domingo, 11 de julho de 2021

PLANETA SILENCIOSO

 

Nove e meia da manhã a escola liberou a saída dos alunos e dos professores para o recreio. O sol estava com a quentura típica de quase meio de julho; um calor que queima sem aquecer. Desconfortável a céu aberto e frio à sombra.

Quase todos já tinham comido e estavam brincando. E todos embarulhando a maior parte da escola. Exceto quatro alunos; três do nono ano e um do sétimo.

Um deles é um vívido planeta com dois satélites a sair de sua órbita e indo ao encontro de um planeta silencioso.

- Deixe o monstro dormir. Não o acorde.

Riram.

- Você não me vê? Não me enxerga?

- Não!

- Então não precisa de olhos... 

- Como uma criança conseguiu machucar tanto assim?

À voz ríspida outra – baixa como um cochicho – responde:

- Todo mundo tem um monstro dormindo dentro de si. Ele acordou. Mas voltou a dormir. – Pausa. – Espero que nunca mais alguém o acorde outra vez. – Pausa. – Agora estou leve.

 

 

En español:

PLANETA SILENCIOSO

 

Nueve y media de la mañana, la escuela autorizo la salida de alumnos y maestros para el recreo. El sol estaba ardiendo, típico de casi mitad de julio; un calor que quema sin calentar. Inconfortable al cielo abierto y frío a la sombra.

Casi todos ya habian comido y estaban jugueteando. La mayoria alborotando casi todos los rincones de la escuela. Excepto cuatro pibes; tres de quince años y uno de trece.

Uno de ellos es un vívido planeta con dos satélites a salir de su órbita y llendo al encuentro de un planeta silencioso.

- Dejen el monstruo dormir. No lo despierten.

Rieron.

- ¡Vos no mirás! ¿No me ves?

- ¡No!

- Entonces no necesitas de ojos… 

- ¿Cómo un chico puede lastimar tanto?

La otra voz ríspida  – baja como un susurro – contesta:

- Todos llevan un monstruo dormido dentro de sí. El mío despertó. Pero volvió a dormir. – Pausa. – Espero que nunca más alguien lo despierte otra vez. – Pausa. – Ahora estoy liviano.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Cida Lima, Solange Maria, Paulo G.C. Pimenta e Pablo Figueroa.

 

Recomendo a leitura de:

“O Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. Editora Autêntica.

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”. Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Andres Garcia é revisor em espanhol. Natural da Colômbia e estudou até o quinto semestre de Licenciatura en Filosofia.

Imagens:

Desenho do monstro pelo autor; feito em 10-7-21;

Do autor pelo autor.

 

Escrito na tarde de 23 de maio de 2021 e trabalhado entre os dias 10 e 11 de julho do mesmo ano.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom com O sempre!!