segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A ALTURA DOS SONHOS ou NA TERRA ABAIXO DOS SONHOS

LA ALTURA DE LOS SUEÑOS o EN LA TIERRA BAJO DE LOS SUEÑOS




Potira itapitanga.

When it reaches the top of Bodhi, the wishes are carried out. But the magic not happens in the upper part of the tree, but across the path of renewal mountain climb.

Quem puder e/ou quiser, leia ouvindo “Vincet”, de Don McLean:


Em português

Era uma vez uma borboleta que voava, voava. Um dia adoeceu, perdeu as asas e agora anda pela floresta se arrastando e pedindo ajuda a alguma varinha mágica que lhe dê asas novas e sadias. Tinha o sonho de voar novamente.
- Amiguinha, não chore; aprenda a viver sem elas. – Joaninha Val lhe aconselhou.
Oleta, assim se chamava a borboleta, e sua amiga Val estavam perto de um formigueiro em forma de castelo. Ao pé do mesmo, duas formigas discutiam. Mas isso é história para depois.
Oleta vivia a perguntar a todos os bichos que passam por ela se não conhecem alguma coisa que lhe possa dar asas novas. Até que, uma noite, deu a sorte de deparar-se com uma sábia coruja que procurava insetos no chão.
- Oi, dona coruja, que ótimo te encontrar! Eu sou Oleta. Posso te fazer uma pergunta?
- Oi! Eu me chamo Lechuza e sou uma coruja espanhola de férias no Brasil. Pergunte!
- Dona Lechuza, eu perdi minhas asas há pouco tempo e desde então procuro algo que me possa dar asas novas. A senhora conhece o que me possa ajudar? – Indagou a borboleta, entusiasmada.
- Mas é claro, minha linda borboleta! Ontem tive uma reunião com as corujas anciãs do Brasil e me contaram muitas histórias e lendas das Américas. Disseram que o topo daquela montanha – a coruja apontou para longe – há um frondoso Bodhi com poderes renovadores. Porém, para que seja abençoada pela magia, você precisará subir do caule à copa do Bodhi e ainda me disseram mais: “quando se alcança o topo do Bodhi, os desejos são realizados. Mas, ao contrário do que dizem os outros animais, não acreditamos que a magia aconteça na copa, mas em todo o trajeto renovador da subida da montanha”.
- Um bode? Desde quando bode tem copa?
- Não um bicho bode, minha filha, mas sim uma árvore bodhi; árvore sagrada onde Buda nasceu e dela as corujas trouxeram cinco mudinhas para a América do Sul: Brasil, Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
De tão feliz por ter encontrado o que realizaria seu sonho, a borboleta saiu arrastando-se depressa, sem ao menos agradecer à coruja, mas essa, sem dúvida, compreendeu.
Enquanto esforçava-se para ser rápida, a borboleta encontrou seu amigo lagarto, que perguntou o motivo de tanta pressa. Ela explicou-lhe que tinha que chegar o mais rápido possível à montanha.
- Vamos, suba em minhas costas. Eu estou indo para o riacho, que fica no caminho da montanha. Eu te levo até lá. – Ofereceu o lagarto, e a borboleta escalou, com esforço, as costas do amigo.
Chegando ao riacho, a borboleta desceu do lagarto; desta vez, agradeceu. E sentiu uma leve coceira em seus pequenos ombros. Às margens do riachinho Oleta olhava a água e enquanto pensava em como atravessar o ribeirão, seu amigo, Toad, um belíssimo sapo da realeza britânica, se aproximou dela.
- Hello, little friend! How are you?
- Estou precisando de ajuda para alcançar o outro lado do ribeiro...
- Seus desejos são uma ordem. Suba em minhas costas e te carregarei até lá.
- Graças a Deus! Você é um gentlefrog...
Na outra margem Oleta agradeceu outra vez e sentiu novamente uma coceira, agora um pouco mais forte, em seus ombros.
No outro lado do riacho, pensou em como faria para chegar até os pés da montanha. Encontrou Topo, seu amigo toupeira, que a transportou com muita boa vontade, e a borboleta agradeceu. Mais uma vez a coceira no ombro, mais forte que das outras vezes.
“E para subir a montanha? Quem poderá me ajudar?” – pensou a borboleta. Olhou para um lado, para o outro, mas não viu ninguém. Então foi arrastando-se pelas pedras da montanha. Já era dia quando, exausta, alcançou a metade do trajeto e desmaiou. Passou todo o dia ali, jogada.
Já noite absoluta, a coruja voava triste admirando a paisagem destruída pelos homens. É possível que a floresta tenha se transformado em papel... Não sei se papel moeda ou papel higiênico. Todavia, sei que higiênico ou moeda, muitas vezes o papel faz a mesma coisa... E sempre menos que o papel de livro.
Enquanto voava, dona Lechuza visualizou a borboleta, suja, maltrapilha e desmaiada, mas algo chamava a atenção: muitas cores vivas a envolviam. A coruja foi até ela, pegou-a cuidadosamente pelo bico, levou-a ao topo da montanha e deitou-a debaixo da Bodhi.
Quando a borboleta acordou, olhou para cima e viu folhas, olhou para os lados e viu a imensidão azul escuro do firmamento noturno, olhou para frente e viu um lago. Sentiu sede. Quando chegou ao lago para saciar-se, à lua da lua viu-se refletida; e alada. De tão feliz que ficou, voou; de início muito sem jeito (até parecia uma barata voando), mas depois já habituada novamente à maravilha de ter asas. Viu que estava na montanha, mas não sabia como tinha chegado lá. Olhou para a árvore onde estivera deitada abaixo, viu a coruja, que sorria para ela em cima de um galho da árvore santa. Voou por entre as folhas até chegar à copa, postou-se sobre uma folha, ruflou as asas que Deus tinha lhe dado e voou tão alto, mas tão alto, que ultrapassou a altura de seus sonhos.
Enquanto isso, na terra abaixo dos sonhos, um formigueiro em forma de castelo e ao pé do mesmo, duas formigas – Doutora Marilene Monteiro Vieira e Nena de Castro – discutem:
- Somos castelãs; senhoras de Ipatinga. – Disse uma formiga empertigada, com brincos de rubis nas antenas, vestindo Daslu e com bolsa Louis Vuitton. – Somos as donas da Engeminas.
- Pois somos formigas operárias. – Respondeu uma formiga séria, com brincos de bijuteria, vestindo Daspu e com um celular na patinha. – Somos as construtoras da cidade.
- Vocês formam a plebe rude, isso sim. Não constroem a história porque não passam de formigas operá...
- Sim, somos sim! E temos orgulho disso. E,


En español

Era una vez una mariposa que volaba, volaba. Un día se enfermó, perdió las alas y ahora anda por la floresta arrastrándose y pidiendo ayuda a alguna varita mágica que le dé sanas y nuevas alas. Tenía el sueño de volar nuevamente.
- Amiguita, no llores; aprenda a vivir sin ellas. – Le aconsejó la mariquita Val.
Posita, así si llamaba la mariposita, y su amiga Val estaban cerca de un hormiguero semejante a un castillo. Al pie del mismo, dos hormigas discutían. Sin embargo, eso es historia para después.
Posita vivía a preguntar a todos los animales que pasaban cerca de ella si no conocían alguna cosa que pueda darle nuevas alas y nadie le contestaba afirmativamente. Sin embargo, un día la suerte le sonrió:
- ¡Hola, dueña Lechuza! Mi nombre es Posita. ¿Puedo hacerle una pregunta?
- ¡Hola! Mi nombre es Búho y soy una lechuza de España de vacaciones en Perú. ¡Pregunte!
- Perdí mis alas y estoy en búsqueda de alguna cosa que pueda dármelas otra vez. ¿Usted conoce lo que me pueda ayudar? – Así habló la mariposa entusiasmada.
- ¡Sí, claro! Ayer tuve una cita con las lechuzas ancianas de Perú y me contaron muchas historias y leyendas de las Américas. Mariposita, dijeron que el cumbre de aquella última montaña lleva un frondoso Bodhy con poderes renovadores. Pero, muchachita, para que seas bendita por la magia tendrás que subir de la raíz hasta la copa del Bodhy y aún me dijeron: “cuando alguien llega a la cumbre del Bodhy todos sus deseos y ganas se realizan. Pero, al contrario do que platican los animales, no creemos que la magia acontezca en la copa, pero sí en todo el trayecto renovador de sus esfuerzos”.
- ¿Qué es un bodhy?
- Es el árbol sagrado donde Buda nació y las lechuzas trajeron cinco muditas para Suramérica y la plantaron en Brasil, Perú, Chile, Argentina y Uruguay.
Posita estaba tan feliz por tener descubierto la solución de sus problemas que hasta se olvidó de agradecer a la lechuza. Sin embargo, dueña Búho no se lastimó y voló sonriendo. Mientras se esforzaba para ser rápida, la mariposa encontró su amigo lagarto que echaba gusarapos por la boca.
- Lizard, mi amigo, ¿qué te ha dejado tan molesto?
- Olvides, eso, Posita. Yo quiero quitar un nadie de mi cabeza… Y encontrarte puede ser la manera de conseguirlo. ¿Qué te pasas? Y la mariposita le explicó punto por punto sus ganas.
- Amiguita, suba en mis espaldas y la llevaré hasta al riachuelo que se queda al pie de la montaña.
- ¡Vale!
Y Posita escaló las espaldas de Lizard. Llegando al arroyo, la mariposa brincó hasta al suelo y de esa vez recordó de agradecer. Y sintió unas picaditas en sus pequeños umbros. En la orilla del arroyuelo Posita miraba el agua y mientras pensaba en como cruzar el regato, su amigo Toad, un sapo muy guapo y de la realeza británica, se acercó de ella.
- Hello, little friend! How are you?
- Necesito ayuda para alcanzar la otra orilla del arroyuelo…
- Tu deseo es una orden. Te arribes en mis espaldas y la cargaré hasta allá.
- ¡Ojalá! Tú eres un gentlefrog…
En la hierba, Posita le agradeció y sintió una picadita, ahora un poco más fuerte, en sus umbros. “¿Cómo llegaré al pie de la montaña? No obstante las ayudas de mis amigos todavía estoy agotada”. Mirando alrededor ella vio Mole, su amigo topo; él la trasportó feliz por ser útil y en la base de grande roca, el topo se fue sonriendo mientras ella agradecía. Otra vez más el umbro se quedó picando, ahora más fuerte.
Sin nadie cerca de si, Posita empezó a subir con sus propias fuerzas. El día se acercaba cuando nuestra heroína, exhausta, alcanzó mitad del trayecto y desmayó. El día llegó y se fue y ella allí, caída.
Ya noche plena, la lechuza volaba triste admirando el paisaje destruido por los hombres. Es posible que la floresta tenga se cambiado en papel… Papel moneda o papel higiénico, no lo sé. Sin embargo sé que higiénico o moneda, muchas veces el papel hace la misma cosa… Y siempre menos que el papel de libro.
En el suelo, sucia y con las antenas caídas en una piedrita, estaba nuestra mariposita. Pero, muchos colores vivos la envolvían. Dueña Búho bajó hasta ella, la asió cuidadosamente con el pico, la transportó a la cumbre de la montaña y la acostó bajo del Bodhy.
Al despertar, miró arriba y vio hojas, miró para todos los lados y vio la inmensidad azul oscuro del firmamento nocturno, miró su frente y vio un lago. Sintió sed. Caminó hasta el lago para saciarse y a la luz de la luna se vio reflejada… y alada. En aquél mismo rato voló. Rio de su manera borracha de volar (hasta parecía una cucaracha volando); pero, no tardó a empezar a volar bonito y sonriendo se elevó más alto sintiendo toda la alegría y toda maravilla de tener alas. Percibió que se quedaba en la montaña, mas hasta ver dueña Búho en el árbol santo, no sabía cómo había llegado allá. Las dos amigas cambiaron sonrisas y Posita voló entre las hojas hasta la copa, se acostó en una hoja, latió las alas que ganó de Dios y voló tan alto, pero tan alto, que ultrapasó la altura de sus sueños.
Mientras eso, en la tierra bajo de los sueños, un hormiguero semejante a un castillo. Al pie de él, dos hormigas – Doctora Marilene Monteiro Vieira y Nena de Castro – discuten:
- Somos castellanas; señoras del Perú. – Dije una hormiga soberbiosa, con pendientes de rubís en las antenas, vistiendo Daslu¹ y con bolso Louis Vuitton. – Somos las dueñas de Cusco.
- Pues somos hormigas operarias. – Contestó una hormiga seria, con pendientes de fantasía, vistiendo Daspu¹ y con un teléfono celular en la patita. – A gente es la constructora de la ciudad.
- Vosotras son la plebe ruda, eso sí. No construyeron la historia porque no pasan de hormigas opera…
- ¡Sí, somos sí! E tenemos orgullo de eso. Y,


Ofereço como presente de aniversário a
Daniele Roza, Douglas Brasil, Paola Kiro, Nanda Abrahão, Karine de Morais, Terezinha D. Byrro, Marrione Warley, Thays Júnia, Aline Alves, Diana Duarte, Dalgreis Lage, Thaís Cristina e Mariana C. Leite.

Recomendo a leitura de “Antiga Cantiga”, de Bispo Filho:

A ideia original veio de quatro ou cinco frases em português de Maria do Carmo Pereira Coelho. É uma criação coletiva de Rubem Leite e Vinícius Siman. E a recriação em espanhol é de Rubem Leite.

¹ Daslu y Daspu son dos tiendas famosas en Brasil. La primera solamente vende ropas y accesorios carísimos para mujeres de la alta sociedad. Ya Daspu es una sigla que puede ser traducida por “De las putas” y vende ropas hechas por las profesionales del sexo para todas las personas que tienen poca plata.

Imagem “Noite Estrelada”, de Vincent Van Gogh:

Escrito entre 13 de junho de 2015 e 18 de janeiro de 2016. Viva, Santo Antônio.

Um comentário:

josmardivino@gamail com disse...

Como não gostar de Oleta e seus amigos... Como não prestar atenção na discussão das formigas... O mundo é assim, uns trabalham e outros sonham... Oleta consegui encontrar os seus sonhos... Etu Poeta Arteiro encontrou os Teus? Linda semana Rubem Leite.