Un corazón entero
Donde todos son rotos
Es como huir del entierro
Ser un monstruo
Entre los muertos.
Quase ninguém gosta de mim, o que me dá mais tempo de ficar com meus livros no jardim de minha casa.
Gosto bastante de passar quantas vezes puder olhando por minutos meu minúsculo jardim.
Não há nada lá fora que sobreponha o que tenho dentro.
A gravidade nos leva abaixo,
Mas sigo de pé.
Que me sustenta?
Por quê?
Um coração inteiro
Onde todos são pedaços
É como fugir do enterro
Ser um fracasso
Para os em desterro.
Cale-se
Não te ouço
Eu te falo.
Ouvir deixa louco
Histriônico estalo.
Na multidão
Só veio
Só está
Só ficará
Só sairá.
Vezes esgotado
Sempre desanimado
Nem sempre inanimado
Cem vezes admoestado.
A lutar ainda.
tormenta
venta
(des?)merecido
silêncio
imenso
vencido
Nem tudo é morte
Há o que nos tonifica
Há o que nos mortifica
Nem tudo é vida
Há muitos mares, rios e quedas d'águas agindo e reagindo às agressões humanas.
Há lagos grandes, pequenos também a sua maneira mais tranquila na luta.
Aos descrentes sobrou as poças d'águas a aguentar o sol e as pessoas.
Que sou se ainda luto com desânimo, mas com esperança?
_____
Rubem Leite
Foto do jardim do autor.
Obs.:
Fico muito contente por ter quem goste de mim. Quando falo que poucos gostam não é rechaço aos que tem afeto por mim. Muito pelo contrário. O que digo é que não sou importunando pela falsidade dos interesseiros.
Escrito e trabalhado entre 20 e 24 de abril de 2022.
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