Obax nafisa.
No início de uma tarde nublada
de sábado passeio com minha mãe. Pensamos caminhar uns trezentos metros, a
parte plana da rua onde ela está morando com minha irmã. À nossa direita,
árvores do morro não residencial.
- Você está bonito.
- Obrigado! – Sorrio.
- Onde você mora?
- No Centro.
- Estão todos bem?
- Tudo na mais perfeita
harmonia.
- Onde você estava?
- Fazendo prova.
- Ela cuida bem de mim.
Quer que eu more com ela até eu me sarar.
- Ela te ama.
- O marido dela também
cuida bem de mim.
- Todos te amam.
- Onde você mora?
- No Centro.
- Como estão todos?
- Na mais perfeita
harmonia.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Ela não quer que eu vá
embora até eu sarar. O marido dela também quer que eu fique.
- Você é muito amada.
- Todo bem que fiz a
minha mãe estou recebendo de volta.
- Gosto muito de vê-la
também. Onde você estava?
- Fazendo prova.
- Você está bonito.
- Obrigado! Veja! Um pé
de caju carregadim, carregadim.
- Sempre passeio aqui com
sua irmã. Ela cuida bem de mim; assim como cuidei de minha mãe nos últimos anos
de vida dela. Onde você mora?
- No Centro.
- Estão todos bem?
- Sim, tudo em harmonia.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Vamos voltar? Estou
cansada. – Caminhamos apenas a metade do trajeto. – Sua irmã e o marido dela
gostam de mim. Minha mãe me dizia que Deus não me abandonaria e me daria alguém
bom para cuidar de mim.
- Você é querida por
todos.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Onde você mora?
- No Centro.
- Como vai sua família?
Pensando se ela me
reconheceu ou se me confundiu com um de meus irmãos casados respondo que
estamos todos em harmonia.
- Você está bonito...
Eles cuidam de mim como cuidei de minha mãe... Onde você mora?... O que você
estava fazendo?...
Levo-a para casa de minha
irmã, vou para o ponto de ônibus e escrevo enquanto espero:
Na cabeça a flor azul
Exala perfume rodopiante
Distorcendo norte e sul
Indistinguindo o perto do distante.
En
la cabeza la flor azul
Exhala
un perfume rotante
Distorsionando
el norte y el sur
Indistinguiendo
la cerca del distante.
Ofereço como presente de
aniversário a
Maria S. Hinode, Letícia A. Santos, Tatiana C.S.V.
Brandão, Kívia Kiara, Joaquim Tiago, Ivanete Valverde, Melyssa Freitas, Gustavo
A. Spada, Nathy Costa, Andreia Bragança, Welington Josi, Maximiano Lagares, Felipe
L. Freitas, Vilma Escarlate, Homero Dias, Gustavo Soares, Samanta Bela, Sarah
Helena e Graça Maria.
Ofereço às entidades:
Seicho-No-Ie Luz, AJSI MG-Três
Vales (MG) e Sabor de Casa ArtCozinha.
E ao casal Moacir e Nena de Castro pelos seus quarenta anos lado a lado.
E ao casal Moacir e Nena de Castro pelos seus quarenta anos lado a lado.
Recomendo a leitura de Flauta e de Lenda,
ambos de Bispo Filho. Respectivamente nos seguintes endereços
Escrito
entre 29 de novembro e 29 de dezembro de 2014.
Imagem de Rubem Leite.
Imagem de Rubem Leite.
8 comentários:
A velhice é um tempo de sonhos e de esquecimentos. O ser vira criança dando os primeiros passos e repetindo as mesmas perguntas ou fazendo as mesmas afirmações. Minha mãe está assim contando as mesmas histórias todos os dias ele tem 95,quase 96. Uma coisa ela ainda não esqueceu; Seu lindo sorriso. Obrigado por me fazer lembrar dela amigo Rubem Leite. Grande abraço. Você é o Cara.
Rubem Leite encerrando o ano com chave de ouro!
Obrigada pela homenagem meu amigo!
Grande bjo!
A velhice é uma virtude que poucos alcançam e muitos não compreendem! Fiquei muito feliz com a homenagem. Espero sinceramente ser esse apoio compreensivo para os meus, em especial à minha mãe e de igual modo espero receber esse carinho de familiares e amigos como você!
Bjos
Rubem, fui ler o seu texto pensando que seria uma coisa e fui surpreendida com outra. Vc foi muito feliz no alinhavo e na costura de seu texto. Ando passando por essa situação em família mas, distante da sabedoria aqui apresentada. Fiquei profundamente tocada. Feliz Ano Novo.
Rubem, fui ler o seu texto pensando que seria uma coisa e fui surpreendida com outra. Vc foi muito feliz no alinhavo e na costura de seu texto. Ando passando por essa situação em família mas, distante da sabedoria aqui apresentada. Fiquei profundamente tocada. Feliz Ano Novo.
Rubem, fui ler o seu texto pensando que seria uma coisa e fui surpreendida com outra. Vc foi muito feliz no alinhavo e na costura de seu texto. Ando passando por essa situação em família mas, distante da sabedoria aqui apresentada. Fiquei profundamente tocada. Feliz Ano Novo.
li seu texto e lembrei daquelas pessoas que sempre perguntam e respondem a mesma coisa... tipo o clássico gentil-brasileiro com as observações mais óbvias e perguntas com respostas em forma: "oi, como você está? como está sua mãe? como está seu pai? como estão seus irmãos?" e vá responder a verdade (caso estejam maus) e você arrependerá de ter respondido algo negativo (verdadeiro). A grande verdade é que reside na necessidade de manter a imagem positiva uma grande vaidade
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