segunda-feira, 27 de abril de 2015

AS ÁRVORES NOS OLHAM CURIOSAS

LOS ÁRBOLES NOS MIRAN CURIOSOS


Obax nafisa.
Parabéns, Ipatinga, pelos seus 51 anos.

- ¿Por qué te pasas la noche contando historias por tan poco de dinero?
- Por lo premio que dan los oyentes: el placer de convertir a leones adultos en niños fascinados. Ningún oro del mundo iguala la dicha de vivir eso milagro en los ojos de los oyentes.
(SCHAMI, 2012, p. 131)


Em português

- E ela me perguntou.
- Perguntou...?
- Perguntou!
- O quê?
- O que o quê?
- O que perguntou?
- Quem?
- Ela!
- Que tem ela?
- O que ela perguntou?
Em um minuto silencioso olho as árvores no Feirarte. Está meio cheio e penso... Penso e digo:
- O coração e a língua são da mesma carne¹.
Interrompo nossa conversa quando um homem põe amendoim em nossa mesa. É para comprarmos depois. Diante da gente, a uns dez metros, Leo e Banda cantam músicas de diversos estilos.
- Mas... O que ela disse? Depois destas palavras tão bonitas ela tem que ter falado algo.
- Não...
- Por quê?
- Bem... Na verdade ela me disse algo que até hoje guardei só pra mim.
- Por quê?
- Porque coração e língua são da mesma carne...
Outro minuto silencioso. Mas a música continua e as árvores nos olham curiosas.
- Mas sinto que hoje não posso ficar calado.
Escuto a música, mas não a ouço. Viajo até meu coração para dar força a minha língua.
- Enquanto eu puder ver, quero meus olhos em você².
Eu sorri com lágrimas nos olhos. Mas não as deixei sair. Somente meus lábios deixei que ela visse.
Meu amor e eu estávamos, igual eu e você hoje, na barraca do Marcelo no Feirarte. Bebíamos o que ele preparava para a gente. Foi um delicioso coquetel de coco com pimenta suave e outro de tangerina com a mesma pimenta.
- Amor! Fale mais. Suas palavras são como as gotas de água e eu sou como terra sedenta³. – Disse sorrindo. – Então contei uma história e até cantei... Que Leo me perdoe. Rirri. Beijei seus lábios. Ela sorriu e fechou seus olhos. E chorei!


En español

- E ella me preguntó.
- ¿Preguntó…?
- ¡Preguntó!
- ¿Lo qué?
- ¿Lo qué o qué?
- ¿Qué preguntó?
- ¿Quién?
- ¡Ella!
- ¿Que tiene ella?
- ¿Qué ella preguntó?
En un rato silencioso miro los árboles en el Feirarte. Está medio lleno y pienso… Pienso y hablo:
- El corazón y la lengua son de la misma carne¹.
Interrumpo nuestra charla cuando un hombre pone maní en nuestra mesa. Es para comprarle después. Delante nosotros, a unos diez metros, Leo y Banda cantan músicas de diversos estilos.
- Pero… ¿Qué dices ella? Después de estas palabras tan bellas ella debe tenerte hablado algo.
- No…
- ¿Por qué?
- Bien… En verdad ella me dice algo que hasta hoy he guardado solo para mí.
- ¿Por qué?
- Porque corazón y lengua son de la misma carne…
Otro rato silencioso. Pero la música continúa y los árboles nos miran curiosos.
- Pero siento que hoy no puedo callarme.
Escucho la música, pero no la oigo. Viajo hasta mí corazón para dar fuerza a mí lengua.
- Mientras yo pueda ver, quiero mis ojos con tú².
Yo sonreía con lágrimas en los ojos. Pero no las dejaba salir. Solamente mis labios la permitía mirar.
Mi amor y yo estábamos, hecho yo y tú hoy, en el quiosco de Marcelo en el Feirarte. Bebíamos lo que él nos preparaba. Fue un exquisito cóctel de coco con pimienta suave y otro de tangerina con la misma pimienta.
- ¡Cariño! Hable más. Tus palabras son como las gotas de agua y yo soy la tierra sedienta³. – Charló sonriéndome. – Entonces conté una historia y hasta canté… Que Leo perdóname. ¡Jejé! Besé sus labios. Ella me sonrió y cerró sus ojos. ¡Y lloré!


Ofereço aos aniversariantes
Jorge Horta, Ana L. Guimaraes, Andre Andrade, Térsio Greguol, Jamille H. Salles, Marconio Souza, Deusdeth J. Amorim, Cristianne de Sá, Fernando Viana, Grace Saavedra (in memorian), Patrícia P. Cruz e Luís Yuner.

Recomendo a leitura
Elefante de Menta – tem gente que lê...; e Alquimia Lilás, de Ely Monteiro.
Nos endereços

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito originariamente en español entre las mañanas de los días 26 y 27 de abril de 2015. Cualquier error de español, ¡perdóname!


SHAMI, Rafic. Narradores de la Noche. 6ª ed. Madrid: Siruela, 2012. Páginas: ¹ 159, ² 135, ³ 139.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

CASO SÉRIO

Obax nafisa.


- Ai, Jisuis! Vou dá a lúiz!
- Ai, minha Nossa Senhora! Ai, meu São José!
- Châmu táquis.
- Vô chamá. Pega os trem, quiá criança invém. Onde tá, meu Deus!
- Tá li. Châmu táquis.
- Já chamei.
- Ai, Jisuis, qui chegô a min’hora. Cadê us troço?
- Taqui.
- Châmu táquis.
- Já chegô. Vâmu, entra todo mundo.
- Num cábi.
- Então, vai eu, vai ocê, ocê e ocê.
- Mas e a grávida?
- Ah é! Ocê fica e vai ela.
No hospital. Duas horas de internação.
- Alarme falso, gente. Alarme falso.
- Chama o táxi.
- Estou indo.
No táxi, quase em casa.
- Ai, Jisuis! Que vô dá a lúiz.
- Ai, minha Nossa Senhora! Ai, meu São José! Volte, motorista, volte.
Na porta do hospital
- Alarme falso, gente. Alarme falso.
- Volte, motorista. Darré que aindapé.
- No meio da caminho
- Ai, Jisuis! Que vô dá a lúiz.
- Volta, motô, volta!
O carro fez o contorno
- Alarme falso, gente. Alarme falso.
...


Ofereço aos aniversariantes
Silvia Gonçalves, Othon Valgas, Luzia di Resende, Valdete Val, Michael Cobain, Antonio Carlos, Isabella Ribeiro, Bispo Filho, Marcone Sousa, Kênia Nicácio, Yuri G. Rodrigues, Meirilene Oliveira, André Graciano, Daniel Bastos, Luzineth F. Alves.

Recomendo a leitura de Dissonância Medieval, de Maurílio Montanher:

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre 06 de junho de 2014 e 20 de abril de 2015.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

NARRADORES DA NOITE

Sometimes I wanted to be stone, but I’m poet.

Obax nafisa.


- Oi, pessoas! – Cumprimenta Benito aos amigos que já se encontravam no “Sarau de Arak”, no restaurante Tuffik Cozinha Árabe, sempre nas segundas segundas-feiras: Nena de Castro, Goretti Freitas, Vera Tufik e tantos outros. – Vejam as quadras do Rubem que acabei de ler:

Em lágrimas de delícia
Li Olhos Vegetais.
Se Nininha se foi, o Landi se tornou canoa.
Palavras amaciando atos brutais.

Amor muda o natural
Gato que só pensa na lua
Segue sua dona por toda rua
Sorrindo vão a dona e seu animal

Tarde quente e triste
Sumiu meu coraçãozinho
Não há algo que não se finde
Voltou meu cãozinho

- Rosinha, Minha Canoa, de José Mauro de Vasconcelos é tudo de bom. – Diz Goretti e Vera completa: Vale a pena ler ou reler.
- Não tenho dom para poesia, só leio literal e essas quadras não me dizem nada... Aliás, o que uma tem a ver com as outras?
- Se não lhe disse nada é porque lhe disse muito. E são quadras diferentes, sem ligação entre si. Apenas as achei interessantes.
- Bom, realmente pensei em montes de coisas, lugares e transformações, tentando associar tudo isso, mas não cheguei a conclusão nenhuma. Se por esse lado é legal... foi legal...
- Uai! E por que tem que chegar a alguma conclusão? Apenas saboreie. Sinta. Cérebro é bom. Coração também.
- Rirri. Não senti nada no fim, porque não entendi, mas nem reparei na jornada... Se enquanto eu estava lendo eu sentia algo... Não posso dizer se apreciei.
Enquanto Benito e Frâncis discutem Nancy Maestri pensa “O que Frâncis está fazendo em um sarau se não gosta de poesia?”. Porém não diz nada, só observa.
- Estou tomando um chá de hortelã com boldo. Dá um contraste... Deve ser interessante concluir algo disso. Mas, no caso, prefiro só saborear. Busque o livro “Rosinha, Minha Canoa” e leia.
- Tá doido, não me aventuro nessas coisas.
- Por quê? Tenha medo do que é bão não.
- Não é medo, creio já de antemão que não vou apreciar nada... Mas consigo apreciar qualquer leitura ficcional sem metáforas demais.
- Então vai gostar do livro. Não é rico em metáforas. São simplesmente belas histórias. As quadras que não gostou são do Rubem, não do José Mauro de Vasconcelos. O livro é bom, pode ler.
- Metáforas para mim são como ver flores de caramelo... Realmente não passaram disso. Rirri.
- Flor de caramelo?
- Rirri. Um exemplo tosco, me dizer como é algo, alguém ou sentido, usando formas metafóricas, elas serão literais para mim... Isso é engraçado... que minha imaginação é fértil demais para imaginar essas coisas. Mas o sentido passa tão despercebido que mesmo se jogasse na ponta do meu nariz eu iria estar observando essas coisas literais obstruindo o campo de visão... Mas é para ter algum sentido as quadras?
- Sim, é para ter algum sentido. O seu. O que eu e o autor quisemos dizer tá lá, direitinho. O que você entender...
- Bom, Olhos Vegetais é um livro? Agora, não entendi a parada da Nininha e Landi.
- É o capítulo três de Rosinha, Minha Canoa. Nininha é uma árvore e Landi e outra. Landi sonhava em se transformar canoa porque esta é a árvore que os índios fazem canoas.
- Hum... Agora faz sentido.
E Nena pensa “Poesia... Como muitos não entendem a poesia e... e como é dura a missão do professor que tem explicar o literário...”
Desconhecendo o que se passa em nossas cabeças, Frâncis insiste:
- Afinal, Benito, para que serve a poesia? Qual é a utilidade dos contos, das crônicas, dos romances, das novelas?
- Acho que a primeira coisa que a literatura e todas as artes nos dão é o prazer. – Diz Goretti e Nena continua: A segunda coisa que elas nos proporcionam é fazer passar mais depressa o tempo que enfrentamos os problemas.
Francismar Vasconcelos conta um causo e paramos para ouvi-lo. Após os aplausos Nancy fala:
- A literatura estimula a imaginação e nossa capacidade de abstração, metafísica e simbólica.
- Entendo também que as artes ampliam nossos conhecimentos e oferecem... oferecem, acho, materiais para relacionar o que enfrentamos no dia a dia com o que lemos. – Vera dá sua opinião – E assim, conseguir consolo e até, quem sabe, força para superar os dissabores?
- E você, Benito, não vai falar mais nada?
- No silêncio eu sinto o sabor das vozes.
Fora do restaurante a noite está nublada. Um carro e outro passam e pedestres olham para o movimento aqui dentro. Quem se adentra?


Ofereço aos aniversariantes:
Mayra Loures, Cleiton Zambianchi, Demetrios Nunes, Simone Távila, Mariana Dias, Thayná Macedo, Alessandro Lages, Grasielle Severo, Maxwel Lopes, Scida Souza e Joana Sousa.

Recomendo a leitura de Análise, de Ely Monteiro

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

SCHAMI, Rafic. Narradores de la Noche. 6ª ed. Madrid: Siruela, 2012.

Escrito entre 05 de maio de 2014 e 13 de abril de 2015.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

PÁGINAS

Obax nafisa.

Sometimes I wanted to be stone, but I’m poet.


É uma sibipiruna florida. E pássaros cantam sobre ela. Benito e seus amigos José Silva (morto algumas semanas depois do diálogo e algumas semanas antes da publicação do cronto)¹ e Eva conversam sob a árvore.
- Vejam a aldravia de Rubem:
cristãos
comemoram
morte
divertem-se
com
sofrimento
- É! É triste, mas é verdade. – Fala José e Eva continua:
- Sei não... Se fôssemos comemorar a morte mataríamos alguém. Abram os olhos e viva Cristo.
- Como disse Cristo: “Seus pais mataram e os filhos fizeram o túmulo”. – Responde Benito. – Significa que concordam... Não sou cristão. Gosto muito de Cristo...
- Então por que fala estas coisas? Acredita que coelho bota ovo e você fica se divertindo com chocolate. – Retruca Eva. – Sacrifício não é sinônimo de amor, Benito. Sinônimo de amor é gentileza.
- Eva, está difícil entender o que diz. Parece que me perguntou se acredito em coelhinho da páscoa ou se em Cristo. Não acredito em coelho da páscoa, mas acredito em Cristo. Não acredito é em cristão.
- Não se comemora a morte e sim a Ressurreição, a vida nova. É essa a alegria do momento. Antes disso, apenas reflexão sobre a Paixão e Morte de Jesus.
- As pessoas, querido amigo Benito, não enxergam Cristo como um ícone de libertação, mas como um objeto de sacrifício e mazelas. Eu O vejo como um Iluminado que veio ao mundo para pregar, não uma religião ou um dogma religioso, mas sim a bondade construída sobre os alicerces do amor.
Eva olha para uma flor de sibipiruna no solo, próxima ao seu pé direito, e diz: Se Ele não tivesse se sacrificado nós nem existiríamos. Então me diga a razão de vocês estarem vivos.
- Eu lhe diria, Eva, que há controvérsias a esse respeito. A verdadeira história está encoberta sob um véu... E para muitos deve continuar assim. A verdade tem muitas faces nesse caso. Eu diria que cada um carrega a sua.
- Ora, José! Então quem morreu por você? Quem sacrificou a vida dele por você, Benito? Eim?
- Ninguém! Acho que há muitas inverdades nisso tudo. Acredito em Cristo e que Ele veio até nós para nos deixar seu legado de amor, não de morte, tragédia e sacrifício. Desculpa! Mas é minha opinião.
- Então você acredita que nossos antepassados são macacos! Não fiquem magoados comigo... É uma discussão, não uma briga.
- Não nos ofendemos. – Diz Benito e José continua: Na verdade, acredito na lei de Darwin, na evolução das espécies.
- Mas se foi a evolução das espécies... Quem foi Deus para você? Um animal!
- Deus para mim é energia pura.
- Mas para você, como Ele surgiu?
- Estou vendo que você tem muito conhecimento, Eva. E é muito inteligente. Um pouquinho imatura, mas não é tola.
Momentos antes chegaram Dândi e Dôni. Após os cumprimentos de praxe eles se sentam, observando-nos em silêncio se interam do assunto.
- Eu e Dôni estávamos lendo hoje um poemeto de Willian Delarte. Vejam que interessante: “PAIXÃO NO ALEMÃO: Chora Terezinha... Chora Terezinha Maria... O filho Eduardo... O menino Eduardo... Eduardo de Jesus não ressuscitará no terceiro dia”². Creio que não seja uma comemoração ou divertimento. Através do sacrifício de Jesus muitas pessoas se integram ao verdadeiro sentido da vida, remindo seus pecados no Amor de Deus. Jesus morreu, mas Cristo venceu a morte e está vivo. Prestes a resgatar àqueles que clamam o santo nome. Não há inverdade nem várias verdades, mas existe fé. Contudo, Deus é Amor e para enxergamos o Amor temos que reconhecê-lo. Cristo morreu por nós e para opinarmos corretamente temos que nos pautar em fatos.
 - Só mesmo a poesia para nos ajudar. – Diz Dôni e em um minuto de silêncio olhamos para as flores amarelas na árvore, para as pessoas que passam por nós e para o vento. – Estou meio doído esta semana, mas foi maravilhoso perceber que mesmo com os cristãos se divertindo ou justificando sofrimentos, Cristo ainda dá esperança. Então, mesmo que eu veja tanta desordem, mesmo que “os fundamentos do mundo se abalem”, eu prossigo feliz. Divirto e creio que Ele me ajuda a fazer alguma diferença.
- Já eu – diz Benito – me encanto com as flores da sibipiruna acima de nós. Mas ao mesmo tempo vejo crianças sírias se rendendo diante de uma máquina fotográfica pensando que é uma arma. Vejo a polícia brasileira matando crianças de dez anos. Vejo a preferência de muitos e muitos em punir crianças e adolescentes no lugar de investirem em escolas, bibliotecas, arte, cultura. Vejo templos indígenas sendo queimados em nome de Cristo. Cachorros sendo abandonados. Vereadores indo para lindas cidades costeiras dizendo que vão se aprimorar. Políticos e religiosos pregando o ódio. – Pausa para um suspiro. – Estou tão descrente. Quase tenho vontade de nem sei.
E pássaros cantam na sibipiruna florida enquanto o vento brinca com nossos cabelos e com as páginas dos livros que levamos. E os amigos se levantam e vão.
Um pássaro no telhado marrom
Tem atrás nuvem vermelha
Por cima o céu está azul-cinza
Abaixo a grama verdeja.


Ofereço aos aniversariantes
Roberta Bragança, Mithswillian Paiva, Delsyn Carvalhais, Marcone Alvarenga, Carlos Passos, Malu Ricardo, Mel de Faria, Sadd Nunes, Nívea Paula, Carmen L. Souza, Lída Mª F. da Cruz, Arlete Santos, Marcos Inter, Tamara Oliveira, Cleria E. Dutra, Ricardo Tulio e ao casal Bruno Grossi e Diane Mazzoni em suas bodas de lã.

² Willian  Delarte – facebook – 03-4-2015.

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre 17 de abril de 2014 e 06 de abril de 2015.