Pelo fim da violência contra artistas de rua.
Por não outros mais oitenta tiros...
E pelo fim do culto à ignorância e ao ódio.
Uma folhagem roxa de flores lilás plantada em uma
panela na janela da sala dos professores, despercebida transmite serenidade nos
momentos de aula. Mas é noite e todas as salas estão vazias enquanto as
poltronas do ônibus têm ocupantes. Vão à Milho Verde. Todos em suas melhores
roupas limpas e velhas.
O professor não. Parece uma vela acesa com suas sandálias
de couro com brancas tiras ímpares e pretas tiras em pares; veste calça vermelha
e camisa bicolor: Amarelo na barra e branco em cima. Sua cabeça toda pintada de
azul. Ou seria ele uma estrela? Sol forte.
Da extravagante figura há quem não ria?
Machado de Assis, José de Alencar e Rui Barbosa
discutem no mais além.
- A essa vela há que apagar-se.
- Não que não.
- Pergunte à vela.
- Vela, apague-se! – Apoiado por Barbosa, ordena
Alencar.
Se me apago
Ouvirão dos mulatos e dos índios
Os seus cantos.
E se te forem pouco
– porque para vocês isso nada basta –
Eles e os outros perseguidos
Me acenderão.
Consternados, Barbosa e Alencar se multiplicam em
milhões de rostos que se creem melhores; pobres de direita.
Assis se multiplica em outros rostos, cores e
sexualidades. Um terço que se reconhece, valoriza e busca outros lugares.
Espalha-se!
Mas a escola conta com suas flores para não ficar vazia.
Ofereço como presente ao aniversariante Sérgio Campos.
Ofereço também aos meus recentes amigos de fb: Mia
Oliveira, Nívia Paula, Vilma Pereira e Gabriel Miguel.
Recomendo a leitura de:
“O Estranho Apartamento do Professor Clodoberto”, de Rosana
Rios. São Paulo: Giz Editorial. www.gizeditorial.com.br
“68 Anos e o Ano 1968”, de Javier Villanueva:
"A Matéria Vida Era Tão Fina", deste macróbio que vos fala:
No
dia 15 de janeiro de 2019 o Governo Federal brasileiro assinou seu primeiro
decreto. Este facilita o porte de armas por praticamente qualquer um.
Já
um ex-presidente, agora preso político, teve como primeiro decreto o combate à
fome.
Título: LOOS, Pedro. Por
que não existem estrelas verdes. Disponível https://universoracionalista.org/por-que-nao-existem-estrelas-verdes/
. Acesso 14 Abr 2019.
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo
domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura,
Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias
do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de
Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos
artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”,
“Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua
Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do
Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões,
Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Flores na Panela – duas fotos do autor;
Rubem de chapéu – foto de Vinícius Siman.
Este texto nasceu de um sonho que me despertou no meio da
madrugada do dia 16 de janeiro de 2019. E foi trabalhado no dia 05 de fevereiro
e depois entre 10 e 14 de abril do mesmo ano.
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