COMO LA VIDA
Leitura em português e espanhol do cronto no canal
aRTISTA aRTEIRO:
Em português
Choveu na madrugada; forte, mas rápido. O horário de
verão findou-se, mas a luz do sol não se iniciou. Levanto-me para realizar minhas
obrigações; fiz café cantando as músicas de sempre. Passeei com os
cachorrinhos. Voltei. Saí. Voltei. Li alguma coisa. Saí.
- Minha condição humana se perdeu mais do que
Gregório Samsa perdeu a sua.
- Não seja presunçoso. Quem é você para se comparar a
um ser, mesmo que ficcional?
- Não me dói ouvir isso. Não deveria, mas o ser
humano se acostuma a ser nada. Não me dói... Não deveria, mas estou
anestesiado.
Alexandre Moreira canta no Feirarte e penso em
periquitos... Penso em ausência de tanquinhos... Penso em uma palavra
semelhante a glúten; é a parecida que me agrada.
- Você me deseja?
- Sim.
- Me ama?
- Não.
- Sabe algo sobre mim?
- O que sei é que a vida é longa, mas pouco
produtiva.
E volto para casa.
Sozinho.
O que quero não posso sequer dizer. Tudo tem ouvidos
e bocas para me criticar. Sequer pouco questionam. E os ouvidos escutam, mas
não ouvem. E as bocas se voltam contra mim. O horário de verão findou-se, mas a
luz do sol não se iniciou. Misteriosamente o relógio não se modificou
automaticamente. Assim como a vida.
En español:
Llovió
en la madrugada; un rato, pero fuerte. El horario de verano se finalizó, sin
embargo la luz del sol no se inició. Me levanto para realizar mis obligaciones;
preparo el café cantando las músicas de siempre. Paseo con los perritos. Vuelvo.
Salgo. Vuelvo. Leí una cosa. Salgo.
- Mi
condición humana se perdió más que la de Gregorio Samsa.
- No
seas presumido. ¿Quién es tú para compararse a uno ser, mismo que ficcional?
- No
me duele escuchar eso. No debería, pero el ser humano se acostumbra a ser nada.
No me lastima… No debería, pero estoy anestesiado.
Alexandre
Moreira canta en el Feirarte y pienso en pericos… Pienso en ausencia de bellos
cuerpos… Pienso en una palabra semejante a gluten; es la parecida que me gusta.
- ¿Me
deseas?
-
Sí.
-
¿Me quieres?
-
No.
-
¿Sabes algo sobre mí?
- Sé
que la vida es larga, pero poco productiva.
Me
vuelvo a mi casa.
Solo.
Lo
que quiero no puedo tener. Todo tiene oídos y bocas para criticarme. Siquiera
poco cuestionan. Y lo oídos escuchan, pero no oigan. Y las bocas se vuelven
contra mí. El horario de verano se finalizó, sin embargo la luz del sol no se
inició. Misteriosamente el reloj no se modificó automáticamente. Así como la
vida.
Ofereço como presente aos aniversariantes:
Mª Fátima W.L. Macedo, Imperatriz B.W. Leite, Cleucy N.
Afonso, Meire Alves, Paulo R.F. Campos, Túlio Silva, Joubert B.E.Q. Israar, Roseli
Marques, Sidney Muniz, Alex de Sá, Dinei Gonçalves, Orlando Júnior e Helena L.
Lopes.
Recomendo a leitura de
“As Perguntas Fundamentais para a História”, de Sued:
“Senhor e Você”, deste macróbio que vos escreve:
“João Carlos Martins”, de António MR Martins:
“Brasil, Entre la Catastrofe o Uma Salida Popular”, de
Javier Villanueva:
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e
publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad
Substantiam às quintas-feiras. É
professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor
de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do
Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua
Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos
científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e
Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola,
Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e
“Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro
Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Rubem Leite do cartão de visitas criado por
Jeferson Adriano.
Manuscrito na tarde de 26 de novembro de 2017. Trabalhado
entre 13 e 18 de fevereiro de 2018.
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