domingo, 25 de setembro de 2016

QUE SEI EU?



Potira itapitanga.


Cantos de louvores
De aspirantes a vereadores
Na porta da grande fábrica
Seduzem trabalhadores
Para um futuro de horrores.

Mas

Na rua, o vendedor de morangos
Vende suas frutas
Ele não sabe se está na Terra ou se na Lua
Às falas nas igrejas e dos políticos se rende.

Mas

I like to study English
Língua famosa, língua longe.
Me encanta estudiar español
Língua irmã, língua perto.
História semelhante ou História diferente...
Inglês ou Espanhol?
Inglês e espanhol?

Mas

Qual faz ver melhor?
Espanhol de Cervantes, de Che, Fidel, Mujica.
Inglês de Meyer, E.L. James, Reagan, Bush.
História para vermos o que fizemos
Filosofia para questionarmos
Sociologia para conhecermos a sociedade
Educação Física para mente sã
Arte para ver, questionar, conhecer, fazer... Sanidade.

Mas

Enquanto pássaros cantam
E move-se o ar
Políticos gritam seus louvores
E tem quem acredite.
Mas nós cantemos o ar.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Solange V. Lopes, Adriana C. Martins, Devon Pendleton, Jadallah Safa, Flavia V. Paravidino, Lucas (Booktuber), Gilberto C. Fortes, Ranna Maia, Rodrigo Poeta e Felipe Valderrama (Jubileu Zuriagui).

Recomendo a leitura de “O Muro e a Vida”, de Josué S. Brito; “Pense Agora para Não Lamentarmos Depois”, deste que vos fala; “Encruzilhada”, de Willian Delarte; e “Me Namora”, de Xúnior Matraga.

Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, e dá outras providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Artigo 26  § 5º  No currículo do ensino fundamental, será ofertada a língua inglesa a partir do sexto ano. Artigo 36 § 8º  Os currículos de ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. Artigo 61, IV – profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação.


Escrito entre os dias 08 e 25 de setembro de 2016.

domingo, 18 de setembro de 2016

INCLUSIVE VOCÊ!



Lei nº 13.332, de 1º de setembro de 2016:
Altera a Lei nº 13.255, de 14 de janeiro de 2016, que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2016. Agora “pedalada fiscal” é legal, mas que foi Golpe, foi. Lei disponível:



Ota, minha amiga,
Festeja sem ver intriga
No Golpe de Estado
Vê beleza
Como se fosse de judô
Ide Ota, festejar
Porque já chega
A hora de rastejar.

Pássaros não cantam,
Lastimam.
Árvores não fotossinteseiam,
Se assombram.
Há gente que festeja
Desvarios.
Estúpidos afogando cidadãos.

- Às árvores, – diz o poeta – três vivas:
- Viva! – Respondem alguns – Viva! – Respondem vários outros – Viva!
- À política, – tem gente que diz – três vivas:
- Eim? – Respondem os poetas – O quê? – Respondem os pensantes – Como?

Às árvores
Assombradas em torno
Pássaros desassossegados
Cantam em retorno
Dançam ainda os festivos
Luzes estratégicas
Ocultam o abismo.

E enquanto pombas sobrevoam
Palmeiras
Ratos vampiros povoam
Brasília
(nos municípios é tãããão difereeeeente)
Executivo, Legislativo e Judiciário
– Rameiras –
A vida é tãããão maravilhooooosa.

Ide Ota, comemorar
Você que não se importa
Está à porta
A hora de não se ter onde morar.


Ofereço como presente aos aniversariantes, meus queridos:
Wenderson Godoi, Mateus T. Sousa, Bárbara Vilela, Vanessa Valentim, Francisco P.A. Costa, Wolmer Ezequiel, Thiago Domingues, Mª Carmo F. Vaz, Jaqueline Carla, Erikis Maciel, Vandeluzia L. Ferreira, Kéllerson de Paula, Valeria Silva, Edvania Oliveira, João Gabriel e Maria Jany.

Recomendo a leitura de “Praça Poente – Gado”, deste que vos fala; “Sedento”, de Xúnior Matraga; “Jossimar Cavalier Gonzáles – El poema es como la vida misma”, de Gianmarco F. Cerdan. Mas o texto que recomendo com mais ênfase que leia é “El Tango y la Protesta Social”, de Javier Villanueva. Respectivamente nos seguintes endereços:


Escrito entre os dias 01 e 18 de setembro de 2016 ao ver o que se passa em Ipatinga e, não me resta dúvida, em todo o Brasil. Seria bom se eu pudesse falar apenas das plantas e dos passarinhos, mas tive que falar o que eu disse.

domingo, 11 de setembro de 2016

AULA DE LITERATURA


A cidadania plena só pode ser atingida através da arte, única ferramenta capaz de mudar a visão de mundo. (BOAL, 1991).


Pela janela se vê um muro e há nele a minha vontade de ver flores. Mas em sala o que se vê é:
- O conto e a crônica são sempre histórias pequenas. A crônica se inicia quando os fatos principais estão para acontecer. Seus assuntos geralmente são coisas comuns, do cotidiano. É o autor, com sua forma de dizer, que transforma uma coisa simples ou banal em algo excepcional. O tempo em que ocorre a história é curto, não dura dias, semanas ou meses. O lugar costuma ser um só. E as personagens também são poucas.
- As personagens, professor? Não tem personagem homem?
- Eu disse no feminino porque quando eu era criança a palavra “personagem” era obrigatoriamente feminina. Mais tarde passou a poder ser usada tanto no masculino quanto no feminino, mas como já tinha acostumado a falar “a personagem” e é aceitável então continuei. Mas pode falar no masculino, se preferir.
- Aaam!
- Sobre o conto podemos dizer assim. A história também é curta. Um conto grandão tem no máximo cem páginas e você o lerá em duas horas, aproximadamente. Diferente do romance ou novela – o professor pega o livro Dom Quixote e o mostra para os alunos – que gastará muitas horas. Este livro, por exemplo, não o conseguiria ler em um dia ou dois, mesmo que eu o abrisse de manhã cedinho e o fechasse a noite.
- Nóóóó, que doido, véi.
- Legal, né. Pois é. E todo conto tem sempre quatro elementos: introdução, conflito, clímax e desfecho. As novelas e os romances também. Mas têm muitas páginas para isso; enquanto no conto tem que ser rapidinho, mas igualmente interessante. Talvez até mais emocionante porque a mesma qualidade diluída em menos páginas.
- Diluída, professor?
- Sim, dissolvida, desfeita.
- Aaam!
- Imagine o seguinte: Você! – Escolhe a esmo um dos alunos. – Veste uma camisa para vir para a escola, anda pelas ruas, chega à sala, senta e vai estudar. História chata, né? Mas e se fosse assim:
Xúnior Matraga acordou atrasado e tomou o café às pressas; depois entra no quarto para vestir o uniforme, mas ele está rasgado. Desesperado porque está em cima da hora, abre o armário às pressas e pega uma camisa limpa. Entretanto, junto com a roupa, sai um enorme rato gigantesco que lhe ataca – o professor aproxima as mãos do rosto como se segurasse o rato que lhe avança no rosto e enquanto continua a falar, vai virando o corpo para trás como se lutasse e fugisse do ratão. E os alunos rindo bastante. –. Com muito custo dá um golpe de judô no ratão que cai morto no chão. Xúnior suspira aliviado. – O professor faz um som de suspiro. A turma também suspira. – Mas a alma do rato assassino sai do corpo e lhe ataca de novo. Ele corre para lá – O professor movimenta o corpo como se desviando e os alunos voltam a rir mais ainda – corre para cá e nada de escapar do fantasma do rato. Até que grita: “Fora, Temer! Vade retro, rato! Seu golpista!” e o espírito do gigantesco rato assassino psicopata dissolve-se no ar. Aí você veste a camisa, sai para a rua, vem para a escola fazer a prova e tira nota máxima. – Pega na mão do aluno e lhe diz: Parabéns.
- Viram? Como a história fica mais interessante quando a personagem tem algo sério ou engraçado, mas importante para resolver? E eu usei tudo na história. A introdução: quem, quando e onde; ou seja, hoje pela manhã na casa do colega. O conflito: a necessidade de pegar rapidamente uma camisa porque estava atrasado e ainda encontra um rato e trava uma luta de vida ou morte com ele e surge o clímax onde o fantasma do rato quase mata nosso herói, mas ele consegue vencer o monstro. E por fim o desfecho: Xúnior termina de se vestir, vem para a escola e tira nota máxima na prova anticoxisse.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Willian Delarte, José D. Carmo, Wagner G. Mineiro, Lucy Cristina, Jeferson Santos, Geórgia A. Bastos, Ricardo Alves, Sandro Assunção, Wina Lidiane, Deise Brenda, Carol AC, Marlon D. Ancelmo, Creusa Melo e Claudio M. Miranda.

Recomendo a leitura de “Negócios à Parte”, deste que vos fala; “Um Exercício de Futurologia: a democracia está em risco”, de Josué da Silva Brito; “Involução”, de Xúnior Matraga; e “La Insurrección em Dublín”, de Javier Villanueva. Respectivamente nos seguintes endereços:

BOAL, A. O teatro do oprimido e outras poéticas, políticas. Civilização Brasileira. São Paulo, 1991.


Escrito entre os dias 02 e 10 de setembro de 2016.

domingo, 4 de setembro de 2016

GENTE! ATÉ A LUA RI DA GENTE

Potira itapitanga.


A Lua Cheia brilha bonita às quatro horas da manhã. Ela não está à frente ou atrás, nem à direita ou a esquerda de quem olha, mas exatamente acima do cruzamento da Ouro Preto com Diamantina. Ipatinga é bonita; pouco no Centro.
Parado no meio do encontro das ruas, dois amigos – Pedro e Jorge – que acabaram de sair dos botecos em ruas próximas, conversam:
- Algum sujeito ofereceu ao demônio na encruzilhada... Comida, bebida e dinheiro.
Rindo, Jorge come a comida, bebe a bebida e põe no bolso o dinheiro.
Dois meses depois Pedro ri de Jorge:
- Seu casamento acabou por culpa sua. Eu lhe disse que as oferendas não eram procê; eram pro demo.
E a Lua Cheia ri dos dois por simplificarem os problemas, culparem os outros ou se justificarem por seus preconceitos e superstições.
Edgar Allan Cat e Don Perro de La Mancha, que não tinham entrado na história (você que me lê, reconhece qual poema e o autor do que acabei de escrever? “que não tinha entrado na história”? caso não, veja no rodapé, abaixo das indicações de outras leituras¹); pois bem, os dois bichinhos dão palpites no que escrevo:
- Pedro, às vezes gostaria de ser surdo. Deve ser melhor que ouvir estupidez, preconceito e ignorância...
Diz Don Perro e Allan Cat fala:
- Surto... não! Não com boçalidades de alguns. Estupidez, preconceito e ignorância... É fértil e nada sem aridez...
Pedro quis contestar, retrucar, justificar. Ele pensa que a vida é “feicibuque”. Mas não lhe dei mais voz. Já falou bobagens em excesso. Está na hora de ouvir e aprender.
Mas a Lua Cheia, incrédula, ri e transfere seu olhar para o cruzamento das ruas Sabará com Uberaba.
- Queridinha! Ocê num arranja hômi praticumê e quando arruma lhe mete azunha? – Diz a moradora de rua traficante para a viciada jogada no asfalto. – A curpa é sua putá caída nuchão. Ferida sem gozo nem tustão.
E a Lua apenas ri da humanidade que, como sempre, “caminha com passos de formiga e sem vontade”².


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Didi Peres, Chrika de Oliveira, Tamirys Fernandes, Heloísa Martins, Lourenço Godoi, Elizabeth Z.C. Valverde, Maxwell Martins, J. Petronio Pethros, Wemerson Dias, Monica Novaes, Dione Costa, Tereza Junia, Emilia Domingues, Priscila Duarte, Wantuil J. Sousa, Jamil B. Mattar, Heloise Guerra, Vera Almeida e Kenia Junia.

Recomendo a leitura de “Praça Poente – Lúcio de Novo”, deste que vos fala; “Me Olvidé las Alas”, de Javier Villanueva; “Status Dela”, de Xúnior Matraga; e “O Morcego e a Coruja”, de Caio Riter. Respectivamente nos endereços abaixo:



Manuscritos feitos nos dias 27 e 31 de outubro de 2015; partindo de coisas que ouvi nas ruas. No início da tarde de 01 de novembro de 2015, ouvindo Aracy de Almeida, os uni em um só texto. E o trabalhei entre os dias 20 de maio e 04 de setembro de 2016.