domingo, 27 de março de 2016

POETA IPÊ

LUNA HERMOSA – FIRE EMBRACES


Potira itapitanga.
Os poemas não têm correspondência nas três línguas; ou seja, cada um é único.


Em português

O branco sorriso do céu
E as árvores rendeiras
Iluminam a noite
Serenam o dia.

E o dia está começando
E a semana terminando
E a lua está crescente
Povo moralmente indigente.

No céu uma ilha flutua
Branco-acinzentada
O sol ainda não se situa
Alma não acorrentada.

Floriram os rosados ipês
Manhã de 15 de julho
Noite de 25 de julho
Sumiram as flores dos ipês.

O ipê é muito bonito
Mas faz uma sujeira
Poeta-ipê
Suja com versos-flores
Não é granito
Nem tem eira nem beira


En español

Lluvia resfría cielo gris
Oliendo a té de anís
Violoncelo negro enardece
Hombre de blanco que lo protege.

El sol surge entre nubes
Un niño entre pubis
Cantan fuerte los gallos
Suprimiendo los agallos.

Luna se veste de nubes negras
Se divierte ante nuestros ojos
Convierte su nuble traje
Invierte en hermosura.


In English

Yellow butterfly between flowers
Blue sky above creek
Red fire embraces a forest
Green tree desires live.

He draws a shell
To hide in a shield
But I can draw a life
Tree dancing with wind

Heart in hand
My soul not beats as band
I am not a musician
I am politician

Happy end
“And everyone died in a river of blood”
Thus finished the book
What the baby vampire was reading.


Ofereço os poemas como presentes de aniversário aos meus queridos:
Cledir Salvaterra, Glaciel Farias, Patrícia Dias, Denise Oliveira, Leonardo Gomes, Antonio Pirralho, Jydnei Nouza, Magali Santos, Louise Santanaa e Gledson Pagung.


Escrito entre a manhã de 25 de julho de 2015 e 27 de março de 2016.

domingo, 20 de março de 2016

GUNTHER ESTEBANEZ na história do Graffiti




O Graffiti é aplicado em História da Arte como expressões artísticas produzidas por riscar um desenho em uma superfície. As primeiras formas desta expressão foram as pinturas rupestres feitas com ossos de animais, terra, carvão ou sangue. 
Este estilo de arte é frequentemente vinculado à cultura hip-hop deriva dos anos 1960 e teve os estilos derivados do subúrbio da cidade de Nova York. Há uma tradição significativa do Graffiti na América do Sul, sobretudo no Brasil. São Paulo é geralmente considerado o atual centro de inspiração para muitos artistas no mundo.
Alguns artistas adotam os estilos de escreverem seus próprios nomes. A "Tag" é a escrita mais básica do nome de um codinome, podem conter mensagens sutis e por vezes enigmáticas. Um estilo mais clássico é o “Wildstyle”, letras entrelaçadas pintadas de forma razoavelmente ilegível geralmente envolvendo pontos de ligação e desenhos. O “Stencil”, outro exemplo de Graffiti é um estilo mais moderno usa moldes vazados que podem ser estampados varias vezes. E também “Sticks” (adesivos) como uma maneira de intervenção rápida.
Com a popularização e legitimação como Arte, o Graffiti alcançou um nível de comercialização. Os artistas de rua foram convidados para pintarem em campanhas publicitárias de grandes empresas. Alguns destes artistas, aos poucos migraram para ilustração e design, mantiveram sua prática artística e o estilo concebendo e produzido, logotipos, ilustrações, calçados e moda.
Gunther Estebanez é um artista Brasileiro, nascido no interior das Minas Gerais, Brasil. Surgido da pop-arte publicitária iniciou seus trabalhos por volta de 1995 quando trabalhava no ramo de outdoor. Dedicou à difusão do Graffiti e a qualidade artística regional. Começou pintando na rua a fim de ter seus trabalhos expostos para todos, para que pudessem ver a qualquer hora, de forma gratuita, afinal, esta é a filosofia do Graffiti.
Hoje aos 37 anos de idade Gunther comemora 20 anos de carreira, tendo pintando em boa parte do Brasil levado sua arte por onde passou. . Propõe a ocupação de espaços com arte, sobretudo com Graffiti. Dedica-se além dos trabalhos de grafitagem, à decoração, ilustração, cenotécnica e figurino, também à algumas soluções artísticas e aos estudos para arte-educador. Acredita que o melhor caminho para as futuras gerações esta na educação e que a arte deve ser passada a diante, assim como qualquer outro dom. “- O ensino das artes nas escolas é tão fundamental quanto a matemática ou português! O aprendizado artístico auxilia na comunicação em geral, aumenta a percepção e o entendimento de todas as manifestações artísticas. Ninguém vive sem arte!” Questiona o “artista professor”.
Gunther Estebanez enquanto educador se sente satisfeito por ter alcançado a marca de 1.000 alunos em oficinas de Graffiti e minicursos de arte. Começou em 2001 com projeto pela lei de incentivo da sua cidade. Orientou e incentivou 500 alunos a pintarem trabalhos nos muros de escolas públicas. Teve apoio privado e investiu recursos próprios no ensino da arte do Graffiti.

Diário do Aço:
IPATINGA – Pelas mãos do artista Gunther Estebanez paredes, vitrines, telas e até bancos viram obras de arte. Com 15 anos de carreira, ele já fez trabalhos de vários tipos e agora encara um novo desafio. Transformar os 31 bancos do Parque Ipanema em pedacinhos da fauna e da flora da Bacia do Rio Doce. De forma voluntária, ele grafitou os bancos para o 5º Fórum das Águas do Rio Doce, que começou nesta quarta-feira (7).
Segundo o artista, a proposta inicial era revitalizar o espaço dos bancos. Primeiro o local recebeu bloquete ecológico. Depois veio a ideia de retratar a fauna e flora da nossa região. “Foi um trabalho em equipe que começou com a ideia de Amauri Kru’s, que me indicou. Depois uma equipe fez a limpeza dos bancos com técnicas industriais”, disse. O artista plástico André Baião, fez os desenhos e Gunther grafitou. O trabalho demorou cerca de 15 dias para ficar pronto. 
Pesquisa
Gunther Estebanez explicou que a escolha dos animais e plantas foi feita seguindo alguns critérios. Primeiro ele priorizou as espécies abordadas pelo projeto Água do Rio Doce, idealizador do evento. Depois foi considerado os mais raros e por último, as espécies mais exóticas da fauna e flora.
“Esse é um trabalho inédito para mim em relação à temática e ao objeto grafitado. Para executar o trabalho, Gunther usou uma tinta importada da Espanha. Ao todo foram utilizadas cerca de 250 latas, o que corresponde a aproximadamente 150 litros de tinta.  

Paixão pelos desenhos começou cedo
Gunther Estebanez contou que seu fascínio pelos desenhos começou cedo. “Desde a época da escola eu gostava de desenho. Aos poucos fui aprimorando o dom de forma autodidata. Compro muitos livros, vou a eventos e estou em contato com artistas da área. Mas não me acho um bom desenhista e sim um bom pintor”, relatou o artista.
Ao cursar cenotécnica no Rio de Janeiro, Gunther foi parar nos bastidores do carnaval carioca. “Aprendi muita coisa trabalhando na escola Caprichosos de Pilares, fazendo adereços e esculturas”, falou o artista.
 
Artista ministra cursos
Além de grafitar muros, espaços públicos e motéis, Gunther Estebanez faz esculturas, quadros e design de interiores. O conhecimento que adquiriu, Gunther tenta levar aos outros por meio de oficinas. Atualmente ele ministra aulas particulares em domicílio. Mas seu maior sonho é criar na cidade uma escola de arte, que contemple várias modalidades indo das artes plásticas, passando pela música, teatro e dança. “Temos muitas iniciativas na região, mas acho que elas são isoladas”, concluiu Gunther Estebanez. O telefone de contato do artista é 8782-5369.

Repórter do Diário do Aço: Polliane Torres


EU SOU

YO SOY – I LIKE


Obax nafisa.


“Tenemos el deber de no ignorar la realidad nacional, pero tenemos también el deber de no ignorar la realidad mundial”.
José Carlos Mariátegui.


Em português

Mais uma manhã
Lastimam os que vivem de trelas
– Mas concordo com Bilac –
Vivem os que escutam estrelas:
Suave sorriso sem sanha.

Eu sou uma branca nuvem no negro céu
A lua é a dama argêntea
Com quem danço
E diante do olhar ciumento do povo
Como pão e bebo a Via Láctea

Debaixo da lua uma rosada rosa
É a imagem de uma atriz formosa
Acima da terra um homem jovem
Em seu coração coisas se inovam
Em mim e em muitos elas se embolam

O desejo talvez seja um arco-íris
Mas se uma tarde azul picota os desejos
As noites negras como a pupila das íris
Torna-os vivos lampejos.


En español

Yo soy una blanca nube en los negros cielos
La luna es señora argéntea
Nosotros bailamos y el pueblo nos mira con celos
Y en la Vía Láctea con nosotros guerrea.

Debajo de la luna una rosada rosa
Es la imagen de una actriz hermosa
Arriba de la tierra un hombre joven
Y en su corazón cosas se innoven
En mí y en muchos ellas se embolan.

El deseo tal vez sea uno arco iris
Pero, se una tarde azul picotea los deseos
Las noches negras como la pupila del iris
Los cambia vivos relampagueos


En English

I like a white cloud in the black sky
The moon is silver lady
We dance and the persons on us spy
In the Via Lacteal eat bread

Under the moon a pink rose
Above the ground a young man
A perfume attracts your nose
As if image of the woman
At mi something grapple and medley


Ofereço como presente de aniversário
Clementina Santos, Maria Cloenes, Israel Brandão, Davi Paiva, Ricardo D. Cunha, Raphael A.M. , Ana Lúcia Pena, Camila Valadares, Ranulfo L. Gonçalves, Letícia R. Xavier, Elismar Boyzzado, Marco Abreu, Maria Cabral, Liliane L. Melo e Claudinei Souza.

Recomendo a leitura em espanhol de El juego político y el descontrol de la crisis en Brasil, de Javier Villanueva:


Escrito inicialmente em 22 de julho de 2014 duas estrofes em espanhol. Trabalhado nas três línguas entre os dias 01 de agosto de 2014 e 20 de março de 2016. Optei fazer algo diferente; quatro versos em português, três em espanhol e dois em inglês.

domingo, 13 de março de 2016

ALLIGATOR MACHINE

Potira itapitanga.


Em português

Edgar Allan Cat sobe em uma caixa perto da dama da noite e dorme. Enquanto isso Don Perro de la Mancha deita diante de mim e me conta seu plano.
- ... É uma máquina que faz renascer os dentes que se perderam. Eu me inspirei nos crocodilos; que sempre que perdem um dente outro nasce. Tem muitos anos que estou estudando os jacarés e descobri seu segredo dentário. A gente vai ficar rico.
- É verdade! Todos os dentistas vão querê-la.
Depois que falei, Don Perro dispara a correr no Feirarte e sorvo um pouco da bebida feita pelo Marcelo em sua barraca. É um coquetel cor de vinho e muito gostosa. Só, estou em minha mesa em uma manhã que não está quente e o sol não brilha. Mas está agradável.
- O que você está lendo?
Pergunta-me Allan Cat, meu gato que dormia até agora debaixo da dama da noite. Don Perro, louco como sempre, corre atrás de uma borboleta amarela.
- Um conto de Eduardo Galeano.
- Dele conheço somente Las Venas Abiertas de América Latina; no original, não a tradução. Qual é o assunto do conto?
- Que Uruguai se tornou independente da Espanha para ser dependente da Inglaterra e que os uruguaios que mais lutaram pela independência – os negros, índios e outros – foram os desprotegidos em sua Constituição.
- Boa história para ser lida 15 de Novembro...
- Rerrê. Triste verdade.
- Políticas e políticos, isso sim são dentes de crocodilo... Mas, como se chama o conto?
- “La Jura de la Constitución”. Leia também, Allan Cat, “La Indepedencia”, do mexicano Octavio Paz.
Nem se passou um minuto e meu gato voltou a dormir e Don Perro se aproxima de mim.
- No que tá pensando? – Pergunta-me.
- Em um amor não vivido...
- Então na vale a pena pensar... Você tem o meu amor.
Enquanto pensava me sentia emparedado em um túmulo. Mas meu cachorrinho me arrancou de uma síncope. Sorrio enquanto lhe vejo correndo atrás de uma pomba cinzenta.
Ao longe, um homem se levanta suas cadeiras da cadeira, levanta sua camisa, acaricia seu peito, sua tatuagem e a frente de sua calça olhando a mulher que o olha. E se senta. O que será que passa na cabeça dela que não vai com ele para algum outro lugar...?
- Benito! – Camile Gracián me fala. – Sempre aqui...
- Sempre... Sente-se comigo!
- Estou com Lorraine.
- Sentem as duas. Gosto de estar com vocês.
Ela se senta e sem demora chega sua namorada e se junta a nós. Mas, Camile está aborrecida.
- Que aconteceu, menina, para estar tão nervosa?
- Um certo diretor que se sente excepcional me disse umas coisas... e... e eu lhe disse em bom português “Não me enrole que não sou seu beck”.
- Rerrê. Éééé. Presunção é dente de jacaré...
- No entanto, meu amor, estamos aqui para relaxar.
Lorraine fala e eu digo:
- Então... Marcelo! Traga três bebidas pra gente tragar, por favor.
Allan Cat sai de cima da caixa e se deita no colo de Camile e Don Perro chega e se deita debaixo da cadeira de Lorraine enquanto bebemos.


En español

Edgar Allan Cat sobe en una caja cerca del oloroso árbol dama da noite y se duerme. Mientras tanto Don Perro de la Mancha se acosta a mis pies y me cuenta tu plan.
- … Es una máquina que hace nacer los dientes que si perdieron. Me he inspirado en los cocodrilos; que siempre que pierde un diente otro lo nace. Hace ya dos años que estoy estudiado los caimanes y descubrí su secreto dentario. A gente se quedará dueño de la plata.
- ¡Verdad! Todos los dentistas se van a quererla.
Después que hablé Don Perro se pone a correr en el Feirarte y sorbo un poco de la bebida hecha por Marcelo en su quiosco. Es una bebida color de vino y exquisita. Solo, estoy en mi mesa en una mañana que no está calorosa ni brilla el sol. Pero, está agradable.
- ¿Qué lees?
Me pregunta Allan Cat, mi gato que dormía hasta ahora bajo del árbol de dulce olor fuertísimo. Don Perro, loco como siempre, corre tras una mariposa amarilla.
- Un cuento de Eduardo Galeano.
- De él solamente conozco Las Venas Abiertas de América Latina. ¿El cuento habla de qué?
- Que Uruguay se quedó independiente de España para ser dependiente de Inglaterra y que los uruguayos que más lucharon por la independencia – negros, indios y otros – fueron los desprotegidos en su Constitución.
- Buena historia para ser leída en 15 de Noviembre…
- ¡Jejé! Triste verdad.
- Políticas y políticos, eso sí son dientes de cocodrilo… Pero, ¿cómo se llama el cuento?
- “La Jura de la Constitución”. Lea también, Allan Cat, “La Independencia”, del mexicano Octavio Paz.
Ni un rato se pasó y mi gato se vuelve a dormir y Don Perro se acerca de mí.
- ¿En qué piensas? – Me pregunta.
- En un amor no vivido…
- Entonces no vale la pena pensar… Tienes tú mi amor.
Mientras pensaba me sentía emparedado en un túmulo. Pero, mi perro me sacó de un síncope. Sonrío mientras lo miro tras una paloma gris.
Lejos, un hombre se levanta de su silla, levanta su camisa, acariña su pecho, su tatuaje y la frente de su pantalón mirando la mujer que lo mira. Y se sienta. ¿Qué se pasa en la cabeza de ella que no se va con él para algún otro logar…?
- ¡Benito! – Me habla Camile Gracián. – Siempre acá…
- Siempre… ¡Siéntate conmigo!
- Estoy con Lorraine.
- Sienten las dos. Vosotras me encantan.
Ella se sienta y no tarda tu novia llega y se pone en la silla. Pero, Camila está medio aburrida.
- ¿Qué pasas que estás nerviosa?
- Un cierto director que se siente excepcional me dijo unas cosas… y… y le dije en bueno castellano “No me enrolle que no soy marihuana”.
- ¡Jajá! Ser presumido es diente de caimán poco dormido.
Las dos ríen.
- Sin embargo, cariño, estamos acá para relajar.
Charla Lorraine y digo:
- Entonces… ¡Marcelo, traiga tres bebidas para nosotros, por favor!
Allan Cat sale de arriba de la caja y se acosta en el regazo de Camile y Don Perro llega y se acosta debajo de la silla de Lorraine mientras bebemos.


Ofereço como presente de aniversario:
Márcia Veloso, Lara Luft, Adele Ramos, Dalbert Benjamim, Cleonice P.F. Leite, Kátia Ferreira, Dressa Dumont, Sandra H. Martins, Antonio D Sebastião, Mailson F. Viana, Patrícia M. Silva, Jayane Santos, Silvana Alvarenga, Thalyanne Neves, Franquilaine Alcântara, Karen Porfiro, Amanda Novais, Cássia Toledo, Patrícia Loures, Jeferson A. Fernandes, Marcelo Oliveira, Márcio Mendes, Mariza Batista, Aldrin G. Martins e Eliane JM Santos.
Junho é mês quente porque muitos aniversariam em março...

Diquinha de português:
Concordância de gênero em “a gente”:
Na linguagem informal, mas aceita pela ‘gramática normativa do português padrão’, “gente”, quando precedida do artigo “a”, vale como o pronome “nós”. Mas ainda de acordo com as regras gramaticais, como a palavra “gente” é feminino, o adjetivo concordará em número e gênero com o substantivo, não importa se o falante incluído no “nós” seja homem; por exemplo: “Benito, a gente vai ficar rica”. Entretanto, como “a gente” é expressão informal (quero dizer que não se submete radicalmente ao português padrão) é flexível o seu uso (principalmente se entre os falantes houver alguém do sexo masculino) porque reflete a função do pronome que assume (nós). Então não é incorreto dizer “Benito, a gente vai ficar rico”.
Maiores informações (todas acessadas 12 de março de 2016):
Michaelis Escolar, versão 3.0 agosto de 2008, Amigo Mouse Software, Editora Melhoramentos Ltda.

Recomendo a leitura de:
“Ministro da Nação”, de Vinicius Siman:
e “Maria Teresa Carbonell, 90 años, ex-militante del POUM: ‘No caigas en la mezquindad’”, de Javier Villanueva:


Escrito originariamente en español entre los días 15 de noviembre de 2015 y 13 de marzo de 2016.

domingo, 6 de março de 2016

A TRANSFORMAÇÃO

EL CAMBIO


Potira itapitanga.

A dove flies beautiful. The sun touch my skin, about with cold me I remove my arms and I go to the shadow. I remember of last night… My mind flies better than the dove.


Em português

Uma pomba voa baixo no Feirarte. Suas penas brancas e pretas me fizeram sorrir. Não sei o motivo, mas sorri ao ver a pomba. Três crianças correm atrás da pomba e um cachorro late para eles. E continuo sorrindo. Admiro por uns instantes a pintura em louça de Joana e volto para minha mesa. Tomo a gostosa bebida feita pelo Marcelo e em vão espero uma companhia.
Só! Eu comigo.
E um músico afina seu violão até começar a cantar. Ninguém olha para ele. Todos estão atentos a si mesmos. Eu também. Mas o escuto e ouço. No entanto, rapidinho me esqueço dele e me lembro…
O sol toca minha pele, incomodando-me; e mesmo com frio tiro meu braço; ficando todo na sombra. Eu me lembro da última noite. Meus pensamentos voam melhor que a pomba...
- Oi, Ricardo! Que bom vê-lo.
Olho a voz, sorrio, e: “sente-se comigo”.
- O que está bebendo?
- Não sei. Algo com limão e kiwi, mas está muito bom.
- Você estava tão absorto... Em que pensava?
- Na noite de ontem.
- Esteve com alguém?
- Não... Não sei. Lembro-me de uns olhos brilhantes, um sorriso lindo, uma pele branca e uns belos dentes. Mas não consigo trazer à memória se foi um sonho ou se foi alguém. Acordei hoje com um cansaço que não acaba. Entretanto estou satisfeito...
- Rerrê.
- Que tem feito de sua vida?
Em um dia tão lindo ouço coisas boas de sabor exótico e coisas de sabor amargo, mas gostosas. Apesar disso quero a noite.
E ela vem. E eu vou até os olhos brilhantes, belos dentes e...
E algo acontece.


En español

La paloma vuela bajo en el Feirarte. Sus plumas blancas y negras me hizo sonreír. No sé la causa, pero sonreí al ver la paloma. Tres niños corren tras la paloma y un perro ha latido para ellos. Y continúo sonriendo. Admiro la pintura en loza de Juana, vuelvo a mi mesa y cojo mi vaso de bebida sabrosa hecha por Marcelo mientras vanamente espero una compañía.
¡Solo! Yo conmigo.
Y uno músico afina su viola hasta empezar a cantar. Nadie lo mira. Todos a vuelta de sí mismos. También yo. Pero lo escucho y oigo. Sin embargo, de inmediato me olvido de él y recuerdo…
El sol toca mi piel, incomodándome; y mismo con frio saco mi brazo poniéndome de todo en la sombra; y me recuerdo la última noche. Mis pensamientos vuelan mejor que la paloma…
- ¡Hola, Ricardo! Qué bueno verlo.
Miro la voz, sonrío, y: “Siéntate conmigo”.
- ¿Qué bebes?
- No sé. Algo con limón y kiwi, pero es muy exquisito.
- Estabas tan absorto… ¿Qué pensabas?
- En la noche de ayer.
- ¿La pasó con alguien?
- No… No sé. Recuerdo de unos ojos brillantes, una sonrisa linda, una piel blanca y unos bellos dientes. Pero, no consigo traer a memoria se fuere sueño o se fuere alguien. Desperté hoy con un cansancio que no se va. Sin embargo, satisfecho…
- ¡Jijí!
- ¿Qué has hecho de su vida?
En un día tan lindo oigo cosas buenas de sabor exótico y cosas de sabor amargo, pero sabrosas. No obstante, quiero la noche.
Y ella viene. E me voy hasta los ojos brillantes, bellos dientes y…
Y algo acontece.


Ofereço como presente de aniversário:
Ana Sandra, Lúcia Ramos, Malcom Judith, Paulo Carvalho, Thiago Vaz, Elci Pascoal, Eunice Profeta, Lucio Viana, Gustavo Lacerda, Lene Teixeira, Sirlene A. Souza, Larissa Sette e Elisângela A. Santana.

Recomiendo la lectura de “La Sirena del Ebro”, publicado por Javier Villanueva; “Mary G. Berg”, publicado por Gianmarco Farfán Cerdán; abajo, las direcciones:

Escrito originariamente en español en la mañana de 28 de junio de 2015. Trabajado entre los días 14 de julio de 2015 y dd de mm 2016.

Revisão do trecho em inglês: Delsyn Carvalhais.

sexta-feira, 4 de março de 2016

AGRIDOCE

De Vinicius Siman


Após uma discussão, vai a família, feliz por ter solucionado o problema, à pizzaria. Lá, outras famílias, também felizes por terem solucionados os problemas pelos quais discutiam, também comemoravam e comiam e bebiam alegremente. É impossível ver algo além de felicidade e amor nestas famílias. Assim que a família sentou-se, na mesa à direita o pai abriu a boca, e o filho retrucou-o, em voz baixa. E começou uma pequena discussão quase taciturna. Na mesa à frente, outra família ouve atentamente a discussão da família da mesa à direita, e o pai reclama — e o filho retruca-o e a mãe grita em voz baixa que “não se responde mais velhos”. Do lado esquerdo, o pai, sentado na ponta da mesa, imponente, assobia quando vê uma puta passar. Sua esposa o repreende e os filhos vão à defesa da mãe, em voz baixa para que a mesa de trás não ouça. Na mesa de trás, uma família qualquer acha estranho a mesa do meio estar em silêncio. A mãe — certamente solteira — abre a boca e sua filha, com percingis no nariz e na boca e nas orelhas e nos mamilos (percebe-se pelo volume na camisa), xinga a mãe em voz baixa. Na mesa onde está a família, chega a garçonete, que entrega o cardápio. A mãe prefere calabresa, o filho maior, mussarela, o filho pequeno chora de forma contida pedindo que a pizza seja de quatro-queijos. O pai abre a boca. A família protesta... em voz baixa. O pai escolhe a moda da casa. E as famílias, felizes por estarem conciliadas, entopem-se de pizza e refrigerante com gelo e rodelas de limão, que ainda assim é doce. E é assim em todas as pizzarias do mundo, e em lanchonetes e hamburguerias e pastelarias. Nos bares vivem os bêbados. E nas esquinas de todo o mundo, principalmente na esquina da pizzaria onde a família come e bebe com fartura, uma criança procura algo num saco de lixo. Sai comendo uma rodela de limão — até a casca. Mesmo sendo tudo muito amargo.