segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ANO VELHO

Obax nafisa.


No início de uma tarde nublada de sábado passeio com minha mãe. Pensamos caminhar uns trezentos metros, a parte plana da rua onde ela está morando com minha irmã. À nossa direita, árvores do morro não residencial.
- Você está bonito.
- Obrigado! – Sorrio.
- Onde você mora?
- No Centro.
- Estão todos bem?
- Tudo na mais perfeita harmonia.
- Onde você estava?
- Fazendo prova.
- Ela cuida bem de mim. Quer que eu more com ela até eu me sarar.
- Ela te ama.
- O marido dela também cuida bem de mim.
- Todos te amam.
- Onde você mora?
- No Centro.
- Como estão todos?
- Na mais perfeita harmonia.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Ela não quer que eu vá embora até eu sarar. O marido dela também quer que eu fique.
- Você é muito amada.
- Todo bem que fiz a minha mãe estou recebendo de volta.
- Veja que linda árvore. Toda florida.



- Gosto muito de vê-la também. Onde você estava?
- Fazendo prova.
- Você está bonito.
- Obrigado! Veja! Um pé de caju carregadim, carregadim.
- Sempre passeio aqui com sua irmã. Ela cuida bem de mim; assim como cuidei de minha mãe nos últimos anos de vida dela. Onde você mora?
- No Centro.
- Estão todos bem?
- Sim, tudo em harmonia.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Vamos voltar? Estou cansada. – Caminhamos apenas a metade do trajeto. – Sua irmã e o marido dela gostam de mim. Minha mãe me dizia que Deus não me abandonaria e me daria alguém bom para cuidar de mim.
- Você é querida por todos.
- Você está bonito.
- Obrigado!
- Onde você mora?
- No Centro.
- Como vai sua família?
Pensando se ela me reconheceu ou se me confundiu com um de meus irmãos casados respondo que estamos todos em harmonia.
- Você está bonito... Eles cuidam de mim como cuidei de minha mãe... Onde você mora?... O que você estava fazendo?...
Levo-a para casa de minha irmã, vou para o ponto de ônibus e escrevo enquanto espero:
Na cabeça a flor azul
Exala perfume rodopiante
Distorcendo norte e sul
Indistinguindo o perto do distante.

En la cabeza la flor azul
Exhala un perfume rotante
Distorsionando el norte y el sur
Indistinguiendo la cerca del distante.


Ofereço como presente de aniversário a
Maria S. Hinode, Letícia A. Santos, Tatiana C.S.V. Brandão, Kívia Kiara, Joaquim Tiago, Ivanete Valverde, Melyssa Freitas, Gustavo A. Spada, Nathy Costa, Andreia Bragança, Welington Josi, Maximiano Lagares, Felipe L. Freitas, Vilma Escarlate, Homero Dias, Gustavo Soares, Samanta Bela, Sarah Helena e Graça Maria.
Ofereço às entidades:
Seicho-No-Ie Luz, AJSI MG-Três Vales (MG) e Sabor de Casa ArtCozinha.
E ao casal Moacir e Nena de Castro pelos seus quarenta anos lado a lado.

Recomendo a leitura de Flauta e de Lenda, ambos de Bispo Filho. Respectivamente nos seguintes endereços


Escrito entre 29 de novembro e 29 de dezembro de 2014.

Imagem de Rubem Leite.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

FLOR AMARELA

Flor Amarilla – Yellow Flower


Obax nafisa.
Bom Natal! ¡Buen Navidad! Good Christmas!

Obrigado, mamãe!





Português
(Poemetos independentes)

A mulher invisível protege a rua
Descobre a sua cabeça deixando-a nua
Flor amarela nos cabelos escuros
A varredora e seu trabalho passam obscuros.

Jaci Acauã, a Lua cheia,
Ao sol “espreiteia”
Feliz e ansiosa está de guarda
A Fonte de Luz não tarda.

A lua, que despropositada,
Está tímida, mas pelada
Veste-se de nuvens
Intenta esconder suas libertinagens.

A chuva na pedra
É meu coração em pedaços
Meus olhos voam livres
Sozinho em uma livraria.

Lua minguante no fim da madrugada
Vejo seu círculo perfeito
E você suavemente aureolada
Ah! Como me inspira seu poema bem-feito.
Calo-me!

Como eu queria ter algo para dizer.
Não qualquer coisa, mas o “algo” essencial.
Não tenho. Então deixo abaixo meu silêncio.
Escute-o se tiver vontade. Dura um minutinho só.


Español
(Poemas independientes)

La mujer invisible protege la avenida
Descubre su cabeza dejándola desvestida
Flor amarilla en los pelos oscuros
La barrendera y su trabajo pasan obscuros.

Yací Acauan, la Luna Llena,
Al sol acecha
Feliz y ansiosa está de guarda
La Fuente de Luz no tarda.

La luna, que absurda,
Está tímida, pero desnuda
Se veste de nubes
Que no la encubre.

La lluvia en la piedra
Es mi corazón en piezas de piel
Mis ojos vuelan libres
Soledad in una librería.

Luna menguante en fin de madrugada
Miro su círculo perfecto
Y tú suavemente aureolada
¡Ah! Cómo me inspira su poema bien hecho.
¡Me callo!

Como quería ter algo para decir.
No una cosa cualquier, pero el “algo” esencial.
No lo tengo. Entonces dejo abajo mi silencio.
Escúchalo se tuvieres gana. Dura uno solo minuto.


English
(Independent poems)

The invisible woman protects the avenue
She uncovers the head retuning her nude
She has a yellow flower in black hair
The street sweepers and your work pass over unclear.

Jacy Acauan, the Full Moon,
In the sun she keeps an eye on
Happy and anxious she is of guard
The Source of Light is around.

The moon, that nonsense,
Is shy, but naked
Attire itself of cloud
She attempt hide their crapulence.

The rain in the stone
Is as my heart in storm
My look is free
But friendless.

Waning moon at the early morning
I see your perfect circle
And you gently haloed
Oh! As inspire me your shapely poem
I shut up me!

As I wanted have something from talk.
Not any something, but the “something” essential.
I not have. Then I put my silence.
Listen it if have wish. Lasts one minute only.


Ofereço como presente de aniversário a
Clayton Heringer, Alexsandra Gregório, Mayron Engel, Fabiana Ribeiro, Nay Embama, Alison W. Martins, Maria de Maria, Natalia Coutto, Jhoyce Oliveira, Juliana Novaes, Deiverson Tófano, Éderson Caldas, Diego Cortezao, Flavio Meyer, Simone Silva, Artur Freitas e Italo Rafael.

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito entre o fim da tarde de 01 e o fim da madrugada de 22 de dezembro de 2014.
Dia 26 mamãe, Maria Ettiene Weber Leite, fez\faz 85 anos.
Revisão em inglês: Delsyn Carvalhais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A DOR FEMININA

El Dolor Femenino – The Feminine Pain


Chorava com o vento, a chuva sob seus pés. E um túmulo de folhas amarelo-secas escondia o que eu menos gostava em você. Não vejo a hora de ver-te sorrir em cores e flores para sentir o cheiro dos seus hormônios. Todo seu perfume é convite lascivo, e disso gosto. Quando terminarmos, você envolverá com seu sangue o produto de todas as lagrimas-de-chuva em frutas. Passarinharei cada um deles em banquetes pela manhã. A semente cairá, longe de você, mas carregará uma parte das suas intenções e espírito para foder outras terras... Prantearei antes de ver-te semimorta e moribunda novamente. Sei que desertos sussurros de vento te assolarão deixando-te nua. Nem eu nem inseto algum visitaremos seu lar funesto. E silêncio faremos até que novas chuvas e lagrimas lhe socorram... Algum maldito tentará aquecer alimento e habitação mutilando seus cilíndricos braços. Mas por favor, não morras! Já passa esse frio e a Mãe logo enviará cores pra te vestir. Eu mal vejo a hora de deitar sob seus pés outra vez para melhor apreciar o dia.
Carlos Glauss.


Obax nafisa.
Obrigado, papai!


Em português

- Eu não sou bonita. Sabe? Eu sei, eu não sou bonita. Tirando meus seios quando jovens, eu nunca tive um belo corpo. Eu sou Aracy de Almeida, como a cantora, sabe. E assim feito ela, não sou bonita, tenho palavras feias na boca e ninguém se dá por mim.
Foi assim, na Praça José Júlio da Costa, no Centro de Ipatinga, sentado debaixo do ipê rosa sem flor que conheci Aracy.
- Pareço muito com Aracy de Almeida, a cantora. Meu pai era maquinista da Vale, cantei na igreja, namorei jogador de futebol, gosto de samba e de música clássica, leio livros psicanalíticos, gosto de pintura. Pena não ter dinheiro para comprar originais. Tenho apenas cópias.
Nós dois sentados debaixo do ipê rosa sem flor e as pessoas passando, passando. E ninguém nos viu. Nada nos ouviu. As pessoas. Passando. Nós.
- Você sabia que minha xará foi a primeira cantora da dor feminina? Todo mundo cantava a dor do homem, mas a mulher nunca era a vítima, mas a vilã. Aliás, poucas cantoras existiam e as que estavam lá não ousavam se posicionar. Ela não se conformou e mostrou que também somos gente.
Uma folha caiu entre nós e nossos olhos seguiram seu vôo em silêncio. Trânsito e transeuntes, ao contrário, não paravam de rosnar.
- É bom falar com você. Apesar de homem não impõem sua macheza. Mas nos escuta e respeita. Você é de verdade? Existem outros? Pergunto por que já me disseram que se eu fosse bonita mereceria ser estuprada. É para agradecer por não ser bela? Ou para as bonitas agradecerem à violência? – Pausa para ver o que se olha na praça. – É! É bom falar com você. Apesar de homem não impõem sua macheza falando, falando, não dizendo nada e fazendo grosserias.
Outra e outras folhas caem.


En español

- No soy guapa. ¿Sabes? Lo sé, no soy guapa, siquiera bonita. Jamás tuve un bello cuerpo, excepto mis senos cuando jóvenes. Soy Aracy de Almeida, hecho la cantante brasileña, sabe. Y hecho ella, no soy guapa, tengo malas palabras en mi boca y nadie me ve.
Fue así, en la Plaza Mayor, en Lima, sentado debajo de un árbol sin flor que conocí Aracy.
- Me asemejo a Aracy de Almeida, la cantante. Mi padre era maquinista de tren, canté en la iglesia, fue novia de un jugador de fútbol, leo libros de psicoanálisis, me encantan las músicas folclóricas del Perú y las clásicas del mundo, pinturas también me encantan. Lastimo no tener plata para comprar originales. Tengo solamente copias.
Ambos sentados bajo el árbol sin flor y las personas moviéndose, moviéndose. Y nadie nos ha visto. Nada nos ha escuchado. Las personas. Moviéndose. Nosotros.
- ¿Sabías que mi tocayo fue la primera cantante brasileña del dolor femenino? Todos cantaban el dolor del hombre, sin embargo la mujer jamás era la víctima, pero sí la villana. No obstante, pocas cantantes existían y las que estaban allá no osaban posicionarse. Ella no se conformó y mostró que también somos gente.
Una hoja cayó entre nosotros y nuestros ojos siguieran su vuelo en silencio. Tránsito y transeúnte, por su vez, roznaban sin parar.
- Es bueno platicar contigo. Mismo siendo hombre no impone su virilidad. Pero nos escucha y respecta. ¿Tú es de verdad? ¿Existen otros? Pregunto porque me dijeron que se fuera bonita merecería ser estuprada. ¿Es para agradecer por no ser guapa? ¿O para las guapas agradecieren la violencia? – Pausa para ver lo que se mira en la plaza. – ¡Sí! es bueno hablarte. Mismo siendo hombre no impone su virilidad hablando, hablando, no diciendo nada y siendo chocarrero, groso.
Otra y otras hojas caen.


En English

- I am not pretty. You know? I know. I’m not pretty. Except for my breasts when I was young, my body is ugly. I am Aracy de Almeida, as the Brazilian singer, you know. Done she, I am not pretty, I have bad words in the mouth and anybody sees me.
It was this way, in a square, sitting under a tree without blossom that I met Aracy.
I seem with Aracy de Almeida, the singer. My father was machinist by train, I sang in church, I was girlfriend of a soccer player, I read psychoanalysis books, I like folkloric and classic music, paintings also love me. I feel sad from not have money to buy originals paintings. I have only copies.
Both sitting under the tree without blossom and people moving, moving. Nobody see us. Nothing listen us. People. Walking. We.
- Did you know that my namesake was the first Brazilian female singer pain? All of them sang man’s pain, but the woman was never the victim, she was always the villain. However, few woman singers existed and the ones that were there did not dare have if it position. She was not satisfied and showed that we are people too.
A leaf fell between us and our eyes followed your flight in silence. Traffic and pedestrian, in a turn, did not stop to snarling.
- It’s good talk to you. Despite you being a man does not impose his virility. But you listen and to respect us. Are you really? Are there another? I ask because they told me that I deserved to be raped if I was pretty. Is it to thank for not being beautiful? Or for beautiful girl thank violence? – Pause to see what we look at in the square. – Yes! It is good talk to you. Despite man, do not impose its manliness talking, talking, not telling anything and doing rudeness.
Other and another leaves have fallen.


Ofereço como presente de aniversário a
Lucas Alvisi, Kemilly Caroline, Renata Sousa, Dado Aragon, Marilene Tuler, Fábio S. Rodrigues, Gerci Santos, Thaylyny Emanuela, Wyllon Jheffer, Rodrigo P.D. Stani, Graciela Pedra, Ícaro Freitas e Renata Matos.
Ofereço também ao grupo Hagios Companhia.

Recomendo a leitura de
Petite Bourgeoise, de Bispo Filho; e exposição de arte plástica de Rafael Cabral.

Respectivamente nos seguintes endereços

Agradeço a Luís Gonzáles por retirar minhas dúvidas em espanhol. E se ainda assim houver algum erro a responsabilidade é minha, não dele.


Sobre Aracy de Almeida:

Escrito entre 29 de novembro e 15 de dezembro de 2014.
Meu pai, Rubem Rezende Leite, faria hoje (15-12) oitenta e nove anos. Muito obrigado, papai!


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Resultado de oficina na E. Henrique de Freitas Badaró, Ipatinga MG. Foi ministrado oficina de quadra e trova para alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental.


Hoje é sexta-feira
Fui a uma feira
Gastei todo meu dinheiro
Comprando uma peneira.

Sabrina A. Teixeira – 5ª C


Um belo dia na escola
Fui até o jardim
Toquei uma coisa áspera
E ouvi uma história bela

Sabrina A. Teixeira – 5ª C


No dia super legal
Vivemos os desatinos da vida:
Ficar sem ver
Eis um dos desafios da vida

Karine V. Alves – 5ª B


Ficar sem ouvir
E outro desafio
Parece o mundo sumir
Descendo por um fio.

Karine V. Alves – 5ª B


Quando cheguei à escola
Eu estava todo molhado
Vim correndo
Estava morto de cansando.

Miler C. Gonçalves


Minha vó é bonita
Apesar de ter dentadura
Ela é doce e come rapadura
E brinca com sua cabrita.

Manuele G. Oliveira


O gato branco da minha avó
É muito fofo
Parece leite em pó
E se chama Astolfo.

Nayara C. Silva


Meu bairro não tem praça
Mas meu pai faz muita graça
E às vezes vamos ao clube
Com nosso cachorro Escube.

Ellen C.S. Marinho


Eu gosto de me alegrar
Por isso vou sempre ao mar
Onde quero mergulhar
Deixando o mar me levar.

Nayara C. Silva – 5ª C


Vendo meu peixe pular
Brincar e pular, vou.
Sentir um pouco do ar
E a Deus dou meu louvor.

Nayara C. Silva – 5ª C


Eu gosto de me amar.
Vou me alegrar
Indo ao mar
Onde posso mergulhar.

Nayara C. Silva – 5ª C


Ipatinga! Ipanemão
É meu lugar de coração
Onde vou morar, ter filho
Plantar pé de feijão ou milho.

Helem B. Duarte


Ipatinga é legal
Tem escola, que legal
Tem criança genial
Tem adulto genial

Caleb A. Gomes


Ipatinga é meu lugar
Eu tenho orgulho de morar
Nunca vou sair deste lugar
É minha paixão, não vou largar.

Karen S. Fernandes


Hoje acordei apressada
Quando cheguei à escola
Parecia estar deserta
Era uma visão incerta.

Karen S. Fernandes – 5ª B


Em meu bairro não tem praça
Eu vou com minhas irmãs
Em praças de outros bairros
Brincar, correr e sorrir.

Maria Eduarda – 5ª C


Meu bairro é Esperança
Tem praças e parques
E o amo sem por quê
Quando adulto e criança.

Maria Eduarda – 5ª C


Ciranda, cirandar vamos;
Pequena, pequenina
Bola, bolinha; quem brinca
Com bola é menino e menina.

Helen B. Duarte


Ipanema é legal
Lá é sensacional
Eu já fui com minha prima
Sempre brincamos de rima.

Manuele G. Oliveira


Alguns textos em prosa:

O bom de ver filme é que você fica nervoso pra ver o que vai acontecer. E ontem vi o filme Python. Foi bom e misterioso; e os intervalos me davam raiva por parar na melhor hora. Também gosto de filmes de ação e de fadas; só que não dão o suspense dos filmes de terror.

Kethelen P. Euzébio


Hoje conheci uma pessoa. Um escritor. Ele levou umas crianças no pátio e sentimos as flores, o tronco da árvore, o mato... Aí, depois, sentamos no chão. A gente estava com um pano no rosto. Brincamos na pedra, chei-ramos, sentimos. Voltamos à sala e batemos um papo tranquilo.

Helem B. Duarte


Eu senti pedra, árvore, planta, flor. E torço pro Galo. Gosto muito de brincar, divertir, contar histórias. Logo que cheguei à sala, no primeiro dia, fiquei muito curiosa, revi muitos amigos, conheci nova profes-sora. Gostei muito da aula, mas para tirar o legal... hoje teremos prova de matemática.


Eduarda

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

OLHOS FRANZOS

Obax nafisa.


Em português

A Avenida JK e as ruas Serra Dourada e Serra dos Cocais deltam uma pequena pracinha no bairro Jardim Panorama. Em um canteiro de folhagens vermelhas dois bancos quase de costas entre si. Um rapaz observa outro. Pensa em se aproximar, conversar, conhecer, namorar. Com meus olhos tristes percebo seu receio e sorrio. Alcanço seus pensamentos. Será que devo? Mas e se ele me ofender? Me agredir? Ai, meu Deus, e se ele falar para todo mundo? Pausando as reflexões para olhar as pessoas ao redor ele não vê a praça e de novo: Ele é bonito. Eu também não sou feio e sou um cara inteligente. Acho que vou até lá puxar conversa. Dependendo da reação vou direcionando para algo mais... É, acho que vou mesm...
- Tá olhando o quê?
- Ah, nada!
- Tá querendo alguma coisa?
- Ah, nada não.
- Que pena! Eu queria conversar com você.
O observado se levanta e vai embora. O observador não apreende nada e continua sentado. E eu
Caminho lentamente
Sentindo do dia a transição
Algo em mim latente
Em meu rosto tomou posição.
Saio de um lugar
Traspasso um parque
Do dia para a noite
Na grama me ponho a dançar
Olhos franzos querem que eu me adeque.


En español

La Avenida JK y las calles Serra Dourada y Serra dos Cocais deltan una pequeña placita en el barrio Jardín Panorama. En uno cantero de follaje rojas dos escabeles casi de espaldas entre sí. Un muchacho mira otro. Piensa acercárselo, charlar, conocer, enamorárselo. Con mis ojos tristes percibo su recelo y sonrío. Alcanzo sus pensamientos. ¿Será que debo? Pero… ¿se él me agraviar... Me agredir? Ay, Dios mío, ¿y se él hablar para todas las personas? Suspendiendo las reflexiones para mirar las personas alrededor él no ver la plaza y otra vez: Él es bonito. Yo también no soy feo y soy un chico inteligente. ¡Si! Me voy a platicar con él. Dependiendo de la reacción voy a direccionar para algo más… ¡Sí! me voy mismo a charl…
- ¿Está fijando lo qué?
- ¡Nada!
- ¿Qué quieres?
- ¡Nadie!
- Qué lástima. Quería charlarte.
El fijado se arriba del escabel y se va. El fijador no aprehende nada y continúa sentado. Y yo
Camino lentamente
Sintiendo del día la transición
Algo en mí latente
En mí rostro ha tomado posición.
Salgo de un sitio
Traspaso un jardín
Del día para la noche
En el césped me pongo a bailar
Ojos frunzidos quieren adecuarme.


Ofereço como presente de aniversário
Alfredo Pires, Chimeni Lins, Camila Santos, Nubia Teodoro, Rayssa Rangel, Joe Arthuso e Carla Carvalho.
E parabenizo à Biblioteca Leitura e Olhares (Viva, Portugal!)

Amanhã aqui no aRTISTA aRTEIRO, veja o resultado de uma oficina que ministrei para crianças de dez anos na escola Henrique F. Badaró, bairro Esperança, Ipatinga MG.

Os versos em espanhol tiveram revisão de Luís Gonzáles.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre as tardes de 08 de maio e madrugada de 08 de dezembro de 2014.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O SILÊNCIO E A PALAVRA

Obax anafisa.


- Acabei de ter um sonho tão bem feitinho...
- Huuum! Bom dia, amor.
- Bom dia!
- Com que sonhou?
- Estávamos nós dois em um debate sobre silêncio e palavra e participavam conosco Wenderson Godoi, Luciano Betelho, Cloenes e Rosângela, Nena de Castro, Marquim Faria, Beto Faria, Érikis Sena, Carlos Glauss, Marília Siqueira, Gorette Freitas e uns artistas de fora, que puxavam a conversa.
- E do que falavam? Consegue lembrar-se de algo?
- Do silêncio e da palavra, uai! Você tentou falar três vezes e sempre alguém não deixava. Tomava sua vez. Ainda bem que diziam coisas interessantes.
- Menos mal, rerrê. Continue.
- Vamos levantar para fazer o café.
No banheiro e na cozinha continuaram.
- Quando finalmente conseguiu falar dois participantes foram para um canto, mas conversavam muito alto.
- Huuum, chato. Rerrê.
- Depois falei também, mas aconteceu o mesmo comigo. Um tomou minha vez, Todavia consegui na segunda tentativa. Inclusive outras pessoas foram para um canto e falavam igualmente alto.
- Um saco.
- Eu disse que as pessoas temem o silêncio porque força o sujeito ver a si mesmo e permute pensar. Duas coisas que as pessoas não gostam. Aí, você tomou a palavra.
- Que eu falei?
- Deu exemplo. As pessoas que discutiam nos cantos atrapalhavam porque no fundo o assunto possibilitava os participantes verem a si mesmos e dificultava refletir o assunto.
- Minhas palavras valem o silêncio...
- Nossas, querido!
O café. Seu cheirinho percorria a sala e junto com o leite agradava nossas línguas.
- Um dos artistas de fora pegou de sua carteira um papelzinho bem pequeno e nos mostrou. Parecia um duende ou coisa assim. Só que não recordo suas palavras.
Uma mordida no pão aquecido na tostadeira mais um golinho do café com leite ao som dos pássaros nos silenciaram uns minutos.
- Vai, termina o sonho.
- A gente falou que se calar evita discussões desnecessárias e mais importante e melhor que isso é manter silêncio para ouvir a si mesmo e ver o outro. Dissemos mais que isso, mas é o que recordo.
Beijamo-nos e já prontos, cada qual foi para seu trabalho.


Ofereço como presente de aniversário
A grande poeta Marília S. Lacerda, el gran músico Alejandro Vera, Luizin Ribeiro, Hudson Welling, Nauana Louzada, Ana P. Benacon, Edivane Ribeiro, Juliana Queiros, Cleide Takahashi, Marcelo Vieira, Vanda Ribeiro, Lorrayne Sancar, Claudiney de Sá, Welington G. Silva, escritora Patricia C. Mackowiecky, Maxwell Antunes, Patrick Castro, Lucas B.M. Alto, Larissa SA. Ligia Mara, Iara Barona, Sergio Lopes e Regina M.T.P. Simao.

Humilde homenagem ao meu GAAALOOOOO! CAMpeão da COPA DO BRASIL. Bica eles, GAAALOOOOO!

Convido a ler também os textos:
Não é Milagre, é Atlético Mineiro, de Ique Carvalho; Vampiros no Transatlântico, de Adriano Siqueira; e Engenho, de Bispo Filho.
Respectivamente:

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre os dias 04 de abril e 01 de dezembro de 2014.