domingo, 27 de maio de 2018

LUZ DE PIRILAMPO

Foto: Acervo Rubem Leite - espetáculo Pecados, do Grupo Farropilha.




O passado, como fantasma,
Assombra
O passado, como sombra,
Se desfaz.

Não, nem seis horas ao céu nublado
E está imensa a fila de carros
Ao golpe apoiaram com brado
Os caminhões agora amarrados.

Capitalismo derrama leite,
Não o dá aos assalariados;
Imagine pobres viciados
Acostumando a comer...

O brasileiro é cordial
Elogia ou critica
Ajuda ou prejudica
Conforme se sente bem ou mal.

Maconheiro tatuado
Morre salvando crianças desconhecidas.
Professora graduada
Morre salvando alunos a elas confiada.
Religioso renomado
sodomiza e mata os próprios filhos.
Concluo algo?
Não é na religião que...



Recomendo a leitura de:
“Mãe”, de Vinícius Siman:
“Cerração”, deste macróbio que vos fala:
“Prometeu Evaporado”, de Bispo Filho:

Daniel Cristino e Maura Gerbi. Que a dupla “prefeitável” Vá e Vença! Pois:
Verde que te quero verde
Verde e amarelo
Não o se vende pato amarelo
Não o coxinha batedor de panela.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Cinco poemetos criados nas manhãs, enquanto medito. Entre janeiro e 27 de maio de 2018.

domingo, 20 de maio de 2018

TODO MUNDO PARA O MUNDO



La melancolía era un estado muy difícil de aprehender, puesto que se nutría de otros estados y sentimientos más profundos.¹
  

Caminhos observados – Foto de Rubem Leite.

Rua Sabará
O poeta caminha
Observa.

Um louco drogado
Conversa alto
Com cidadão de bem.
Este ri.
Dois olham a cena
Riem.

O mundo não liga para nenhum deles.
O poeta caminha e observa.

Ao pé de uma escada
Uma mulher caída
O SAMU a socorre
Dois curiosos olham.
Na porta ao lado
Um homem tem seu cabelo cortado
E não sabe
Da mulher caída,
Dos curiosos
Do louco viciado
Dos risonhos.

O mundo não liga para nenhum deles.
O poeta caminha e observa.

No bar, ainda cedo
Prostitutas começam sua faina
Cervejas nos copos.
Na clínica de exames
Clientes e funcionários
Negociam
E não sabem
Das prostitutas
Dos clientes
Da mulher caída
Dos curiosos
Do louco viciado
Dos risonhos.

O mundo não liga para nenhum deles.
O poeta caminha e observa.
Ninguém o vê.


Ofereço como presente aos aniversariantes Beto de Faria e Eliseo Junior.

Recomendo a leitura de:
“Interminável Raciocínio”, de António MR Martins:
“Insetos da Noite”, deste macróbio que vos fala:
“Os Abismos que nos Separam”, de João Lucas Nery:

Daniel Cristino e Maura Gerbi. Que a dupla “prefeitável” Vá e Vença! Pois:
Verde que te quero verde
Verde e amarelo
Não o se vende pato amarelo
Não o coxinha batedor de panela.

¹ Ernesto Cobos cita Emil Cioran no texto Crónica de Um Hombre Invernal. Acesso: https://ernestocobos.blogspot.com.br/2018/05/munoz-alvarez-poeta-crepuscular.html

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e ocasionalmente colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Inspirado quase no meio da manhã de 26 de janeiro de 2018; escrito quase no final da mesma manha. Trabalhado entre os dias 20 de abril e 20 de maio do mesmo ano.

domingo, 13 de maio de 2018

MAS ELE TEM OS LIVROS



PERO ÉL TIENE LOS LIBROS


Leitura do texto pelo autor no canal aRTISTA aRTEIRO no youtube:

Em Português:

Os ipês estão verdes, suas folhas ainda não caíram para suas flores saírem. Até chegar ao seu destino ele segue a avenida sorvendo tanto verde e senta no lugar de sempre. Sangue de Tinta, Águas Vivas Mortas e Tempo das Águas o acompanham. Olha para suas unhas pretas do carvão usado para assar batatas doces. E continua sentado; olhando as unhas, os ipês e os livros. Abre a boca do sono que perdera a noite sem motivo aparente. Contudo, seu coração sente a ausência dos que estão para ir embora e...
E um carrinho de supermercado cheio de papelões para com dois cachorros deitados em seu confortável desconforto. E divaga. Na rua Sabará um estacionamento poupou algumas árvores na fronteira do terreno com a calçada. 

As Árvores e o Muro – Foto de Florencia Mora (Zarza Mora).
Ipatinga pouco passou de meio século e nos últimos dez anos quatro prefeitos foram afastados. Complicando a vida do povo que elege quem sequer podia se candidatar; como a coisa de chapéu na cabeça, Bíblia no sovaco e estrelinhas em fundo azul onde deveria habitar um coração; mas se tivesse um jamais seria tartufo nem usaria estrelinhas em fundo azul...
- “Mochila nas costas. Sem pressa acenava para os carros. Chegar para quê?”. – Na sua cabeça ele ouve Girvany de Morais. Contudo, seus amigos presentes falam:
Os Livros e o Drinque – Foto do autor.
- “Às vezes, a pesada mão da morte / Apanha a rosa ainda em botão”¹. Cornelia Funke cita Monsterberg. – E isso o faz pensar.
Vinícius Siman lhe diz: “Um mineiro na praia é coisa que se louve, pois o mar fez-se verbo nas mãos dos poetas mineiros”².
E Amyra El Khalili não faz por menos e não se cala: “A América Latina vive hoje uma guerra intestina”³. Ai, que jeito lindo de dizer “merda” enquanto verdejam os ipês no Feirarte/Pq. Ipanema e as árvores não morrem para o muro do estacionamento cinza da rua Sabará, centro da cidade de cinquenta e quatro anos.
Hoje a Banda Gertrudes canta pouco roque nacional e muito roque estrangeiro no aniversário da cidade e oferece um brinde a seus seguidores no instagram.
Chegar para quê? Não para onde ou para quem, mas para que ir ou chegar. – Com esse pensamento recolhe os livros, bebe seu drinque e se vai sem perguntar a alguém; já que não há ninguém, para quê...


En español:

Los lapachos están verdes, sus hojas aún no cayeron para sus flores salieren. Hasta llegar a su destino él sigue la avenida sorbiendo tanto verde y si sienta en lo acostumbrado quisco. Sangre de Tinta, Aguas Vivas Muertas y Tiempo de las Aguas lo acompañan. Mira sus uñas negras de carbón usado para asar boniatos. Y continúa sentado; mirando las uñas, los lapachos y los libros. Abre la boca del sueño que perdiera anoche sin motivo aparente. Pero, su corazón siente la ausencia de los que están para irse y…
Y un carrito de supermercado cargado de papeles para. En el changuito hay dos perros acostados en su cómoda incomodidad. Y divaga. En la calle Sabará un aparcamiento no sacrificó unos árboles en la frontera del terreno con la vereda. 

El Árbol y la Tapia – Foto de Florencia Mora (Zarza Mora).
Ipatinga poco pasó de medio siglo y en la última década cuatro alcaides fueron alejados. Complicando la vida del pueblo que elije quien no podría candidatearse; como la cosa de sombrero en la cabeza, Biblia en el sobaco y estrellitas en cortina azul donde debería habitar un corazón; pero, si hubiera uno jamás sería tartufo ni usaría estrellitas en cortina azul…
“Mochila en las espaldas. Despacio hacía señas para los coches. ¿Llegar para qué?”. – En su cabeza él escucha Girvany de Morais. Pero, sus amigos presentes hablan: 

Los Libros y el Trago – Foto del autor.
- “A veces, la pesada mano de la muerte / Apaña el capullo de la rosa”¹. Cornelia Funke refiere a Monsterg. – Eso la hace pensar.
Vinícius Siman lo dijo: “Un minero* en la playa es cosa que si alaba, pues el mar se haz verbo en las manos de los poetas mineros”².
Y Amyra El Khalili deja la charla más rica al decir: “Latinoamérica vive hoy un guerra intestina”³. Ay, qué manera linda de decir “mierda” mientras verdean los lapachos en Feirarte/Pq. Ipanema y los árboles no si mueren para la tapia del aparcamiento gris de la calle Sabará, Centro de la ciudad de cincuenta y cuatro años.
Hoy la Banda Gertrudes canta poco rock brasileño y mucho rock extranjero en el cumpleaños de la ciudad mientras ofrece un regalito a sus seguidores en Instagram.
¿Llegar para qué? No para donde o para quien, pero para que ir o llegar. – Con ese pensamiento recurre los libros, bebe su aperitivo y se va sin preguntar a alguien; ya que no hay nadie, para qué…


Ofereço como presente ao aniversariante Robinson Ayres; e a todas as mães.

Recomendo a leitura de:
“Águas Vivas Mortas”, de Vinícius Siman. No próximo sábado – dia 19 de maio, 14:30h. – lançamento da obra no Salão do Livro do Vale do Aço.
“Imperecível”, de Flávia Frazão. Na próxima quarta-feira – dia 16 de maio, 19h. – Lançamento da obra no Salão do Livro do Vale do Aço.
“Schelling e Dante Versus Marx”, de Sued:
“Foi Loucura ou Aconteceu?”, deste macróbio que vos fala:
“Em Dia de Ramos”, de António MR Martins:

Daniel Cristino e Maura Gerbi. Que a “prefeitável” dupla Vá e Vença! Pois: Verde que te quero verde  /  Verde e amarelo  /  Não o se vende pato amarelo  /  Não coxinha batedora de panela.

¹ FUNKE, Cornelia. Sangue de Tinta. Trad. Sonali Bertuol. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. P. 81. Traducción libre al español.
² SIMAN, Vinícius. Águas Vivas Mortas. São Paulo: Clube dos Autores, 2018. P. 19 e 17. No próximo sábado – dia 19 de maio, 14:30h. – lançamento da obra no Salão do Livro do Vale do Aço. Traducción libre al español.
* Minero es como se habla de quien nace en la provincia (departamento) brasileña de Minas Gerais.
³ EL KHALILI, Amyra. Água e Petróleo, a mesma moeda. ZUNTI, Maria Lúcia Grossi (Org.). Tempo das Águas. Linhares: Projeto Águas do Rio Doce, 2008. P. 87. Traducción libre al español.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e ocasionalmente colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Manuscrito na tarde de 29 de abril de 2018; trabalhado entre os dias 01 e 13 de maio do mesmo ano.
Já em 13 de maio de 1888: Enquanto a elite latifundiária e escravocrata visava um rumo, a princesa Isabel, outro. “Seu pensamento liberal denunciava que o futuro seria permeado por mudanças” (COSTA, 2017. P. 88). Havia disputa entre a elite escravocrata e a elite industrial. A primeira era rural e a segunda, liberal. A Monarquia tinha que escolher de qual lado ficaria. Durante três anos a Princesa morou em Paris e lá suas ideias se fortaleceram e buscou arrecadar fundos para emancipar os escravos brasileiros. Contudo, não pense que foi por bondade que a Princesa se dedicou à Abolição. Havia interesses políticos e econômicos para isso. Os escravos não estavam preparados para a industrialização enquanto imigrantes estavam. (COSTA, Marcos. A História do Brasil para Quem tem Pressa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Valentina, 2017. P. 88-91. Resumo de Rubem Leite.)

domingo, 6 de maio de 2018

DEUS X RELIGIÕES



Carta e Presente de Florência Mora, foto de Rubem Leite.

Leitura do poema pelo autor no canal aRTISTA aRTEIRO:

A astúcia daqueles que delegam a Deus ou Buda a responsabilidade pela expiação do próprio pecado (por exemplo, o sacrífico de Jesus na Cruz), e vivem de forma irresponsável, sem se importarem em praticar más ações.¹

Mais uma batalha no céu
Orixás e santos europeus
Nenhum a mando de Deus

Pela Virgem de Nazaré
Ferido em batalha
É socorrido Oxumaré

Maria está pelos de lá
Como são entre si
Buda, Cristo e Alá

Mudam-se os nomes
Não muda o que são
Um só Pai dos homens


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Lumma Siqueira, Pablo Cardoso, Janete Reis, Newton Leite, Diogo Henrix, André Kondo, Nádia Soares, Bel Aquino, Carlos Aldair, Rejane Balmant, Lucas Marques, Egdiandra N.T. Tchitumba, Nancy N. Maestri, Lizandra Mª Melo e Camila Mendonça.

Recomendo a leitura de:
“Imperecível”, de Flávia Frazão. Lançamento no dia 16 de maio, 19h, no Salão do Livro do Vale do Aço.
 “Águas Vivas Mortas, de Vinícius Siman. Lançamento no dia 19 de maio, 14:30h, no Salão do Livro do Vale do Aço.
“1º de Maio: as velhas e as novas disputas (especial dia do trabalho)”, de Sued: https://ad-substantiam.blogspot.com.br/2018/05/1-de-maio-as-velhas-e-as-novas-disputas.html
“No Silêncio da Prosa”, de Bispo Filho: http://bispofilho.blogspot.com.br/2018/04/no-silencio-da-prosa.html

Daniel Cristino e Maura Gerbi. Que a dupla “prefeitável” Vá e Vença!

¹ TANIGUCHI, Masaharu. Pensamentos de Sabedoria. São Paulo: Seicho-No-Ie do Brasil, 2013. P. 22.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto de Amnon Oliveira.

Partido de um sonho que tive na madrugada de 06 de novembro de 2017; em 2018, trabalhado no dia 13 de janeiro e depois entre os dias 20 de abril e 06 de maio.