LA ALTURA DE LOS SUEÑOS o EN LA
TIERRA BAJO DE LOS SUEÑOS
Potira
itapitanga.
When it reaches the
top of Bodhi, the wishes are carried out. But the magic not happens in the upper
part of the tree, but across the path of renewal mountain climb.
Quem puder e/ou quiser, leia ouvindo “Vincet”, de Don
McLean:
Em português
Era uma vez uma borboleta que voava, voava. Um dia adoeceu, perdeu as
asas e agora anda pela floresta se arrastando e pedindo ajuda a alguma varinha
mágica que lhe dê asas novas e sadias. Tinha o sonho de voar novamente.
- Amiguinha, não chore; aprenda a viver sem elas. – Joaninha Val lhe aconselhou.
Oleta, assim se chamava a borboleta, e sua amiga Val estavam perto de um
formigueiro em forma de castelo. Ao pé do mesmo, duas formigas discutiam. Mas
isso é história para depois.
Oleta vivia a perguntar a todos os bichos que passam por ela se não
conhecem alguma coisa que lhe possa dar asas novas. Até que, uma noite, deu a
sorte de deparar-se com uma sábia coruja que procurava insetos no chão.
- Oi, dona coruja, que ótimo te encontrar! Eu sou Oleta. Posso te fazer
uma pergunta?
- Oi! Eu me chamo Lechuza e sou uma coruja espanhola de férias no Brasil.
Pergunte!
- Dona Lechuza, eu perdi minhas asas há pouco tempo e desde então procuro
algo que me possa dar asas novas. A senhora conhece o que me possa ajudar? – Indagou
a borboleta, entusiasmada.
- Mas é claro, minha linda borboleta! Ontem tive uma reunião com as
corujas anciãs do Brasil e me contaram muitas histórias e lendas das Américas. Disseram
que o topo daquela montanha – a coruja apontou para longe – há um frondoso
Bodhi com poderes renovadores. Porém, para que seja abençoada pela magia, você
precisará subir do caule à copa do Bodhi e ainda me disseram mais: “quando se
alcança o topo do Bodhi, os desejos são realizados. Mas, ao contrário do que
dizem os outros animais, não acreditamos que a magia aconteça na copa, mas em
todo o trajeto renovador da subida da montanha”.
- Um bode? Desde quando bode tem copa?
- Não um bicho bode, minha filha, mas sim uma árvore bodhi; árvore sagrada onde Buda nasceu e dela as corujas trouxeram cinco mudinhas para a América do Sul: Brasil, Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
- Um bode? Desde quando bode tem copa?
- Não um bicho bode, minha filha, mas sim uma árvore bodhi; árvore sagrada onde Buda nasceu e dela as corujas trouxeram cinco mudinhas para a América do Sul: Brasil, Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
De tão feliz por ter encontrado o que realizaria seu sonho, a borboleta
saiu arrastando-se depressa, sem ao menos agradecer à coruja, mas essa, sem
dúvida, compreendeu.
Enquanto esforçava-se para ser rápida, a borboleta encontrou seu amigo
lagarto, que perguntou o motivo de tanta pressa. Ela explicou-lhe que tinha que
chegar o mais rápido possível à montanha.
- Vamos, suba em minhas costas. Eu estou indo para o riacho, que fica no
caminho da montanha. Eu te levo até lá. – Ofereceu o lagarto, e a borboleta
escalou, com esforço, as costas do amigo.
Chegando ao riacho, a borboleta desceu do lagarto; desta vez, agradeceu.
E sentiu uma leve coceira em seus pequenos ombros. Às margens do riachinho
Oleta olhava a água e enquanto pensava em como atravessar o ribeirão, seu
amigo, Toad, um belíssimo sapo da realeza britânica, se aproximou dela.
- Hello, little friend!
How are you?
- Estou precisando de ajuda para alcançar o outro lado do ribeiro...
- Seus desejos são uma ordem. Suba em minhas costas e te carregarei até
lá.
- Graças a Deus! Você é um gentlefrog...
Na outra margem Oleta agradeceu outra vez e sentiu novamente uma coceira,
agora um pouco mais forte, em seus ombros.
No outro lado do riacho, pensou em como faria para chegar até os pés da
montanha. Encontrou Topo, seu amigo toupeira, que a transportou com muita boa
vontade, e a borboleta agradeceu. Mais uma vez a coceira no ombro, mais forte
que das outras vezes.
“E para subir a montanha? Quem poderá me ajudar?” – pensou a borboleta.
Olhou para um lado, para o outro, mas não viu ninguém. Então foi arrastando-se
pelas pedras da montanha. Já era dia quando, exausta, alcançou a metade do
trajeto e desmaiou. Passou todo o dia ali, jogada.
Já noite absoluta, a coruja voava triste admirando a paisagem destruída pelos homens. É possível que a floresta tenha se transformado em papel... Não sei se papel moeda ou papel higiênico. Todavia, sei que higiênico ou moeda, muitas vezes o papel faz a mesma coisa... E sempre menos que o papel de livro.
Já noite absoluta, a coruja voava triste admirando a paisagem destruída pelos homens. É possível que a floresta tenha se transformado em papel... Não sei se papel moeda ou papel higiênico. Todavia, sei que higiênico ou moeda, muitas vezes o papel faz a mesma coisa... E sempre menos que o papel de livro.
Enquanto voava, dona Lechuza visualizou a borboleta, suja, maltrapilha e
desmaiada, mas algo chamava a atenção: muitas cores vivas a envolviam. A coruja
foi até ela, pegou-a cuidadosamente pelo bico, levou-a ao topo da montanha e
deitou-a debaixo da Bodhi.
Quando a borboleta acordou, olhou para cima e viu folhas, olhou para os
lados e viu a imensidão azul escuro do firmamento noturno, olhou para frente e
viu um lago. Sentiu sede. Quando chegou ao lago para saciar-se, à lua da lua viu-se
refletida; e alada. De tão feliz que ficou, voou; de início muito sem jeito
(até parecia uma barata voando), mas depois já habituada novamente à maravilha
de ter asas. Viu que estava na montanha, mas não sabia como tinha chegado lá.
Olhou para a árvore onde estivera deitada abaixo, viu a coruja, que sorria para
ela em cima de um galho da árvore santa. Voou por entre as folhas até chegar à
copa, postou-se sobre uma folha, ruflou as asas que Deus tinha lhe dado e voou
tão alto, mas tão alto, que ultrapassou a altura de seus sonhos.
Enquanto isso, na terra abaixo dos sonhos, um formigueiro em forma de
castelo e ao pé do mesmo, duas formigas – Doutora Marilene Monteiro Vieira e
Nena de Castro – discutem:
- Somos castelãs; senhoras de Ipatinga. – Disse uma formiga empertigada,
com brincos de rubis nas antenas, vestindo Daslu e com bolsa Louis Vuitton. – Somos
as donas da Engeminas.
- Pois somos formigas operárias. – Respondeu uma formiga séria, com
brincos de bijuteria, vestindo Daspu e com um celular na patinha. – Somos as construtoras
da cidade.
- Vocês formam a plebe rude, isso sim. Não constroem a história porque não
passam de formigas operá...
- Sim, somos sim! E temos orgulho disso. E,
En español
Era una vez una mariposa
que volaba, volaba. Un día se enfermó, perdió las alas y ahora anda por la
floresta arrastrándose y pidiendo ayuda a alguna varita mágica que le dé sanas
y nuevas alas. Tenía el sueño de volar nuevamente.
- Amiguita, no llores; aprenda
a vivir sin ellas. – Le aconsejó la mariquita Val.
Posita, así si llamaba
la mariposita, y su amiga Val estaban cerca de un hormiguero semejante a un
castillo. Al pie del mismo, dos hormigas discutían. Sin embargo, eso es
historia para después.
Posita vivía a preguntar
a todos los animales que pasaban cerca de ella si no conocían alguna cosa que
pueda darle nuevas alas y nadie le contestaba afirmativamente. Sin embargo, un
día la suerte le sonrió:
- ¡Hola, dueña Lechuza! Mi
nombre es Posita. ¿Puedo hacerle una pregunta?
- ¡Hola! Mi nombre es
Búho y soy una lechuza de España de vacaciones en Perú. ¡Pregunte!
- Perdí mis alas y estoy
en búsqueda de alguna cosa que pueda dármelas otra vez. ¿Usted conoce lo que me
pueda ayudar? – Así habló la mariposa entusiasmada.
- ¡Sí, claro! Ayer tuve
una cita con las lechuzas ancianas de Perú y me contaron muchas historias y
leyendas de las Américas. Mariposita, dijeron que el cumbre de aquella última montaña
lleva un frondoso Bodhy con poderes renovadores. Pero, muchachita, para que
seas bendita por la magia tendrás que subir de la raíz hasta la copa del Bodhy
y aún me dijeron: “cuando alguien llega a la cumbre del Bodhy todos sus deseos
y ganas se realizan. Pero, al contrario do que platican los animales, no
creemos que la magia acontezca en la copa, pero sí en todo el trayecto
renovador de sus esfuerzos”.
- ¿Qué es un bodhy?
- Es el árbol sagrado donde
Buda nació y las lechuzas trajeron cinco muditas para Suramérica y la plantaron
en Brasil, Perú, Chile, Argentina y Uruguay.
Posita estaba tan feliz
por tener descubierto la solución de sus problemas que hasta se olvidó de
agradecer a la lechuza. Sin embargo, dueña Búho no se lastimó y voló sonriendo.
Mientras se esforzaba para ser rápida, la mariposa encontró su amigo lagarto
que echaba gusarapos por la boca.
- Lizard, mi amigo, ¿qué
te ha dejado tan molesto?
- Olvides, eso, Posita.
Yo quiero quitar un nadie de mi cabeza… Y encontrarte puede ser la manera de
conseguirlo. ¿Qué te pasas? Y la mariposita le explicó punto por punto sus
ganas.
- Amiguita, suba en mis
espaldas y la llevaré hasta al riachuelo que se queda al pie de la montaña.
- ¡Vale!
Y Posita escaló las
espaldas de Lizard. Llegando al arroyo, la mariposa brincó hasta al suelo y de
esa vez recordó de agradecer. Y sintió unas picaditas en sus pequeños umbros.
En la orilla del arroyuelo Posita miraba el agua y mientras pensaba en como
cruzar el regato, su amigo Toad, un sapo muy guapo y de la realeza británica,
se acercó de ella.
- Hello, little friend! How
are you?
- Necesito ayuda para alcanzar
la otra orilla del arroyuelo…
- Tu deseo es una orden.
Te arribes en mis espaldas y la cargaré hasta allá.
- ¡Ojalá! Tú eres un gentlefrog…
En la hierba, Posita le
agradeció y sintió una picadita, ahora un poco más fuerte, en sus umbros.
“¿Cómo llegaré al pie de la montaña? No obstante las ayudas de mis amigos
todavía estoy agotada”. Mirando alrededor ella vio Mole, su amigo topo; él la
trasportó feliz por ser útil y en la base de grande roca, el topo se fue sonriendo
mientras ella agradecía. Otra vez más el umbro se quedó picando, ahora más
fuerte.
Sin nadie cerca de si,
Posita empezó a subir con sus propias fuerzas. El día se acercaba cuando
nuestra heroína, exhausta, alcanzó mitad del trayecto y desmayó. El día llegó y
se fue y ella allí, caída.
Ya noche plena, la
lechuza volaba triste admirando el paisaje destruido por los hombres. Es
posible que la floresta tenga se cambiado en papel… Papel moneda o papel
higiénico, no lo sé. Sin embargo sé que higiénico o moneda, muchas veces el
papel hace la misma cosa… Y siempre menos que el papel de libro.
En el suelo, sucia y con
las antenas caídas en una piedrita, estaba nuestra mariposita. Pero, muchos
colores vivos la envolvían. Dueña Búho bajó hasta ella, la asió cuidadosamente
con el pico, la transportó a la cumbre de la montaña y la acostó bajo del
Bodhy.
Al despertar, miró
arriba y vio hojas, miró para todos los lados y vio la inmensidad azul oscuro
del firmamento nocturno, miró su frente y vio un lago. Sintió sed. Caminó hasta
el lago para saciarse y a la luz de la luna se vio reflejada… y alada. En aquél
mismo rato voló. Rio de su manera borracha de volar (hasta parecía una
cucaracha volando); pero, no tardó a empezar a volar bonito y sonriendo se
elevó más alto sintiendo toda la alegría y toda maravilla de tener alas.
Percibió que se quedaba en la montaña, mas hasta ver dueña Búho en el árbol
santo, no sabía cómo había llegado allá. Las dos amigas cambiaron sonrisas y
Posita voló entre las hojas hasta la copa, se acostó en una hoja, latió las
alas que ganó de Dios y voló tan alto, pero tan alto, que ultrapasó la altura
de sus sueños.
Mientras eso, en la
tierra bajo de los sueños, un hormiguero semejante a un castillo. Al pie de él,
dos hormigas – Doctora Marilene Monteiro Vieira y Nena de Castro – discuten:
- Somos castellanas;
señoras del Perú. – Dije una hormiga soberbiosa, con pendientes de rubís en las
antenas, vistiendo Daslu¹ y con bolso Louis Vuitton. – Somos las dueñas de Cusco.
- Pues somos hormigas
operarias. – Contestó una hormiga seria, con pendientes de fantasía, vistiendo
Daspu¹ y con un teléfono celular en la patita. – A gente es la constructora de
la ciudad.
- Vosotras son la plebe ruda,
eso sí. No construyeron la historia porque no pasan de hormigas opera…
- ¡Sí, somos sí! E
tenemos orgullo de eso. Y,
Ofereço como presente de aniversário a
Daniele Roza, Douglas Brasil, Paola Kiro, Nanda Abrahão, Karine
de Morais, Terezinha D. Byrro, Marrione Warley, Thays Júnia, Aline Alves, Diana
Duarte, Dalgreis Lage, Thaís Cristina e Mariana C. Leite.
Recomendo a leitura de “Antiga Cantiga”, de Bispo Filho:
A ideia original veio de quatro ou cinco frases em
português de Maria do Carmo Pereira Coelho. É uma criação coletiva de Rubem
Leite e Vinícius Siman. E a recriação em espanhol é de Rubem Leite.
¹ Daslu y
Daspu son dos tiendas famosas en Brasil. La primera solamente vende ropas y
accesorios carísimos para mujeres de la alta sociedad. Ya Daspu es una sigla
que puede ser traducida por “De las putas” y vende ropas hechas por las profesionales
del sexo para todas las personas que tienen poca plata.
Imagem “Noite Estrelada”, de Vincent Van Gogh:
Escrito entre 13 de junho de 2015 e 18 de janeiro
de 2016. Viva, Santo Antônio.
Um comentário:
Como não gostar de Oleta e seus amigos... Como não prestar atenção na discussão das formigas... O mundo é assim, uns trabalham e outros sonham... Oleta consegui encontrar os seus sonhos... Etu Poeta Arteiro encontrou os Teus? Linda semana Rubem Leite.
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