domingo, 29 de abril de 2018

ONDE ESTOU


  
Parabéns, Ipatinga, pelos seus 54 anos.

quero ver as fases da lua
& as fases de ver
viver & varrer co’água fria
meus dissabores¹

Tristeza suave
Quase não aperta
Ocupa espaço
Umedece
Uma e outra vez
Umedece
Dá laço
Quase ninguém desperta
Ao canto d’ave
Uma e outra vez
Deita-se ao dia
Ar se vai
Olhos se abrem
Coragem se evadia
Uma e outra vez
Meia-noite ou às três
Vai-se o sono
Mente sem dono
Busca-se nos livros

Uma e outra vez


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Vera L. Buzo, Tatiane Melo, Phelipe Moraes, Ju Ferraz, Renatho Portinelly, Elizangela Batista, Renato Oliveira, Luis J. Rodriguez, Tersio Greguol, Fernanda Viegas, Neia Teixeira, Ana Mª Andrade, Deusdeth Jr. Amorim, Fernando Viana, Cristianne de Sá, Patrícia P. Cruz, Cássio Juliano, Mariana Porto, Carol Galdino, Mª Monteiro Guimarães e Tatiane Pereira.

Recomendo a leitura de:
“Águas vivas mortas”, de Vinícius Siman. A ser lançado no Salão do Livro do Vale do Aço, 19 de maio de 2018;
“Das Vantagens de Ser Homem ou a aranha e a libélula”, deste macróbio que vos fala:
“Partículas da Vida”, de António MR Martins:

¹ SIMAN, Vinícius. Prece com pressa. Águas vivas mortas. São Paulo: Clube de Autores, 2018. P. 46.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Escrito na madrugada de 20 de janeiro de 2018; trabalhado entre os dias 23 e 29 de abril do mesmo ano.

domingo, 22 de abril de 2018

O SILÊNCIO DA PALAVRA



EL SILENCIO DE LAS PALABRAS

Dia Vermelho. Foto de Rubem Leite.

Orides Fontela nasceu em 21 de abril de 1940, deixou inúmeros canteiros verbais e se foi em novembro de 1998. Onde quer que esteja, feliz aniversário, jardineira das ideias.
Em abril de 2018, dia 19 é dia para pedir perdão aos silvícolas do Brasil. 21, para pensar na exortação de Joaquim José da Silva Xavier: “Se todos quiséssemos faríamos deste país uma grande nação”. E 22, quinhentos e dezoito anos de invasão ao território que chamamos hoje de Brasil; e que, apesar de tudo e todos, amo muito.

Em português:

Se o senhor quer paz no Oriente Médio, tem um bom remédio: pare de vender armas. Está em uma ótima posição para fazê-lo.¹

Primeiro, desânimo
O vapor da chuva sobe
Comedida nuvem.

Palavras vencem silêncio:
Dizem e não o que quero
Silêncio vence palavras:
O que sou é indizível.

Palavras, o silêncio as derrota e não
Silêncio, a palavra o derrota e não.



En español:

Se usted quiere paz en el Oriente Medio, hay una perfecta medicina: no venda más armas. Tiene excelente posición para hacerlo.¹

Primer, desánimo
Vapor de la lluvia sobe
Comedida nube.

Palabras vencen silencio:
Dicen y no lo que quiero
Silencio vence palabras:
Qué soy es indecible.

Palabras, el silencio las derrota y no
Silencio, la palabra lo derrota y no.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Girvany de Morais, Bispo Filho, Meirilene Oliveira, Kênia Nicácio, Yuri G. Rodrigues, Andrew A. Vessam, Sebastiana Silva, Daniel Bastos, André Graciano, Jackie Silva, Ana L. Guimaraes, Luzineth F. Alves e Jorge Horta.

Recomendo a leitura de:
“O que o BBB e o STF têm em comum?”, de Josué da Silva Brito:
“Muçulmanos, Judeus e Cristãos na santa paz”, de Javier Villanueva:
“Águas Vivas Mortas”, de Vinícius Siman. Lançamento 19 de maio, no Salão do Livro do Vale do Aço.

¹ MATIAS, Marisa.  Eurodeputada portuguesa chama Macron de ‘Pequeno Napoleão’ por causa de ataque à Síria. Disponível http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/49234/eurodeputada+portuguesa+chama+macron+de+pequeno+napoleao+por+causa+de+ataque+a+siria+veja+video.shtml . Acesso 20 Abr 2018. Traducción libre al español.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Trabalhado em 02 de janeiro e depois entre 17 e 22 de abril de 2018.

domingo, 15 de abril de 2018

PESSOAS E CIDADE



PERSONAS Y CIUDAD


Deixa que os não poetas falem de tua beleza,
esses nunca compreenderão o que há de ti em sombra,
de sementes germinando, de vozes de cavernas¹.
  

Os Três Poetas – Foto tirada por Vinícius Siman.

Em português

No Feirarte, agora no Parque Ipanema, está um quarentão de camisa amarela e listas brancas, um trintão de camisa xadrez branco e vermelho, mais um vintezinho de camisa verde com gorila espantado estampado. Os três de calças jeans. Todos bebem cerveja. No palco “Os Democratas” tocam e cantam roque.
“Eita mulher gostosa.” O trio olha as mulheres e fala e fala delas. Girvany² observa as pessoas e pensa.
“Político é tudo ladrão.” O trio fala e fala da política de longe. Siman³ observa a cidade e pensa.
“Cruzeiro é o melhor...” O mesmo trio fala e fala de futebol. Há quem olha a cidade, as pessoas e pensa nos Galos tecendo manhãs.
Saem Os Democratas. E tempos depois entra o “Arena Music” tocando e cantando MPB. Sai também o trio. Contudo, os poetas continuam a pensar, observar, pensar, observar, pensar, observar, pensar, observar, pensar enquanto crianças escorregam pelo barranco e voltam aos seus prazeres escorregadios; e voltam, voltam e voltam.
Crianças escorregam, poetas observam. Crianças se divertem, poetas pensam. Crianças, gente, poetas, vida.


En español:

En el Feirarte, ahora en el Parque Ipanema, beben cerveza un cuarentón de camisa amarilla y listas blancas, un treintón de camisa ajedrez blanco con rojo, más un veintecito de camisa verde con un gorila espantando estampado. Los tres llevan vaquero. En el escenario “Os Democratas” tocan y cantan rock.
“¡Caray! Miren que mujer más rica.” El trío no quita ojos de las mujeres y de ellas platica y platica. Girvany² observa las personas y piensa.
“Políticos son todos ladrones.” El trío charla y charla de la política lejana. Siman³ observa la ciudad y piensa.
“Cruzeiro es mejor…” El trío charla y platica de fútbol. Hay quien no pierde de vista la ciudad, el pueblo y piensan en los Gallos tejiendo mañanas.
Salen Os Democratas y tras un rato entra el “Arena Music” tocando y cantando músicas populares de Brasil. Sale también el trio. Sin embargo, los poetas continúan a pensar, observar, pensar, observar, pensar, observar, pensar mientras los niños deslizan por el barranco y vuelven a sus placeres deslizantes; y vuelven, vuelven y vuelven.
Niños deslizan, poetas observan. Niños se divierten, poetas piensan. Niños, gente, poetas, vida.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Valdete Val, Michael Cobain, Isabella Ribeiro, Antonio Carlos, Osmar Solza, Ayoub Amrani, Vinicius Souza, Alessandro Lages, Scida Souza, Maxwel Lopes, Joana Sousa, Luzia Di Resende, Fernando Marinho e Beatriz Sousa.

Recomendo a leitura de:
A Besta Essência”, de Joe Arthuso. A obra é uma luta que se explode através de palavras. Contudo, promove alguns sorrisos ao nos fazer ver a respiração da poesia. Lançamento no dia 21 de abril (sábado) às 21 horas no Espaço Cultural Casa, Rua Dom Maciel, 486 Bom Retiro, Ipatinga MG.
Recomendo ainda a leitura de:
“Por que discutir e estudar gênero?”, de João Lucas Nery:

Justicia para MATIAS GALINDEZ, artista callejero, asesinado en Ji-Paraná (Brasil) por THIAGO FERNANDES. 08 de abril de 2017. Un año de impunidad.

Diquinha de português:
O “a”, como artigo, é uma palavra variável em gênero e número que, posta antes de um substantivo, o determina; como preposição, o a é uma palavra invariável que liga dois termos de uma frase e mostra a dependência existente entre ambos. Exemplo: A neta foi a casa do avô. No primeiro a, temos um artigo definido; no segundo, uma preposição.
Vejamos agora como é fácil e simples distinguir “a” artigo, pronome e preposição:
Para identificar a classe gramatical de uma palavra, tente o passo-a-passo abaixo:
ARTIGO
- O artigo pode ser retirado do contexto, sem alteração no sentido da frase;
- Aponta um substantivo claro, vindo sempre antes dele;
- Quando for definido (o, a, os, as), pode ser substituído por um indefinido (um, uma, uns, umas), e vice-versa.
Exemplos:
Abomino a retórica politicamente correta. Acho interessante sair com uma saia curta.
- podem ser retirados sem prejudicar o sentido da frase;
- apontam substantivos (“retórica”, “vestido”);
- o primeiro pode ser substituído por “uma” (“abomino uma retórica”); e o segundo por “a” (“sair com a saia curta”).
PRONOME
- O pronome pode ser referido a alguma pessoa do discurso no contexto;
- Pode também substituir uma pessoa do discurso no contexto;
- Quando ocorre de “um(s)” ser pronome, “um” não apontará nenhum substantivo, pois ele estará oculto.
Exemplos:
Você a viu andando por aí?
- refere-se a “ela” (a alguém, mesmo que não determinado pelo contexto);
- poderia ser substituída por “ela” (“Você viu ela andando por aí?”). Observação: Os verbos “mandar, deixar, ver, fazer, ouvir, sentir, restar, bastar e falar” quando acompanhados de outros verbos no infinitivo exigem pronomes oblíquos; o que não é o caso deste exemplo (o verbo “andar” está no gerúndio).
Muitos alunos estão de recuperação. Uns, por falta; outros, por nota baixa.
- refere-se a “eles” (“os estudantes/alunos”);
- não aponta nenhum substantivo à frente, pois ele está oculto (“Uns alunos por falta [...]”). Observação: “uns” trata-se, aí, de um pronome indefinido.
PREPOSIÇÃO
- A preposição não pode ser retirada do contexto, pois deixa o sentido da frase estranho;
- Não podem substituir ou se referir a alguma pessoa do discurso.
- Em geral, a preposição “a” pode ser substituída por “para”.
Exemplo: Geralmente, alunos de medicina gostam de ir a festas.
- se retirada, o sentido fica estranho;
- não se refere a nenhuma pessoa do discurso: 1ª (eu, nós); 2ª (tu, vós); 3ª (ele, ela, eles, elas).
- pode ser substituída por “para” (“[...] gostam de ir para festas”).
CIBERDÚVIDA DA LÍNGUA PORTUGUESA. O “a” como artigo ou preposição. Disponível https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-a-como-artigo-ou-preposicao/4317 . Acesso 12 Abr 2018.
MENGER, Jonathan. Decodificando a gramática: diferenças entre artigo, pronome e preposição. Disponível https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/6083734 . Acesso 12 Abr 2018.

¹ MELO NETO, João Cabral de. Junto a Ti Esquecerei. Poesia Completa e Prosa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. P. 05.
² Girvany de Morais é poeta e autor de micro contos; residente em Açucena (Minas Gerais, Brasil). Segundo suas palavras: O escritor e poeta engajado é testemunha ocular de seu tempo. Arte, para mim, é engajamento; fruição é para o burguês. Gosto da literatura que dá soco no estômago, não alívio.
    Girvany de Morais es poeta y autor de micro cuentos; residente en Açucena (Se le Azucena; Minas Gerais, Brasil). Segundo sus palabras: El escritor y poeta comprometido es testigo ocular de su tiempo. Arte, para mí, es compromiso; fruición es para burgués. Me encanta la literatura que pega el estómago, no alivio.
³ Vinícius Siman é, segundo suas palavras, por ofício filósofo, poeta, crítico literário, dramaturgo e diretor; mas por natureza é lindo, gentil, legal e mentiroso. Ele vive em Ipatinga (Minas Gerais, Brasil).
    Vinícius Siman es, según sus palabras, por oficio filósofo, poeta, crítico literario, dramaturgo y director; pero, por naturaleza, es guapo, gentil, bueno y mentiroso. Él vive en Ipatinga (Minas Gerais, Brasil).

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Manuscrito na tarde de 17 de dezembro de 2017; trabalhado pela primeira vez em 29 dos mesmos mês e ano. Depois entre os dias 10 e 15 de abril de 2018.

domingo, 8 de abril de 2018

ADORMECER



ADORMILAR


Leitura do texto em português e espanhol (minuto 03:56) postado no canal literário aRTISTA aRTEIRO – https://www.youtube.com/watch?v=tLE-SQnBOJg :

Em português:


Emilio Fleitas buscando justiça para Matias Galindez.

Ninguém enxergava no escuro, mas ele sim.
A escuridão era uma tela, como a dos cinemas.¹

A manhã aconteceu. O mesmo a tarde e também a noite. Em nenhum minuto adormeceu em sua vida de sono. Não de sonhos, apenas de sono.
Tentou adormecer, mas Hipnos não o visitou. Tirou-se da cama olhando a noite e olhou na escuridão as cenas da vida.
Rejeições. Saudades. Roberto... cantor da banda ipatinguense Retrô. Família. Escola. Namoradas. Namorados escondidos...
- Escondidos?
- E nossa sociedade ainda hoje aceita?
- Do que está falando? Estou concê e não te compreendo.
- Está e não está. Existem aqueles que soam companhia e existem aqueles que sequer tinem.
- Bobo! Existem aqueles que vivem...
- Existe? Se você diz... Digo só uma coisa: Não digo nada.
- Nada? Duvido.
- Conhece a música: “O Papa é pop. O pop não poupa ninguém.²”?
- Não estou entendendo.
- Você é um imbecil por não estudar nossa língua nem literatura.
- Imbecil é você. E aquilo é música, não literatura...
- Sou idiota sim! E estudar literatura é trabalhar a capacidade de compreensão e de expressão.
- Entretanto, do que está falando?
- Da felicidade. Só é possível nos sonhos.
- Nos sonhos. E queria mais?
- Como responder esta pergunta? O óbvio é óbvio. Mas a verdade não é.
Acompanhado, a solidão se invisiva. Existe, mas se invisiva. Na solidão ela não esconde sua face. O que é melhor, seu rosto visto ou a invisibilidade? Deus não devia doar aos poetas alma triste.
- Muitas vezes te vejo tão só...
- Eu gosto.
- Não é possível.
- Eu gosto não gostando.
- Não entendo.
- Nem eu. Nem ninguém. Mas, a vida é assim. Sexualidade mata a solidão ou a mascara?


En español:

Ronald Faria en búsqueda de justicia para Matías Galindez.

Nadie veía en la oscuridad.
Pero, la oscuridad era una pantalla.¹

La mañana se ocurrió. Lo mismo la tarde y la noche también. En ningún minuto se durmió en su vida de sueño. No de los sueños; solo de sueño.
Intentó adormilarse, pero Hipnos no le visitó. Se sacó de la cama mirando la noche y miró en la oscuridad las ensenas de la vida.
Rechazos. Echasos de menos. Soledad. Roberto… cantante de la banda brasileña Banda Retrô. Familia. Escuela. Novias. Novios escondidos…
- ¿Escondidos?
- ¿Y nuestra sociedad aún hoy acepta?
- ¿Do que hablas? Estoy contigo y no lo comprendo.
- Está y no está. Hay aquellos que suenan compañía y hay aquellos que no lo pueden.
- ¡Tonto! Hay aquellos que viven…
- ¿Hay? Si lo dijes… Digo una solo cosa: No digo nada.
- ¿Nada? No lo creo.
- En Brasil se canta: “O Papa é pop. O pop não poupa ninguém.”².
- No comprendo.
- Es un estúpido por no estudiar la lengua hermana del país hermano.
- Estúpido es tú.
- ¡Sí, soy!
- Sin embargo, ¿de qué hablas?
- De la felicidad. Solo es posible en los sueños.
- En los sueños. ¿Y quieres más?
- ¿Cómo contestar esta pregunta? El obvio es obvio. Pero la verdad no lo es.
Acompañado, la soledad se invisibla. Existe, pero se invisibla. En la soledad ella no esconde su cara. ¿Qué es mejor, su rostro visto o la invisibilidad? Dios no debía donar a los poetas alma triste.
- Unas veces te veo tan solo…
- Me gusta.
- No es posible.
- Me gusta no gustando.
- No comprendo.
- Ni yo. Ni nadie. Pero, la vida es así. ¿Sexualidad mata la soledad o la enmascara?


Justicia para MATIAS GALINDEZ, artista callejero, asesinado en Ji-Paraná (Brasil) por THIAGO FERNANDES. 08 de abril de 2017. Un año de impunidad.

Ofereço como presente aos aniversariantes:
Thayná Macedo, Mariana Dias, Simone Távila, Jose L.G. Ramos, Jeová P. Jesus, Nívea Paula, Adalberto André, Rodrigo G. Fernandes, Bella Ramalho, Arlete Santos, Lidia Maria, Tamara Oliveira, Cleiton Zambianchi e Demetrios N. Gualberto.

Recomendo a leitura de:
“A Besta Essência”, de Joe Arthuso. Editora Panalux. Lançamento no dia 21 de abril (sábado) às 21 horas no Espaço Cultural Casa, Rua Dom Maciel, 486 Bom Retiro, Ipatinga MG.
A obra é uma luta que se explode através de palavras. Contudo, promove alguns sorrisos ao ver a respiração da poesia.

Recomendo ainda:
“Foi, Pensando em Voltar”, segunda resenha deste macróbio que vos fala sobre a história do Brasil, período Império:
“Elogio a ‘Distopia’, do Grupo Boca de Cena”, de Vinícius Siman:
“Profundidade Nocturna”, de António MR Martins:

¹ FABRA, Jordi Sierra I. Kafka e a Boneca Viajante. Rubia Prates Goldoni. São Paulo: Martins, 2008. P. 68.
  FABRA, Jordi Sierra I. Kafka y la Muñeca Viajera. 20ª ed. Madrid: Siruela, 2016. P. 78.

² O Papa é Pop, composição de Humberto Gessinger; cantado por Engenheiros do Hawai. Disponível: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/45744/

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Manuscrito en español en la tarde de 03 de septiembre de 2017; trabajado por la primera vez en 29 de diciembre del mismo año y después, en las dos lenguas, entre los días 05 e 08 de abril de 2018.

domingo, 1 de abril de 2018

O AMOR É COMO MORRER



Ao redor, pessoas caminhando, comendo, bebendo e outros gerúndios. Na mesa, Clésio, Marcelo e Suzana saboreiam cerveja e porção de peroá. Esta, pensativa. Os amigos jogam conversa fora.
- Sabe como surgiram expressões como “ele broxou”?
- Eu não. Nem quero saber. – Fala Marcelo. – Desse mal não padeço e esconjuro.
- Rerrê. No século XIX vendeu-se muito “literatura para homens” e seus livros eram encadernações em brochura... Encadernações moles que o brasileiro associou as ideias.
- Interessante... Mas penso agora é em José de Alencar e no Pe. Antônio Vieira.
Uma pequena pausa para um gole de cerveja.
- Que têm eles?
- Diziam coisas como “a escravidão fora criada para o progresso humano”.
- Como assim?
- E que os africanos poderiam ir para o Céu após serem escravizados...
- Quê! Por quê?
- Os negros eram descendentes dos filhos amaldiçoados de Noé.
- E o que tem isso a ver?
- Que muitos gritam “Boçalnaro 2018!”. Ele que se declara inimigo dos negros, das mulheres, dos de outras religiões, dos pobres, dos LGBT’s, dos índios, dos...
- Tá bom, já entendi. E tudo por pessoas da elite branca... Rarrarrá. Elite? Que elite é essa que tem pagar boletos e outras coisas em prestações?
Os dois riem e depois se calam. Art Vitrola continua cantando.
Marcelo comenta:
- No período ditatorial brasileiro trinta e um de março era um dia festivo...
- Sei! Comemoravam o “Regime Militar”; o país que vai pra frente.
- E a população sempre em festa mal sabia o quanto era subtraída através de tenebrosas transações paridas do golpe.
- Golpe que aconteceu no dia primeiro de abril... Mas para disfarçar, os militares diziam que fora no dia trinta e um de março e não no dia da mentira.
- Sendo que é imensa mentira negar os golpes; o de 1964 e o de 2016. – Fala Suzana. Porem muda de assunto por está pensando no que lera recentemente em A Hora do Lobisomem, de Stephen King:
- “Meu amor. – Sussurra ela, e fecha os olhos. O lobo cai sobre ela. O amor é como morrer”.
- De onde tirou isso?
- De um livro.
- Legal.
- Legal... Mas estou puta com Drummond...
- Por quê? – Interrompe o professor Marcelo. – Por quê?
- Drummond fez declarações homofóbicas. Chamando-os de doentes; não de pecadores, mas de doentes. Pura e simplesmente.
- E ele que lutava tanto pelo humanitário...
- É! – Exclamaram em uníssono Marcelo e Suzana. – É!
Art Vitrola continua e junto a suas músicas está o barulho das pessoas no Feirarte, no Parque Ipanema e os pensamentos nas cabeças de quem pensa.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Jydnei Nouza, Wilma de Jesus, Louise Santanaa, Bruno S. Almeida, Magali Santos, Malu Ricardo, Carlos Passos, Marcone Alvarenga, Pascoal Gomes, Delsyn Carvalhais, Roberta Bragança, Marco Anacleto, Carla Aparecida, Márcio Miranda, Rosane Dias e Leopoldo Comitti.

Recomendo a leitura de:
“De Tantos Deuses e Demônios Acharam os Ossos de Dana de Teffé”, de Josué de Brito:
“Independência e Constituição Brasileiras”, deste vosso macróbio:
“A Pinta Verde”, de António MR Martins:
“Las 10 estrategias de manipulación masiva, según Noam Chomsky”, de Javier Villanueva:

BUARQUE, Chico. Vai Passar. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=oGo_IGaVw6I . Acesso 01 Abr 2018.
VERRUMO, Marcel. História Bizarra da Literatura Brasileira. São Paulo: Planeta, 2017.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Manuscrito na tarde de 17 de setembro de 2017; trabalhado pela primeira vez em 23 de dezembro do mesmo ano e depois entre os dias 27 de março e 01 de abril de 2018.