domingo, 19 de março de 2017

HOMEM COM GARRAFA EM PASSOS TRÔPEGOS

Hombre con botella en pasos torpes


Em português

Raios de luz na folha
Sol na janela pra rua
As flores não há quem colha
Amores pra dama nua.

Pleno céu de lua distante
Ainda assim nuvens vermelhas
Donde vem o que te alumia?
Penso, sendo ou não – eu –, importante.

Jovens e artistas falam
– Porque não têm o que dizer –
Ai! Que saudade (?)
Dos maus tempos da Ditadura.
Jovens e artistas
Falavam por terem o que dizer.

A fábrica ruge
A política gozosa geme
Feio, frio, povo, treme
Reagir urge.

Trem com coisas em linha reta
Carros com gente em linha reta
Formigas com folhas em linha reta
Homem com garrafa em passos trôpegos.

Luz de poste
Mais poças d’água
E pingos de chuva
São pirilampos beijando asfalto.

Despetala a flor
Semente se perde ao vento
Fala e fala o professor...
Alunos se perdem no tempo.

Cantam carros na madrugada
Encantam pássaros ainda no escuro
Desencantam alunos em vanguarda
Professor, vida em obscuro.

Sou um poço de delicadeza
Talvez me encontre no fundo do poço
Sou um oceano de sensibilidade
Talvez me encontre afogado no oceano.

Minha leitura do poema em português:


En español

Rayos de luz en hoja
Sol en la ventana para calle
Las flores no hay quien coja
Amores para dama desnuda

Pleno cielo de luna distante
Todavía así nubes rojas
¿Dónde viene que te alumbras?
Pienso, siendo o no – yo –, importante.

Jóvenes y artistas hablan
– Porque no tienen nada a decir –
¡Ayayay! (¿)Cómo extraño(?)
Los malos tiempos de la Dictadura.
Jóvenes y artistas
Hablaban porque tendieron que decir.

La fábrica ruge
La política gime gozosa
Feo… frío… pueblo… tiembla… ¡agoniosa!
Actuar urge.

Tren en línea cierta
Coches con gente en línea cierta
Hormigas con hojas en línea cierta
Hombre con botella en pasos torpes.

Luz del poste
Más pozas de agua
Y pizcas de lluvia
Son luciérnagas besando asfalto.

Flor sin pétalas
Semillas se pierden al viento
Habla y habla el maestro…
Alumnos se pierden en el tiempo.

Cantan coches en la madrugada
Encantan pájaros todavía en el oscuro
Desencantan alumnos en vanguardia
Maestro, vida en obscuro.

Soy un pozo de delicadeza
Tal vez me encuentre en fondo del pozo
Soy un océano de sensibilidad
Tal vez me encuentre ahogado en el océano.

Mi lectura del poema en español:


Ofereço como presente aos aniversariantes
Jeferson Adriano, Paulo Bonfá, Marcelo Oliveira, Eliane JM Santos, Patrícia Loures, Aldrin G. Martins, Marcio GMS Mendes, Mariza Batista, Glória Mª Anchieta, Maria Cloenes, Clementina Santos, Ricardo D. Cunha, Israel Brandão, Davi Paiva, Raphael A.L. Macedo, Camila Valadares, Ana L. Pena, Ranulfo L. Gonçalves, Marco Abreu, Murilo Cruz e Maria Cabral.

 Recomendo a leitura de “Há de Haver”, de Bispo Filho; “Noa”, deste que vos fala; “Carcaça”, de Sued; “Dois”, de Xúnior Matraga.

Recomendo os vídeos filmados no AVESSO (bar no Centro Comercial do Cariru, Ipatinga MG). Apresentações musicais de GANGA BRUTA, de Sete Lagoas MG:


Escrito entre 18 e 25 de abril de 2016. Trabalhado entre os dias 17 fevereiro e 19 de março de 2017.

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