sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

DUAS VIDAS ou QUISERA SER 2 ...

Sou um cachorro preto, peludo e com muita fome. Fome saciada por um rapaz. Gostaria tanto de me aproximar dele, morar com ele, de não sentir mais frio. Frio e fome. Mas e o medo? Menino, que medo os homens me dão. Querer ou não querer? Ter ou não ter? Poder ou não poder? Quem sou eu? O que é você?

Sou um rapaz branco, magro e que nunca passou fome. Mas que nunca se sentiu saciado por ninguém. Pouco vi, se é que realmente vi alguma vez, alguém que valorizasse a arte como ela é: manifestação da vida. Minhas artes. As artes de todos. Todas as artes. Artistas de todos. Angústia! É isso que me define hoje. Angústia!

O cachorrinho preto tem quem lhe dá água. Vejo a vasilhinha. Vi outro e outro cão de rua com vasilhinhas de água e comida no canto de calçadas em outras ruas. Sorri! Que bom, bom mesmo, que eles têm alguma proteção.

Cadê as crianças com fome? Não existe mais nenhuma? Cadê as crianças sem lar? Não existe mais nenhuma? Cadê as crianças “sexusadas”? Não existe mais nenhuma? Que paraíso isso seria... Ou não existem porque foram exterminadas?

Quanto a mim gostaria que o cachorrinho preto não tivesse medo de mim e que eu pudesse acolher todos os cães de rua. Gostaria que as crianças nunca fossem de rua nem que precisassem fugir das ruas...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

QUISERA SER ou FRAGMENTOS DE IDÉIAS

Sou um cachorro preto, peludo e com boa parte dos pelos do rabo grudados por algo esquisito. Com muita fome. E que fome, meu Deus.

Sou um rapaz branco, magro e com cabelo desgrenhado. Nunca passei fome. Nunca me senti saciado.

De manhã um rapaz me dá pão. Ele passa por mim. Depois de um tempo, volta com coisas nas mãos e dessas coisas ele me dá alimento.

Procuro alguém que valoriza a arte, não como supérfluo, mas como ela é: manifestação da vida. Ainda não encontrei muita gente assim.

Que medo que as pessoas me dão. Só de olharem para mim já saio correndo.

Que angústia as pessoas me dão. Não olham para ninguém além de si mesmos.

Está chovendo e eu me molhando aos poucos debaixo das marquises e outros “telhados”. Como gostaria de sentir um calorzinho agora. Ah! E um pouco de comida também.

Está chovendo e eu na seca esperando oportunidade. Enquanto ela não vem eu me viro. Xeroco poemas e os vendo por trocados. Como gostaria que sentissem minha alma nos livrinhos.

Gostaria de ter alguém. Uma pessoa com quem viver. Mas e o medo. Meu Deus, que medo. Gostaria de ser aquele rapaz e ter uma vida melhor.

Gostaria que o cachorrinho não tivesse medo de mim. O que será que fizeram com ele para ser assim, tão assustado? Gostaria de ser aquele cachorrinho e ter uma vida despreocupada.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Aluno judeu

Um pai judeu, com a melhor das intenções, enviou seu filho para o
colégio mais caro da comunidade Judaica.
Apesar das suas intenções, Samuel não ligava para as aulas.

Notas do primeiro mês:
Matemática 2
Geografia 3
História 3
Literatura 2
Comportamento 0

Estas espantosas classificações repetiam-se mês a mês, até que o pai
se cansou:
- Samuel ouve bem o que te vou dizer, se no próximo mês as tuas notas
e o teu comportamento não melhorarem, vou te mandar estudar num colégio católico.

No mês seguinte as notas do Samuel foram uma tragédia e o pai cumpriu
com a sua palavra.
Através de um rabino próximo da sua familia, entrou em contato com um
bispo que lhe recomendou um bom Colégio Franciscano para o qual Samuel foi enviado.

Notas do primeiro mês:
Matemática 8
Geografia 7
História 7
Literatura 8
Comportamento 8

Notas do segundo mês:
Matemática 10
Geografia 8
História 9
Literatura 10
Comportamento 10

O pai surpreendido perguntou-lhe:
- Samuel, O que aconteceu para você ir tão bem na escola? Como é que
se deu este milagre?

- Não sei, papai. Não sei, mesmo... mas assim que cheguei no colégio
apresentaram-me todos os colegas e todos os professores e mais tarde
fomo obrigados a ir a uma igreja, lá dentro do colégio.

Quando entrei, vi um homem crucificado, com pregos nas mãos e nos pés, com cara de ter sofrido muito e todo ensanguentado.
Fiquei muito impressionado!

Perguntei:
- Quem é ele?
E respondeu-me um aluno do curso superior:
- "Ele era um judeu como você".

Então, disse para mim: PQP!!!!
Aqui não tem jeito, temos mesmo que estudar, que estes caras não
são de brincadeira!!!

Não é meu e nem sei de quem é, mas é boa a crítica à certos educadores e religiosos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

QUE FOI

- Que foi, Benito? Por que ta chorando?
- Estou de luto. Não ta vendo minha roupa?
- Luto? Vestindo azul?
- Sim! Luto. Já viu cor mais feia, triste do que o azul? Dizem até que a depressão é azul.
- Mas quem morreu?
- Meu pai.
- Que chato, cara. Coragem.
- Eu tenho. Cara, eu tenho força. Tenho sangue negro correndo na minha pele branca. Tenho sangue alvinegro.

- Que foi, Benito? Que cara apreensiva é essa?
- Estou deprimido. Não ta vendo pela roupa azul?
- Que ta pegando?
- Uma tal juíza desajuizada do TRE parece ter sido comprada e adiou a posse do Chico e da Lene para quinta-feira dizendo que não teve tempo de examinar o processo que ocorre contra o Chico Ferramenta.
- E ta preocupado por isso?
- É claro. Já pensou se o chapeludo vai ter mais quatro anos para destruir de vez o município?

- Que foi, Benito? Ta jururu?
- Ah, cara. Eu tava pior, mas agora me consolei e me enchi de esperança, coragem e fé.
- Que aconteceu?
- Vi uma bandeira alvinegra...
- E?
- Toda a esperança, toda a fé, toda a fraternidade, toda a coragem, toda a força e todo o amor me veio.
- Por causa de uma bandeira?
- Não! Com a bandeira.

- Que foi, Benito? Que alegria é essa?
- Estou comemorando a chegada do meu salário. Estou festejando o aniversário de minha gata. Estou me preparando para a chegada do Natal não comercial e sim fraternal.
- Mas com uma simples camisa listrada preta e branca?
- Já viu cores mais alegres. Mais dignas? Mais respeitosas? Mais gente? Enquanto os antipáticos, racistas e preconceituosos declaram ter sangue azul. Gente que é gente sabe respeitar e gosta das diferenças.

Gaaaaaaaaaaaaaloooooooooooooooooooo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CHUVA

É uma bela noite. Nári canta depois de minha apresentação de teatro. Sentado à mesa do bar a ouço. Chegam três pessoas. Um é conhecido meu e os outros são um casal. Chamo-os para sentarem comigo e ouvirmos as belas músicas. Nári está apresentando o seu xou NáriFarias em Estação 120. Realmente é uma negra voz passeando pela música mineira.
Entre uma música e outra e bebericando vinho a gente conversa. Onze horas. Meia noite. Uma hora vou embora a pé, pois não tem mais ônibus.

Na semana seguinte encontro o casal no teatro. Está chovendo. Fomos assistir uma peça de BH. Conversamos um pouco antes da apresentação. Foi casual nossa esbarrada. E depois falamos bastante. Mas tive que ir embora nem todas as noites posso vadiar. Sou um homem sério. Tenho que ajudar nas despesas da casa e de manhã tenho que trampar. Afinal, artista pode ser ocioso, mas nunca vagabundo. Nem todos, pelo menos.

Ah! Os vagabundos... São todos gente boa. Bem! As pessoas dizem que eles são vagabundos. Eu não os acho. Mas seguindo o que eles dizem falo o que vejo:
Quatro “ripes” que conheci em Varginha. Fizemos amizade. De quatro dias, mas foi muito bom e ainda hoje eles não saem de minha cachola. Cachola... Palavra antiga. Nem sei se você sabe o que significa... Não sabe? Pegue o dicionário. Ah! Você conhece. Legal!
- “Raaauuuuu!”. Pegando minha mão coloca um bracelete de bronze ou cobre. Simples. Rústico. Gostei! E dando outro pulo vai embora. Assim nos despedimos. O presente me encantou muito menos que os poemas que eles me recitaram e as conversas que tivemos.
Ah! Quantos outros vagabundos conheci. E todos são lembranças que me agradam e enriquecem.

Semanas, mais de um mês. Uma noite chuvosa. Um dia chuvoso. Outra noite chuvosa. Não quero sair. Mas fazer o quê? Saio! Vou ao cinema. E o casal lá.
- Benito!
- Éder! Diana!
- Vai assistir algo?
- Sim!
- Qual?
- Manda Cascar. E vocês?
- O mesmo.
Assistimos. Rimos. Vamos para a praça de alimentação.
- O que você vai fazer agora, Benito!
- Ir pra casa.
- Vamos dar uma esticadinha. Diz Éder.
- Vamos pra nossa casa.
- Tenho que trabalhar amanhã cedo.
- Trabalhe! Mas vamos lá pra casa.
- De manhã, depois do café você vai.
- ...
- Vamos!
- Vamos!
- Vamos!
Nós! Eu e ela. Ela e ele. Eu e ele. Nós e ela. Nós e ele. Eles e eu. Dormimos. Acordamos. Na empresa:

- Que ce á pensando, Benito? Ta tão aéreo.
- Numas coisas que aconteceram ontem?
- O quê?
- Nada demais.
Com um casal? É minha primeira vez. Estranho. O que a igreja diz sobre isso? Não deve ser coisa boa. Não devia ter ido. Mas foi bom. Nem sei quem é melhor. Se Éder ou Diana. Será que dei conta dos dois? Pra mim foi muito bom. Que isso, Benito! Isso é pecado. Bem! Já ta feito. E quero mais. Mas não sei se devo. O que fazer?
E a chuva não para.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Olá, pessoal.
Convido-os para o espetáculo TERÇAS POÉTICAS AO INTERIOR DE MINAS, que será apresentado no Teatro ZÉLIA OLGUIN, no domingo , 14/12 às 19h30
Música a cargo de Reinaldo Bessa, que já tocou com Geraldo Azevedo, Chico César, Alceu Valença...
Participação da atriz e escritora Telma da Costa.

Leitura de poemas pelos poetas ipatinguenses NENA DE CASTRO E MOACIR CHRISÓSTOMO!

ENTRADA FRANCA!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MANIFESTO POPULAR EM DEFESA DA CIDADANIA E DA DEMOCRACIA

O texto abaixo me foi enviado pelo gabinete da Vereadora e Vice-Prefeita Eleita Lene Teixeira e tem todo o meu apoio:


A sociedade de Ipatinga não pode se calar diante das tentativas golpistas de quem não aceita a derrota nas urnas e tenta se manter no poder desrespeitando a vontade popular e a supremacia do voto

A sociedade ipatinguense não pode observar em silêncio a vontade popular expressa nas urnas ser vilipendiada e menosprezada, sob o risco de ver cair por terra um dos pilares fundamentais da democracia, que é o sufrágio universal. O povo de Ipatinga não pode permanecer inerte e passivo diante da clara tentativa golpista de substituir o voto e a vontade popular por decisões judiciais que deveriam ter sido tomadas antes das eleições.
A vitória dos candidatos do Partido dos Trabalhadores, Chico Ferramenta e Lene Teixeira, foi fruto da decisão consciente de milhares de eleitores que acreditaram na mudança, que decidiram de maneira democrática colocar fim a um governo marcado pelos desmandos e pela corrupção; que escolheram por vontade própria o caminho da democracia e da participação popular; que optaram livremente por um projeto político e administrativo que propõe a melhoria da qualidade de vida para o povo ipatinguense.
A decisão popular de eleger Chico Ferramenta e Lene Teixeira foi tomada após vários meses de campanha eleitoral, quando todos os candidatos tiveram a oportunidade de expor seus projetos e manifestar suas idéias. Portanto, foi uma decisão tomada com firmeza, à luz do debate político, quando a população exerceu sua cidadania da maneira mais plena.
Ipatinga possui uma das mais prósperas economias de Minas Gerais e seus mais de 250 mil habitantes são pessoas valorosas e trabalhadoras que fazem do município uma referência na produção siderúrgica nacional. Esta gente não pode ter seu destino pisoteado por aqueles que, de maneira desonrosa e pusilânime, insistem em permanecer no poder mesmo depois de serem defenestrados pelo voto popular. O povo de Ipatinga não pode ter seu voto rasgado por aqueles que não respeitam a democracia, que até hoje não admitiram a derrota eleitoral e tentam no “tapetão”, através de manobras e conchavos políticos, impedir a diplomação e posse do prefeito-eleito.
A sociedade de Ipatinga, através de seus integrantes, entidades e associações de classe que assinam este manifesto, reafirma seu compromisso com a democracia, com a cidadania e com a vontade soberana do eleitorado, ao mesmo tempo em que conclama toda a população a resistir e lutar contra qualquer tentativa golpista de não respeitar a supremacia do voto e se manter no poder a qualquer custo.

IPATINGA, DEZEMBRO DE 2008

SAUDAÇÕES DA MARGEM DA VIDA*

O vento baila as árvores lá longe. Olhando pela parede de vidro do sétimo andar do que já foi a Prefeitura Municipal de Ipatinga. Não! O que você está lendo e o que doravante ouvirá não é uma obra apocalíptica. Estamos no fim de uma indigestão política que ameaça perseverar por mais quatro anos, impedindo por questões políticas (leia corrupção) que os Eleitos não assumam o posto que o povo lhe deu.
Agora eu me levanto para trabalhar. Tenho que limpar os três últimos andares da ex-prefeitura. Limpo ruas e limpo a prefeitura. Trabalho nas ruas, estou contratado para as ruas, mas fico aqui... Sem melhora no salário e mais trabalho.
Engraçado! Passaram por mim jovens, adultos e idosos. Passou o im-prefeito. Passaram “tunfe”. Ah! O “tunfe” foi o som do esbarrão que um homem me deu. Uai! Cadê ele? Continuando, passaram dois religiosos cristãos e um pisou no meu pé.
Ninguém me cumprimentou nem sorriram e nem se desculparam. Não é engraçado.
Quem sou eu? Sou Benito Bardo Junior, um seu criado. Sou universitário. Estudo Letras. E para pagar a Faculdade faço limpeza pública.
...
- A Secretaria de Saúde não me ajuda em nada.
- Somos cidadão, né! Estudantes! Deveríamos ser respeitados e eles não ...
O fragmentos de conversa acima eu peguei semana passada. Alvim e Kenim. Dois colegas. Quando os vi parei a limpeza, não sei pra que. Escorei na ponta do cabo de vassoura e sorri para eles e mesmo com menos de um metro de distância eu perdi suas falas ao passarem pela porta.
Bem, volto para o tempo presente. Tenho muito o que limpar.
Por que tanto papel no chão se o que não falta são lixeiras? Não pensam nos limpadores. Não pensam no povo que passa. Como diz a Seicho-No-Ie “O meio ambiente tem alma como a gente”. Esquecem do meio ambiente. Tudo bem que o Autoritário é lixo, mas não justifica o povo emporcalhar tudo.
Mais uma vez, vamos ao meu passado? Um passado próximo.
- Benito! Vamos fazer um churrasquinho lá em casa, sábado. Quer ir? É a americana. Não vai faltar gata.
- Oba! To indo. Quero dizer: to dentro, to fora. To dentro, to fora.
- Então, até lá.
- Inté!
- Oh, véio!
- Alvim, malandro.
- Ce que saca de português. Explica isso para mim.
- Agora?
Voltemos ao serviço. Quer me ajudar? Pegue aquela vassoura ali. Termino o meu trabalho e vou estudar. Curso noturno. De tarde, limpando as ruas ou a ex-prefeitura. De manhã, sou voluntário do GASP no Arrastão Solidário com Marcela, Sindi e Julierme. Onde investimos em crianças em situação de risco para que tenham como resolver as violências que vivenciam\sofrem (Sobre o GASP veja 031-3822-4565 ou http://ppgasp.blogspot.com).
- O que você sonha?
- Não responde não porque eles são do conselho tutelar e vai te levar para a cadeinha.
- Não somos não. Somos do GASP.
- Vou responder sim. Eu sonho em ser feliz e ter família.
- Nóó!
- Ah! Tem mais uma coisa. Sonho também com uma bicicleta.
- O zoiudo. Ce quer tudo.
É tarde. Estou terminando a limpeza. Como estou atrasado vou de uniforme mesmo. Vem comigo? Vamos na minha moto. A Possante Engasgante. Cabei.
Chegamos na faculdade. Passamos por Marcos, Lídia, Davi. Passamos por Kenim. Passamos por dois professores. Ali está o Alvim. Passamos por mais colegas. Chegamos. Aqui é o banheiro. Tiro o uniforme, limpo-me. Fique aí e veja. Saio.
- Boa noite, Benito. Diz Kenim.
- Boa noite!
- Entendeu a matéria? Pergunta Lídia e o grupinho olha para mim. Tapinhas nas costas. É o Alvim me cumprimentando.



* Título retirado de uma frase do livro FIRMIN, de Sam Savage, Edt. Planeta do Brasil Ltda, cap. 06

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

4 COISINHAS, ENTRE ALEGRES E TRISTES

Saindo da rodoviária de Governador Valadares, ouço ao passar diante de um barbeiro:
- Quanto é o corte?
- Para você é barato... Só tem metade.

Ao entrar em minha casa, em Ipatinga, um adolescente desconhecido:
- Você tem alguma coisa para eu comer. Estou com fome. Minha família não tem nada e me mandou para a rua. Qualquer coisa serve.
Bem! Pelo menos é o que acho que entendi ele sussurrar.
- Tenho sim. Espere um pouco.
Vou para dentro, preparo café com leite, passo manteiga num pão doce, pego uma manga e levo tudo para ele.
Entrego sem olhar para seus olhos. Sem conversar com ele. E penso se eu gostaria mais que além de comida me desse uma olhada nos meus olhos. Não para ver se vê algo ruim. Coisa que, graças a Deus, não fiz. Mas que tivesse um pouco mais de respeito e, quem sabe, amor.

Na semana do dia primeiro de dezembro:
- Moça, pegue panfletos e preservativos.
- Não obrigada! Sou casada e meu marido é fiel.
- O meu também. Pena que hoje ele está no cemitério e me deixou assim.
Outra mulher atravessa a rua e
- Como você oferece tais coisas para gente descente. Eu não faço essas coisas.
- Uai dona. Foi a senhora que veio até mim.
Um sorveiro:
- Fica ensinando coisa errada. Fazendo os meninos serem bobagentos. Incentivando-os a treparem.
- Senhor! Não precisamos incentivar os adolescentes a fazerem sexo. Os hormônios já fazem isso. Não incentivamos ninguém. Apenas dizemos que se vai fazer que façam direito e em segurança. E quem deveria ensinar isso são os pais, mas como eles não ensinam é melhor que aprendam conosco do que errado com certos “amigos”.

Minha amiga supersticiosa:
- Tenho tanto medo de assombração. De alma de outro mundo.
- Por quê? É tudo gente boa.
- Sei lá. O que dou é graças a Deus que meu aniversário nunca caiu numa sexta-feira treze.
- É! Quando é seu aniversário?
- 20 de março.

Trânsito em Ipatinga - Vítima

Miriam, gerente da coopeco

GRANDES AMIGOS,

NO PENÚLTIMO DOMINGO EM IPATINGA O GRANDE PILOTO DE AUTOMÓVEIS, O FENOMENAL SR. SIDNEI PEREIRA DA COSTA, FILHO DO COMERCIANTE MOACIR PEREIRA DA COSTA E ZILDA PEREIRA DA COSTA, RESIDENTE NO BAIRRO CIDADE NOBRE, TRAFEGAVA PRÓXIMO A PORTARIA DA USIMINAS, APROXIMADAMENTE Á 170KM/H EM SEU GRANDIOSO CARRO FIAT STILO QUANDO COLIDIU NA TRASEIRA DO CARRO EM QUE ESTAVA MINHA FAMÍLIA RETORNANDO DA IGREJA.... O GRANDE PILOTO CONSEGUIU EM SUA GRANDE MANOBRA REBOCAR O CARRO DOS MEUS FAMILIARES PELA TRASEIRA POR PELO MENOS 40 METROS ATÉ QUE O CARRO COM MEUS FAMILIARES CAPOTOU....... GRAÇAS A ESTA GRANDE MANOBRA O SR. SIDNEI CONSEGUIU FERIR MINHA MÃE QUE ESTÁ PASSANDO POR CIRURGIA PARA TENTAR RECONSTRUIR O COTOVELO.... CORRENDO O RISCO DE PERDER O BRAÇO....A VIDA..... OS DEMAIS INTEGRANTES DO CARRO TIVERAM PROBLEMAS COMO PLÁSTICAS E FRATURAS DIVERSAS.
ABAIXO DESCREVO OUTRAS ATITUDES DO GRANDE PILOTO APÓS O ACIDENTE...:
1- NAO PRESTOU SOCORRO AS VÍTIMAS... SIMPLISMENTE FICOU OBSERVANDO TODOS AGONIZANDO FRIAMENTE, POIS TODO GRANDE PILOTO TEM QUE SER FRIO, NÃO É GRANDE SIDNEI?
2- NA HORA DA BATIDA ESTAVA MAIS PREOCUPADO EM RETIRAR AS MOCINHAS DE FAMÍLIA QUE ESTAVAM COM ELE EM SEU CARRO, TOTALIZANDO 5 MENINAS, TEMOS TESTEMUNHAS.
3-ATÉ O PRESENTE MOMENTO OS PAIS DESTE GRANDE PILOTO SE OMITIRAM QUANTO AO ASSUNTO, DEMONSTRANDO ASSIM GRANDE, MAS GRANDE INFLUÊNCIA NO CARÁTER DESTE GRANDE PILOTO DESTEMIDO, TALVEZ POR SE ACHAREM SOCIALITES.
ASSIM CASO VCS NÃO QUEIRAM QUE SEUS FAMILIARES SEJAM ALVO TAMBÉM DE GRANDES PILOTOS, ENVIE ESTE EMAIL PARA TODOS EM IPATINGA, FABRICIANO E TIMÓTEO.
PARABÉNS SIDNEI, MOACIR E ZILDA, PELO GRANDE HOMEM, E CLARO PILOTO QUE VCS TEM.... TEREI O PRAZER DE CONHECER ESTE GRANDE PILOTO EM BREVE!!!!!
INFELIZMENTE ONTEM MINHA FAMÍLIA E EU ENTERRAMOS A MINHA IRMÃ - DEVIDO AO TRAUMA SOFRIDO NO ACIDENTE-UMA PANCADA QUE LEVOU NO ABDÔMEN, A LEVOU A UMA EMBOLIA PULMONAR, OU SEJA UM COÁGULO SE FORMOU NO PULMÃO A LEVANDO A UMA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA.
GENTILEZA, DIVULGAREM, PARA QUE ESSES IMPRUDENTES NO TRÂNSITO NÃO CONTINUEM DESTRUINDO FAMÍLIAS COM SUAS IRRESPONSABILIDADES.
ATS,
MIRIAM CATARINA F. PAULO

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

DEMIM

Eu estou sempre numa biblioteca – eu mesmo.
Andando pelas ruas, deitado, vendo tv eu estou dentro “demim”. No teatro – assistindo ou trabalhando –, contado ou ouvindo estórias estou dentro “demim”. Estou dentro “demim” sempre lendo meus pensamentos e me extasiando com minha história e minhas estórias. Com menos livros na mão que muita gente eu leio mais que alguns poucos leitores. Eu sou um livro. Sou uma biblioteca. Sou minha história e muitas estórias. Sou um livro aberto. Acredite quem quiser... Ou melhor, leia-me quem souber... E como disse a esfinge “decifra-me ou te devoro”. Bem! Pelo menos comer você eu quero. Devorar e ser devorado.
Ler estórias. Ler histórias. Ser história. Ser estória.
Eu sou Benito Bardo Junior.
Sou poeta.
Sou artista do teatro.
Sou contador de estória.
E tudo isso é pouco diante da biblioteca que sou.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Alguns agradecem a Deus e outros, ao diabo por sentirem\terem algum amor. Eu nada agradeço. Nem sei se tenho algo a agradecer. Nem sei se tenho algum amor. Ou se já tive algum.
Um me disse que a juventude prefere a juventude. Deve ser. Mas foi com a Experiência que aprendi.
Tô sozinho. Queria Lóri aqui. Mas não tá e se tivesse acho que eu estaria só. Assim eu danço. Num silêncio externo danço. Dentro de mim outro silêncio. Ainda assim danço dentro de mim uma dança que foge para fora num rasgão.
Lá fora, vejo pela janela uma noite e ouço o barulho de chuva. Olho para dentro de mim, para o lugar onde danço e me ofusco com o brilho do sol.
Nem mesmo Lóri ausente pode apagar minha luz. Assim danço e começo a cantar. Minha voz é grave. Grave de se ouvir. Mas ainda assim canto e danço ao sol.
Estou com apetite de tanto dançar e com sede após cantar. Deito no chão dentro de mim e durmo sonhando com o barulho do silêncio da noite chuvosa lá fora.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

UM ESTUDO DE CASO: A OPÇÃO ARTÍSTICA DE PUBLICAR (OU NÃO)

Aconteceu 25 de novembro do ano corrente no Teatro Zélia Olguin, em Ipatinga MG, a palestra Arte Contemporânea: Amostragem de uma Economia, preferida por Paulo Silveira.
Foi uma palestra interessante onde bastante entendi algumas coisas:
Arte não está na coisa. Está na ação.
Artistas não gostam da funcionalidade da arte, mas a arte tem a funcionalidade. Algumas são políticas, outras são pelo laser e outras por motivos variados, mas todas tem funcionalidade.

Mas o que mais apreendi:

Eu me vi na minha ignorância
Minha ignorância não me vê
Diante de Paulo Silveira
Eu dormi escondido
No recôndito do auditório
Falar nomes estrangeiros de locais
O artista bolou o bolor
Pintores escrevem livros
Eu tento pintar meus quadros
Quem tem ouvidos ouça
Quem não tem...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Desenvolvimento Cultural de Ipatinga

Convite!

No próximo dia 29 de novembro de 2008, no período de 09 às 12 horas, no Espaço Hibridus, será realizado o Seminário "Desenvolvimento Cultural de Ipatinga". Essa é uma iniciativa de alguns artistas e produtores do município, em parceria com o "Movimento Ipatinga, Nossa Cidade".
No Seminário serão discutidos os seguintes temas:
- Política e Sistema de cultura: pensar sistêmico.
- Panorama das políticas, programas, projetos culturais e estrutura organizativa da Prefeitura Municipal de Ipatinga
- Expectativas dos artistas e produtores culturais locais para o diálogo com o próximo governo municipal
- Diretrizes para o diálogo com o Novo Governo.

Participe!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

VAIDADES

- Quero oferecer esse primeiro pedaço de bolo para um sujeito chato. Que muitos aqui acreditam que ele seja muito chato. Mas que se estou aqui é porque ele acreditou em mim e porque quase tudo que sei sobre arte foi ele quem me ensinou: Benito!

Antes:

- Todo mundo se aquecendo e alongando. Vamos lá. Alongue o braço esquerdo. Não assim você irá forças os músculos errados; tem que abaixar o ombro. Você! Abaixe o ombro também. Agora mudando de braço. Isso, assim. Olha! Se você continuar fazendo assim vai lesar seus músculos. Tem que ser desse modo. Todo mundo alongando o punho. Prenda o dedão também. Vocês dois estão alongando é os dedos. Têm que fazer assim, tão vendo? Outra mão agora. Márcia, você já ta me irritando. Para de falar. Perna direita para frente, mantenha as articulações esticadas. Isso. Assim mesmo pessoal. Agora perna esquerda pra frente. Agora, todos de cócoras. Mãos para trás e no chão. Levantem os quadris. Pedro, se você continuar o que ta fazendo... Se não quer fazer pode ir embora. Saiba que se for preciso eu faço o seu papel. Não tenho paciência, não! Bumbum no chão. Levantem os quadris de novo. Vamos Ivan, levante o quadril. Mais. Isso!

Mais antes ainda:
- Rsrsrs.
- Que foi? Falo meio rindo, divertindo.
- Vendo esse papel no chão me lembrei de quando você dava aula. Sempre anotando (imita o gesto de escrever) e de repente (batendo na folha): “Não tenho que agüentar isso não. Vou me embora”.
- Unrrunrrunrrum.
- Eu ria muito de você.
- Algum tempo atrás Joubertina falou isso. Lembra?
- Sim!
- Não falei nada na hora porque não queria agredi-lo, mas pensei em dizer “que talvez por isso você esteja desempenhando tão pessimamente a personagem”.
- É... Talvez seja isso.
- Pode ser que sim. Pode ser que não, né. Nunca saberemos.
- É. Nunca saberemos.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A CHUVA - FIM

Do alto de um galho um gato preto o observa prestes a atacar.
A chuva esfria a noite já gelada e o homem caminha a mais tempo que se pode imaginar entre as árvores sob a Lua.

Do alto de um galho um gato preto o observa.
Vez ou outra um vulto. No início o homem ia até o vulto. Mas nunca chegara ao vulto. Depois ele começou a fugir dos vultos desde que um dia o alcançou.

Do alto de um galho um gato preto.
O vulto lhe sorriu. Aproximou. Beijou. Masturbou-lhe. E antes do homem gozar o vulto lhe arrancou um fígado. Devorou-lhe um rim. Embrulhou-lhe o estômago. Foi embora deixando-o com seu vazio.

Do alto de um galho um gato.
Homem magro. Bonito. Barba por fazer. Calça e jaqueta dins úmidas na gigante noite chuvosa.

Do alto de um galho.
O homem está roxo de frio. De seus cabelos castanhos dourados escorrem finos fios d’água. Seus lábios sedentos bebem o que por eles escorre aplacando a sede que só piora. Ele se sente morrendo. Está morrendo. E quanto mais morre, mais ele vive. Quanto mais vivia, mais ele morria.
Em sua casa, ele não se lembra. Em sua casa estava quem lhe arrancou o coração. Que é a perda de um fígado, de um rim, do estômago diante da perda do coração? Quem os perdeu sabe. Ele não se lembra, mas em sua casa aproximação, sorrisos, beijos, sexo, afastamento.
Filtraram-lhe as posses. Tiraram-lhe a capacidade de jogar fora o que não presta. Tiraram-lhe a capacidade de analisar.
E ele deixou.

À sua frente, onde o caminho parece ter fim, um cão aureolado pela Lua. O homem para. O homem anda até o cão e passa por ele. O cão sempre olhando para ele. O homem. O cão. O homem caminha. O cão o segue. O homem foge. O cão o acha. Caminham por mais tempo que uma noite pode durar.

Do alto de um galho um gato preto prestes a atacar não os observa mais.
Quatorze músculos da face doem. Seu primeiro sorriso em... anos? A chuva garoa. O bosque está... bonito? Meu Deus! Um amanhecer?

O homem está começando a lembrar por que andara. Começando a entender por onde andara. E o cansaço sem fim não diminui mais suas forças.
Ele está chegando. Ele sabe. O cão lhe acompanha.

Serpente invadiu suas veias. Ele se lembra. Pessoas diziam coisas que não eram como se fossem.

Estão chegando e ele afaga a sua coragem. Agora ele se lembra. O cão. O cão esteve com ele antes. O cão. Batem na porta. Um rosto olha para ele. Se abraçam. Se comem. Se dão. Ele pega seu coração de volta. Nascem novo fígado, novo rim e desembrulha o estômago. O Sol brilha lá fora. Ele o vê pela janela. Ele se afasta. Do rosto de quem fica, uma lágrima. Ele e o cão vão embora. O Sol brilha. Da casa nada se sabe. O Sol brilha sobre a fidelidade e força do homem e do cão.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A CHUVA

A chuva esfria a noite já gelada e o homem caminha entre as árvores sob a Lua. Caminha a mais tempo que uma noite pode durar e ele não se lembra mais do Sol. Faz tanto tempo que ele nem sabe mais o que seja. De vez em quando ele se pergunta como pode alguém esquecer algo a ponto de nem mais saber como era.

Do alto de um galho um gato.
Vez ou outra um vulto. No início o homem ia até ele, mas nunca chegava ao vulto. Depois ele começou a fugir deles desde que. Agora ele simplesmente avança pela mata que o mata aos poucos sob a Lua. Os vultos não importunam.

Do alto de um galho um gato.
Suas roupas. Calça dins, camisa azul deprê, jaqueta dins. Sapatos marrons. Suas roupas estão úmidas. Apesar de tanto tempo sob a chuva na mata sob a Lua suas roupas não estão encharcadas.

Do alto de um galho um gato.
As pontas de seus dedos estão roxas. Sua barba não está imensa apesar de tanto tempo. Sempre uma barba por fazer. Do cabelo escorre finos fios d’água sobre o nariz, sobre as têmporas. Sobre os lábios sedentos. E sua sede se aplaca para voltar pior. Muito magro. Bonito.

Do alto de um galho um gato.
Ele morre lentamente e quanto mais morre mais ele dura.

À sua frente, onde o caminho parece ter fim, um cão na Lua. É a primeira vez que ela não está sobre algo. Viralata tamanho médio. O homem para. O cão olha para ele. O homem volta a andar. O cão olha para ele. O homem chega até o cão. O cão olha para ele. O homem para. O cão olha para ele. O homem desvia e passa pelo cão pelo canto do caminho. O cão olha para ele. O homem. O cão o segue. O homem caminha. O homem manda o cão embora. O homem corre. O cão o segue. O homem caminha. Caminha a mais tempo que uma noite pode durar. O homem e o cão seguem lado a lado.

Do alto do galho não há mais gato.
Quatorze músculos da face doem. A chuva amaina garoa. As árvores assustam menos. Raios vermelhos douram a sua frente.

O homem não sabe porque andava. Não se lembra. O homem sabe que está chegando em casa. Ele se lembra. O cansaço sempre presente não diminui, mas ele avança.

Está chegando. Ele sabe. O cão ao seu lado.

Cobra invadiu suas artérias. Ele se lembra. Pessoas diziam verdades que não são. Ele sabe.

Está chegando. Ele afaga o cão ao seu lado.

Ele quase se enganou. Mas o cão o ajudou. O cão! Já estava com ele antes. O cão o achara. Agora ele se lembra.

Diante de sua casa ele se lembra. Bate na porta. Entra com o cão. Um rosto olha para ele. Se abraçam. Seus rostos se arranham mutuamente. Lá fora o Sol.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

LORISE

09-11/11/08

- Ai! Que susto! Diz ao perceber
- Desculpa, Lóri.
- Rirri.
- Que ce ta fazendo?
- Cortando as unhas.
- E essas malas? Vai viajar?
- Unrrum. Vou me encontrar com minha irmã, Lorise. Ela está em São Paulo.
- Não conheço nenhum de seus familiares.
- Eu só tenho ela. Meu pai me fez e foi embora de casa. Anos depois voltou trazendo Lorise. Bem mais velha que eu e meus pais a adotaram. Mas nunca entendi realmente o que aconteceu. Quanto a meus pais, eles eram velhos e não demoraram a morrer.
- Que chato!
- É.
- História complicada.
- É.
- Então ta e boa viagem.
- Unrrum.


- Lorise!
- Lóórii! Que saudades!
Os dois se encontram na rodoviária do Tietê. Lorise é magra, com sotaque gaúcho, cabelos curtíssimos e grisalhos, olhos azuis escuros. Socióloga.
- Então, quanto você quer? Não tenho muito.
- Primeiro eu quero te ver. Falar. Estou querendo ir para Portugal. Requeri cidadania portuguesa. Foi aprovado e quando fui assinar, a papelada tinha sumido. Sumiu até do computador. Então tive que começar tudo de novo e serão mais outro par de tempo. Estou cansada.
- Já entrou com nova papelada?
- Sim. E tu? Onde moras?
- Com um amigo e sua família.
- Um amigo? Eu vim aqui a procura de um colega da universidade que trabalho, mas não encontrei. Ele veio para um trabalho especial na USP e estive pensando em hospedar na casa dele. E você? Ta namorando muito? Eu continuo virgem... Como é seu amigo?
- Como disse, ele mora com a família. Tem três cachorrinhos e um peixinho. Ele é...
- Credo! Detesto bicho. Acho que todos deveriam ser exterminados. Lugar de bicho e no mato. Solto. Deixar só os policiais e exterminarem todos os gatos, cachorros, pássaros. Mas e seu amigo, estão namorando? Já foram para a cama? Você sempre soube escolher quem te dá vida mansa.
- Hum! Vamos ao que interessa. Tenho aqui mil reais. É só o que tenho. Pegue e tial.


- Benito!
- Uai. Já de volta? Sê bem vindo.
- Me dá um abraço!
- Ta.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Alguns agradecem a Deus e outros, ao diabo por sentirem\terem algum amor. Eu nada agradeço. Nem sei se tenho algo a agradecer. Nem sei se tenho algum amor. Ou se já tive algum.
Um me disse que a juventude prefere a juventude. Deve ser. Mas foi com a Experiência que aprendi.
Tô sozinho. Queria Lóri aqui. Mas não tá e se tivesse acho que eu estaria só. Assim eu danço. Num silêncio externo danço. Dentro de mim outro silêncio. Ainda assim danço dentro de mim uma dança que foge para fora num rasgão.
Lá fora, vejo pela janela uma noite e ouço o barulho de chuva. Olho para dentro de mim, para o lugar onde danço e me ofusco com o brilho do sol.
Nem mesmo Lóri ausente pode apagar minha luz. Assim danço e começo a cantar. Minha voz é grave. Grave de se ouvir. Mas ainda assim canto e danço ao sol.
Estou com apetite de tanto dançar e com sede após cantar. Deito no chão dentro de mim e durmo sonhando com o barulho do silêncio da noite chuvosa lá fora.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

EMAILs

Benito – Nena, Nena, Nena Doce Nena Se você fosse Filomena Philomena Seria rima Não uma solução. Que o diga Pagu Rite Lee Bruuuuja Buuuunda Silicoooone Brasileira Feiticeira Faceira Carvão queimado Na fogueira da inquisição Municipal Pau Mau Mal. Quintal do Quintão
Lóri – Benito! Cê é muito doido, graças a deus... se ele existisse!
Benito – Uarrarrá Deus existe. Mesmo que na nossa imaginação... E quer algo mais real que a nossa imaginação. Se Ele não existe em "carne e osso" existe na nossa cabeça e coração. Não discuto a existência de Deus. Apenas acredito e O adoro. Mas discuto ferozmente a existência de Deus na nossa imaginação, que é força criadora. Portanto, Deus existe. Uarrarrá. Abraços, meu amado. É sempre um prazer e uma honra receber suas mensagens e saber que me ler. Muito obrigado!
Lóri – Benito! Eu não te leio, isso é impossível! Leio seus belos escritos... que expressam uma fagulha sua. Uarrarrá!!! Aprendi!!! Quanto a deus, não discuto. Apenas provoco! Grande abraço, meu amigo!
Benito – Uarrarrá! Então somos dois. Não discuto Deus, apenas o vivo... o claro... a tim... o oi... Uarrarrá! Uma pessoa que não conheço leu o que falei de Antônio Dias e visitou mês passado a cidade. Ele, Alexandre, é de Vitória.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Mais Macho que Muito Ômi

Nena, Nena, Nena
Doce Nena
Se você fosse Filomena
Philomena
Seria rima
Não uma solução.

Que o diga Pagu
Rite Lee

Bruuuuja
Buuuunda
Silicoooone
Brasileira
Feiticeira
Faceira

Carvão queimado
Na fogueira da inquisição
Municipal
Pau
Mau
Mal.
Quintal do Quintão

DIA 31-10 É DIA DO SACI

Entrevista com Mouzar Benedito – www.aletria.com.br

Aproveitando as comemorações em função do Dia do Saci e seus Amigos (em 31 de outubro), a Aletria procurou o saciólogo, jornalista e escritor mineiro Mouzar Benedito - um dos fundadores da Sosaci e idealizador da campanha Saci para Mascote da Copa do Mundo de 2014 para uma conversa sobre a escolha desse mito em 2014. Veja a entrevista abaixo.
A – O que é a Sosaci?MB - A Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci) - é uma ONC (Organização Não Capitalista) que surgiu a partir de uma reunião de amigos num bar de São Luís do Paraitinga, pequena cidade do interior de São Paulo, para defender a cultura popular brasileira, nossos mitos etc.A - Quais são os objetivos da Sosaci e quais atividades vocês desenvolvem?MB - Defender a cultura popular brasileira e comemorar nossos mitos. Propusemos a comemoração do Dia do Saci e seus Amigos (Iara, Boitatá, Curupira, etc) no dia 31 de outubro, para contrapor ao raloin (*halloween). Isso já está sendo feito em vários lugares. Há leis aprovadas e sancionadas de comemoração do Dia do Saci no estado de São Paulo e nos municípios de São Luís do Paraitinga (SP), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Pouso Alegre (MG), São José do Rio Preto (SP), além de projetos de lei correndo em vários lugares.
A – Quais as origens do Saci?
MB – Ele é a síntese do povo brasileiro: teve origem indígena (Guarani), virou negro e ganhou o gorrinho vermelho europeu (vários mitos europeus têm gorrinhos semelhantes. Inclusive, ele foi usado também pelos republicanos durante a Revolução Francesa). O Saci traz em si os três grandes povos formadores do brasileiro. Ele só não tem nada de oriental, porque os orientais chegaram aqui no início do século XX, quando o Saci já estava pronto.
A - Por que o Saci seria o mascote ideal para a Copa de 2014?
MB - Ele é libertário (preso e acorrentado por uma perna, segundo uma lenda, preferiu cortá-la e fugir; ser livre perneta do que escravo com duas pernas). E mais: nestes tempos em que se fala tanto de meio ambiente, ele é protetor da floresta. Todos os mitos indígenas são ligados ao meio ambiente. Mais ainda: sendo negro (como a maioria dos nossos jogadores de futebol), quer dizer, de uma raça vítima de preconceito, perneta e pelado, é alegre e brincalhão - coisa típica de brasileiros. E já que se fala tanto em acabar com os preconceitos, tá aí, um perneta negro...
A - Quais as estratégias para que essa campanha seja vitoriosa?MB - Não temos uma estratégia pronta e acabada. Queremos mobilizar a população para pressionar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) porque é ela quem deve decidir.A - Como as pessoas serão estimuladas a participar?MB - Pela publicação de matérias em jornais e revistas, entrevistas na TV e no rádio, pela militância de pessoas, realização de eventos....
A - O que é preciso fazer para aderir à campanha?MB - Basta defender a idéia, escrever para a CBF ou mandar mensagem para ela. Divulgar onde for possível, escrever, dar entrevistas e fazer isso que vocês estão fazendo: divulgar pela internet.A - A idéia do Saci Mascote sofreu algum tipo de retaliação?MB - Não. Há alguns preconceitos. Alguns são contra porque ele é fumante, mas fumar pode fazer mal pra gente, não pra mito. A gente esclarece isso para as crianças, principalmente. Aos adultos, lembramos que mitos não são quase nunca "politicamente corretos", bastando ver o romano Baco, que promovia bacanais com grandes bebedeiras; os gregos Édipo, que transava com a mãe e Eletra, que transava com o pai. Júpiter (romano) tinha várias amantes. Em toda a mitologia grega e romana há assassinatos de irmãos, pais, etc.
A - Agora a pergunta que não quer calar: algum de vocês já viu um Saci?MB - Nosso lema é "Já vi um"... Não podemos desmentir, né?
A - Para finalizar, de onde vem essa paixão pelo Saci?MB - Pelas características dele como ser brincalhão e alegre apesar de todas as suas deficiências. Por ter sobrevivido à demonização feita pelos europeus e se transformado através do tempo. Por ser o mito brasileiro mais conhecido. Enfim, por ser tão brasileiro.
(Por Ana Paula de Oliveira)
.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

OS PICA-PAUS 2

- Benito!
- Eim? Ah! Brasil, é você?
- Sim.
- Mas meu amiguinho, que tristeza é essa?
- A Diva... Ela... Ela morreu. Chora o pica-pau.
- Que isso? Como?
- Ela pousou no asfalto um minutinho e um carro a pegou.

Minhas lágrima me impedem de falar por quase um minuto.

- Fiquei a noite toda numa árvore chorando. Amanheceu e um motoqueiro a pegou. Ouvi ele dizer que vai aproveitar seu bico para fazer um brinco e de suas penas uns colares. E outros enfeites com seus pezinhos.

Não tenho palavras. Sei que é bom que ela seja útil, mas gostaria que ela não fosse usada para algum ganancioso ganhar dinheiro às suas custas.

- Talvez tenha sido melhor assim, Benito, pois na mata ela seria apenas comida de vermes. Mas agora o seu final não será um fim.
- Brasil. Que bom que pensa assim. Gostaria que vocês tivessem algum ritual religioso... Ou vocês têm e eu não sei?
- Temos não.
- Bem, como eu ia dizendo, o que eu quero dizer, seria bom que a memória dela fosse respeitada pelos outros, como é para nós dois e não apenas mercantilizada. Espero que o sujeito que a pegou não seja mísero mercenário, mas que tenha algum respeito.
- Também espero. No mundo as pessoas acham que o meio ambiente não tem vida ou se tem não vale nada. Sua função é servir ao homem.
- E o homem é apenas uma parte do meio ambiente... E nos achamos o senhor enquanto o meio ambiente é escravo para ser explorado... Ah! Maldita visão cristã. Por isso, digo, Brasil, que tenho tanto amor a Cristo que não posso ser cristão. E olha que tem a visão da Teologia da Libertação que é melhorzinha, melhor mesmo. Mas a “Regressão Antipática Caquética”... Deus os perdoe. É a inquisição, que de santa não tem nada, querendo infernizar a Terra de novo. Com esse tal de Maledito XVI, então? Cê sabia que ele, enquanto Cardeal, já esteve em Ipatinga?
- Não!
- Sim! Ele expulsou um Padre e alguns Frades que trabalhavam pelo povo e não pela escravização humana, como a Igreja sempre fez.
- Benito! Eu sei que eu e Diva somos apenas passarinhos e muitos humanos não nos dão valor. Apenas nos exploram. Mas porque o ser humano é louco no trânsito? E fazem de tudo para acabar com os “pardais”, aquelas máquinas?
- É pela sanha em correr a toda, não se importando com a vida alheia. Eles dizem que o “pardal” cerceia a liberdade deles e os multam injustamente. Mas penso, sem medo de ser feliz, que a liberdade de prejudicar alguém deve ser impedida mesmo. Se eles têm liberdade de correrem a toda sem pensar nos outros nós temos a liberdade de não aceitar e lutar para que eles sejam barrados. E não adiante dizerem que não querem correr, por isso o “pardal” é errado. Se eles tivessem boas intenções não reclamariam por algo que beneficiará a sociedade. A Espanha, que tinha o pior trânsito da Europa, e talvez do mundo, está com um trânsito maravilhoso depois que investiu em multar com milhares de Euros, condenar a prisão e muito mais.
- Ah! Humanos...
- Ou será “desumanos”?
- Desumano não, Benito, que eu não sou humano...
- Mas voltando ao cara que pegou a Diva para fazer artesanato... Temos entre nós a doação de órgãos. Já ouviu falar?
- Já, mas não sei o que é.
- Cê é bem informado, hem? Saber que existe doação de órgãos...

Pau Brasil apenas suspira. Eu suspiro junto e digo:
- Quando uma pessoa tem algum órgão vital comprometido, temos capacidade de aproveitar o mesmo órgão de alguém que acabou de morrer naquele que está precisando. Não são todos os órgãos, mas a maioria.
- Que bom! Aquele que morre continuando a missão de Jesus de dar sua vida por outro... Não sou religioso, Benito, mas penso em algo assim.
- É meu amiguinho. Doar algo é lindo...
E não lhe falo da dificuldade que é convencer os cristãos a amarem e compartilharem o que não lhes farão falta...
- Gostaria que Diva pudesse doar seus órgãos para outros pica-paus... Bem, tial.
- Tial.

E meu coração chora acompanhando seu vôo solitário e pensando em Lóri.

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- Lóri, ta indo pra onde?
- Oi Max. To indo pro Centro.
- Quer carona?
- Quero, mas vou pagar com passe.
- Sobe. Olha o que achei morto logo ali.
- Um pica-pau. E amarelo.
- Ah! É pica-pau? Vou fazer artesanato. Cara, fico triste em ver um bichinho lindo desse morto. O que me consola é que vou fazer algo bonito, quase tão bonito como ele era em vida. Mas sobe.

Subo na moto. Max me dá o pica-pau para levar.
- Que será que Benito vai falar quando eu lhe contar? Penso.
Já no Centro:
- Lóri! Não me lembrava de como era um pica-pau. Já vi quando era criança, mas depois nunca mais vi. Exceto hoje. Morto... Toda vez que assisto aquele desenho, o Pica-Pau, eu rio me lembrando que pica-pai anda daquele jeito. Mas não me lembrava da aparência do bichinho. Se você não tivesse me falado eu não saberia.
- Eu o vi um dia desses. O Benito é que me apresentou a um casal de pica-pau, amigos dele. Falo e entrego o bichinho.
- Será que esse é...?
- Espero que não. Eles são muito simpáticos. Bem vou indo. Quanto é?
- Dois passes ta bom.
- Eparrê, meu pai. Hum huuuum misifi. Eeeparrê, meu pai. Hum huuuum misifi. Tome. Dois passes. Rirri.
- Cê ta muito amigo do Benito. Até aprendeu a brincar feito ele. Rarrá.
Sorrindo pego os passes e os entrego.
- Lóri. Pega aquela sacola pra colocar a ave dentro.
- Que sacola?
Pergunto, procuro com os olhos, acho, pego e entrego para ele guardar.
- Inté.
- Inté.

NÃO É MEU, MAS É BÃO

Depoimento de Vilmar Oliveira
Fotógrafo e Produtor CulturalIpatinga

Meus amigos,
Deu segundo turno em BH e não eu poderia nunca deixar de informá-los o quepoderá significar a eleição de Leonardo Quintão para a cidade de BeloHorizonte. Afinal, nós de Ipatinga, já experimentamos a família Quintão nopoder.Vou enumerar algumas das situações que aqui vivemos para sua avaliação.
1. A liberdade de religião quase acabou. Os não evangélicos foramperseguidos pela administração Sebastião Quintão. Ele criou uma torre devigilia dentro DA prefeitura onde OS fieis oravam 24 hs por dia, sendo umdia dedicado só a familia Quintão. Nesta campanha agora Sebastião Quintãochegou a dizer que católico fede.
2. 58 pastores passaram a ocupar cargos comissionados na Prefeitura
3. Os servidores viveram sob ameaça durante esses quase 4 anos. Nuncareceberam OS representantes dos trabalhadores e OS sindicalistas foramperseguidos e vigiados 24 hs por dia. O SINDUTE só conseguiu se manteratravés de liminar DA justiça. Os diretores Sindute e sindicato dosservidores foram proibidos de entrarem nas escolas e repartições.
4. Nunca se criou tantas empresas com laranja como nesses 4 anos.
5. Uma sub-prefeitura, sob gerencia do Rodrigo Quintão, irmão do Leonardo,foi montada para que as negociatas fossem feitas.
6. Todos OS parentes dos Quintão foram parar dentro da administração e ao ser questionado o Quintão pai respondeu 'Se Deus colocou seu Filho pararepresentá-lo na terra, porque eu não posso ter o meu no governo?'.OsQuintão não acham que são Deus, têm certeza.
7. Superfaturamento ocorreu em todas as áreas. Mas não temos remédio nemmédicos nas unidades de saúde. Os médicos que se opuseram às jogadas delesforam demitidos ou perseguidos até pedirem para sair. Toneladas de remédiosforam parar no lixão.O serviço de locação de veiculos para atender aPrefeitura passou de 4,2 milhoões por ano incluido motorista e combustivelem 2004 para 13,9 milhões só com carros. Os motoristas e combustivelpassaram a ser fornecidos pela prefeitura. A manutenção de nossos parques ejardins que até 2004 custavam 2,5 milhões por ano passaram a custar 12,8milhões. Nossa cidade que foi exemplo de limpeza publica está fedida. Essessão apenas alguns exemplos
8. Na eleição de deputado do Leonardo, usaram a máquina da prefeituravergonhosamente. As famílias que recebem bolsa família foram manipuladasvergonhosamente. Se a justiça fosse mais rápida e eficiente já teria cassadoo mandato dele. Se encontra na justiça eleitoral processo com 9 crimescometidos pelo Leonardo e seu pai durante a campanha. Inclusive um em quemandaram bater num agente do cartório eleitoral porque ele foi fiscalizar umcomício.
9. Nessses 4 anos, para uma cidade de 240 mil habitantes foram gastosaproximadamente 20 milhões em publicidade.Imaginem o quanto gastarão com BH?
Eles só vendem imagem o tempo todo. Quem assistia na TV ou lia o material depropaganda achava que estava no paraiso e não sabia.
Para se chegar ao poder e permanecer, a família Quintão não tem limite.
Tomem cuidado! Esse ai só tem cara de bebê jhonson. Não confiem. Se eleito prefeito de BH, vocês podem esquecer dos projetos sociais existentes. Eles se apossarão deles e passão a chantegear seus dirigentes. Só fazem convênioou repassam verbas para OS que a eles se submetem. Podem se preparar para entidades que já pararam de funcionar aparecerem ativas e com contratosmilionários como aconteceu aqui e que jornalecos floreçam. A arte de soltarboletins apócrifos na cidade contra quem se opõe a esse foi aperfeiçoadanesses 4 anos.

Bem, fiz minha parte. Agora cabe a cada um de vocês a escolha.

Um abraçoVilmar OliveiraFotógrafo e Produtor Cultural
MSN: Vilmar.oliveira@pop.com.br
página: www.netlog.com/vilmaroliveira
Email: vilmar.oliveira1@gmail.com
Tel.:31.9208.9537 31. 2535.9537

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

OS PICA-PAUS

É bem cedo e vou comprar pão. Na rua dois pica-paus. Casal? Amigos? Sei lá. Não sei ver o sexo dos pica-paus.

- Como assim não sabe nos diferenciar? Diz um deles.
- Num tem medo de morrer, não? Diz o outro.
- Desculpa a minha ignorância humana. Não quis ofender.
- Tá bom. Se você reconhece que não é dono da verdade nem do mundo...
- É claro que não. Agora foi você que me ofendeu me xingando de estadosunidense. Ce tá achando o quê? Tenho respeito à vida. Todas as formas de vida. Inclusive, apesar dos pesares, dos estadusinendes. Falo bravo.
- Desculpe. Falou o primeiro pica-pau.
- Realmente não queríamos ofendê-lo. Completou o segundo.
- Desculpas aceitas e peço outra vez que me desculpem qualquer coisa. Apesar de brasileiro, ainda sou humano e como tal estou aprendendo a viver.
- Desculpado.
- Desculpado.
- Eu me chamo Benito Bardo Junior. E vocês?
- Pica Diva. Mas pode me chamar de Diva.
- Pau Brasil. E a mim, Brasil.
- Diva, Brasil, prazer conhecê-los.
- Benito, diz uma coisa para nós. Fala-me Diva. Eu juro que não entendo. Aquela adolescente que foi feita refém por um rapaz e depois de uma looooooooooonga prisão foi morta por uma incompetência generalizada.
- É Benito. Explica para nós.
- Ora Diva e Brasil, vocês que não são humanos não conseguem entender porque acha que eu, um simples humano, vou entender? Afinal, a nossa raça só faz bobagem... A única coisa que sei é que a impressa está se divertindo horrores com tamanho horror...
- Outra coisa, Benito! Por que vocês comem carne se os seus órgãos digestivos são semelhantes aos dos herbívoros?
- É! Completamente diferente da dos animais carnívoros?
- Bem, meus caros pica-paus. A única coisa que sei é que tem gente dando mais valor ao dinheiro do que ao ser humano. O espaço que daria para plantar alimento para mil pessoas está sendo usado para alimentar cem bois.
- Não entendo as pessoas. Eu prefiro alimentar minha espécie do que alimentar boi. Nada contra os bois, mas...
- Mas mudando de assunto, meus amiguinhos alados. Como vão as coisa no mundo animal?
- Olha! Diz Brasil. Um semelhante seu, Leonardo da Vinci, disse que chegará o dia em que a humanidade entenderá que matar um animal será reconhecido como crime tão terrível quanto matar um animal.
- Afinal. Completa Diva. Animal tem alma feito gente. A Natureza tem alma.
- Já li na Seicho-No-Ie que “o meio ambiente tem alma como a gente”.
- Benito. Fala a Diva. “Mesmo na árvore recém-cortada a vida espiritual flui e será eterna. O punho que a derrubou é que só tem um instante. A mão que apenas usurpa, consome e não preserva “morre” no instante em que provoca morte. No entanto, a vida que flui na árvore ou no animal arrancado de seu corpo físico permanece. Mas a mão que acha que mata é que está “morta”, e acha que vive enquanto vegeta mediante o seu próprio espírito”*.
- Brasil fala: “Mediante a iminência de guerras e tragédias ambientais, o bom senso ainda é o melhor item do cardápio”*. Em outras palavras Benito. Pessoas que seqüestram outras, que deixam por dinheiro seus semelhantes famintos devem estudar mais a natureza para verem se entendem que o mundo não é dos homens. Os homens é que são do mundo.
- Brasil! Temos que ir embora. Tial, Benito
- Tial Benito.
- Tial Brasil e tial Diva.

Depois dessa o que poderei falar?

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* Jornal Círculo da Harmonia, página 06 setembro de 2008. Maiores informações: AJSI-Regional MG-Governador Valadares => R. Benjamin Constant. 456 Centro Governador Valadares – 033-3221-2635 – http://sijognaluz.blogspot.com . Ou pelo sítio www.sni.org.br

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

EU

“Eu, caçador de mim”. Milton me diz e eu, Benito, só posso falar de mim. Só consigo falar de mim. Estou aqui no meu quarto com o peito opresso não sei por que, mas não me permito sentir pena de mim. Principalmente por algo que nem sei. Mas uma coisa que sei é que amo Lóri que não está aqui, comigo. Há uma vontade imensa de ser “coitadinho”, mas não sou homem de me deixar levar pelas vontades. Prefiro viver o que tiver que viver. Viver o que eu fizer.

Ontem eu fui e voltei para Governador Valadares. Na ida, ainda na rodoviária:

Um sorriso me chamou e eu respondi. Fui comprar uma água tônica, quando voltei o sorriso se aproximou e falamos não sei o que. Depois:

- Qual é a sua poltrona?
- 21 e a sua?
- ...3
- 1, 2, 3 ou 23?
- ...3

Depois dessa me afastei e entrei no ônibus. Sentei e olhei a paisagem da rodoviária – outro ônibus ao lado, o piso preto e o teto enteiado.

- Quer sentar aqui?

Minha vontade era não, Lóri. Mas não vi nada que justificasse a recusa.

- Eu sou Benito e você?
- Marconi.
- Tá indo a passeio?
- Não, moro lá.
- Ah! Tava aqui a passeio?
- Não, moro aqui.
- ...
- Moro lá e moro aqui. Fico nos dois lugares. E você, tá indo trabalhar?
- Vou e volto logo. É só uma reunião.
- E trabalha com o quê?
- Com arte.
- É pintor?
- Não! Falo rindo. Sou poeta e ...
- Verdade? Eu também. Meu sonho é publicar um livro.
- Conte um de seus poemas.
- Escrevo só para mim.

Nada falo, mas se quer publicar um livro como não escreve para os outros? É verdade que um escritor escreve para si. Porque tem que por no papel se não enlouquece. Eu mesmo falo de mim para que o leitor me ame. Ou odeie. Falo o que penso, sinto. Num ponto é sem me importar se gostem ou não. Escrevo por mim. De meu mundo. Para você. Mas um escritor escreve por ter necessidade de expor ao mundo a sua alma.


Alguns segundos e continua:
- Qual é a sua idade?
- Quarenta.
- Sério? Não parece. Eu tenho vinte e dois. E você escreve sobre o quê?
- Assuntos variados. Eróticos...
- É mesmo? Eu gosto de assuntos assim... E sempre embasado em suas experiências pessoais?
- Sempre, mesmo quando mundo uma coisa ou outra para ficar mais universal. Não invento nem aumento. Apenas o torno mais literário.

Marconi sobe na poltrona ficando de frente para meu perfil e segura no braço da poltrona que nos separa.

- São sempre pesados ou mais “laite”?
Enquanto fala suas mãos esbarram na minha cintura.
- Procuro não ser vulgar.
- Legal. Gosto muito de beijar. E de transar. E você?
- Também.

Em meus pensamentos: Meu Deus, esse cara ta quase me agarrando. Não tô a fim. E essa viagem que não termina.

- Você escreve sobre outros assuntos?
- Tenho alguns mais sociais. Outros são contos fantásticos...
- E os eróticos... Fale mais.

Em meus pensamentos: Minha Nossa Senhora, esse cara ta quase pegando no meu pau. Não tô querendo. E olho para o relógio. Estamos ainda na metade da viagem.

- Tenho um personagem, o Rubem. Nele eu coloco as mais variadas situações que vivi e ...

- Você tem um personagem? Eu também. Quando crio estórias infantis. Meus sobrinhos preferem uma sobre um coelhinho.
- Conte para mim.

Marconi esbarra uma das mãos no meu braço. Fica uns segundo e a retira.

- Não sei. Fico sem graça.
- Fala! Quero ouvir.
- É mais ou menos assim...

Marconi esbarra uma das mãos próximo ao meu umbigo. Fica uns segundo e a retira.
Ai! Na próxima vez ele vai colocar a mão é no pinto mesmo. Ele até que é interessante, mas não o quero. Lóri! Onde está você? E Valadares que não chega, meu Deus.

- Legal sua estória. Eu escrevo mais em prosa do que em verso. De poesia eu prefiro haicai. Conhece?
- Não!
- Gosto tanto de haicai que um dos meus cachorrinhos se chama Haicai. Haicai é feito assim: São três versos. O primeiro tem cinco sílabas e nele você lança uma idéia. O segundo verso tem sete sílabas e comenta a idéia. E o último tem cinco sílabas e conclui a idéia, mas deixando margem para a viagem do leitor.
- Legal! Você é tímido?
- Um pouco.
- Estou vendo...
- Ih! Chegamos. Olha. Gostei de conversar com você e talvez a gente possa se encontrar algum dias desses. Se quiser, anote o meu blog e nele você poderá me encontrar. Tial.
- Tial.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O CASAMENTO

- Benito!
- Hum!
- Quer morar comigo?
- Quero dormir, Lóri.
- É sério. Gostaria que morássemos juntos?
- Está me pedindo em casamento?
- Estou.

Rimos e beijamos em nossas camas. Lóri em meus braços me beija o rosto, os lábios. E rimos. E acarinhamos nossos rostos. E nos beijamos. E rimos. E nos levantamos. E tomamos café.

- Amo seu apartamento, Lóri. Seria uma maravilha morar com você. Mas...
- Que mas?
- Sou difícil e temo que não saibamos compartilhar uma casa. E não tenho como ajudar nas despesas. Vida de artista não é mar de flores.
- Só estou te convidando a morar.
- Eu sei, meu amor, mas não posso ser sustentado e nem dar prejuízo. Gosto de minha vida.
- Eu te amo mais que a minha vida.
- Não! Eu não quero isso. Ame a mim como ama a sua vida. É assim que eu te amo, Lóri.

Saímos. Lóri foi para seu trabalho. Benito foi para um ensaio da peça Gostaria Namorar Você, que escreveu. E se encontram no almoço.

- Oi!
- Beijinho!
- E aí, pensou na proposta?
- Sim! Mas a resposta é a mesma. Eu te amo demais para ser sustentado por você. E me amo demais também para viver uma vida assim.
- Tem certeza?
- Unrrum!
- Que pena. Mas acho que no fundo você tem razão.
- Olha! Não pense que não quero morar com você, pois eu quero me casar com você. Mas ainda não dá.

Um pega na mão do outro e seus olhos sorriem.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008



Estarei participando da exposição de IARA ABREU com um de meus poemas: "EU TENHO MEDO".

A exposição acontece do dia 14 a 28 de outubro na Biblioteca Pública em BH.

Espero todos.

Bruno Grossi

FARROUPILHA


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

AINDA CREIO NO HOMEM

Um amigo meu, de Rio Claro SP, candidato a Vereador, mas não eleito me disse:

"Perdi porque eu merecia, pois cometi muitos erros graves de campanha, o que me valeram muitos votos. Mas estou feliz pois sei que tenho 380 amigos de verdade que não os comprei. Abração brother e muito obrigado mesmo! Mas não desisti não véio, minha campanha pra próxima eleição começo a fazer em 1º /01/09".

Em Antônio Dias MG, um outro amigo também candidato a Vereador e não eleito, nada me disse, mas eu falo que ele sem ser vereador faz muito pela população da cidade. Imagine se o seu povo tivesse percebido isso...

A ambos os amigos, Vagner e Chiquinho, não se esmoreçam. Os olhos da população ainda se abrirão. Para vocês, o meu lema de vida:
Sorria!
Quem decide
não deve recuar!!
Vá e Vença!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

PRECONCEITO PURO E SIMPLES

O que mais tenho a dizer?
Duas coisas:
1- Ele comprou, mas não levou...
2- No meu texto "Comprou, mas não levou" falo do panfleto abaixo:




COMPROU, MAS NÃO LEVOU

PARTE 1-

Oi! Eu sou Benito. Benito Bardo. Tenho dezoito anos. E me sinto um pássaro negro querendo voar.

Vejo uns morangos muito vermelhos e penso no quanto eles devem estar infectados com agrotóxico. É engraçado. Quero dizer, não tem graça nenhuma, mas toda vez que penso em morangos penso em agrotóxico, o que pouco, quase nenhuma vez, penso assim quando olho para as outras frutas e legumes. Mesmo estando todos com agrotóxico.

Olho para as pessoas e tento amar alguém especial, mas isso é proibido.

Olho para as ruas e vejo candidatos políticos e suas vulgaridades. Falando dos outros. Denegrindo outros partidos. Todos se dizendo íntegros.

Uma pessoa me disse que me admira. Que somos grandes amigos. Que muito me respeita. Perguntou-me o que acho dela e do que ela faz. Disse-lhe o que penso, mas pouco nos conhecemos.

Volto a olhar para os morangos. Pego um deles. Sua casca se desfaz e um líquido vermelho se solta e salta de minha mão para o chão.

Volto a olhar para as pessoas em busca de um amor. De meu amor. Mas fui deixado só. É muito perigoso. Nosso amor exige mais força do que o normal e mais coragem do que o racional.

Volto a olhar para as ruas e vejo eleitores se limpando com os jornais que não leram. Quem ganhou? Quem vai ganhar? Se eles ganham, nós perdemos.
Vejo a avenida de meu bairro imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda, imunda. Quinze vezes imunda pela papelada que os candidatos jogaram na rua. Meu dinheiro esparramado pelas ruas. Trabalho para os varredores. Poluição para os cidadãos.
Vi uma zona de pós-guerra.

O que o mundo tem a oferecer a nós? Sei que devo ver sempre e somente o lado bom da vida, das pessoas, das coisas. E eu concordo. Mas tenho uma vontade de me entristecer vendo a vida, as pessoas, as coisas... E o que temos a oferecer ao mundo?

Eu, Benito, me sinto um pássaro negro querendo voar.
Com medo de voar.
Eu, Benito Bardo, temo virar um quarentão com medos.
Então pego papel, caneta e escrevo.
Penso. Falo. Ajo.

E o que mais me consola, é o que o atual prefeito de Ipatinga, comprou mas não levou...


PARTE 2-

- Benito! Você é cristão?
- Por quê?
- Você sabia que existem cidades em que os cultos ao ar livre são proibidos?
- ...
- Em muitas regiões não é permitido o uso de praças para realização de eventos cristãos?
- É?
- Por outro lado, são realizados nesses mesmos lugares shows “mundanos” e eventos de outras religiões não cristãs.
- ...
- Quase tão terrível que isso é o que está tramitando no Senado.
- O quê?
- Projeto de Lei 122/2006 e o substitutivo ao PL 6418/2005, que visam instituir o crime de homofobia no Brasil. Assim, não poderemos criticar as bichonas.
- Respondendo as suas perguntas e comentando as suas afirmações: Primeiro: Não! Eu não sou cristão. Tenho tanto amor a Cristo, que não posso ser cristão. Segundo: Não são proibidos cultos religiosos. Mas todos têm que ser atendidos nos momentos e lugares apropriados. Principalmente, quem que prega o Amor e a Paz Mundial. Terceiro: Como disse, todos, e não somente religiosos têm o direito aos espaços públicos. Cristo gosta de alegria e não odeia o mundo. Portanto, o que é mundano, só por ser mundano, não descontenta o Criador. E ainda, se me permite: O que você tem contra os não cristãos? Quem lhe dá o direito de julgá-los? Em que somos melhores que judeus, budistas, islâmicos e etc? Aliás, se você não sabe, Jesus não era cristão, nem seus pais. Cristãos são seus seguidores. Ele mesmo, se reparar bem na Bíblia, deixa claro sua religião (judia) e que veio para os judeus. Só depois que Ele se abriu para os outros povos. Por fim, em quarto lugar: Sou terminantemente contra toda e qualquer forma de desrespeito. Branco, negro, nipônicos, indígenas, homem, mulher, heterossexual, homossexual, bissexual, criança, jovem, adulto, idoso. Toda e qualquer pessoa é digna de respeito. Coisas, seres e fatos também devem ser respeitados.
- Benito. Você é mesmo um zero a esquerda.
- Já disse. Eu sou um zero de esquerda. Faça-me o favor. Aliás, que símbolo é esse na sua mochila? Uma suástica nazista?
- Sim! Gostou?
- Eu sou judeu.
- ...
- ...
- Você é judeu?
- Não! Mas tenho um irmão que teria sido morto pelos nazistas. Ele tem problema mental. Tenho um amigo. Sávio de Tarso, grande intelectual e pessoa maravilhosa, que teria sido morto pelos nazistas. Ele teve pólio que deixou seqüelas em seu corpo.
- Mas Hitler, teve boas idéias. Era um grande pensador.
- Idéias preconceituosas.
- Não chega a tanto e não dá para negar que suas idéias tinham qualidade.
- Uma coisa é você me dizer: Benito! Gosto de você como escritor, mas não gosto de você como ator. Isso tem um peso muito diferente do peso que se tem em “gosto de das idéias de Hitler, mas não gosto dele ter matado algumas centenas de milhares de pessoas”. Não tem como separar nesse caso. Pois suas idéias são embasadas no preconceito.

Aí ele desceu do ônibus enquanto continuei minha viagem.

E outra coisa, na segunda parte, comecei comentando o que li num panfleto do atual prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão, e terminei com um diálogo que tive com um rapaz.
E o que mais me anima é que o Quintão comprou o povo, mas não o levou na conversa...
Inclusive, um conhecido meu que esteve trabalhando para ele me disse que recebeu R$510,00 reais por mês durante a campanha para fazer panfletagem e outras coisas, mas que não votou nele. Feio, eu acho. Mas pior teria sido votar em quem não se acredita. Disse mais, falou que trabalhou por pura necessidade. Triste a vida de quem tem que ser arrimo e se vender... Penso.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A SUJEIRA

De Rubem Leite
para Cida Pinho.

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Cheio de árvores
Uma toda amarela
Deixa o chão todo sujo de amarelo
É a coisa mais linda.

Depois de uma noite fria
O Sol me acaricia
Vejo que há mais valia
Em semear
Que esperar a flor
Que a vida me prometia

Admirando rubras e amarelas boninas
Vi de relance um jacu
Que voou
Posou num galho
E posou para mim.

Enganam-me os olhos
São dez horas de uma noite clara
Verde e cinza
Rasgada por amarelas nuvens
Que a luz veste.
Há tanta beleza
Há tanta dor
E ainda espero na fé.

“Deus sempre conduz você ao rumo certo”,
Diz a Seicho-No-Ie.
Não há céu
Tudo é uma nuvem
Cinza-azulada
Mas o sol a ultrapassa.
Aves cantam
E a fábrica geme.
O que sou em minha história?

Entre o sol matinal que virá
E após a brisa da tarde que se foi
Fica a esperança das manhãs
A fé da tarde
E a amizade que vence as noites.

Ontem vi um guacho
E seus vários ninhos
Conheci e comi “mangamamão”
Hoje não acordei
Fui despertado pela cantoria dos pássaros.
Trem bão não me falta.

Uma serra corta o silêncio.
Lendo me viro de costas
Da janela o cinza me impede ver
Fecho os olhos,
Entro na grande sala de livros
E me refresco.

Ontem na estrada
Pensei/orei
Por você
Olhando a noite
E apesar do escuro
Vi estrelas
enquanto caminhei firme e forte.

DUAS COISAS IMPORTANTES



Caros amigos,


Convidamos vocês e seus amigos e familiares para a exposição 'Amarelinha: o céu e o inferno numa visão infantil', de Juan Fiorini e Camila Lima.


Período: de 12 a 31/10/2008

Local: Parque Lagoa do Nado (Rua Hermenegildo de Barros, 90, Bairro Itapoã - próximo da Av. Pedro I) A partir das 9:00


Na abertura, 12/10, haverá intervenção com as crianças que estiverem no local.

Portanto, leve seus filhos, irmãozinhos, primos, sobrinhos e quem mais quiserem.


Atenciosamente,

Juan Fiorini e Camila Lima

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"VALE VIDA VERDE VERSOS e VIOLA"

Vale que vale cantar
As flores da terra
As dores da argila
Uma terra que semeia alegria
E de seus filhos colhe valentia.
Vale que vale viver.
Os espinhos são muitos
Mais ainda são os meus bem querer
Os preconceitos são muitos
Mais ainda é a vontade de os vencer.
Não importa, meu Vale do Jequitinhonha,
Todas as dores e espinhos,
Sem você, eu não tenho caminho
De você, tenho carinho
Com você nunca estou sozinho.
Por fim,
Vale, eu amo você.
E que mais há para dizer
Além do meu imenso amor por você?

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Não sou do Vale do Jequitinhonha, mas muito me encantei com as cidades de Araçuaí, Capelinha e Diamantina, que conheci no primeiro semestre de 2008. Principalmente a sua população, que é maravilhosa.

Traço Genético CAM


Eu herdei de meus pais o traço genético cam. Sim, pois sou GAAAAAAAAALOOOO de corpo e alma. Ser atleticano vale mais que herança material. Aliás, me perdoem se o toque doer, mas se algum Atleticano tem filho que torce por outro time é porque o adotou ou então... E se alguém de outro time tem filho Atleticano é porque houve evolução da espécie...

“O Galo é uma coisa tão especial e gostosa em nossas vidas que nem precisa ganhar, basta existir”.
(Valdoveu Vitor, citado por Eduardo de Ávila, no jornal Super Notícia, 27-3-08, pág. 02).

“Existem três seres com belo porte: o leão, o mais valente dos animais, que não recua diante de ninguém; o Galo empinado diante das galinhas; o carneiro que vai a frente do rebanho” (Provérbios 30, 20-31).
Do imaginário Católico: O Galo Proclamando o Nascimento do Menino Jesus.
O único “palavrão” de Jesus foi uma referência a Herodes: “Vão dizer a essa raposa...” (Lucas 13, 32).
“Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis” (Lucas 13, 34). Lamento de Jesus sobre a infidelidade de Jerusalém.
E o Galo fazendo Pedro refletir, arrepender-se e voltar para Cristo: ... enquanto Pedro ainda falava o Galo cantou e ele se lembrou das palavras de Jesus “antes que o Galo cante você me negará três vezes”, daí ele chorou amargamente. (Lucas 22, 60-62).
Por isso, minha religião é o Atleticanismo.

Uarrarrá!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Romântica

De
Delasnieve Daspet

Quando te vejo fica a pergunta: me vês, também?
Não sou assim - mas pego-me querendo compartilhar contigo
Os meus mais profundos sonhos,
As noites frias e solitárias,
O meu universo interior...
O sangue corre rápido acelerando a pulsação,
E de tanto amor - já não tenho forças para gritar,
E o meu canto se dilui em salgadas gotasQue brilham no meu olhar...
A melodia é mais um lamento do bardo
Que se esconde em seus conflitos internos
Usando-os como escudo, uma defesa, uma arma contra o desamor.
E o poeta se oferece em letras,
Pois o que ele escreve e canta é a dor de sua alma...
Porque não vens com teu olhar afagar minhas noites insones,
Tocar meu corpo,
Brincar comigo,
Sorrir meu riso,
Por quê?
Sou louca, triste, desiludida?
Sou tudo e sou nada?
Sou eu - quando busco em mim
As coisas como são ou como deveriam ser?
Cantando o maior sentimento que existe,
Sou como o sereno que cai na madrugada, Prenunciando o alvorecer...

DD_Campo Grande-MS - 15/09/08
adagio_albinoni-3.wav
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Assunto: ALERTA para o edital Klauss Vianna

ALERTA GERAL!

No edital do Premio Funarte de Dança Klauss Vianna (assim como no
Miriam Muniz para teatro) a atual administração da Funarte decidiu,
entre outros absurdos que:
3.4. É vedada a participação de produtores, grupos ou
companhias de dança contemplados, seguidamente, nas
edições de 2006 e 2007 do
Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, inclusive aqueles
representados por entidades asssociativas.

Este alerta vem de Tiche Vianna (diretora do grupo
Barracão Teatro, de Campinas), chamando a atenção do Movimento Redemoinho
para a urgência de um posicionamento. Com autorização dela, reproduzo
quase na íntegra sua análise do edital Miryam Muniz, igualmente pertinente
para o edital Klauss Vianna.

"... se todos leram o Edital Miryam Muniz se deram conta da cláusula
que diz que grupos que venceram seguidamente a concorrência nos anos
de 2006 e 2007, não podem se inscrever no edital deste
ano, que acaba de ser lançado pela FUNARTE... nos parece ser contrária a
tudo o que acreditamos e chamamos de continuidade. Entendemos que os
grupos que trabalham constantemente, dentro de princípios e
diretrizes ligadas a permanência do desenvolvimento de seus projetos, sempre
têm propostas de produção e pesquisa. Sendo assim, o Estado seria
justamente um dos meios de se viabilizar a continuidade de seus trabalhos,
desde que estes grupos apresentem resultados à altura dos
benefícios recebidos para sua execução e comprovem ao Estado, a importância
de sua permanência em ação. Da mesma forma, entendemos que se o
Estado reconhece que há uma grande produção teatral que merece
Ser contemplada, Ele e somente Ele, por ser a instituição
competente para este fim, deve buscar meios de aumentar seus recursos para
estimular e manter a existência dos benefícios trazidos à sociedade,
causados por estes produtores teatrais.
A edição do Miryam Muniz deste ano, com esta cláusula de
restrição, impede a inscrição de grupos que foram contemplados
seguidamente em 2006 e 2007 (conforme escrito no edital),
mas também restringe a inscrição aos contemplados em 2006 ou 2007,
ou seja, o edital deste ano não permite a inscrição de nenhum grupo
contemplado por este edital anteriormente.
Toda a luta do movimento e da gestão anterior da
Funarte, através de Antônio Grassi, buscou e conquistou ainda que
precariamente, o direito à continuidade de nosso trabalho, como
reconhecimento de que existem pensamentos e produtores que não se enquadram no
modo de produção mercadológico, porque acreditam em outro modo
de criar e produzir seu trabalho e não porque são incapazes de se
inserir no mercado. Neste caso, também reconhecemos que cabe ao
Estado criar
mecanismos que viabilizem a concorrência entre estes
produtores às verbas públicas.
Nossa pergunta é, qual o sentido de restringir as
inscrições? Um pensamento mesquinho que privilegia restringir ao invés de
multiplicar?
Um pensamento "populista" que privilegia pulverizar, ao
invés de fortalecer?

Esta nova regra, inviabiliza o desenvolvimento de
grupos e produtores que tenham beneficiado o uso público
da cultura, pois entendemos que os projetos contemplados têm que
comprovar sua realização e através disto fornecer parâmetros de
avaliação de sua pertinência frente ao interesse público e da
responsabilidade de quem o realiza. Ora, se um grupo ou produtor se mostra capaz e
seu projeto beneficia a sociedade ele deveria ter, pelo menos, a
possibilidade de continuar o seu desenvolvimento, não?
Fora esta questão conceitual e talvez até ideológica,
existe uma questão que talvez seja assunto da legislação. A
cláusula em questão usa o termo "seguidamente" para restringir os
anos em que houve contemplação. Consultamos a Funarte para saber se isto se
referia a produtores e grupos que foram contemplados dois anos
seguidos ou em um deles e a FUNARTE disse que em qualquer um dos dois anos,
portanto, há um erro na formulação da regra que deixa margem a dúvida
e isto pode ser legalmente questionado..."

MAIORES INFORMAÇÕES:

E nós, coletivos da dança???
-- Hibridus55 31 3821 3513 - www.hibridus.com.brhibridus.mail@gmail.com / enartci@hibridus.com.brAv. 28 de Abril, nº 621, sl. 402 - JG Shopping - CentroIpatinga/MG - BrasilCEP: 35.160-004

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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

25 de SETEMBRO


Hoje acordei sorrindo.
Hoje os passarinhos da manhã cantaram mais. Mais tempo, mais alegre e mais bonito. Hoje as cigarras cantaram pela primeira vez no ano.
Hoje desabrochou um botão de uma planta que ainda não havia visto em meu jardim.
Hoje o Sol sorriu para mim e voltou a dormir.
Hoje os transeuntes sorriram mais.
Hoje recebi duas lindas mensagens em meu celular.
Hoje ganhei uma camisa e um dvd.
Hoje fizeram canjiquinha especialmente para mim.
Hoje o Prefeito da nossa indigestão política disse “para mim é Deus no Céu e você debaixo da terra, mas só depois que votar em mim...”.
Hoje até os políticos, com suas propagandas volantes, nos violentaram menos.
Hoje dialoguei com vários pensantes.
Hoje jantei com alguns pensantes.
Hoje dormi sorrindo.
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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

De Papai para Mamãe

Meu pai fez para minha mãe, quando eles eram noivos. Em 1.950:

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A VIAGEM

Rubem Leite – 21-9-08
arterubemleite@gmail.com


“Não tomo bolinhas. Quero estar alerta, e por mim mesma. Fui convidada para uma festa onde na certa tomavam bolinha e fumavam maconha. Mas minha alerteza me é mais preciosa”.
(Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo – Editora Rocco)


Acabo de sair de casa e me deparo com o pé do morro. Olho para seu tamanho e só vejo uma enorme mancha marrom. Começo a subir seus degraus. Denúncia da interferência humana. No fim da escadaria me deparo com uma árvore emplacada com a inscrição:

“... Árvore da vida! Árvore da esperança ... Visão da escada de Jacó”

Paro. Olho ao redor. Sigo.
A subida está mais íngreme. Vejo uma árvore escorrendo resina. Resignado eu oro. Até a hora de ir embora.
A subida não para. Eu escorrego caindo de joelhos. De joelho eu rezo ouvindo os gemidos das árvores fazendo amor com o vento. Continuo a subida e vejo uma linda mulher. Os mais lindos cabelos negros. Como uma noite estrelada. Paro calado. Seu olhar me faz falar. Duas luas vieram e se foram. Assim nos conhecemos. Na terceira lua nos amamos feito o vento fazendo a árvore gemer. Na quarta lua nos separamos. Volto a subir.
Cinco sóis causticantes me matavam até eu ver os restos humanos de alguém. Um ninguém. Paro medroso. Examino ou viajo? Examino.
Vespas fizeram morada nos restos. Descobri ao mexer cauteloso. Reponho com cuidado os restos à posição que estava e saio correndo. Caio sentado. Volto a correr e caio com o rosto noutra escada escavada. Desmaio.
Desperto na escuridão. É uma casa, acho. Por uma fresta vejo luz. Nada esperto vou até a luz e vejo meu salvador. Forte. Ele me olha sério e em silêncio me aponta uma cadeira à mesa. Ele se levanta enquanto eu me encaminho ao lugar indicado, põe comida num prato e me dá. Como em silêncio. Ele olha pela janela. Em silêncio nos olhamos até sua voz. Grave. Dizer seu nome. Tento falar o meu, mas não me recordo. Perdi meu nome na escalada.
Olho sua pequena casa. Um quarto e a sala-cozinha, onde estamos. Livros. Somente livros emoldurando a porta pela qual entrei e na parede que lhe faz quina à esquerda. Armas em uma parede e na última que olho, vejo o fogão e a porta para fora.
- Posso pegar um livro?
- Pode.
Vou às estantes e demoro a escolher. Pego um de Caio Fernando Abreu.
- Leia para mim. Diz ele e atendo o seu pedido. Uma hora. Duas horas até nos cansarmos.
- Vou dormir.
- Benito.
Ele me olha.
- Lembrei meu nome. É Benito.
- Venha deitar, Benito.
E não dormimos por três luas. E não vimos três sóis. E no quarto sol, após a noite de lua, fui embora com um farnel montado por ele mais dois livros de Clarice Lispector.
Vou morro acima. Terra arenosa. Eucaliptos. Um ipê.
A subida não para até encontrar um pentagrama de troncos caídos de onde escuto um anjo profetizar a vinda do Messias.
- Ele vem com um sorriso de grandes dentes amarelos. Um chapéu na cabeça e um livro preto nas mãos. Vem montado num grande cavalo azul. Suas palavras são de promessas, promessas e mais promessas. Deixa o homem trabalhar. Conclui o anjo.
- Fuja do cavaleiro com a bandeira vermelha no cavalo preto e branco. Ele é o adversário do grande Messias velho. Diz outra voz no pentagrama.
Vou embora. O grande Messias de chapéu me assusta. Vou embora morro acima.
E vejo a grande cidade.
- Vou até ela na estrada poeirenta?
Decido seguir a trilha que já estou e ver onde vai dar. Descubro uma bifurcação.
- Sigo a estreita estrada poeirenta? Ou sigo a larga estrada cheia de pedras?
Sigo a estrada empedrada.
- Ai!
Foi um pedaço da carne de meu pé cortada por uma formiga cabeçuda monstruosa. E só vejo mais e mais formigas se aproximando. As encaro pensando no que fazer. Esmago umas e outras.
- Ai!
Esmago mais outras. Mas o que fazer? Correr é a única coisa que penso e faço. Milhares de formigas avançam até mim. Vez ou outra mais um grito até me deparar com um mar de terra, por onde elas não avançam e eu me perco.
Ouço um canto. O canto de invisíveis sereias aladas. E me sinto voando sobre a imensidão. Sinto orgasmos não sei como nem pelo que provocado. Só podem ser as sereias que anuviam meus sentidos.
Acordo muito longe de onde estava e cinco seres indefinidos lutam comigo até jorrar o líquido da vida que se perde pelo meu peito até o chão. Desfaleço. Após cansá-los com minha persistência eu me desfaleço. Quando acordo, corro dali até me chocar com um gigante amarrado que me ameaça. Suas mãos estão livres e tentam me pegar. No desespero tropeço na alavanca que prende as correntes que lhe detém e o imobilizo com dor.
Quero soltá-lo. Resisto à vontade.
- Talvez seja melhor um gigante acorrentado...
- Seu tolo. É melhor deixá-lo livre.
- Sei não. Pelo menos é o que sempre me disseram. Ele é ruim. Perigoso. Não merece estar solto.
- Ao menos volte aqui às vezes e afrouxe as correntes.

A subida pelo morro é um semi-círculo e me deixa bem diferente de como saí. Bem distante de onde parti. Acaba num nada que é tudo. E de lá volto para casa completando o percurso.
Chego ao meu lar com o canto do galo.

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Falando sério! Você acha que depois de uma viagem assim eu preciso de algum alucinógeno? Não! E eu concordo com Clarice, minha alerteza me é mais preciosa. Permite-me ver ao redor para melhor descrever através de minhas artes. Inté!

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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Godoy

Dança vento, dança.
Dança lindo na mangueira.
Dança ou saboreia?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

MALARRUMADA




Olá pessoal.

Vocês foram um sucesso na apresentação.
Quero lhes desejar um ótimo sucesso e que a cada dia vocês se desenvolvam para que um dia vocês estejam no topo da pirâmide dos melhores artistas de teatro.

M alarrumada é
A legria é
L indas
A presentações é
R isos é
R itmos é
h U mor e
M uita descontração com
A nimação
D iversão e
A rte para a sociedade

T eatro e
E sperança, esperança é
h A rmonia.
T eatro é
R isos de
h O rror por uma cena ou humor pela graça.



De
Gabriela G.D.S - 09 anos


Para
Grupo Teatral Malarrumada
No canteiro da praça há um ninho de ave.
Acho que são aves.
Bem, tem penas, bicos, asas, mas mamam e se aquecem ao sol como os lagartos.
Eu paro.
Paro e olho.
Eu paro para olhar e vejo que uns poucos param também
E alguns outros apenas olham e continuam indo.
A maioria nem vê.
E o sol está subindo sem sequer dar sinal de ir embora
E as poucas sombras estão se esvaindo.
Está difícil continuar
E todos queremos um pouco de sombra para sentarmos e almoçarmos.
Não sei se vou agüentar ficar mais tempo.
Tenho que trabalhar e não posso ficar olhando aves esquisitas.
Tenho que ser normal.
Mas não quero ser normal.
Quero ver as aves esquisitas na praça.

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Inspirado no texto “Dançar no Brasil: vistos de entrada, mestiçagem e controle de passaportes”, de Helena Katz, no livro ENARTCi – setembro 2008, págs. 36-41, promovido pela Híbridus Cia. Dança.
POWER TO THE PEOPLE"Power to the people,power to the people",gritava o radinho de pilhasenquanto você me beijavae o seu beijo tinhaum gosto de goiaba.Era engraçado,mas era verdadee a felicidade erauma tarde de verãona praia do Pina.Power to the people,meu bem,seu beijo erapura adrenalina.Clóvis CampêloRecife, 1985
http://cloviscampelo.blogspot.com
LIÇÃO DE INGLÊS (Ou de AMERICANÊS)

Nena de CastroMrs. Green e Mrs. Whitena varanda,tomam seu chá das 5,à moda inglesa.In the garden,Ted, John e Mary,corados e felizes,brincam with the dog...Mr. Green e Mr Whiteestão no trabalhoproduzindo riqueza,pilares da grande nação.Mrs. Green e Mrs White,sorrisos felizes, suspiram:Tudo é tão perfeito...Enquanto isso, crianças do 3º mundose retorcem de fome e agonizam...Mas , “This is a bookThis is a countryThis is the most perfect way of life”.Afe!“The book is on the table,The sky is so blueAnd life is so good”, (for them)And nós, as alimárias do 3º mundo,mastigamos nossa ração,o pão ázimo da infinda servidão ...
Postado por Nena de Castro - MACUNADRU - http://nenadecastro.blogspot.com

Vem aí mais uma edição do
Salão do Livro de Ipatinga

No período de 30 de setembro a 5 de outubro,

o Centro Cultural Usiminas receberá o 3º Salão do Livro de Ipatinga.


Com patrocínio da Usiminas, a organização prepara uma programação atual tendo como um dos temas principais o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

O evento terá entrada franca, uma feira de livros com acervo diversificado, oficinas para crianças, jovens e adultos, apresentações teatrais, exibição de filmes, lançamentos, bate-papos com escritores e contação de histórias.


Neste ano, o Salão do Livro organizará o 2º Seminário de Literatura Infantil e Juvenil do Vale do Aço, apresentando aos educadores da região temas atuais para o debate e a reflexão, entre eles os novos desafios da literatura e da leitura na internet; a dislexia de leitura: como lidar com as dificuldades de leitura e aprendizagem; e novas práticas de incentivo à leitura.


Fique atento à programação que, em breve, estará disponível no site http://www.saladolivro.com.br/ .

Seminário:
Inscrições abertas para o seminário através do site http://www.salaodolivro.com.br/2008/index.php

Visita Escolar:
Organizada para proporcionar aos alunos uma experiência diferente ao entrar em contato com o mundo dos livros e da leitura, a visita permite aos alunos participar da programação cultural do Salão do Livro, que inclui espetáculos teatrais, oficinas, festival de contos, lançamento de livros e muito mais.A visita, como o próprio nome já diz, é destinada às escolas.
Para participar, os professores devem agendar a visita da escola previamente por meio do telefone (31) 3829-9654.

Oficinas:
Nesta edição, o Salão do Livro de Ipatinga realiza 14 oficinas, com nove temas diferentes, entre os quais estão a conservação de livros, a oficina de massinhas; a arte de narrar histórias; origami (dobraduras em papel); mangá (desenho japonês); cordel e pintura em sumi-e (pintura com tinta e caligrafia – estilo oriental), além de duas atividades sobre o universo dos escritores Machado de Assis e Guimarães Rosa. Destinadas a educadores, multiplicadores, bibliotecários e público em geral, inclusive crianças e jovens, as oficinas pretendem estimular a imaginação e trabalhar as respectivas técnicas. Para participar, os interessados devem conferir a lista no site. É importante destacar que o número de vagas e o tempo de duração variam de acordo com as oficinas.
A inscrição será feita por meio do telefone (31) 3829-9651.

PARTICIPE CONOSCO E SEJA BEM VINDO (A) AO 3º SALÃO DO LIVRO DE IPATINGA!