segunda-feira, 8 de outubro de 2012

CANÇÕES À DERIVA


Obax anafisa.


Da biblioteca pública municipal olho a faina inicial de uma segunda-feira. Trabalhadores lavam os pontos de comércio seus ou dos patrões, transeuntes se dividem entre os que sonhadores olham vitrines e os que estão a deriva. À deriva... me lembrou do “concurso” que estamos realizando na faculdade para designar a disciplina IAD (Introdução à Análise do Discurso): IADesgraça, IADiscórdia, IADeriva...
Huuum! Acho melhor voltarmos ao cronto.
Políticos distribuem santinhos. Político e santo, tão antagônicos...
A madrugada foi muito fria e a manhã está ensolarada. Nuvens brancas no céu azul flutuam na indolência que desejo e que Macunaíma¹ descreve tão bem “Ai! que preguiça”.
- Oi! Medê dinheiro pruncafezim.
- Não!
- Eu sou Camila e faço programa. Comocê chama?
- Leo!
- Leo, eu amocê.
- Quem diz isso é a pedra.
- Quero dá procê. Quero dá, quero dá, quero dá procê. Lararilará. – Camila canta.
Uma mulher varre o lixo da rua e o vento espalha o que ela ajunta. Ela varre e ele espalha. Varre e espalha. A mulher pára, pensa e muda de direção. Varre a favor do vento, que lhe ajuda a limpar.
Vejo em um livro a faina diária da vida humana. Vejo na vida humana um livro.



Ofereço com muito carinho aos aniversariantes.
Nilmar Lage, Gustavo Espeschit, Yasmine Pimenta, Andréa Silva, Luciano G. Botelho, Karla Suelen e Shirley Maclane.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito entre 01 e 08 de outubro de 2012.

Macunaíma, de Mário de Andrade, é uma rapsódia, ou seja, é uma soma de temas tirados do povo.

2 comentários:

Unknown disse...

Saudações nobre jardineiro das palavras!

Gustavo Espeschit disse...

Obrigado pelo carinho e pela lembranca. Seu mini cronto tá ótimo. Abracos e sucesso sempre.