Nove e meia da manhã a escola liberou a
saída dos alunos e dos professores para o recreio. O sol estava com a quentura
típica de quase meio de julho; um calor que queima sem aquecer. Desconfortável
a céu aberto e frio à sombra.
Quase todos já tinham comido e estavam
brincando. E todos embarulhando a maior parte da escola. Exceto quatro alunos;
três do nono ano e um do sétimo.
Um deles é um vívido planeta com dois
satélites a sair de sua órbita e indo ao encontro de um planeta silencioso.
- Deixe o monstro dormir. Não o acorde.
Riram.
- Você não me vê? Não me enxerga?
- Não!
- Então não precisa de olhos...
- Como uma criança conseguiu machucar tanto
assim?
À voz ríspida outra – baixa como um
cochicho – responde:
- Todo mundo tem um monstro dormindo dentro
de si. Ele acordou. Mas voltou a dormir. – Pausa. – Espero que nunca mais
alguém o acorde outra vez. – Pausa. – Agora estou leve.
En español:
PLANETA SILENCIOSO
Nueve y
media de la mañana, la escuela autorizo la salida de alumnos y maestros para
el recreo. El sol estaba ardiendo, típico de casi mitad de julio; un
calor que quema sin calentar. Inconfortable al cielo abierto y frío a la
sombra.
Casi todos
ya habian comido y estaban jugueteando. La mayoria alborotando casi todos los
rincones de la escuela. Excepto cuatro pibes; tres de quince años y uno de
trece.
Uno de
ellos es un vívido planeta con dos satélites a salir de su órbita y llendo al
encuentro de un planeta silencioso.
- Dejen el
monstruo dormir. No lo despierten.
Rieron.
- ¡Vos no mirás! ¿No me ves?
- ¡No!
- Entonces no necesitas de ojos…
- ¿Cómo un
chico puede lastimar tanto?
La otra voz
ríspida – baja como un susurro – contesta:
- Todos
llevan un monstruo dormido dentro de sí. El mío despertó. Pero volvió a dormir.
– Pausa. – Espero que nunca más alguien lo despierte otra vez. – Pausa. – Ahora
estoy liviano.
Ofereço como presente aos aniversariantes:
Cida Lima, Solange Maria, Paulo G.C. Pimenta e Pablo Figueroa.
Recomendo a leitura de:
“O Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. Editora Autêntica.
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog
literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura, Espanhol e
Artes. É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do
Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua
Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”. Autor dos artigos
científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e
Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola,
Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e
“Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro
Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Andres Garcia é revisor em espanhol. Natural da Colômbia e estudou até o quinto semestre de Licenciatura en Filosofia.
Imagens:
Desenho do monstro pelo autor; feito em 10-7-21;
Do autor pelo autor.
Escrito na tarde de 23 de maio de 2021 e trabalhado entre os dias 10
e 11 de julho do mesmo ano.
Um comentário:
Muito bom com O sempre!!
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