PALABRAS
Potira
itapitanga.
Em português
- “O olhar é a fonte da palavra”¹.
- Interessante reflexão.
- Com estas palavras me ponho a pensar. Minha vida até que é boa. Não
sofro de fome e nem sede, eu me formei na Universidade; estou ampliando meus
conhecimentos e possibilidades de melhores trabalhos com melhores salários; algumas
pessoas gostam de mim. – “Mas nem tanta gente assim”, penso. “E por muitos mais
sou ignorado”, penso ainda. – Entretanto, quero descer a porrada em um monte de
gente... Mas me calo e não faço nada.
- Por quê? Por que se cala?
- Porque as mulheres são as melhores ouvintes.
- Por quê?
- Na verdade! As mulheres e as crianças são as melhores ouvintes.
- Como?
- Se suas palavras não as convencem elas serão generosas ao dizer-lhe sem
meias palavras que você é um idiota.
- Que gente ruim.
- Ruins? – Pergunto e sem esperar resposta falo ao dono da barraca no
Feirarte: “Marcelo! Faça pra mim algo com álcool”. – E ele me vem com uma coisa
fraca, apesar de gostosa. Porém não me deixa bêbado. “Homem, hoje quero algo
forte; que me faça esquecer até quem sou”. – E ele me vem com uma coisa que
taca fogo em minha garganta e que pela boca atira chamas no mundo.
- Benito! Se quer álcool... Eu sou álcool. Beija-me!
Olho seus olhos e os bebo. Mas isso é história para outra ocasião.
- Não entendi a relação entre sua vontade de descer a porrada com a
atenção das mulheres...
- Não lhe disse e nem vou dizer, “mon ami”.
Olho a palmeira balançando ao vento. Está longe, mas me leva a meu
interior. Não! Não leva. Eu vou por mim mesmo.
- Dizem que o diabo foge da cruz. Acho que se Deus corre de alguém é de
religiões e religiosos...
Eu ainda dizia quando na mesa próxima alguém fala “... hemodiálise. Minha
mãezinha não conseguia tratamento porque havia muita gente com a mesma
enfermidade dela. A gente morava em São Paulo, não muito longe da capital.
Então os médicos disseram que em uma cidade de Minas Gerais – Ipatinga, tinha o
melhor hospital do Brasil e com menos gente precisando de seus...”.
- Fala, amigo! Quero saber.
Saio da ideia alienígena.
- O que importa é sermos o ser que somos indo para
outro ser melhor.
- Falou bonito... Mas não entendi nada.
- Falei alguma coisa?
En español
- “La mirada es el
puente de la palabra”¹.
- Interesante reflexión.
- Con estas palabras me
pongo a pensar. Mi vida hasta que es buena. No sufro hambre y ni sed; me jubilé
en la Universidad; estoy ampliando mis conocimientos y posibilidades de
trabajos que pagan mejores; a algunas personas yo le gusta. – “Pero, ni tanta
gente así”, pienso. “Y por mucho más soy ignorado”, pienso aún. – Sin embargo, quiero
propinar unos y cuantos bastonazos al bocazas… Pero, me callo y nada hago.
- ¿Por qué? ¿Por qué se
calla?
- Porque las mujeres son
las mejores oyentes.
- ¿Por qué?
- ¡En verdad! Las mujeres
y los niños son los mejores oyentes.
- ¿Cómo?
- Si tus palabras no los
convencen ellos serán generosos al decirle sin medias palabras que eres un
idiota.
- Qué malos…
- ¿Malos? – Pregunto y
sin esperar respuesta hablo al dueño de la tienda en el Feirarte. - ¡Marcelo! Me
hagas un poco de alcohol. – Y él me viene con una cosa débil, sin embargo
exquisita, pero no me emborracha. – Tío, hoy quiero algo fuerte; que me hagas
olvidar hasta quien soy. – Y él me viene con una cosa que tira fuego en mi
garganta y lo saca de mi boca.
- ¡Benito! Si quieres
alcohol… Soy alcohol. ¡Bésame!
Miro sus ojos y los
bebo. Pero, es historia para otra ocasión.
- No he comprendido la
relación entre tu voluntad de propinar bastonazos y la audición de las mujeres…
- No lo dices y no lo
diré, “mon ami”.
Miro la palmera
balanceándose al viento. Está leja, pero me lleva a mi interior. ¡No! No llevas.
Me voy por mí mismo.
- Dicen que el diablo huye
de la cruz. Pienso que si Dios corre de alguien es de religiones y religiosos…
Todavía aún decía cuando
en la mesa prójima alguien habla “… hemodiálisis. Mi madrecita no conseguía
tratamiento porque había mucha gente con la misma enfermedad de ella. Vivíamos
en la provincia São Paulo; no mucho lejos de la capital. Entonces los médicos
hablaron que en una ciudad de Minas Gerais, Ipatinga, tenía el mejor hospital
de Brasil y con menos gente necesitando de sus …”.
- ¡Cuéntame, amigo!
Quiero saber.
Salgo mis ideas
alienígenas.
- Importa solamente ser
lo que somos indo para otro ser mejor.
-
Bellas palabras. Pero no comprendí tus ideas.
- ¿He
dicho alguna cosa?
Ofereço como presente de aniversario
Luciana Araújo, Juninho Zeff, Alyda Sauer, Pricilla P.
Leite, Vera Tufik, Dalvina S. Aredes, Teuler Guimarães, Catarina Angela, Raul
Gonçalves, Ivan F. Machado, Jesus D. Duarte, Michelly Tellys e Cemario Campos.
¹ SANTOS,
Auíri Tiago Nogueira. Contos Mudernos:
causos do sertão. São Paulo: Catrumano, 2014. Página 125.
Escrito originalmente em espanhol no dia 27 de setembro de
2015. E trabalhado em português e espanhol entre os dias 28 de setembro de 2015
e 09 de agosto de 2016 (Devido a um problema no meu computador publiquei com
dois dias de atraso).
Um comentário:
Vlw parceiro!!! thank's a lot
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