EL
BAILE DE LOS DÍAS
Pregarei
a minha incoerência
na
colheita da igualdade
Que
se despedaça com medo
da safra do
dividir.
Antonio Short
Potira
itapitanga.
Em português
- Oi! – Fala ao aproximar-se. – Estava ouvindo sua risada e fiquei
curioso. Do que estava rindo?
Olho o estranho sem sorrir.
- Desculpa! Não era minha intensão aborrecê-lo. Tchau.
- Não, não se vá! Não fiquei aborrecido. Somente fiquei surpreso. Não
havia percebido que estava sendo visto. Sente-se!
- Licença! – Senta-se e me fala: Ria do quê?
- Estava me lembrando de uma coisa que li sobre metais. Além de não ser fácil
de quebrar, tem a agudeza de uma lâmina.
- Quem disse isto?
- O poeta brasileiro Fabrício Carpinejar.
- Huuuum. Interessante. O que está bebendo?
- Algo com morango, maracujá e pimenta.
- É bom?
- Muito!
- Quero o mesmo que ele. – Fala para o Marcelo, dono da barraca, e depois
para mim: Opa! A gente não se apresentou. Sou Cayo. E você?
- Benito. De onde você é?
- Sou de Angola. E você, de que lugar do Brasil você é?
- Daqui mesmo. De Minas Gerais. – Bebo um gole. – Já estive na África
duas vezes; na primeira vez conheci Angola e na segunda vez visitei Moçambique
e Angola. Gostei muito dos dois países.
Marcelo põe a bebida e quando ele se vai falo para Cayo.
- Palavras, disse Carpinejar, são sentimentos. Mas somente podemos
senti-las quando acompanhadas. Eu gostaria muito se fôssemos como palavras.
- Eu também... Mas, você é panina?
- Não sei... O que é isso?
- Penso que vocês diriam “viado” ou “boiola”.
- Por quê? Tem antipatia ou algo assim?
- Só quero te conhecer melhor.
- Não acho que sou homoafetivo porque as mulheres também me interessam
e...
Dois rapazes com jeito de mendigos loucos falam perto de nós dois:
- O mundo foi feito de dia.
- Os anjos são os jovens... E as crianças são estrelas.
- Os homens são a noite e as mulheres, o dia.
- É verdade! O mundo foi feito de dia.
- No entanto, sem noite não há dia.
- Nem dia sem noite.
- Existem eclipses em alguns momentos. O que você pensa dos eclipses?
- Do sol ou da lua?
- Os dois.
- Os dois são bonitos.
- Bonitos mesmo. Por isso o homem, que é masculino, é noite, que é
feminino; e a mulher, que é feminino, é dia, que é masculino. O masculino no
feminino e o feminino no masculino. Yin e yang.
- Mas, o mundo foi feito de dia.
- Do dia e da noite.
- Entretanto, existem dias, noites e eclipses.
E o sol, a lua e Terra dão seus rodopios alheios a nós enquanto olhamos a
vida sem vê-la. Nem a ninguém. Nem a nós...
En español
- ¡Hola! – Habla al
acercarme. – Estaba oyendo sus risas y me quedé curioso. ¿Dé que reías?
Miro el extraño sin
sonreír.
- ¡Perdóname! No era mi
intensión serte aburrido. Me voy.
- No, ¡no se va! No me
fue aburrido. Solamente me quedé sorprendido. No había percibido que estaba
siendo visto. ¡Siéntate!
- ¡Permiso! – Se tira en
la silla y chárlame: ¿De qué reías?
- Me recordaba de una
cosa que he leído. Respecto es de metal. No es fácil quebrar y tiene agudeza de
lámina.
- ¿Quién dice esto?
- El poeta brasileño Fabrício
Carpinejar.
- Huuum. Bueno. ¿Qué bebés?
- Algo con frutilla,
maracuyá y pimienta.
- ¿Exquisito?
- ¡Mucho!
- Quiero lo mismo que
él. – Habla para Marcelo, dueño del quiosco, y después para mí: ¡Opa! No hemos
presentado. Soy Cayo. ¿Y vos?
- Benito. ¿Eres peruano?
- ¡Sí! No sos de acá, ¿sos?
- Soy brasileño.
- Me encanta Brasil. Fue
allá dos veces. Una en el Rio y otra en São Paulo.
- “¡Ah! Cuantos pierden
por no nacer en Minas…”.
Él me mira sin
comprender la citación.
- Es un trozo de una
crónica de la escritora brasileña Clarice Lispector. Recomiendo que la próxima
visita tuya al Brasil sea en Minas Gerais.
Él me dice “sí” con la
cabeza mientras Marcelo pone la bebida y cuando el camarero se va hablo para
Cayo.
- Palabras, dice
Carpinejar, son sentimientos. Pero, solamente pueden sentir acompañadas. Me
encantaría y me divertiría que fuésemos como palabras.
- A mí también… Pero,
¿sos maricón?
- ¿Por qué? ¿Tiene asco
o enfado?
- Solo quiero conocerte
mejor.
- No creo que yo sea
homoafetivo porque las mujeres también me encantan y…
Dos muchachos con aire
de mendigos insanos platican cerca de nosotros:
- El mundo fue hecho de
día.
- Los ángeles son los
jóvenes… Y los niños son estrellas.
- Los hombres son la
noche y las mujeres, el día.
- ¡Verdad! El mundo fue
hecho de día.
- Sin embargo, sin noche
no hay día.
- Ni día sin noche.
- Hay eclipsis en
algunos momentos. ¿Qué piensas de las eclipsis?
- ¿Del sol o de la luna?
- Las dos.
- Las dos son bellas.
- Bellas mismo. Por eso
el hombre, que es masculino, es noche, que es femenino; y la mujer, que es
femenino, es día, que es masculino. El masculino en el femenino y el femenino
en el masculino. Yin e yang.
- Pero, el mundo fue
hecho de día.
- Del día y de la noche.
- Sin embargo, hay día,
noche y eclipsis.
Y el sol, la luna y la
Tierra giran ajenos a nosotros mientras miramos la vida sin verla. Ni a nadie.
Ni a nosotros…
Ofereço como presente de aniversário:
Leopoldo Comitti, Lucio Braga, Rosane Dias, Márcio Miranda,
Mithswillian Paiva, Roberta Bragança, Paskual Gomez, Delsyn Carvalhais, Marcone
Alvarenga, Carlos Passos, Nívea Paula, Saad Nunes, Adalberto André, Rodrigo
F.G. Fernandes, Lidia M.F Cruz e Arlete Santos.
Sobre
Antonio Short:
Sobre
Fabrício Carpinejar:
Sobre
Clarice Lispector:
Escrito
originariamente en español en la tarde de 26 de julio de 2015. Trabajado en las
dos lenguas entre los días 01 de agosto de 2015 y 03 de abril de 2016.
Um comentário:
Adorei!!!
Obrigada e um grande abraço!!!
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