claro que você sabe o rumo da conversa. Já viu histórias variadas sobre o mesmo tema. Mas resumo tudo dizendo que meses se passaram entre despede, não despede; discussões com pais etc. Até tudo se assentar. Concluo então:
- ¡Benito!
O argentino se aproxima depois de alguns não muitos anos após a confusão acima.
- Ah! Oi!
- Quiero pedirle disculpas. Estoy arrepentido por denunciarlo a algunos padres, amigos míos.
- Denunciar-me! Denúncia se faz em ocorrência de crime. E sexualidade não é crime.
- Sin embargo, le pido perdón.
- Não há necessidade. Superei o problema e continuo trabalhando normalmente.
- Pero… todavía quiero disculparme.
- Seu pedido de desculpas vai desfazer a dor de cabeça que sofri? As ofensas que ouvi? Ofensas que não deveriam existir. Não! Então você é o único beneficiado pelo pedido. Eu não ganho nada. Estou em paz, sem raiva e nem amizade por você.
- Pero…
- Pero Vaz de Caminha. Se eu lhe digo que perdoo, você se sentirá bem sozinho; não mudará meu passado. Se digo que não, você ficará um pouquinho chateado, mas logo-logo se consolará pensando “Bem... Pedi perdão, ele é que não quis aceitar. Então, problema dele”.
- Entonces… ¿No me perdona?
- Não há o que perdoar. Tchau.
- ¡Caray! Como es duro de corazón…
Observo os dois. Um parado, o outro se afastando e eu observando as pessoas sem entender a diferença entre humanidade e desumanidade; e no porquê do outro chamar o um de coração duro...



En español

Continuación de SI EL LADRILLO HABLASE


- Eu não gosto de homem.
- Pienso que toda sexualidad es buena.
- Você não tem outro assunto além de foder?
- ¡Jejé! Tengo. Pero, fue tú que hablaste en joder. ¿Qué te gustaría hablar?
Silencio. Y, mientras hablaba, el otro se levantó de la mesa mirándolo enojado, dio las espaldas y se fue. Hasta acá yo, el ladrillo, narré mis testigos. Ahora, otro será el narrador; una narradora, en verdad.
Al amanecer nuestro héroe fue trabajar y todo ocurrió normalmente. Quiero decir, ningún conflicto hasta ahora para mantener lector. Pero, la semana avanza porque el tiempo continúa. ¿Será que tú, que leer, percibes el rumbo que estamos siguiendo? ¡Pensemos! Desde el croento de la semana pasada una discusión sobre el permisible en la sexualidad humana. ¿Qué piensas que ocurrirá? ¿Tal vez una discusión entre los dos? Es probable que no; ya que hablé sobre eso… ¿O será que exactamente por eso abordaremos este tema? Hay tantas posibilidades…
- Maestro, el director lo llama. Puede ir que me quedo en el aula para usted.
Él se va y, es cierto, pensando en el raro que es esta convocación en medio de una clase.
- ¿Quién está hablando de mí?
¡Realmente! Él es capaz de nos percibir…
- Soy la nube que te sombrea.
- Si no me asombrar puedes sombrearme lo tanto que quieras. – Sonriendo encierra nuestra charla hecha en pensamiento. Delante del directorio:
- Adelántate, maestro.
- ¿Por qué me llamaste?
- Ayer unos padres requirieron tu salida de la escuela… – con el silencio e la mirada interrogativa, continúa – Descubrieron tu sexualidad y tienen miedo que podrás hacer “cosas” con sus hijos… Vinieron hasta con discursos de religiosos y políticos argentinos, peruanos, chilenos, uruguayos y brasileños contra la homoafectividad…
Obviamente tú sabes el rumbo de la charla. Ya has visto historias variadas sobre el mismo tema. Pero, resumo todo diciendo que meses se pasaron entre despide, no despide; discusiones con padres etc. Hasta todo se asentar. Concluyo entonces:
- Benito!
El brasileño se acerca después de algunos no muchos años tras la confusión arriba.
- ¡Ah! Hola…
- Cara! Quero te pedir desculpas. Estou arrependido por tê-lo denunciado a alguns pais, amigos meus.
- ¡Denunciarme! Denuncia se hace en ocurrencias de crimen. Y sexualidad no es crimen.
- Ainda assim te peço perdão.
- No hay necesidad. Superé el problema y continúo trabajando normalmente.
- Mas... ainda gostaria de pedir desculpas.
- ¿Presentarme sus excusas deshará el mal? ¿Las ofensas que oír? Ofensas que no deberían existir. ¡No! Entonces tus excusas beneficiarán solamente a usted. Nada logro. Estoy en paz; si no seguimos amigos también no estoy enojado.
- Mas…
- ¿Qué quiere? ¡Amistad! Si digo que lo perdono, solo usted se sentirá bien; no cambiará mi pasado. Si digo que no, usted se quedará un poco molesto; sin embargo, pronto se consolará pensando “¡Caray! Lo pedí perdón, él es que no aceptó. Entonces, es problema de él. Estoy libre”.
- Então... Não me perdoa?
- No hay nada a perdonar. ¡Adiós!
- Nossa! Que coração duro o seu...
No quito mis ojos de ellos.  Un parado, el otro se alejando y yo observando las personas sin entender la diferencia entre humanidad e inhumanidad; y en la causa del otro llamar el un de corazón duro…



Ofereço como presente aos aniversariantes:
Josiane Hungria, a doce bruxa Rosana Mont’Alverne com seus livros de feitiços, Rodrigo Miranda, Isabela Guerra, Tiago Gonçalves e seu piano de condão, André Beraldino, Vera L.P. Dionizio, Mariza L. Souza, Domingos Tibúrcio e sua música encantada, Igor Rodrigues, Dyego D. Cordeiro, Gaston L. Stefani, Ely Monteiro e suas palavras mágicas, William Lacerda, João P. Brito, Maria Ribeiro, Leo Guerra, Vanda Valério, Rosangela Guintanilha e Lucas Alves.

Recomendo a leitura de “Ventura”, de Xúnior Matraga; “Veredas”, deste que te fala; “As perguntas que deveriam incomodar”, de Sued.


Escrito em fevereiro de 2017; entre o início da manhã de 20 e o final da madrugada de 26.

Um comentário:

Sonia Frei disse...

Isso aí! O tema sexualidade dos humanos tem mesmo que ser propalado sem parar, sem parar, sem parar, até 3 mil anos! As ondas monstruosas de assassinatos contra homossexuais, em pleno 2017, século XXI, é algo horrendo, desumano, indecente!