Potira
itapitanga.
Em português
Sugiro que ouça:
“Dois pra lá, dois pra cᔹ – https://www.youtube.com/watch?v=3yhMNe6RyAk
Em a meia-noite a lua
cheia olha a terra e pensa coisas muito sedutoras para seu deleite e de sua
enamorada. Coisas que o sol muito gostaria de ver...
No mundo uma sombra
desliza entre as ruas, sobe as árvores e se encosta nas paredes das casas até
encontrar o amor de toda uma vida, a vida de suas vítimas. Para seus ouvidos
nada é melhor que os gemidos de prazer das gargantas penetradas por seus longos
dentes brancos ao se banharem do vermelho líquido enquanto seu viril líquido, o
verdadeiro líquido da vida, revitaliza seus amores para a eternidade.
Já Ana Madalena até que
teve uma noite agradável, mas agora anda apressada, pois a sociedade a culpará
se algo lhe acontecer. E ela se sentirá culpada por culpa da sociedade, pela
culpa da sociedade, pelo que é culpa da sociedade.
Olhos e longos cabelos
castanhos, pele amulatada, baixinha, roliça, bonita. Salto vermelho não muito
alto; saia vermelha até os joelhos; camisa rosa com rosadas rosas estampadas e de
mangas compridas, adequada à noite não muito fria do final de julho. Brincos
imitando brilhantes, iguais ao colar e ao anel. Não é visível nem perceptível,
mas o curativo no calcanhar não lhe ajuda a andar.
Uma sombra surge diante
de Ana e um vapor parece se condensar formando um corpo. “As cervejas foram
demais. Só pode ser isso”. Pensou e pensa: “Afinal como vapor pode virar um
corpo? É o efeito da lua e das cervejas”. A lua sorri.
Um lindo homem de cabelos
e olhos negros, roupas escuras, pele branca e sorriso claro surge de onde
estavam a sombra e o vapor. Ela sente medo. E ele fala. E sua inebriante voz
some o medo. O homem estende a mão, ela o pega. Beijam-se e voltam para a boate
onde Ana estava até agora.
A noite está fria. Sua
alma também. Mas a voz do homem a aquece e a leva para a pista de dança. O
coração de Ana palpita forte, sua cabeça roda, o olhar do homem a sustenta. E dançam
com as mãos dele no pescoço dela, seus lábios se tocando e seus olhos se
admirando. E dançam com as mãos dele nos seios de Ana e os lábios do homem no
pescoço dela, levando-a um suave gemidinho. De olhos fechados é guiada pelo salão
e depois para fora da pista, até a mesa. O homem pede uma bebida, uísque com
guaraná para Ana. E ele volta a bebê-la; enchendo-a de tremores gozosos.
Espaçados, demorados.
Os dois se levantam, saem
para a rua; em sombra e vapor vão à casa de Ana. Gemidos gozosos. O vermelho
líquido vital e os longos dentes brancos. Gemidos gozosos. O viril líquido
vital imortalizando seu novo amor eterno. Gemidos gozosos.
Oito horas da manhã Ana
Madalena é encontrada só em sua cama. Se morta ou viva que sua imaginação lhe
diga. Mas eu gostaria de encontrá-la em minha janela em uma linda noite de lua.
En
español
Sugiero que oiga:
“Dois pra lá, dois pra
cᔹ – https://www.youtube.com/watch?v=xh-d6HnHHjc
En la medianoche la luna llena fija la tierra y piensa cosas muy
seductoras para su deleite y de su enamorada. Cosas que al sol mucho le agradaría
mirar…
En el mundo una sombra desliza entre las calles, sube los árboles y
acosta en las paredes de las casas hasta encontrar el amor de toda una vida, a
vida de sus víctimas. A sus oídos nada es mejor que los gemidos de placer de la
gargantas penetradas por sus largos dientes blancos al bañaren del rojo líquido
mientras su viril líquido, el verdadero líquido de la vida, revitaliza sus
amores para la eternidad.
Ana Madalena hasta que tuve una noche agradable, pero ahora camina
apresurada, pues la sociedad la culpará si algo acontecerle. Y ella si sentirá
culpada por culpa de la sociedad, por la culpa de la sociedad, por lo que es
culpa de la sociedad.
Ojos y largos pelos castaños, piel de canela, bajita, rechonchita,
bonita. Tacón rojo no mucho alto; falda roja hasta las rodillas; camisa rosa de
rosas rojas estampadas y de mangas largas, adecuadas a la noche no mucho fría
del final de julio. Pendientes imitando brillantes, iguales al collar y al
anillo. No es visible ni perceptible, pero el vendaje en el calcañar no la
ayuda a caminar.
Una sombra surge delante de Ana y un vapor se condensa formando un
cuerpo. “Bebí cervezas demás. Solo puede ser eso”. Pensó y piensa: “No es
posible un vapor cambiarse en cuerpo. Es el efecto de la luna y de las
cervezas”. La luna sonreí.
Un guapo hombre de pelos y ojos negros, ropas oscuras, piel blanca y
sonrisa clara surge en el lugar adonde estaban la sombra y el vapor. Ella
siente miedo. Y él habla. Y su ebriosa voz sume el miedo. El hombre extiende la
mano, ella la toma. Se besan y se vuelven para el cabaré donde Ana se quedaba
hasta ahora.
La noche está fría. Su alma también. Pero, la voz del hombre la calienta
mientras la conduce a la pista de baile. El corazón de Ana late fuerte, su
cabeza rueda, la mirada del hombre la sostiene. Y bailan con las manos de él en
el cuello de ella, sus labios tocándose y sus ojos mirándose. Y bailan con las
manos del hombre en los senos de ella y los labios de él en el cuello de Ana,
conduciéndola a un suave gemidito. De ojos cerrados es guiada por el salón y
después para fuera de la pista, hasta la mesa. El hombre pide una bebida,
whisky y guaraná para ella. Y se vuelve a beberla; enriqueciéndola de
temblantes gozos; espaciados, demorados.
Los dos se levantan, salen para la calle; en sombra y vapor se van a la
casa de Ana. Gemidos gozosos. El rojo líquido vital y los largos dientes
blancos. Gemidos gozosos. El viril
líquido vital inmortalizando su nuevo amor eterno. Gemidos gozosos.
Ocho horas de la mañana Ana Madalena es encontrada sola en su cama. Si
muerta o viva que tu imaginación le diga. Pero, me encantaría hallarla en mi
ventana en una linda noche de luna.
Ofereço como presente
Ma Ferreira, Eliberto
Campos, Martin D. Ramirez, Freddy Cosme, Camile Gracian, Cioli F. Rodrigues, Cristiane
Martins, Douglas Evangelista, Letícia S. Bastos e Andriely Ketule.
¹ Dois pra lá, dois pra cá.
Composição de João Bosco e Aldir Blanc.
Escrito entre 16 de maio de
2014 e 31 de julho de 2016.
Um comentário:
Gostei do texto... Diversifica a realidade e a ficção... Ana Madalena é a perfeição que imagino de uma linda mulata... O VAMPIRO amoroso dança muito bem, a muito erotismo nos atos do casal e a cena carnal no quarto de Madalena uma perfeição... Resultado um belo conto ficcional... Adorei a leitura e posso arimar que todos os textos "areteiros" que li estavam próximos da perfeição. Parabéns Rubem Leite.
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