sexta-feira, 10 de junho de 2011

URGENTE? URGENTE SÃO A ARTE E CONTAR ESTRELAS!

Obax anafisa.

No momento temos uns bicos aqui com um amigo... E estamos firmes com as ações do coletivo aqui... Mas caminhando né! Não é o que paga nossas contas! rsrsrsrs! Mas a arte é urgente e isto é fato!

Thiago Lopes – artista de circo

compartilhando comigo um pouco de seu dia a dia.

Termino sempre, contando estrelas

Aceite minha companhia para tão nobre arte

E em tão nobre arte

Contar estrelas

Marina Mazzoni

em Brasil, Bem Minas – coluna MINEIRANDO

de 27 de maio 2011, revista Nota Independente

www.notaindependente.com.br


Os cachorrinhos correm atrás de outro na rua. Vão para o lugar proibido. A parte de baixo da rua Uberaba que dá no extinto Juá. A ex-zona boêmia que hoje é boca de fumo, boca de pó, boca de pedra. Obrigando-me a ir atrás deles. Obrigando-me a ver o que não quero. Obrigando-me a posicionar no que não quero. Obrigando-me a ser questionado pela consciência.

Quatro pessoas. Uma mulher escorada num poste de placa de um modo que apenas bêbados ou leso-cerebrais conseguem. Outra escorada na parede-muro do Inmetro. Outra sentada num degrau. Outro com um porrete levantado – Pau na mão de Paulo.

- Juro que não estou com nenhum dinheiro seu, Paulo.

- Confessa! Ou eu lhe desço o cacete.

- Pelos meus filhos, eu não fiquei com dinheiro nenhum. Entreguei tudo.

- Fala, vagabunda.

- Pelos meus filhos, eu respeito sua cara, Paulo.

- Então beija meus pés.

Respondendo à consciência volto para casa furioso com Vitório e Decidido por me colocarem nesta. Então... Então tomo meu café e me preparo para enfrentar o dia. Mas os dias passam como “ventanas en las mañanas” e eu tenho que dar aula:

Do estremo canto esquerdo ao fundo do palco o elenco se encontra congelado. Então se encaminha para frente e mais próximo do centro do palco. As colegas de Breguinha a ridicularizam pelas roupas que veste, pela classe social. Ela é complexada, tímida, covarde até e não faz nada. E depois voltam à posição neutra e no extremo canto direito ao fundo do palco os demais atores que estavam congelados vão para o canto direito à frente e mais próximo do centro do palco. Aí Drog tenta namorar Gata com as mais bobas cantadas “Seu pai é mecânico?” Ela responde “Não, por quê?” “É que você é uma graxinha”. Inicialmente Gata estava interessada, mas desiste por ver que ele é um usuário de drogas, já viciado e bobo. O que o faz se drogar ainda mais. O pai do rapaz é chamado e demonstra toda a sua agressividade, mostrando a causa do vício de Drog. Ponto importante, a violência ao filho é “feita” na platéia, fazendo-a “sentir” (imaginar) o horror que é a vida de Drog. Dias depois Drog vê Breguinha numa praça e dá uma cantada “Oi! Eu me chamo Alface, mas para você eu sou Facim”. Toda eufórica cai na lábia. E vão para o altar. Em casa, Drog repassa para Breguinha toda a violência que aprendeu. Levanta a mão para bater, mas ela implora. Drog se volta para a platéia, levanta o pé e diz, “então beija”.

Para você que me ler, o que fiz é válido, levar para o palco o que presenciei, denunciando (ou tentando) a violência? Ou acha que deveria ter entrado na confusão? Melhor, como você se posicionaria? Deixe um comentário ou mande para meu email ( arterubemleite@gmail.com ). Sua opinião. Para mim, é importante.


Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos

Elaine Cristina, Fabiane Arêdes, Claudiane Dias,

minha tia Bernadete Duarte e minha cunhada Margareth Leite.

E meus agradecimentos aos Thiago e Marina que me deram mote para o cronto.

Um viva aos namorados e namoradas. Viivaaa!

Escroto, digo, escrito entre 29 de maio a 10 de junho de 2011.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minhas flores para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

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