Obax anafisa.
A rua é um rio de passos e de vozes
Um rio terrível que vai levando,
Mas estou só, como se está na infância...
Quando a morte vai se aproximando...
[...]
Tudo se afasta nessa correnteza
Onde uma flor, às vezes, fica presa
E um claro riso sobre as águas dança!
(QUINTANA).
Uma entre
várias cônicas flores de delicado azul ignora, com suas companheiras, o
varredor de rua e o pó que ele levanta. E eu passo vendo isso.
- Benito, quando
penso em você não consigo imaginar um dia que você não se emociona com algo.
- Eu tento.
Esforço em não me divorciar do meu artista interior.
- Que flores
eram?
- Só sei que
eram de rua. Ignoradas. Ignorantes.
- Ignóbias?
- Ignóbil
seria Partorzinho Deputado conseguir aprovar a “cura guei”. Mas, pensando bem,
isso é algo bom...
- Bom?
- Sim! O
dinheiro e tempo gastos nisso não serão desperdiçados em acabar com a fome, as
doenças, a violência, o analfabetismo ou outras formas de pouca instrução e
outras bobagenzinhas. Afinal, para que alguém quer ou precisa de comida, saúde,
paz, instrução, artes e outras coisas úteis e boas?
- Você é
terrível, Benito!
- Eu?
O vento vai e
leva as palavras. A madrugada vem e traz as palavras.
- Some daqui
ou eu ti mato.
- Por
favor...
- Não basta
cravícura? Quéquieu ti quebre mais?
- Por
favor...
- Não tem
dinheiro? Entãoce some ou morre. Tanto faiz.
Minha cama
está boa, é jardim com delicada flor ignorante ao pó das ruas.
Ofereço como presente de aniversário:
Edvania Oliveira, Maria Jany, Jadallah Safa, Flávia Paravidino, Wesley
V. Nogueira e Ranna Maia.
QUINTANA, Mário. A Rua.
Sítio visitado na madrugada de 21 de setembro de 2013: http://quintanaeterno.blogspot.com.br/2009/06/rua.html
Obax anafisa são duas palavras banto e é meu voto que encontre no
texto flores e pedras preciosas.
Escrito entre 19 de junho e 23 de setembro de 2013.
2 comentários:
bacana d+!
Aprovo Benito em sua opinião sobre o "lance" dos gastos com comida, educação e outras bobagens...rsrs
Igualdade e fraternidade são preceitos que as pessoas de poder desta nova sociedade (economico-politico-moralista-contemporânea ) defendem torcendo o nariz contra o cheiro dos pobres e outros dejetos sociais considerados pelos mesmos como "humanóides". São os alicerces de seus palanques.. são o sangue barato de suas causas e guerras! São o mal exemplo a se explicar para o filho rebelde... são as tragédias do nosso jornal de R$0,25. Somos notícia, piegas, motivando o atruísmo falsário de alguns... puxamos o saco, mas ele rasga...Abraço. Carlos Glauss
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