segunda-feira, 24 de novembro de 2014

NATURALEZA

Minha humilde homenagem à grande poeta Goretti de Freitas, merecidamente agraciada com a Medalha de Mérito Legislativo pela Câmara Municipal de Ipatinga (MG) em fins de novembro de 2014.

Obax nafisa.


Rain of flowers fall above me.
As well as it rains water of clouds, flowers fall of tree. Truly they seem to rain in me as little stars. So, in fact, about me rains stellar flowers.
And I cross the square seeming shadow between persons. In my loneliness I write. About what I talk? Read my words and you will know¹.


En español

Una semilla se cambió tallo y hoja
El tallo creció y la hoja multiplicó
Después se tuvieron flores
Que se cambiaron frutos
Cantaron los pájaros
Trasportaron sus semillas
Nuevos tallos y hojas fueron convertidos
Viejas hojas, frutas, flores se murieron
Sin embargo, dejaron sus energías en la tierra
Entonces, semillas, tallos, hojas, flores y frutos…
¿Hay que decir lo que aconteció?
No obstante, digo
Oyendo jazz y clásicos
Me adentré en un recinto automotor
Vuelo entre árboles y coches
Viajo para un amigo
Navego con pájaros por la noche.


Em português

Uma semente se converteu em caule e folha
O talo cresceu e a folha se multiplicou
Depois nasceram flores
Que se transforam em frutos
Cantaram os pássaros
Transportaram as sementes
Novos brotos se converteram
Velhas folhas, frutos e flores morreram
Entretanto, deixaram suas energias na terra
Assim, sementes, talos, folhas, flores e frutos...
Preciso dizer o que aconteceu?
Todavia, digo
Ouvindo jazz e clássicos
Adentrei-me em um ressinto automotivo
Vôo entre árvores e carros
Viajo para um amigo
Velejo entre sonhos e pássaros.


Ofereço como presente de aniversário
Laryssa Leris, Stéfany Késsya, Débora Juliane, Esdras Aurélio, Erdinachele M. Salatiel, Aline Medeiros, Gunther Estebanez, Edilaine S. Peres, Stefanni Marion, Mingau Ácido (Marcelo Garbine) e Joubert Moises.
E ofereço à
Companhia Bruta de Teatro e Arterapía Escritos.

Convido a ler os textos
Vitória-Minas, de Bispo Filho; Versos Pingados por Léo Prudêncio
Respectivamente:

¹ Chuva de flores caem sobre mim. \ Assim como chove água das nuvens, flores caem da árvore. Realmente elas parecem chover em mim como estrelinhas. Então, na verdade, sobre mim chovem flores estelares. \ E eu atravesso a praça parecendo sombra entre as pessoas. Em minha solidão eu escrevo. Falo sobre o quê? Leia minhas palavras e você saberá.

Escrito en español en el día 26 de abril de 2014. Trabajado entre los días 18 y 24 de noviembre del mismo año.


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

RAZÃO NAS NUVENS

Obax anafisa.
In memorian Manoel de Barros.

Brasil era roubado e explorado por Portugal, mas ai o povo brasileiro lutou por sua independência e provou que consegue se roubar sozinho. Seria cômico, se não fosse verdade.
Paulo Bonfá.


Uma manhã em uma praça. Debaixo de uma árvore, olhando os canteiros floridos, pensando. Chega um cidadão e falamos sobre falos, falas e viragos. Até que lhe pergunto:
- Oi! Vamos à Feira do Livro?
- Fazer o quê?
- Ver, comprar, ler...
- Pra quê?
- Pelo prazer de le...
- Pra que vou desperdiçar dinheiro com livro? Papel por papel vale mais o higiênico. Se é pra gastar que seja com o mais útil. Melhor que comprar livro é comprar papel higiênico.
- Realmente! Para quê? O que sua cabeça produz se distribui pelo fiofó.
À sombra de uma árvore olho os canteiros floridos. Penso enquanto o cidadão se vai e me chega outro. E nossa fala é sobre viragos, falos e falácias. Até que muda de tema e me pergunta:
- Oi, Benito, tudo bem?
- Sim, graças a Deus. Estudando muito, trabalhando bastante, lendo igualmente. Rerrê. E você, tudo firme e forte?
- Tô nada! Sei lá... Cada dia minha vida tá de um jeito.
- Cara! Profunda e sinceramente torço para que não perca a consistência. Que avance resoluto; não importando as pedras do caminho, que você vá e vença!
- Também quero isso mais não tá fácil. Tem horas que penso em desistir de tudo.
- Conhece o “Poeminha do Contra”, de Mário Quintana? Pense sempre nesse poema: “Todos estes que aí estão atravancando meu caminho. Eles passarão, eu passarinho”. Assim, entendo sua vontade porque às vezes, e não são poucas, tenho o mesmo desejo. Mas persisto porque não vou dar a ninguém o direito sobre minha vida e, mais importante, porque eu sou filho de Deus.
- Ah... Se fosse fácil assim.
- Veja o blog do Rubem Leite e leia “Lua Inquieta” e “Poemas Para”.
- Ah se fosse fácil assim. Agora, vou indo. Abraços!
- Rerrê. Coragem, cara! Coragem
- Vou tentar. Se não me ver mais aqui é porque desisti de viver até um dia. Beijos...
- Espero que persevere. Para um dia de beleza e de harmonia, ouça Bachianas Brasileiras número 5.
- Vou tentar, cara. Vou tentar.
Ele se vai sem si e eu fico olhando a praça. Uma borboleta branca e preta pousa numa flor. Outra amarela voa por mim e não sei porquê crio em inglês e canto:
Butterfly sings in air
Men shout in clod
My heart tries to be fair
My eyes are in cloud.
- Senhor! Compra um lanche pra mim?
Olho para o andrajo ao sol e vejo sua mão estendida para um terno à sombra.
- Quer comer? Vá roubar! Que é o que vocês fazem.
O andrajo perde a voz e o terno se vai.
- Quer um lanche? Vamos àquele bar.
Seu sorriso me segue até eu diminuir meu ritmo para ficarmos lado a lado. Conta-me de onde é, diz por que está aqui e me fala de sua esposa e filhinho. Mas não quero conversar e saber sua história; real ou falsa. Só não me interessa que ele tenha o que nunca tive. Fome.


Ofereço aos aniversariantes
Chicão Fidideus, Andreia Lima, Daniel S. Morais, Savio Tarso, Nary Farias, João V. Barros, Helon Tavares.
Ofereço ao Grupo Pagojean, Livro Etc. e Hibridus Dança.

Lua Inquieta e Poemas Para:

Aproveito para convidar a ler também:
Poema para Manuel de Barros (em ocasião de seu encontro com as estrelas), de Thiago Domingos
Não é só uma carta de amor, de Karine Danielly

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre os dias 23 de abril e 17 de novembro de 2014.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

MELOPÉIA

Obax nafisa.

A saudade é a que fica entre os dentes e os galhos da mangueira do tempo. (Marcelo Oliveira, ator. Falando-me sobre mangas).


Canta galo levando a noite
Canta galo trazendo o dia
Não sei se há sorte
Mas é preciso teimosia.

Ontem, meu apê parecia zona rural
Passaram dois ratos tão grandes que eu disse “ual”
Pensei até que eram capivara e anta ou outro animal
Mas vieram dos entulhos do vizinho, coisa normal.

Canta galo levando a noite
Canta galo trazendo o dia
Não sei se há sorte
Mas é preciso persistência.

Eu invento, se não tivessem feito,
O passear com o vento e ver
As mangas amarelas brincando de balanço
Nos galhos ao vento.

Canta galo levando a noite
Canta galo trazendo o dia
Não sei se há sorte
Mas é preciso rebeldia.

“É carnaval”
Canta um galo do vizinho
“Isabel, me dá beijinho”
Canta outro prá não ficar sozinho.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Ângella Santhos, Eduardo R.L. Toledo, Izabela Azevedo, Luciana Laris, Isac Silva, Fernanda La Noce, Eder M. Loures, Rodrigo Neiva e Rita Clemente.

Umas estrofes escritas em 04 de março de 2013. Outras, na manhã de 05 de julho de 2014. E poema remexido entre 06 e 10 de novembro de 2014.


Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

CORREDEIRA

Honrados sejam todos os Santos!
Honrados sejam nossos antepassados!

Obax anafisa.


“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
...
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele”.
CAEIRO.


O rio e as pedras
É um pequeno rio
Três pedras em seu caminho
Nenhuma em seu leito.

O rio e os peixes
É um pequeno rio
Três peixes nadam devagarinho
Nenhum toma jeito.

Apenas uma pena
Escorre no córrego que corre
A pena dá pena
Some no dia que morre.


Ofereço aos aniversariantes:
Sócrates P.N. Atayde, Elton C. Souza, Thais Santana, Alvarino Silva, Álida Santos, Gabriella L. Silva, Moisés Correia, Cláudio Quirino, Dayana Andrade e Andre Brytto.

CAEIRO, Alberto (Fernando Pessoa). O Tejo.


Escrito entre a madrugada de 18 de abril e 03 de novembro de 2014.