segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

LÍQUIDO GOZOSO

Obax nafisa.


Seguro firme, mas não ao ponto de perder a delicadeza.
Sinto seu cheiro, seu rubor.
Acaricio sua pele antevendo, prevendo o gozo prestes a vir.
Não, não por um breve tempo te resisto.
Seguro-me para te comer melhor.
Entregar-se é sua satisfação.
Então, cravo-lhe.
E com força contida passo-lhe a língua
E te vejo desmanchar-se,
Molhar-se toda,
Soltando toda sua delícia
Em sua total entrega ao prazer.
Umedece minhas mãos, meu rosto
Desfazendo-se em líquido gozoso
Caqui.


Ofereço aos aniversariantes
Joubert Arrais, Dago T. Vega, Nélia Franco, Túlio Silva, Matheus M.A. Pires, Suzana G. Simões, Mary Oliveira, Giulliano Nepomuceno, Ketelyn Scrittori, Rosana Mont’Alverne, Josiane Hungria, Isabela Guerra, André Beraldino, Mariza L. Souza, Domingos Tibúrcio, Dyego D. Cordeiro. E minhas colegas de Faculdade: Roseli Marques e Christine D.P. Sathler.

Recomendo a leitura de Alfabetização e Letramento Através da Fotografia; Marias IV, de Ely Monteiro; e Selfie, de Bispo Filho.
Respectivamente nos endereços

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito entre os dias 20 de maio de 2014 e 23 de fevereiro de 2015.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

FLORES

Obax nafisa.


Em português

Na madrugada caminho sob o chuvisco
À minha direita, choro dos perdidos
Mesmo assim a chuva para.
À minha esquerda, o primeiro raio de sol
Rubra uma nuvem e doura outra.
Passo debaixo de uma sibipiruna
Flores
Com o vento chove sobre mim

flores
sementeiam
poesias
poesias
seminam
fantasias

flor
murchou
indolor
versicolor
manchou
flor


En español

En la madrugada camino bajo el llovizno
A mi derecha, lloro de los perdidos
Mismo así la lluvia para.
A mi izquierda, el primero rayo del sol
Rubra una nube y dora otra.
Paso debajo de un ceibo
Flores
Con el viento llueve encima de mí

flores
semienta
poesías
poesías
sementan
fantasías

flor
marchitó
indoloro
multicolor
manchó
flor


Ofereço aos aniversariantes
Saulo Almeida, Claudina Abrantes, Rodolfo Bello, Zé Mário Pimentel, Torosca Silvestre, Walter B. Villar, Fernanda de Lima, Alê de Cássia, katia Macedo, Marcia Carmo, Mª Fátima W.L. Macedo (minha irmã preferida, e única), Susilene Justino, Helena L. Lopes, Orlando Júnior, Eduardo A.M. Almeida, Lilian Ferreira, Dinei Gonçalves, Matheus F. Xavier, Breno Guerra e Imperatriz B.W. Leite.

Participación de Luis Gonzáles en la versión en español.
Él vive en Belo Horizonte (MG) y es profesor de español. Contacto: 31-9954-9579.

Recomendo a leitura de Sob as Sombras Dessas Árvores, de Ely Monteiro; Letramento Digital, no blog de Rosa da Serra. Respectivamente nos endereços

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre 22 de maio de 2014 e 16 de fevereiro de 2015.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

DEIXA – DEJACIÓN

Obax nafisa.


Em português

Bom dia, bom moço!
Não seja dorminhoco.
Que teremos para o almoço?
Em fogão barroco faremos tremoço.

Trepar! Vi trepando gostoso
A fruta no galho
Viver! Li Vinicius amistoso
Comparando caju a caralho.

Criavam-se em minha cabeça os engraçados versos acima quando uma garota das ruas me disse, longe de mim, “Me espera, rapaz!”. Não a esperei. Então me chamou outra vez. E outra vez. Estaquei-me e ela me disse “Vamos festejar?”. Não repliquei. “Me responde, homem”. Ainda caminhando agradeci recusando-a. “Não me quer e quer que eu seja feliz?”. Nada lhe disse. “Bem... conheço um macho que talvez você queira...”. Diante de minha casa abri a porta e a deixei sem resposta e com a madrugada.


En español

¡Buen día, mozo!
No seas tembloso.
¿Qué tendremos para almuerzo?
En cocina a leña haremos tremoso.

¡Follar! Follando sabroso
La fruta en la rama eché un vistazo
¡Vivir! Leí Vinicius amistoso
Comparando anacardo a carajo.

Se creaban en mi cabeza los divertidos versos arriba cuando una chica de las calles me dice, lejos de mí, “¡Espéreme, muchacho!”. No la esperé. Entonces me llamó otra vez. Y otra vez. Paré de súbito mis pasos, haciéndome una estaca, ella me dijo “¿Vamos a ir de parrandas?”. No la contesté. “Respóndame, hombre”. Aún caminando agradecí recusándola. “No me quieres y ¿quieres que yo sea feliz?”. Nada la dije. “Bien… conozco un macho que tal vez tú lo quieras…”. Delante de mi casa abrí la puerta y la dejé con la madrugada y sin respuesta.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Luzia Barros, Renato Silva, Paulinho Manacá, Bárbara Alves, Albino de la Puente, Luciano Soares (Brska), Tadeu Vilalba, Wellington P. Santos, Marcos Oliveira, Ana Mª Guerra, Rodrigo M.C. Silva, Marlene Rabello, Sandra Lemos e Marivalda Lima.

SONETO AO CAJU

Amo na minha vida as coisas que têm sumo
E oferecem matéria onde pegar
Amo a noite, amo a música, amo o mar
Amo a mulher, amo o álcool e amo o fumo.

Por isso amo o caju em que resumo
Esse materialismo elementar
Fruto de cica, fruto de manchar
Sempre mordaz, constantemente a prumo.

Amo vê-lo agarrado ao cajueiro
À beira-mar, a copular com o galho
A castanha brutal como que tesa

O único fruto – não fruta – brasileiro
Que possui consistência de caralho
E carrega um culhão na natureza.

MORAES, Vinicius. Livro de Sonetos. 3ª reimpressão, S. Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Recomendo a leitura de
Lembretes Historiográficos para o Terror, de Willian Delarte – http://williandelarte.blogspot.com.br/2015/02/lembretes-historiograficos-para-o-terror.html

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Iniciado em 2014, mas sem data certa, e encerrada na madrugada de 09 de fevereiro de 2015.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

TIRANIAS



TIRANÍA – TYRANNIES


Obax  nafisa.



Antigamente
Diziam: cuidado
As paredes têm ouvidos
Então
Falávamos baixo
Nos policiávamos
Hoje
As coisas mudaram:
Os ouvidos têm paredes
De nada
Adianta
Gritar
PROENÇA¹


Em português

Seguir a namorada é complicado. Porém eu a amo e gosto de proteger minha cabeça...
“Ai!”. Um carro me assustou. Mas não importa; ela não me escapa.
Ah! Ela está naquela pracinha. Xi! É um lugar perigoso. Tem muita gente ruim ali. Meu Deus! Um sujeito esquisito se aproxima dela. Detesto mulher independente. Tenho que protegê-la, cuidar dela.
- Que cê ta fazendo aqui?
- Meu amor! Eu... Eu estou andando a toa pelas ruas. E você?
- Ta me seguindo?
- Não! Eu...
- Não acredito! Hoje é o pior dia de minha vinda. Meu namorado duvida de mim.
- Por favor, não chore, gata. Não fica brava comigo.
- Ai, como sou infeliz!
A noite cai feito pedra e...


En español

¡Seguir a una novia es una tarea nada fácil! Pero la amo y me gusta proteger a mi corazón del dolor…
“¡Ay, caray!”. Un coche me asustó. Sin embargo, ella no me escapará.
¡Ah! Ella está en aquella plaza. Pero, es un sitio muy peligroso. Malas personas viven allá. ¡Dios mío! Un hombre sospechoso está acercándola. No me gusta la independencia de las mujeres. Soy su protector.
- ¿Qué haces?
- ¡Amor mío! Yo… Yo estoy paseando en las calles. ¿Y tú?
- ¿Estás a seguirme?
- ¡No! Yo…
- No lo puedo creer. Hoy es el peor día de mi vida. Mi novio no confía en mí.
- No llores, amor mío. ¡Por favor! No te enojes conmigo.
- ¡Ay, cómo estoy triste!
La noche se cae hecho una piedra y…


En English

Following a girlfriend around is no easy task! But I love her and I love helping my heart of pain…
“Ouch!” A car scares me. She will figure out exactly what’s going on.
Oh! She is into that square. But, into that place is dangerous. Bad persons live there. My God! A strange man near her. I don’t like girl being independent. I’m your protector man.
- What being you?
- Sweet. I… I’m walk in street. You… And what’re you doing here?
- Are you figured me?
- I not. I…
- I can’t believe! It is bad day ever. My boyfriend no believes me.
- Don’t cry, baby. Please! You’re not mad at me. I’m so sad with you.
She night following ask stone and…


Ofereço como presente aos aniversariantes
Fernando Alves, Maria A.D. Pinho (Cida Pinho), Marlene Brum, Eddy Khaos, Wadson Lourenço, Alexandre F. Luna, Celia M. Vidal, Rodrigo Robleño, Frederico A. Candeias, Leticia Calazans, Vitórias Soares, Gleison Oliveira e Re Silva.

¹ Conhecimento Prático Língua Portuguesa, nº 51, Editora Escala. Sou Todo Ouvidos? Poema Tiranias, de Ruy Proença.

Escrito originalmente em inglês na tarde de 30 de janeiro de 2015 e trabalhado nas três línguas entre os dias 31 de janeiro e 02 de fevereiro de 2015.