Obax anafisa.
- Benito, ¡mi hermano! Un secreto para
que tú escribas bien: no pienses. Deja que el bolígrafo baile
al compás de los latidos de tú corazón, que tus manos sean las luces y que ese
papel en blanco sea el salón donde el bolígrafo dance tus palabras.
Assim me disse
a poeta uruguaia Marosa Di Giorgio quando o vento tocava nossos cabelos diante
do mar. Ela, Alejandro Vera e eu estávamos olhando sem ver o Pólo Sul. Cada
qual sendo transportado por um vinho chileno ao começo de seu dia.
Penso no
Brasil, em um pé de manga florido e em um campo santo que esteve campo e não
santo. Eu vi e eu ouvi sem ser visto nem ouvido:
- Que bom que
você veio. – Disse Sabrina quando Kelly a abraçou.
- Quem
morreu?
- Carlinhos!
Conhece?
- Não!
- Pois é,
amiga. Ele era do babado. Agora foi ser renda lá no céu.
O pé de manga
estava florido no cemitério Senhora da Paz. Em Montevideo carvalhos verdejavam
e acácias floreavam.
- ¡Bueno! Yo soy Alejandro. –
O rapaz simplesmente me olha e minha mão continua estendida. – ¡Hola!
- ¡No te conozco!
- Yo sé, por eso estoy me presentando.
¡Soy Alejandro!
- Soy Banzo. – Responde sem
aperto e eu me afasto.
Ainda
volteando meus pensamento me levam a outro florido pé de manga e enquanto na
Biblioteca Pública Municipal de Ipatinga a associação de apoio da biblioteca promovia
um sarau comemorando o aniversário da cidade, eis que surgiu um poeminha:
A flor amarela brota
Em um avanço
sorrindo.
A flor, ela te
importa?
Sim! É Deus em ti
surgindo.
- Me gusta el canto de gallos. –
Alejandro nos retira dos devaneios. – Ayer los oír cantando alrededor de mi
casa. ¿Los oyó, Benito?
- Sim! Assim
proclamavam “sou forte!”, “sou lindo!”, “sou terrível!”, “venço tudo”. Inspirei-me
e deixo “meu galo interior” cantar “sou forte, sou lindo, sou terrível e venço
tudo!”.
- ¡Yo también hago así!
- ¡Nosotros también somos así,
Alejandro! ¡Somos artistas!
- Viva a
música, vivam as artes, vivam as letras!
E o vento
tocava nossos cabelos diante do mar enquanto o vinho nos transportava ao Pólo
Sul como pólem de flor de manga.
Ofereço aos
aniversariantes
Claudiane Dias, Moisés
Salatiel, Ubirathan Martins, Ana P.P. Bejar, Bryan S. Rodrigues, Luciana
Robatini, Raphael Vidigal, Sueli B. Dutra e Mª Lurdes F. Lopes.
Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é
minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras
preciosas.
Para conhecer alguma obra de Marosa Di Giorgio veja:
ttp://www.palabravirtual.com/index.php?ir=critz.php&wid=1217&show=poemas&p=Marosa%20Di%20Giorgio
Luis González me ajudou apontando onde melhorar gramaticamente os trechosem espanhol. Luis é natural
de Montevideo, Uruguay,
reside hoje com sua família em Belo Horizonte , Minas Gerais. É professor de idiomas e ensina história aos professores, mas isso são detalhes. O importante é que ele trabalha com comunicação,
fotografia, filmagem, edição de filmes, possui alguns livros publicados e tem uma família maravilhosa.
Luis González me ajudou apontando onde melhorar gramaticamente os trechos
Escrito entre
os dias 22 de abril e 10 de junho de 2013.
2 comentários:
Gostei muito das imagens e do existencialismo, ri tambem em alguns trechos e me fez lembrar a primeira página de EL GENERAL EN SU LABERINTO do ícone Gabriel Marques...Yo no oí los gallos..lembra? e a veia bucólica, a metalinguistica na lírica do poema inesperado...me diverti muito, amigo! Bravo
Gostei extremamente ! Rubem Leite, eu me transcendi para a cena e me vivendo aquela realidade. Bravo...bravissimo!!!!!!Amei!! continue postando para nós maravilhas como nós. Forte abraço!!!
Cássia Toledo
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