domingo, 3 de janeiro de 2021

NÃO APRENDI A VIVER

 

TENTAREI SOBREVIVER A 2021

 

I

 

Confie em mim

Muitos dizem

Não confie nele

Muitos dizem

Todos parecem saber tudo

 

Pareço um bobo

Talvez seja tolo

 

Confie só em mim

Muitos falam

Não confie nos outros

Muitos falam

Não sei quem é o bruto

 

Entre todas as vozes

A perdida é a minha

 

Sim a mim

Muitos sussurram

Não aos demais

Muitos sussurram

Quem escuto

 

Atrocidade da atroz cidade

Onde está minha voz

 

Olho-me pelo espelho

E o que vejo é a cidade

Não me quer gente, mas aparelho.

 

II

 

Qual mais louco

Artista ou professor?

Público ou estudante

Aproveitam sem dar-lhes valor.

 

Artista e professor

Suportam o frustrante

Que é ser valor

Sem ter valor

Na cidade desgastante.

 

III

 

Camila de Oliveira

Escapou de 2021,

E como ser astral

Nos ajudará a não cair

Mas a subir a ladeira.

 

IV

 

Um mundo se definindo

Amanhã talvez venha

Hoje talvez se detenha

Um ir e vir falso infindo.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Josué S. Brito, Raposinhabr Lavy e Jhenifon Ribeiro.

 

Recomendo a leitura de:

A antologia “Versos Ácidos do Vale do Aço”. Pode ser adquirido pelo watzap +5533998034325

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagem: foto do autor.

 

Escrito em 26 de dezembro de 2020. Trabalhado entre os dias 28 de dezembro de 2020 e 03 de janeiro de 2021.

2 comentários:

Josué da Silva Brito disse...

Meu amigo, que lindo presente! Um poema que entrou no profundo da minha alma. Principalmente os versos "ser valor/ sem ter valor". Nós estudantes e professores temos uma nova odisseia neste 2021. Que tenhamos a mesma graça de Ulysses.

Glaussim disse...

É terrível, caro Artista, esta situação descrita. As vezes estamos como Arjuna diante de Krishna e Ganesha entre o senso do dever e o valor de consciência de ser... Luta dura nesse Bahvagtha Gita...