domingo, 30 de agosto de 2020

FLORDELIS

  

“Mientras una bala salga más barata que un litro de leche, seguiremos estando más propensos a morir que a vivir…”.

(Maxi Cabral).

 

I

 

A morte é destino

Matar é instinto

Governo intestino

O povo? Extinto!

 

“Máscara é coisa de viado”

Um, dois, três

Vi usando máscara

E a estampa era do Boçalnato.

 

O Senhor da Morte

E sua “ajuda humanitária”

Líbano sofrerá outro corte

Cloroquina é sanitária?

 

Jesus é Deus conosco

Mas o cristão

Não O quer conosco

Quer-se rei e o outro na prisão.

 

 

II

 

Thor luta contra gigantes de gelo.

Quixote luta contra moinhos de vento.

Tudo parte da imaginação humana.

Tudo parte da imaginação humana.

 

Falta-lhe afeição

Por que, então, faz boa ação?

Farta-lhe a esperança:

“Que afetos me venham criança”...

 

Jesus é Deus conosco

É pão partilhado

O querem por mim e contra o outro

Eu aqui e vocês do outro lado.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Matheus Menezes, Cleverton Nunes e Didi Peres.

 

Recomendo a leitura de:

“Accidente y Venganza”, de Javier Villanueva:

http://javiervillanuevahistoria.blogspot.com/2020/08/accidente-y-venganza.html

 


Rubem Leite
é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Foto do autor pelo mesmo.

 

Escrito e trabalhado entre os dias 28 de julho e 30 de agosto de 2020.

domingo, 23 de agosto de 2020

PARA PROGREDIR NÃO BASTA SER MAU¹

  

La noche todavía era joven cuando el vampiro volaba con otros de su especie, buscando de quien alimentarse. Y encontraron y atacaron un pequeño pueblo. Todos estaban desnudos, drogados y mucho alucinados.

Los vampiros se quedaron loco, insanos con la sangre de esas personas. No el líder; este se abstuvo…

Muchas horas después los vampiros besaron el sol. No el líder; este dormía sonriendo…

En la sede del gobierno su corazón inmóvil estaba tranquilo. En paz por ter ordenado lanzar el gas tóxico y alucinógeno en los vivientes del pueblo.

 

- Ainda estamos na lua nova, mas ela é bonita em qualquer fase. Sou um lobisomem. E todos sabem que pertencemos ao reino cuja regente é a Rainha Lua. Mas somos súditos, não escravos. A lua cheia nos excita, mas não obriga. É como canta Almir Sater: “Se proteja moço que essa noite o frio vem cortando a alma, vem que vem no cio. Vão se ouvir ao longe (...) da dança dos lobos o rasta bonito. Se você conhece você é um lobo que saiu das matas pra jogar o jogo, mas na lua cheia você fica aflito, sai na janela e uiva bonito”². Mas não é sobre nós que vou falar. Quero contar uma história de vampiro; de um vampiro!

 

Mal a noite começara e esse vampiro voava com outros de sua espécie, buscando de quem se alimentar. E encontraram e atacaram um grupo de pessoas nuas em um assentamento. Esses humanos estavam drogados e muito alucinados.

Os vampiros ficaram loucos, insanos com o sangue dessa gente. Menos o líder; este se absteve... Várias horas depois, quando o sol iria surgir, o líder ordena:

- Despertem! – Fala em tom hipnótico para os outros. – A noite ainda é uma criança. Transformem-se em morcego e alimentem-se mais. Vocês estão... pálidos! Vão ser abatidos.

Desorientados, os vampiros beijaram a aurora. Irritado, o sol olhou os morcegos, os tocou e os esmagou em chamas.

 

 

Enquanto o líder dormia sorrindo no Palácio Tiradentes da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

Seu coração imóvel estava tranquilo. Em paz por ter ordenado lançar o gás tóxico e alucinógeno nos moradores do acampamento.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Davi Klystie, Marcia Regina, Gonzalo Schnieper e Ronal Faria.

 

Recomendo a leitura de:

“Medo, Frio, Fome, Sono e Vontade de Fazer Xixi”, de Javier Villanueva:

http://javiervillanuevahistoria.blogspot.com/2020/08/medo-frio-fome-sono-e-vontade-de-fazer.html

 

¹ HUGO, Victor. A cotovia. Confiar é, por vezes, abandonar. Fantine. Os Miseráveis. [Trad. Frederico Ozanan Pessoa de Barros]. São Paulo: Penguin Classics Companhias das Letras, 2017. P. 244.

² SATER, Almir. Rasta Bonito. Disponível https://www.letras.com/almir-sater/597198/ . Acesso 22 Ago 2020.

 

Sobre as pessoas do assentamento:

https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/romeu-zema-do-novo-usa-pm-para-despejar-450-familias-do-mst-em-meio-a-pandemia

https://averdade.org.br/2020/08/governador-romeu-zema-despeja-militantes-do-mst-em-minas-gerais/

https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/mariana-belmont/2020/08/14/pm-de-minas-deixa-feridos-em-acampamento-do-mst-quilombo-campo-grande.htm

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens:

Cartaz – https://www.facebook.com/guilhermeboulos/photos/a.403745789775978/1784438401706703/?type=3&theater

Palácio Tiradentes – https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/02/06/interna_politica,936079/cidade-administrativa-palacio-tiradentes-sera-fechado-em-60-dias.shtml

Foto do autor pelo autor.

 

Escrito não sei quando. Trabalhado entre os dias 11 e 23 de agosto de 2020.

domingo, 16 de agosto de 2020

VENTO NA JANELA

  

Ipatinga, 16 de agosto de 2020

 

Caro João,

 

Como você está? Espero que, ao contrário de mim, esteja bem.

Às vezes me vejo balançando preguiçosamente em uma corda numa formosa árvore. Mas isso não vai acontecer.

A cada nascer de sol a noite parece demorar mais pra chegar. O descanso fica sempre para mais depois. E as pessoas não parecem mais humanas. Mas a noite há de vir com lua e estrelas.

Lembro-me de um filme; uma versão do Conde Drácula. O monstro deu a definição de como passou a ser seus sentimentos ao tornar-se vampiro. Era a descrição da depressão. Não a chamou assim: depressão! Disse como as emoções se desvanecem nesse estado. Assim é comigo. E com muitos, se não com todos.

E no meu caso ainda há uma incapacidade de respirar mesmo tendo ar nos pulmões. É a ansiedade; coisa extremamente angustiante.

Ao contrário do que muitos pensam, depressão não é mera tristeza; está mais para ausência de sentimentos ou emoções. É... vazio! E ansiedade não é o contrário de depressão, pois não é necessidade de agir sem parar ou simples preocupações. Há um pouco disso, mas, em contrapartida, há momentos em que se pode sentir extremamente relaxado; uma deliciosa sensação de tranquilidade... São os momentos em que o coração vai diminuindo as batidas, parando em um delicioso convite...

Mas a noite há de vir com lua e estrelas. Aí sentirei o vento na janela. Um dia deixarei de sentir para ser vento, mas por enquanto tenho muito o que ver ao nascer do sol. Tenho o que fazer; não há desejo, mas não se vive por vontades.

 

Abraços!

 

Pedro.

 

 

 

En español:

 

VIENTO EN LA VENTANA

 

 

Ipatinga, 16 de agosto de 2020

 

Mi querida amiga Juana,

 

¿Cómo vos encontrás? Espero que, distinto de mí, estés bien.

Hay ratos que me veo bamboleando perezosamente en una cuerda en un hermoso árbol. Pero eso no ocurrirá.

A cada nacer del sol la noche parece demorar más para llegar. El descanso se queda siempre para después. Y las personas no parecen más humanas. Pero la noche hay de venir con luna y estrellas.

Me recuerdo de una peli: una versión del Conde Drácula. El monstruo dio la definición de cómo se volvieron sus sentimientos cuando se convirtió en vampiro. Era la descripción de la depresión. No la llamó así: ¡depresión! Dijo como las emociones se desvanecen en ese estado. Así es conmigo. Y con muchos, se no con todos.

Y en mi caso todavía hay una incapacidad de respirar mismo teniendo aire en los pulmones. Es la ansiedad: cosa extremamente angustiante.

Muchos piensan que depresión es pura tristeza. No es verdad. Es una ausencia de sentimientos o emociones. Es… ¡vacío! Y ansiedad no es el contrario de depresión, pues no es necesidad de actuar sin parar ni solo preocupaciones. Hay un poco de eso, pero, en contrapartida, hay ratos en que se puede sentirse relajado; una rica sensación de tranquilidad… son los momentos en que le corazón va disminuyendo los latidos, parando en una deliciosa invitación…

Sin embargo, la noche hay de venir con la luna y estrellas. Ay sentiré el viento en la ventana. Un día dejaré de sentir para ser viento, pero por en cuanto tengo mucho que ver al nacer del sol. Tengo lo que hacer; no hay deseo, pero no se vive por voluntades.

 

¡Abrazos!

 

De tu amiga Consuelo.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Denise Mª Silva, Marilda Lyra, Rômulo Gomes, John Alexander, Hugo Victor, Magali Ramos e Voaré Sirion.

 

Recomendo a leitura de:

“Onanismo Sociolinguístico ou punheta idiomática”, de Javier Villanueva:

http://javiervillanuevahistoria.blogspot.com/2020/08/onanismo-sociolinguistico-ou-punheta.html

“Veemente Atitude”, de António MR Martins:

http://poesia-avulsa.blogspot.com/2020/08/veemente-atitude.html

“Em tudo: em mim”, de Eraldo Maia:

http://eraldomaia.blogspot.com/2020/08/em-tudo-em-mim.html

“Imprima-se” e “O pato que queria ser galo”, ambos de Glaussim:

https://www.recantodasletras.com.br/minicontos/7024025

https://www.recantodasletras.com.br/fabulas/7004460

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

 É professor de Português, Literatura, Espanhol e  Artes.

 É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens:

Da lua e estrelas: https://vintage.portaldoastronomo.org/npod.php?id=122

Do autor pelo autor.

Escrito em diversos tardes de 2020. Trabalhado para formar um único texto até ser postado em 16 de agosto de 2020.

domingo, 9 de agosto de 2020

FERIDAS A CICATRIZAR

 ou QUE TEMPOS ESTAMOS – II

 

 

Continuação do domingo anterior:

http://artedoartista.blogspot.com/2020/08/declaracoes-do-funesto-presidente-do.html

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Desejo aos pais de verdade – não aos apenas ‘reprodutores’ – um abençoado dia.

 

Luto pelas notificadas cem mil vidas perdidas e pelas incontáveis mortes não notificadas. Solidariedade aos entes que ficaram. E apoio aos recuperandos e recuperados do covid-19.

Sobre os mortos: todos chacinados pelo presidente do Brasil e pelos muitos (não todos) governadores, prefeitos e legisladores cúmplices; em destaque o governador de Minas, prefeitos e vereadores do Vale do Aço.

Que Deus não tenha piedade desses políticos.

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Latinoamérica tal vez se despierte y se levante cuando las heridas no más se cicatrizaren. ¿Y cómo eso ocurrirá? Con libros.

Libros… ¡Ah, los libros! Monteiro Lobato dijo “una nación se hace con hombres y libros”.

El poeta escribe porque el grito tiene que salir. Escribe porque su arma es el poema y las balas, sus palabras.

Los maestros enseñan porque el grito tiene que salir. Enseña porque su campo de batalla es el aula.

 

O final de julho está com um doce friozinho, algo quase inexistente em Ipatinga. Entretanto, se o clima está ameno a atmosfera... 

- No Brasil há três tipos de gado. Gado pra corte (que pena), gado leiteiro e gado eleitor. Este último é de morte e lê o pseudopensador* Obáfu de Cavalo...

- Pensadô mêsmu. Uômi é inteligênti. Indabem que uelogiô reconhecendo ele como pissêudu. E sou gado do Boçalnato. – Fala com voz robótica e gesticula como tal¹: Somos gado do Boçalnato. Somos gado do Boçalnato.

- Realmente! – Diz Girvany. – Obáfu pensa que é intelectual, pensa que é inteligente, pensa que é filosofo e nada é.

- Mais respêitu cum ele. Ugabriel até urreconheci como pissêudopensadô...

- O senhor não conhece a língua e nem argumenta... – Intervém Rômulo. – Não há verdade em suas palavras; não há fatos. Só há ignorância. Só fica xingando e dizendo “petêêê. Lula Mal. Boçalnato bonzinho”...

- O brasileiro talvez desperte e se levante quando as feridas não mais se cicatrizarem. – Matheus vaticina e Rômulo continua:

- Se tiver disposto a argumentar com fatos e não com notícias falsas, as tais fakenews, estamos à disposição... Eu pelo menos estou. Caso contrário, siga o exemplo do Boçalnato e fuja dos debates. Mas não perca tempo a xingar todo mundo como aquele covarde e ignorante.

- Uma prévia de fatos que podemos discutir. – Vinícius contribui. – O período com maior número de universidades do país contra a diminuição de verbas; sendo que as universidades brasileiras, com grandes pesquisas científicas, estavam entre as mais respeitadas do mundo.

- Pisquisas científicas... Disperdícios didinheiro, isso sim.

- Senhor! Como? – Intervém Lene; falando por primeira vez. – Entre tantas outras destaco uma realizada em Santa Catarina². Cientistas criaram um sorvete que funciona como complemento alimentar para pessoas em tratamento com quimioterapia. A químio altera o paladar do paciente, faz com que sofre náuseas e até o cheiro da comida dá enjoo. O tratamento provoca feridas na garganta, aftas e outros problemas. O sorvete desenvolvido tem alto valor nutricional e por ser gelado ajuda a anestesiar a cavidade bucal.

Dá uma curta pausa para mexer em uns papéis e volta ao argumento:

- Além disso, no governo de esquerda, houve evolução do acesso a médicos contra a extinção do acesso a saúde do governo de direito. Primeiro decreto do governo de esquerda foi em favor da vida contra o primeiro decreto a favor da morte do atual governo; ou seja, o Fome Zero contra o armamento. E este se ampliando ao ponto de permitir adolescente brincarem com armas de verdade. Lei da transparência do governo de esquerda contra o fim dela neste governo; o que é engraçado... Pois quem os senhores chamam de corruptos deixou tudo às claras, ao contrário do “mito” que não quer que ninguém saiba o que está acontecendo... E ficam aí dizendo que nós, os de esquerda, é que não queremos ver os fatos.

Dá uma pausa e olha bem a câmara, como se tivesse frente a frente com Jorjão, e continua:

- Minha luta é pelos direitos humanos e não apenas para humanos direitos. A esquerda luta para, cada vez mais, reduzir a violência contra as mulheres, os idosos, a população LGBTQI+, os negros, os estrangei...

- Puta que pariu! Que fala looonga. Mideu inté sônu. É tão chato como uslívru... Só tem bobagens e dá sônu. Fala em racismo, mas num fala de racismo dusprêtu contra usbrâncu... Idefendê bichinha? Prifiro sesseguidô do Obáfu de Cavalo, que, aliás, está solto, do que do Lula, que foi preso. Quem num tem argumêntu é voceis; esquerdistas que afundáru upaís. Acorda, caralho.

Matheus diz:

- Livros... Ah, os livros! Monteiro Lobato disse “uma nação se faz com homens e livros”. O poeta escreve porque o grito tem que sair. Escreve porque sua arma é o poema e as balas, suas palavras. E o professor ensina porque o grito tem que sair. Ensina porque seu campo de batalha é a sala de aula.

- Não deveríamos, mas não nos contivemos e estamos rindo do senhor. – Fala Benito. – Dorme enquanto lê... Xinga quando não tem respostas... O senhor é hilário.

- O fátu dieu durmi leno lívru ou bocejá enquanto falam prova que sou alfabetizado e inteligênti. – Surpreendemos todos com essa fala. –. Sou diferênti doceis, petistas, quissoconseguem interpretá as gravura dum lívru. Voceis diz que num tenho respostas, mas quem tem que dá resposta são uspetista. Principalmente pra puliça. Rarrarrarrarrarrarrá. TRUCO!

- Curioso como o senhor e seus pares transforma um substantivo em adjetivo. Basta alguém argumentar que o chamam de “petista”, “comunista” etc. Nunca me filiei a qualquer partido. Alguns de nós sim, mas não todos. Estas palavras – petista, pt, psol, comunista etc. – são substantivos e não adjetivos indicativos de inteligência.

- Calaboca, bându diviádus. Vão tomá nucu, disgraças.

- Como é interessante falar com o senhor.

Gabriel ridiculariza. E eu, que não abro a boca, mas digo todas as falas... Retiro o Jorjão Jararaca dessa “live” e que deus nos live dessa gente. Rerrê.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Luiza Senis, Siomar Queiroga, Vera Tufik, Teuler Guimarães, Thieres Ramos e Derick Ândres.

 

Recomendo a leitura de:

“Equaninidade”, de Eraldo Maia:

http://eraldomaia.blogspot.com/2020/08/equaninidade.html

“A alegria do encontro de Taquarituba”, de Caio Riter:

http://caioriter.blogspot.com/2020/08/a-alegria-do-encontro-de-taquarituba.html

 

¹ Ver: https://www.youtube.com/watch?v=egufgSIwgBU

² G1 – Santa Catarina.  Pesquisadores da UFSC desenvolvem sorvetes que ajuda a diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia. Disponível https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2018/08/30/pesquisadores-da-ufsc-desenvolvem-sorvete-que-ajuda-a-diminuir-os-efeitos-colaterais-da-quimioterapia.ghtml . Acesso 28 Jul 2020.

 

* Diquinha de Português.

Uso do hífen no falso prefixo “pseudo”.

Se a palavra seguinte começar com -h ou -o separa-as usando-se hífen: pseudo-herói, pseudo-operação.

Se a palavra seguinte começar com -r ou -s une-as dobrando-se estas letras e não se usa hífen: pseudorrei, pseudossábio.

Se a palavra seguinte começar com qualquer outra letra une-as sem usar hífen: pseudoamor, pseudopensador, pseudociência.

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

 É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

 É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

 Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens:

Foto da prefeitura de Ipatinga – Kadosh Miranda;

Foto do autor pelo autor.

 

Escrito inicialmente 22 de maio de 2019 e trabalhado entre os dias 08 de julho e 09 de agosto de 2020.

 

domingo, 2 de agosto de 2020

Declarações do Funesto Presidente do Brasil Referentes ao Covid-19

ou QUE TEMPOS ESTAMOS?

 

 

No final de julho, o doce friozinho quase inexistente de Ipatinga convida os amigos a se encontrarem nos bares. Entre eles estão os poetas Benito Bardo Junior, Girvany de Morais, Vinícius Siman, Gabriel Miguel mais os professores Rômulo Gomes e Matheus Menezes. E também estão a pré-candidata a vereadora Lene Teixeira e todos que estão lendo este cronto.

Mas que tempos estamos? Vivemos o tempo da “gripezinha que não ataca aqueles com porte de atleta”. O que na boca do descerebrado Boçalnato significa doença grave mais músculos flácidos é igual a gado morto.

Mas como não somos gado, o bar que frequentamos neste tempo é a cozinha de nossos lares e o bate-papo é por meios midiáticos; mais precisamente uma laive aberta.

- Pensamentos pressionam meu cérebro / Pressão zumbe meus ouvidos / Palavras pressionam minha boca / Pressão social zune. – Girvany recita e todos pensam enquanto bebem um gole.

- Há problema piores que o seu.

- Sei disso, Vinicius. Contudo ainda sim os meus me doem. E não sou egoísta para alegrar-me porque há quem sofra mais.

- A gente tem que ser meio egoísta no sofrimento, né!?! – Diz Vinícius.

- Não tenho certeza se é o caso de egoísmo em relação a “importância” do próprio sofrimento, pois todo sofrimento é horrível. – Benito fala olhando os livros à sua frente na parte de cima do beliche onde dorme, lugar onde se encontra. E atrás dele duas prateleiras repletas de livro. – Será que se pode ridicularizar o sofrimento da criança que não ganhou presente no dia doze de outubro porque o sofrimento da criança faminta é “maior”?

- De fato...

- O que entendo é que consolar-se porque o sofrimento do outro é pior, a mim parece uma espécie de satisfação pela dor alheia. – Benito reflexiona.

- Em cada fresta, uma festa / faço do espaço um espasmo / rasgo o verbo verborrágico / mágico momento me resta. – Vinícius recita e enquanto pensamos Gabriel dá outro mote. – Não se prende o canto da curió na gaiola / o grito do preso nas grades / Deus num altar. – Uma pausa e muda de verso pra prosa: É impressão minha ou Boçalnato já está pensando em jogar a toalha? Ano passado ou início deste o Inominável disse que o Brasil é ingovernável se não houver conchavos. Renegando assim o que dizia antes de eleito.

- Pelo amor de Deus! – Benito ironiza. – Ele não pode sair agora. O povo ainda não entendeu a merda que fez.

- Boçalnato diz que pegou o covid-19. Será que morre? – Girvany comenta. – O absurdo é quando meses atrás ele negou ter adquirido a doença, e até negou mostrar o atestado médico, ninguém acreditou. E agora que ele falou que está infectado ninguém acredita... Mas será que ele morre?

- Se morre agora ele se torna vítima. – Diz Vinícius.

- Se morre agora os negros, LGBTQI+, mulheres etc. que votaram nele e ainda não perceberam o mal que fizeram não se arrependerão. – Gabriel observa. – E aqueles que se arrependeram ainda assim não terão aprendido que fascista não se tolera; a ignorância é vergonhosa e o ódio não é aceitável.

- Se ele morre agora irá sem punição. – Vinícius acrescenta e Rômulo fala por primeira vez:

- O povo vai relegá-lo ao esquecimento ou ao ostracismo?

- Espero que Boçalnato sofra o ostracismo. Pelo que me recordo, a origem dessa palavra era votação secreta dos romanos ou atenienses para expulsar quem não lhes convinha. Ganhou o sentido de isolamento, proscrição; e também de indiferença e desprezo dada às pessoas indignas. – Declara Benito e Girvany recita seu poemeto Alívios:

- Em cada esquina procuro algo perdido, não vejo. Os faróis embaralham meus olhos, devoro suas luzes, ácidas, estanco a dor, invento mundo, galáxias, invento solução, alívios, invento outros desejos, sonhos, delírios.

Um sujeito até então desconhecido levanta a voz na mesa ao lado (assim entenda: um penetra intrometido em nossa laive aberta). Vemos que o desconhecido se auto denomina Jorjão Jararaca.

- Merda fizeram voceis, seus babaca isquerdistas. Num conseguem admitir quiô PT saqueô u Brasil durante treze anos e agora são crítico dum governo que está aí num tem nem dois ano comprétu. Voceis precisa estabelecê contato com a realidade e percebê melhó uonivérsu auteu redó. U povo intendeu sim i quem num intendeu foi voceis. O teu líder Lula foi preso por crimes de corrupção ativa, passiva, massiva, lavagem didinheiro, vantagens indevidas, ocultação di cadav... quero dizer, ocultação di patrimônio iá lista num acaba mais. Acorda, babacas. Deixem de se tapado.

- O senhor tem excelentes argumentos. – Gabriel ironia. – Igual a todos os eleitores do Boçalnato. Provavelmente aprendido com o pensador Obáfu de Cavalo...

- Pensadô mêsmu.

- É... Pensa-dor. – Matheus ironiza. – Estudou até que série?

- Sou Adevogádu!

- Realmente... É do gado! – Matheus espeta.

 

Continua no próximo domingo.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Jerehmias Menezes, João P. Juggle, Martín Ramirez e Camile Gracian.

 

Recomendo a leitura de:

“Rio Companheiro”, de António MR Martins:

http://poesia-avulsa.blogspot.com/2020/07/rio-companheiro.html

“El Tiempo y Sus Arrugas y la Netflix”, de Javier Villanueva:

http://javiervillanuevahistoria.blogspot.com/2020/07/hace-un-buen-rato-que-juancito-se-le.html

“Sobre Pontes e Gigantes”, de Caio Riter:

http://caioriter.blogspot.com/2020/07/sobre-pontes-e-gigantes.html

 

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

 É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

 É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

 Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens: fotos do autor.

 

Escrito inicialmente 22 de maio de 2019 e trabalhado entre os dias 08 de julho e 02 de agosto de 2020.