São agora três horas da manhã. Perdi o sono e comecei a ler um bom livro e em suas palavras me encontrei. Estou sozinho em meu quarto, mas na verdade não estou só, em absoluto. Sinto profundamente que estou sendo vivificado por Deus e enquanto escrevo ouço um concerto de violino de Bach. Sinto a presença de meus antepassados e moro com mamãe, meu irmão Jânio e tia Celeste, mais conhecida na família por Lelé. Tenho ainda Os cachorrinhos Haicai que dorme no quarto de minha mãe, a Cam que dorme no meu quarto, com tia Lelé dorme Decidido e o Vitório dorme na sala. Sortudo, o gatinho, deve estar gandaiando ou dormindo em uma de suas muitas camas – qualquer canto de qualquer lugar da casa. Como poderia ser eu infeliz? Sou artista, professo uma religião composta por um grupo de jovens que acreditam em Deus e se dedicam amor ao próximo, conheço um quase incontável número de pessoas maravilhosas e me relaciono com um número menor, mas ainda assim amplo, de gente boa. Penso na bondade dos desconhecidos. Alguns anos atrás tinha uma mochila cujo fecho do bolso estava danificado mantendo-o sempre aberto e quantas pessoas me diziam isso preocupadas, não querendo que eu perdesse algo. Muita gente ostenta ares afetados porque fazem ou pensam que fazem grandes coisas, mas quantas demonstram amor em seu dia a dia? Daqui a pouco as cigarras vão acordar para se despedirem da noite. Logo após os pássaros vão saudar a manhã. E eu converso com você que me lê. É curioso, acho, estou compartilhando um momento presente para mim; passado para você... Meus olhos começaram a coçar. Acho que o sono voltou. Vou continuar a leitura ao som de violinos e depois dormir mais um pouquinho. Mas antes gostaria de pedir que me contasse algum momento assim, pessoal, seu. Inté!
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