segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

4 COISINHAS, ENTRE ALEGRES E TRISTES

Saindo da rodoviária de Governador Valadares, ouço ao passar diante de um barbeiro:
- Quanto é o corte?
- Para você é barato... Só tem metade.

Ao entrar em minha casa, em Ipatinga, um adolescente desconhecido:
- Você tem alguma coisa para eu comer. Estou com fome. Minha família não tem nada e me mandou para a rua. Qualquer coisa serve.
Bem! Pelo menos é o que acho que entendi ele sussurrar.
- Tenho sim. Espere um pouco.
Vou para dentro, preparo café com leite, passo manteiga num pão doce, pego uma manga e levo tudo para ele.
Entrego sem olhar para seus olhos. Sem conversar com ele. E penso se eu gostaria mais que além de comida me desse uma olhada nos meus olhos. Não para ver se vê algo ruim. Coisa que, graças a Deus, não fiz. Mas que tivesse um pouco mais de respeito e, quem sabe, amor.

Na semana do dia primeiro de dezembro:
- Moça, pegue panfletos e preservativos.
- Não obrigada! Sou casada e meu marido é fiel.
- O meu também. Pena que hoje ele está no cemitério e me deixou assim.
Outra mulher atravessa a rua e
- Como você oferece tais coisas para gente descente. Eu não faço essas coisas.
- Uai dona. Foi a senhora que veio até mim.
Um sorveiro:
- Fica ensinando coisa errada. Fazendo os meninos serem bobagentos. Incentivando-os a treparem.
- Senhor! Não precisamos incentivar os adolescentes a fazerem sexo. Os hormônios já fazem isso. Não incentivamos ninguém. Apenas dizemos que se vai fazer que façam direito e em segurança. E quem deveria ensinar isso são os pais, mas como eles não ensinam é melhor que aprendam conosco do que errado com certos “amigos”.

Minha amiga supersticiosa:
- Tenho tanto medo de assombração. De alma de outro mundo.
- Por quê? É tudo gente boa.
- Sei lá. O que dou é graças a Deus que meu aniversário nunca caiu numa sexta-feira treze.
- É! Quando é seu aniversário?
- 20 de março.

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