EL CANTANTE DE DIOS
Potira itapitanga.
Os argumentos da burrice são tão disparatados que até
tonteiam uma pessoa instruída. Emília quis argumentar com o coronel, mas não
viu caminho. Por onde entrar dentro de semelhante quarto escuro?
(LOBATO, 1997)
Em português
-
God is good. God is very, very good. Devil is bad. Devil is very, very bad. – O
traficante canta caminhando pela rua. – Angel is good, is very, very good. People are bad, are very, very
bad. I am a bad angel because I am people. I am a bad angel because I am
people. I sing devilish song of love. I sing angelic song to crack rock. My God
is rock, rock, rock. May God is good. May God is good. May God is good, good,
very good crack rock.
- Que cê tá cantano?
- Estou cantano nossa história.
- Ocê tá falano da gente? Ai, que lindo. Ocê é
inteligente, sabe até ingleis.
- Thanks!
I am the best.
- Besta?
-
Best, baby. Best! And I say more. I will tell a poem “I have at hand
transformations tools pencil paper. For now my pencil doesn’t catches
butterflies and on my paper no red roses. Un-sat-is-fied only stones disguised
as words”¹.
- Ai, que lindo! Mas vamu falá em portugueis porque
nun tô intendenu nada.
- Certo. Você tá certa. Cadê meu dinheiro!?
Um pássaro canta. No mesmo momento da história acima
e do canto do pássaro estou conversando com Raul, um argentino que mora perto.
E ele me diz:
- ¿Por
qué ser el único país de Latinoamérica a no hablar español? Brasil tiene que
hablar español… ¡Es necesario evolucionar!
- Realmente! É um dos poucos países latino-americanos
que não fala espanhol. Porém, em quilômetros quadrados, a América Latina tem
mais de vinte e um milhões de quilômetros de área. O Brasil possui uma área
muito acima de oito milhões de quilômetros. Ou seja, bem mais de um terço da
América Latina. Argentina, o lindo e segundo maior país da América Latina, tem
menos de um terço do Brasil; com quase três milhões de quilômetros. Também não
se sabe exatamente quantos países existem na América Latina porque alguns ainda
são colônias, ou territórios ou porque o mundo não os reconhece como países.
Mas é seguro dizer que pelo menos vinte. Ah, e o Brasil possui vinte e seis
estados. Sendo que Argentina não chega a ser o dobro do Amazonas, nosso maior
estado. Minas Gerais, o quarto maior estado e segundo mais populoso, possui
mais de meio milhão de quilômetros quadrados; mais ou menos duzentos mil
quilômetros menor que Chile e mais ou menos trezentos mil quilômetros maior que
Uruguai, o menor, mas lindo, país da América do Sul. Ai, como amo Uruguai.
Cara! Gostei muito de ter conhecido Uruguai, Argentina, Chile e Peru. Um dia
quero voltar a visitá-los e a conhecer os demais países.
-
Pero... Es el único país a no hablar español… Es tan solitario…
- Não somos o único a não falar espanhol e apesar de
sermos o único que fala português, cada estado nosso é do tamanho de um país.
Não somos solitários. Nós nos bastamos...
-
Cuanta vanidad… ¡No seas aburrido ni molesto!
Um pássaro canta. No mesmo momento das duas histórias
acima e do canto do pássaro outra pendenga começa na rua.
- Me dá um real, meu amor. Ô meu amor, me dá um real.
Me dá um real, meu amor. Ô meu amor, me dá um real. Me dá um re...
- Vê se num enche, peste!
- Me dá um real, meu amor. Ô meu amor, me dá um real.
Me dá um real, meu amor. Ô meu amor, me dá um real.
- Sai, praga!
- Eu entrei no carro concê. Mereço pelo menos dois
real. Me dá dois real, meu amor. Eu entrei no carro concê ifiz tudo quicequis...
Me dá dois real, meu amor. Ô meu amor, me dá dois conto. Me dá dois real, meu
amor. Eu entrei no carro concê. Mereço pelo menos dois real. Me dá dois real,
meu amor.
Enquanto isso, a discussão entre o brasileiro e o
argentino se encerra sem raivas. Mas o cantor e sua fã continuam o imbróglio em
outro ponto da mesma rua:
- Toma aqui pelas pedra que pegô i num pagô...
- Ai! Num bate não que tô duente. Num bate mais, por
favor. Fale ingreis, fale ingreis, por favô e num bate mais.
O pássaro para de cantar e levanta voo.
En español
-
God is good. God is very, very good. Devil is bad. Devil is very, very bad. – El traficante canta mientras camina
por la calle. – Angel
is good, is very, very good. People are bad, are very, very bad. I am a bad
angel because I am people. I am a bad angel because I am people. I sing
devilish song of love. I sing angelic song to crack rock. My God is rock, rock,
rock. May God is good. May God is good. May God is good, good, very good crack
rock.
- ¿Qué
estay cantando?
-
Estoy cantando nuestra historia.
- ¿Estás
hablando de la gente? ¡Ay, qué lindo! Tú es inteligente, sabe hasta inglés.
-
Thanks! I am the best.
- ¿Bestia?
-
Best, baby. Best! And I say more. I will tell a poem “I have at hand
transformations tools pencil paper. For now my pencil doesn’t catches
butterflies and on my paper no red roses. Un-sat-is-fied only stones disguised
as words”¹.
- Ay,
¡qué lindo! Pero, vámonos charlar en español porque no estoy comprendiendo
nada.
-
Cierto. Tú estás cierta. ¡¿Dónde está mi dinero?!
Un
pájaro canta. En lo mismo rato de la historia arriba y del canto del pájaro estoy
platicando con el brasileño Benito y él habla:
-
¡Estoy encantado con Argentina!
-
¡Gracias! ¡Qué bueno que te gustas!
- Latinoamérica
tiene en quilómetros cuadrados más de veintiún millones de quilómetros de área.
El Brasil posee un área mucho mayor que ocho millones de quilómetros cuadrados.
O sea, más de un tercio de Latinoamérica. Argentina, su lindo país y el segundo
mayor de Latinoamérica, posee menos de un tercio de Brasil; con casi tres
millones de quilómetros cuadrados. No se sabe cuántos países hay en
Latinoamérica porque algunos son colonias, o territorios o porque el mundo no
los reconoce como países. Pero, es seguro decir que por lo menos veinte. Y el
Brasil posee veintiséis provincias. Argentina es casi el doblo de Amazonas,
mayor provincia de Brasil. Minas Gerais, la cuarta mayor provincia y segunda
más poblada, posee más de medio millón de quilómetros cuadrados; más o menos
doscientos mil quilómetros menor que Chile y más o menos trecientos mil
quilómetros mayor que Uruguay, el menor, pero lindo, país de Sudamérica. Ay,
caray, ¡cómo amo Uruguay! ¡Hombre! Me encanté en tener conocido Uruguay, Chile,
Perú y ahora Argentina. Es una lástima tener que volver al Brasil sin conocer
los otros países de Latinoamérica.
- Cuanta
vanidad… ¡No seas aburrido ni molesto! Brasil es el más grande país de
Latinoamérica. Pero, ¿por qué ser el único país de Latinoamérica a no hablar
español? Brasil tiene que hablar español… ¡Es necesario evolucionar! Es el
único país a no hablar español… Es tan solitario…
-
¡Oh, no! Perdóname se lo hice pensar que estaba siendo presumido. Brasil es
maravilloso, pero no es mejor que los otros países. ¡No, jamás! Me encanta la
diversidad mucho más que la igualdad. Y no somos solitarios porque hay muchas
provincias y pienso y siento que se en Latinoamérica todos hablasen portugués o
se todos hablasen español seríamos más pobres que ricos.
Un
pájaro canta. Al mismo momento de la historia arriba y del canto del pájaro otra
querella en la calle empieza.
- Me
dona una platina, mi amor. Amor mío, me dona una platita. Me dona una platina,
mi amor. Amor mío, me dona una platita. Me dona una plat…
- No
me enfades, ¡peste!
- Me
dona una platina, mi amor. Amor mío, me dona una platita. Me dona una platina,
mi amor. Amor mío, me dona una platita.
-
¡Salga, plaga!
- Entré
con tú en tu coche. Merezco por lo menos dos platitas. Dóname dos platitas, mi
amor. Entré en tu coche con tú e hice todo que has querido… dóname dos
platitas, mi amor. Amor mío, dóname dos platitas. Dóname dos platitas, mi amor.
Entré en tu coche con tú. Merezco por lo menos dos platitas. Me dona dos
platitas, mi amor.
Mientras
eso, la discusión entre el Benito y Raúl se encierra sin rabias. Pero, el
“cantante” y su fan continúan el embrollo en otro punto de la misma calle:
-
¿No me pagas las piedras? Entonces las te pago yo…
-
¡Ay, ay, ay! No me golpeas que estoy enferma. No me golpeas más, por favor.
Hables inglés, hables inglés, por favor y no me golpeas más.
El
pájaro para de cantar y levanta vuelo.
Ofereço como presente aos aniversariantes
Jaeder T. Gomes, Isac Silva, Fernanda La Noce, Eder M.
Loures, Rodrigo Neiva, Chicão Fidideus, Vera Pagani, Carla L. Barros, Carmem L.
Mafra, Daniel Silveira, Savio Tarso, Fernanda Hergis e Manuel Ayala.
Recomendo a leitura de “Um ano de lama e luta”, de Vinicius
Siman; “E assim descaminha a humanidade”, deste que vos fala (também em
espanhol); “O brilho da careca de Lênin em lataria de ambulância”, de Sued; “Bem-te-vi”,
de Bispo Filho; e “Vício”, de Xúnior Matraga. Respectivamente nos endereços:
LOBATO, Monteiro. Serões de Dona Benta. 22 ed. São Paulo:
Brasiliense, 1997, cap. XXII.
¹ BARBOSA, Jurandir.
Quase Verbo. 2ª ed. São Paulo:
Catromano, 2015. Poema Partner.
Escrito entre 07 de junho de 2015 e 13 de novembro de 2016.
Um comentário:
Oh, que maluco isso! E que forte e pesado, também! E tristinho, sim. Ahhh
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