A borboleta amarela entrou pela janela do quarto de dormir onde também coloco meus livros e minhas bagunças se acomodam e não me incomodam.
A borboleta conheceu o dia, experimentou a tarde e passou a noite.
Minha cadelinha viu a borboleta e a perseguiu, mas apesar de sua cabecinha de borboleta ela subiu para o alto da estante e ficou lendo passando o tempo e descobrindo o mundo. A aranha viu a borboleta e a convidou para sua teia, mas apesar de sua cabecinha de borboleta ela é obediente e antenada (aprendeu quando lagarta a não aceitar qualquer convite, com os livros da estante ficou mais inteligente e atravessando os dias foi ficando cada vez mais sábia).
De manhã levantei, rezei, estudei e tomei café. Um borrão amarelo vi na camisa verde que vesti para sair. Mexi e abanei o braço e o borrão ficou. Olhei e vi a borboleta com apetite na camisa verde. Cheguei à janela e ela não voou. Com minha mão direita dentro da manga sacudi forte até ela sair e pousar no lampião florido. Trocamos olhares e entrei.
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