sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

DUAS VIDAS ou QUISERA SER 2 ...

Sou um cachorro preto, peludo e com muita fome. Fome saciada por um rapaz. Gostaria tanto de me aproximar dele, morar com ele, de não sentir mais frio. Frio e fome. Mas e o medo? Menino, que medo os homens me dão. Querer ou não querer? Ter ou não ter? Poder ou não poder? Quem sou eu? O que é você?

Sou um rapaz branco, magro e que nunca passou fome. Mas que nunca se sentiu saciado por ninguém. Pouco vi, se é que realmente vi alguma vez, alguém que valorizasse a arte como ela é: manifestação da vida. Minhas artes. As artes de todos. Todas as artes. Artistas de todos. Angústia! É isso que me define hoje. Angústia!

O cachorrinho preto tem quem lhe dá água. Vejo a vasilhinha. Vi outro e outro cão de rua com vasilhinhas de água e comida no canto de calçadas em outras ruas. Sorri! Que bom, bom mesmo, que eles têm alguma proteção.

Cadê as crianças com fome? Não existe mais nenhuma? Cadê as crianças sem lar? Não existe mais nenhuma? Cadê as crianças “sexusadas”? Não existe mais nenhuma? Que paraíso isso seria... Ou não existem porque foram exterminadas?

Quanto a mim gostaria que o cachorrinho preto não tivesse medo de mim e que eu pudesse acolher todos os cães de rua. Gostaria que as crianças nunca fossem de rua nem que precisassem fugir das ruas...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

QUISERA SER ou FRAGMENTOS DE IDÉIAS

Sou um cachorro preto, peludo e com boa parte dos pelos do rabo grudados por algo esquisito. Com muita fome. E que fome, meu Deus.

Sou um rapaz branco, magro e com cabelo desgrenhado. Nunca passei fome. Nunca me senti saciado.

De manhã um rapaz me dá pão. Ele passa por mim. Depois de um tempo, volta com coisas nas mãos e dessas coisas ele me dá alimento.

Procuro alguém que valoriza a arte, não como supérfluo, mas como ela é: manifestação da vida. Ainda não encontrei muita gente assim.

Que medo que as pessoas me dão. Só de olharem para mim já saio correndo.

Que angústia as pessoas me dão. Não olham para ninguém além de si mesmos.

Está chovendo e eu me molhando aos poucos debaixo das marquises e outros “telhados”. Como gostaria de sentir um calorzinho agora. Ah! E um pouco de comida também.

Está chovendo e eu na seca esperando oportunidade. Enquanto ela não vem eu me viro. Xeroco poemas e os vendo por trocados. Como gostaria que sentissem minha alma nos livrinhos.

Gostaria de ter alguém. Uma pessoa com quem viver. Mas e o medo. Meu Deus, que medo. Gostaria de ser aquele rapaz e ter uma vida melhor.

Gostaria que o cachorrinho não tivesse medo de mim. O que será que fizeram com ele para ser assim, tão assustado? Gostaria de ser aquele cachorrinho e ter uma vida despreocupada.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Aluno judeu

Um pai judeu, com a melhor das intenções, enviou seu filho para o
colégio mais caro da comunidade Judaica.
Apesar das suas intenções, Samuel não ligava para as aulas.

Notas do primeiro mês:
Matemática 2
Geografia 3
História 3
Literatura 2
Comportamento 0

Estas espantosas classificações repetiam-se mês a mês, até que o pai
se cansou:
- Samuel ouve bem o que te vou dizer, se no próximo mês as tuas notas
e o teu comportamento não melhorarem, vou te mandar estudar num colégio católico.

No mês seguinte as notas do Samuel foram uma tragédia e o pai cumpriu
com a sua palavra.
Através de um rabino próximo da sua familia, entrou em contato com um
bispo que lhe recomendou um bom Colégio Franciscano para o qual Samuel foi enviado.

Notas do primeiro mês:
Matemática 8
Geografia 7
História 7
Literatura 8
Comportamento 8

Notas do segundo mês:
Matemática 10
Geografia 8
História 9
Literatura 10
Comportamento 10

O pai surpreendido perguntou-lhe:
- Samuel, O que aconteceu para você ir tão bem na escola? Como é que
se deu este milagre?

- Não sei, papai. Não sei, mesmo... mas assim que cheguei no colégio
apresentaram-me todos os colegas e todos os professores e mais tarde
fomo obrigados a ir a uma igreja, lá dentro do colégio.

Quando entrei, vi um homem crucificado, com pregos nas mãos e nos pés, com cara de ter sofrido muito e todo ensanguentado.
Fiquei muito impressionado!

Perguntei:
- Quem é ele?
E respondeu-me um aluno do curso superior:
- "Ele era um judeu como você".

Então, disse para mim: PQP!!!!
Aqui não tem jeito, temos mesmo que estudar, que estes caras não
são de brincadeira!!!

Não é meu e nem sei de quem é, mas é boa a crítica à certos educadores e religiosos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

QUE FOI

- Que foi, Benito? Por que ta chorando?
- Estou de luto. Não ta vendo minha roupa?
- Luto? Vestindo azul?
- Sim! Luto. Já viu cor mais feia, triste do que o azul? Dizem até que a depressão é azul.
- Mas quem morreu?
- Meu pai.
- Que chato, cara. Coragem.
- Eu tenho. Cara, eu tenho força. Tenho sangue negro correndo na minha pele branca. Tenho sangue alvinegro.

- Que foi, Benito? Que cara apreensiva é essa?
- Estou deprimido. Não ta vendo pela roupa azul?
- Que ta pegando?
- Uma tal juíza desajuizada do TRE parece ter sido comprada e adiou a posse do Chico e da Lene para quinta-feira dizendo que não teve tempo de examinar o processo que ocorre contra o Chico Ferramenta.
- E ta preocupado por isso?
- É claro. Já pensou se o chapeludo vai ter mais quatro anos para destruir de vez o município?

- Que foi, Benito? Ta jururu?
- Ah, cara. Eu tava pior, mas agora me consolei e me enchi de esperança, coragem e fé.
- Que aconteceu?
- Vi uma bandeira alvinegra...
- E?
- Toda a esperança, toda a fé, toda a fraternidade, toda a coragem, toda a força e todo o amor me veio.
- Por causa de uma bandeira?
- Não! Com a bandeira.

- Que foi, Benito? Que alegria é essa?
- Estou comemorando a chegada do meu salário. Estou festejando o aniversário de minha gata. Estou me preparando para a chegada do Natal não comercial e sim fraternal.
- Mas com uma simples camisa listrada preta e branca?
- Já viu cores mais alegres. Mais dignas? Mais respeitosas? Mais gente? Enquanto os antipáticos, racistas e preconceituosos declaram ter sangue azul. Gente que é gente sabe respeitar e gosta das diferenças.

Gaaaaaaaaaaaaaloooooooooooooooooooo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CHUVA

É uma bela noite. Nári canta depois de minha apresentação de teatro. Sentado à mesa do bar a ouço. Chegam três pessoas. Um é conhecido meu e os outros são um casal. Chamo-os para sentarem comigo e ouvirmos as belas músicas. Nári está apresentando o seu xou NáriFarias em Estação 120. Realmente é uma negra voz passeando pela música mineira.
Entre uma música e outra e bebericando vinho a gente conversa. Onze horas. Meia noite. Uma hora vou embora a pé, pois não tem mais ônibus.

Na semana seguinte encontro o casal no teatro. Está chovendo. Fomos assistir uma peça de BH. Conversamos um pouco antes da apresentação. Foi casual nossa esbarrada. E depois falamos bastante. Mas tive que ir embora nem todas as noites posso vadiar. Sou um homem sério. Tenho que ajudar nas despesas da casa e de manhã tenho que trampar. Afinal, artista pode ser ocioso, mas nunca vagabundo. Nem todos, pelo menos.

Ah! Os vagabundos... São todos gente boa. Bem! As pessoas dizem que eles são vagabundos. Eu não os acho. Mas seguindo o que eles dizem falo o que vejo:
Quatro “ripes” que conheci em Varginha. Fizemos amizade. De quatro dias, mas foi muito bom e ainda hoje eles não saem de minha cachola. Cachola... Palavra antiga. Nem sei se você sabe o que significa... Não sabe? Pegue o dicionário. Ah! Você conhece. Legal!
- “Raaauuuuu!”. Pegando minha mão coloca um bracelete de bronze ou cobre. Simples. Rústico. Gostei! E dando outro pulo vai embora. Assim nos despedimos. O presente me encantou muito menos que os poemas que eles me recitaram e as conversas que tivemos.
Ah! Quantos outros vagabundos conheci. E todos são lembranças que me agradam e enriquecem.

Semanas, mais de um mês. Uma noite chuvosa. Um dia chuvoso. Outra noite chuvosa. Não quero sair. Mas fazer o quê? Saio! Vou ao cinema. E o casal lá.
- Benito!
- Éder! Diana!
- Vai assistir algo?
- Sim!
- Qual?
- Manda Cascar. E vocês?
- O mesmo.
Assistimos. Rimos. Vamos para a praça de alimentação.
- O que você vai fazer agora, Benito!
- Ir pra casa.
- Vamos dar uma esticadinha. Diz Éder.
- Vamos pra nossa casa.
- Tenho que trabalhar amanhã cedo.
- Trabalhe! Mas vamos lá pra casa.
- De manhã, depois do café você vai.
- ...
- Vamos!
- Vamos!
- Vamos!
Nós! Eu e ela. Ela e ele. Eu e ele. Nós e ela. Nós e ele. Eles e eu. Dormimos. Acordamos. Na empresa:

- Que ce á pensando, Benito? Ta tão aéreo.
- Numas coisas que aconteceram ontem?
- O quê?
- Nada demais.
Com um casal? É minha primeira vez. Estranho. O que a igreja diz sobre isso? Não deve ser coisa boa. Não devia ter ido. Mas foi bom. Nem sei quem é melhor. Se Éder ou Diana. Será que dei conta dos dois? Pra mim foi muito bom. Que isso, Benito! Isso é pecado. Bem! Já ta feito. E quero mais. Mas não sei se devo. O que fazer?
E a chuva não para.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Olá, pessoal.
Convido-os para o espetáculo TERÇAS POÉTICAS AO INTERIOR DE MINAS, que será apresentado no Teatro ZÉLIA OLGUIN, no domingo , 14/12 às 19h30
Música a cargo de Reinaldo Bessa, que já tocou com Geraldo Azevedo, Chico César, Alceu Valença...
Participação da atriz e escritora Telma da Costa.

Leitura de poemas pelos poetas ipatinguenses NENA DE CASTRO E MOACIR CHRISÓSTOMO!

ENTRADA FRANCA!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MANIFESTO POPULAR EM DEFESA DA CIDADANIA E DA DEMOCRACIA

O texto abaixo me foi enviado pelo gabinete da Vereadora e Vice-Prefeita Eleita Lene Teixeira e tem todo o meu apoio:


A sociedade de Ipatinga não pode se calar diante das tentativas golpistas de quem não aceita a derrota nas urnas e tenta se manter no poder desrespeitando a vontade popular e a supremacia do voto

A sociedade ipatinguense não pode observar em silêncio a vontade popular expressa nas urnas ser vilipendiada e menosprezada, sob o risco de ver cair por terra um dos pilares fundamentais da democracia, que é o sufrágio universal. O povo de Ipatinga não pode permanecer inerte e passivo diante da clara tentativa golpista de substituir o voto e a vontade popular por decisões judiciais que deveriam ter sido tomadas antes das eleições.
A vitória dos candidatos do Partido dos Trabalhadores, Chico Ferramenta e Lene Teixeira, foi fruto da decisão consciente de milhares de eleitores que acreditaram na mudança, que decidiram de maneira democrática colocar fim a um governo marcado pelos desmandos e pela corrupção; que escolheram por vontade própria o caminho da democracia e da participação popular; que optaram livremente por um projeto político e administrativo que propõe a melhoria da qualidade de vida para o povo ipatinguense.
A decisão popular de eleger Chico Ferramenta e Lene Teixeira foi tomada após vários meses de campanha eleitoral, quando todos os candidatos tiveram a oportunidade de expor seus projetos e manifestar suas idéias. Portanto, foi uma decisão tomada com firmeza, à luz do debate político, quando a população exerceu sua cidadania da maneira mais plena.
Ipatinga possui uma das mais prósperas economias de Minas Gerais e seus mais de 250 mil habitantes são pessoas valorosas e trabalhadoras que fazem do município uma referência na produção siderúrgica nacional. Esta gente não pode ter seu destino pisoteado por aqueles que, de maneira desonrosa e pusilânime, insistem em permanecer no poder mesmo depois de serem defenestrados pelo voto popular. O povo de Ipatinga não pode ter seu voto rasgado por aqueles que não respeitam a democracia, que até hoje não admitiram a derrota eleitoral e tentam no “tapetão”, através de manobras e conchavos políticos, impedir a diplomação e posse do prefeito-eleito.
A sociedade de Ipatinga, através de seus integrantes, entidades e associações de classe que assinam este manifesto, reafirma seu compromisso com a democracia, com a cidadania e com a vontade soberana do eleitorado, ao mesmo tempo em que conclama toda a população a resistir e lutar contra qualquer tentativa golpista de não respeitar a supremacia do voto e se manter no poder a qualquer custo.

IPATINGA, DEZEMBRO DE 2008

SAUDAÇÕES DA MARGEM DA VIDA*

O vento baila as árvores lá longe. Olhando pela parede de vidro do sétimo andar do que já foi a Prefeitura Municipal de Ipatinga. Não! O que você está lendo e o que doravante ouvirá não é uma obra apocalíptica. Estamos no fim de uma indigestão política que ameaça perseverar por mais quatro anos, impedindo por questões políticas (leia corrupção) que os Eleitos não assumam o posto que o povo lhe deu.
Agora eu me levanto para trabalhar. Tenho que limpar os três últimos andares da ex-prefeitura. Limpo ruas e limpo a prefeitura. Trabalho nas ruas, estou contratado para as ruas, mas fico aqui... Sem melhora no salário e mais trabalho.
Engraçado! Passaram por mim jovens, adultos e idosos. Passou o im-prefeito. Passaram “tunfe”. Ah! O “tunfe” foi o som do esbarrão que um homem me deu. Uai! Cadê ele? Continuando, passaram dois religiosos cristãos e um pisou no meu pé.
Ninguém me cumprimentou nem sorriram e nem se desculparam. Não é engraçado.
Quem sou eu? Sou Benito Bardo Junior, um seu criado. Sou universitário. Estudo Letras. E para pagar a Faculdade faço limpeza pública.
...
- A Secretaria de Saúde não me ajuda em nada.
- Somos cidadão, né! Estudantes! Deveríamos ser respeitados e eles não ...
O fragmentos de conversa acima eu peguei semana passada. Alvim e Kenim. Dois colegas. Quando os vi parei a limpeza, não sei pra que. Escorei na ponta do cabo de vassoura e sorri para eles e mesmo com menos de um metro de distância eu perdi suas falas ao passarem pela porta.
Bem, volto para o tempo presente. Tenho muito o que limpar.
Por que tanto papel no chão se o que não falta são lixeiras? Não pensam nos limpadores. Não pensam no povo que passa. Como diz a Seicho-No-Ie “O meio ambiente tem alma como a gente”. Esquecem do meio ambiente. Tudo bem que o Autoritário é lixo, mas não justifica o povo emporcalhar tudo.
Mais uma vez, vamos ao meu passado? Um passado próximo.
- Benito! Vamos fazer um churrasquinho lá em casa, sábado. Quer ir? É a americana. Não vai faltar gata.
- Oba! To indo. Quero dizer: to dentro, to fora. To dentro, to fora.
- Então, até lá.
- Inté!
- Oh, véio!
- Alvim, malandro.
- Ce que saca de português. Explica isso para mim.
- Agora?
Voltemos ao serviço. Quer me ajudar? Pegue aquela vassoura ali. Termino o meu trabalho e vou estudar. Curso noturno. De tarde, limpando as ruas ou a ex-prefeitura. De manhã, sou voluntário do GASP no Arrastão Solidário com Marcela, Sindi e Julierme. Onde investimos em crianças em situação de risco para que tenham como resolver as violências que vivenciam\sofrem (Sobre o GASP veja 031-3822-4565 ou http://ppgasp.blogspot.com).
- O que você sonha?
- Não responde não porque eles são do conselho tutelar e vai te levar para a cadeinha.
- Não somos não. Somos do GASP.
- Vou responder sim. Eu sonho em ser feliz e ter família.
- Nóó!
- Ah! Tem mais uma coisa. Sonho também com uma bicicleta.
- O zoiudo. Ce quer tudo.
É tarde. Estou terminando a limpeza. Como estou atrasado vou de uniforme mesmo. Vem comigo? Vamos na minha moto. A Possante Engasgante. Cabei.
Chegamos na faculdade. Passamos por Marcos, Lídia, Davi. Passamos por Kenim. Passamos por dois professores. Ali está o Alvim. Passamos por mais colegas. Chegamos. Aqui é o banheiro. Tiro o uniforme, limpo-me. Fique aí e veja. Saio.
- Boa noite, Benito. Diz Kenim.
- Boa noite!
- Entendeu a matéria? Pergunta Lídia e o grupinho olha para mim. Tapinhas nas costas. É o Alvim me cumprimentando.



* Título retirado de uma frase do livro FIRMIN, de Sam Savage, Edt. Planeta do Brasil Ltda, cap. 06

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

4 COISINHAS, ENTRE ALEGRES E TRISTES

Saindo da rodoviária de Governador Valadares, ouço ao passar diante de um barbeiro:
- Quanto é o corte?
- Para você é barato... Só tem metade.

Ao entrar em minha casa, em Ipatinga, um adolescente desconhecido:
- Você tem alguma coisa para eu comer. Estou com fome. Minha família não tem nada e me mandou para a rua. Qualquer coisa serve.
Bem! Pelo menos é o que acho que entendi ele sussurrar.
- Tenho sim. Espere um pouco.
Vou para dentro, preparo café com leite, passo manteiga num pão doce, pego uma manga e levo tudo para ele.
Entrego sem olhar para seus olhos. Sem conversar com ele. E penso se eu gostaria mais que além de comida me desse uma olhada nos meus olhos. Não para ver se vê algo ruim. Coisa que, graças a Deus, não fiz. Mas que tivesse um pouco mais de respeito e, quem sabe, amor.

Na semana do dia primeiro de dezembro:
- Moça, pegue panfletos e preservativos.
- Não obrigada! Sou casada e meu marido é fiel.
- O meu também. Pena que hoje ele está no cemitério e me deixou assim.
Outra mulher atravessa a rua e
- Como você oferece tais coisas para gente descente. Eu não faço essas coisas.
- Uai dona. Foi a senhora que veio até mim.
Um sorveiro:
- Fica ensinando coisa errada. Fazendo os meninos serem bobagentos. Incentivando-os a treparem.
- Senhor! Não precisamos incentivar os adolescentes a fazerem sexo. Os hormônios já fazem isso. Não incentivamos ninguém. Apenas dizemos que se vai fazer que façam direito e em segurança. E quem deveria ensinar isso são os pais, mas como eles não ensinam é melhor que aprendam conosco do que errado com certos “amigos”.

Minha amiga supersticiosa:
- Tenho tanto medo de assombração. De alma de outro mundo.
- Por quê? É tudo gente boa.
- Sei lá. O que dou é graças a Deus que meu aniversário nunca caiu numa sexta-feira treze.
- É! Quando é seu aniversário?
- 20 de março.

Trânsito em Ipatinga - Vítima

Miriam, gerente da coopeco

GRANDES AMIGOS,

NO PENÚLTIMO DOMINGO EM IPATINGA O GRANDE PILOTO DE AUTOMÓVEIS, O FENOMENAL SR. SIDNEI PEREIRA DA COSTA, FILHO DO COMERCIANTE MOACIR PEREIRA DA COSTA E ZILDA PEREIRA DA COSTA, RESIDENTE NO BAIRRO CIDADE NOBRE, TRAFEGAVA PRÓXIMO A PORTARIA DA USIMINAS, APROXIMADAMENTE Á 170KM/H EM SEU GRANDIOSO CARRO FIAT STILO QUANDO COLIDIU NA TRASEIRA DO CARRO EM QUE ESTAVA MINHA FAMÍLIA RETORNANDO DA IGREJA.... O GRANDE PILOTO CONSEGUIU EM SUA GRANDE MANOBRA REBOCAR O CARRO DOS MEUS FAMILIARES PELA TRASEIRA POR PELO MENOS 40 METROS ATÉ QUE O CARRO COM MEUS FAMILIARES CAPOTOU....... GRAÇAS A ESTA GRANDE MANOBRA O SR. SIDNEI CONSEGUIU FERIR MINHA MÃE QUE ESTÁ PASSANDO POR CIRURGIA PARA TENTAR RECONSTRUIR O COTOVELO.... CORRENDO O RISCO DE PERDER O BRAÇO....A VIDA..... OS DEMAIS INTEGRANTES DO CARRO TIVERAM PROBLEMAS COMO PLÁSTICAS E FRATURAS DIVERSAS.
ABAIXO DESCREVO OUTRAS ATITUDES DO GRANDE PILOTO APÓS O ACIDENTE...:
1- NAO PRESTOU SOCORRO AS VÍTIMAS... SIMPLISMENTE FICOU OBSERVANDO TODOS AGONIZANDO FRIAMENTE, POIS TODO GRANDE PILOTO TEM QUE SER FRIO, NÃO É GRANDE SIDNEI?
2- NA HORA DA BATIDA ESTAVA MAIS PREOCUPADO EM RETIRAR AS MOCINHAS DE FAMÍLIA QUE ESTAVAM COM ELE EM SEU CARRO, TOTALIZANDO 5 MENINAS, TEMOS TESTEMUNHAS.
3-ATÉ O PRESENTE MOMENTO OS PAIS DESTE GRANDE PILOTO SE OMITIRAM QUANTO AO ASSUNTO, DEMONSTRANDO ASSIM GRANDE, MAS GRANDE INFLUÊNCIA NO CARÁTER DESTE GRANDE PILOTO DESTEMIDO, TALVEZ POR SE ACHAREM SOCIALITES.
ASSIM CASO VCS NÃO QUEIRAM QUE SEUS FAMILIARES SEJAM ALVO TAMBÉM DE GRANDES PILOTOS, ENVIE ESTE EMAIL PARA TODOS EM IPATINGA, FABRICIANO E TIMÓTEO.
PARABÉNS SIDNEI, MOACIR E ZILDA, PELO GRANDE HOMEM, E CLARO PILOTO QUE VCS TEM.... TEREI O PRAZER DE CONHECER ESTE GRANDE PILOTO EM BREVE!!!!!
INFELIZMENTE ONTEM MINHA FAMÍLIA E EU ENTERRAMOS A MINHA IRMÃ - DEVIDO AO TRAUMA SOFRIDO NO ACIDENTE-UMA PANCADA QUE LEVOU NO ABDÔMEN, A LEVOU A UMA EMBOLIA PULMONAR, OU SEJA UM COÁGULO SE FORMOU NO PULMÃO A LEVANDO A UMA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA.
GENTILEZA, DIVULGAREM, PARA QUE ESSES IMPRUDENTES NO TRÂNSITO NÃO CONTINUEM DESTRUINDO FAMÍLIAS COM SUAS IRRESPONSABILIDADES.
ATS,
MIRIAM CATARINA F. PAULO

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

DEMIM

Eu estou sempre numa biblioteca – eu mesmo.
Andando pelas ruas, deitado, vendo tv eu estou dentro “demim”. No teatro – assistindo ou trabalhando –, contado ou ouvindo estórias estou dentro “demim”. Estou dentro “demim” sempre lendo meus pensamentos e me extasiando com minha história e minhas estórias. Com menos livros na mão que muita gente eu leio mais que alguns poucos leitores. Eu sou um livro. Sou uma biblioteca. Sou minha história e muitas estórias. Sou um livro aberto. Acredite quem quiser... Ou melhor, leia-me quem souber... E como disse a esfinge “decifra-me ou te devoro”. Bem! Pelo menos comer você eu quero. Devorar e ser devorado.
Ler estórias. Ler histórias. Ser história. Ser estória.
Eu sou Benito Bardo Junior.
Sou poeta.
Sou artista do teatro.
Sou contador de estória.
E tudo isso é pouco diante da biblioteca que sou.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Alguns agradecem a Deus e outros, ao diabo por sentirem\terem algum amor. Eu nada agradeço. Nem sei se tenho algo a agradecer. Nem sei se tenho algum amor. Ou se já tive algum.
Um me disse que a juventude prefere a juventude. Deve ser. Mas foi com a Experiência que aprendi.
Tô sozinho. Queria Lóri aqui. Mas não tá e se tivesse acho que eu estaria só. Assim eu danço. Num silêncio externo danço. Dentro de mim outro silêncio. Ainda assim danço dentro de mim uma dança que foge para fora num rasgão.
Lá fora, vejo pela janela uma noite e ouço o barulho de chuva. Olho para dentro de mim, para o lugar onde danço e me ofusco com o brilho do sol.
Nem mesmo Lóri ausente pode apagar minha luz. Assim danço e começo a cantar. Minha voz é grave. Grave de se ouvir. Mas ainda assim canto e danço ao sol.
Estou com apetite de tanto dançar e com sede após cantar. Deito no chão dentro de mim e durmo sonhando com o barulho do silêncio da noite chuvosa lá fora.