domingo, 26 de junho de 2016

HOMENS E JACARÉS

HOMBRES Y CAIMANES


Potira itapitanga.

Convido a ler o texto escutando


With torn wings butterfly
My stomach did not fall asleep
Jesus and Judas in apple of love
Life was never kirmess.


Em português

Eu acordo muito cedo e vou para a rua. Tem tantas coisas em minha cabeça que não percebi como cheguei ao Ribeirão Ipanema. Diante de sua água barrenta e de seus murmúrios eu penso: Hoje tão contaminado...; e, entretanto, apesar de Minas ser tão multicultural, tão biodiverso e a mestiçagem ser a coisa mais comum no Brasil; o país, o estado e Ipatinga estão carregados de preconceitos de toda espécie.
Sento-me em uma de suas margens, justamente diante do nascente sol e me ponho a escrever no momento em que um verso invade minha cabeça. Escrevo em espanhol “Hecho mariposa de alas rotas”. Sou branco, magro e de classe média, por isso não sofro na pele as discriminações. Contudo não sou cego e vejo as coisas porque quando os poetas dizem “Sinto muito” não estão se desculpando.
Ontem, na padaria, uma mulher se aproximou do dono do estabelecimento e...
- Bom dia! Tenho que dizer ao senhor para ungir o seu carro, pois aquele homem amaldiçoado – aponta uma pessoa na rua – disse que vai queimá-lo. Ele odeia a quem não é branco. Também detesta usíndios.
Depois do pensamento, volto a escrever “Hecho mariposa de alas rotas / Mi estómago no se duerme”.
Um pássaro canta voando acima do ribeirão e outros nas árvores lhe fazem coro. Bonitos sons. Também me agrada a árvore onde estou encostado.
Uma pessoa caminha na outra margem e tem em suas mãos um pequeno cachorro. Ele me lembra meu Haicai. E o cachorrinho da pessoa está tão velhinho quanto o meu Haicai. E o Ribeirão Ipanema me fala:
Um rapaz de rosto alegre caminha com um cachorrinho que é pouco mais que um filhote. Os dois param diante o rio e uma folha se desprende da árvore e morre na terra; o cão já está adulto e o homem sorri com quase alegria. Um pássaro come uma mariposa que voa tranquila acima das flores do campo. Agora os heróis são um homem de meia idade carregando um cãozinho grisalho e sem dentes. Um jacaré nada em mim e o homem joga o velho cão. Com passos curtos ele se vai e...
- Existe jacaré no Vale do Aço?
- Existe o homem...
Enquanto o rio murmura eu escrevo:
Hecho mariposa de alas rotas
Mi estómago no se duerme
Jesús y Judas en la manzana del amor
La vida nunca ha sido kermés.


En español

Me despierto tempranamente y salgo por la calle. Hay tantas cosas en mi cabeza que no percibí como he llegado al Río Rímac. Delante sus murmurios yo pienso: Hoy tan contaminado; sin embargo, Perú sea tan multicultural y biodiverso y sin embargo la mestizaje sea común, él es también cargado de perjuicio.
Me siento en una de sus orillas, justamente delante al naciente sol y me pongo a escribir cuando un verso invade mi cabeza. Escribo en portugués “Com borboletas de asas rasgadas”. Soy un visitante en Perú y no he sufrido en mi piel la discriminación, pero no soy ciego y veo las cosas porque cuando los poetas dicen “Siento mucho” no están disculpándose.
Ayer, en la panadería, una mujer se acerca del dueño del estabelecimiento y…
- ¡Buen día! Tengo que decirle que tenés que ungir a su coche porque aquél hombre maldito – apunta una persona en la calle – ha hablado que lo quemará. Él tiene odio a nosotros que no somos blancos. Y a él no le gustan los quechuas o los aymaras.
Tras el pensamiento me volvo a escribir “Com borboletas de asas rasgadas / Meu estômago não adormece”.
Un pájaro canta volando arriba del Rímac y otros en los árboles los hacen coro. Bonitos sonidos. También me encanta el árbol adonde estoy acostado.
Una persona camina en la otra orilla y tiene en sus manos un pequeño y viejo perro. Me recuerda mi Haicai. Y el Rímac me habla:
Un muchacho de rostro alegre camina con un perrito que es poco más que un cachorro. Los dos paran delante del río y una hoja se desprende del árbol y se muere en la tierra; el perro ahora es adulto y el hombre está sonriendo con casi alegría. Un pájaro come una mariposa que vuela tranquila en las flores del campo. Ahora los héroes son un hombre mayor cargando un perro gris y sin dientes. Un caimán nada en mí y el hombre tira el viejo perro. Con pasos cortos él se va y…
- ¿Hay caimanes en Perú?
- Hay el hombre…
Y mientras el río murmura yo escribo.
Com borboletas de asas rasgadas
Meu estômago não adormece
Jesus e Judas na maçã do amor
A vida nunca foi quermesse.


Ofereço como presente à
Mariana Sá, Mª Carmo Vitarelli, Wendel Rafael, Helio G.T. Melo, Emi E. Rodrigues, Lavinia Lemos, Hudson Dias, Pierre André, Claudia Turatti, Rodinea Martins, Beatriz Myrrha e Daniel R. Salgado.

Escrito entre a manhã de 11 de setembro de 2015 e o dia 26 de junho de 2016.


MUJICA, Rosa María (elaboración). Diferente pero Iguales: educando contra el racismo y la discriminaciónDisponível em http://www.ipedehp.org.pe/userfiles/Diferentes%20pero%20iguales.pdf Acesso 12 Set 2015.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

IRISDICÊNCIA POÉTICA – (Nena de Castro)

HÁ PESSOAS QUE SÃO POEMAS.
INTEIROS. ALEXANDRINOS, SONETOS,
ODES, POEMAS MODERNOS...
SÃO RIMAS, VERSOS QUE CANTAM,
ESTRELAS QUE REBRILHAM NO UNIVERSO COTIDIANO
TRAZENDO LUZ E PAZ.
CONHEÇO PESSOAS QUE SÃO POEMAS DRUMMONDIANOS,
ROMANNIANOS, CECILIANOS,VINICIANOS DE MORAIS, BAUDELERIANOS...
CONHEÇO RIMAS RICAS EM PESSOAS SIMPLES,
QUE CONSTROEM A EXISTÊNCIA COM SORRISOS ENSOLARADOS EM PLENO INVERNO,
AQUECENDO NOSSA ALMA COM COBERTOR DE PLUMAS DE CARINHO...
SEI DE GENTE QUE TEM POR DENTRO UM ARCO-IRIS,
UM JARDIM ENCANTADO, UM CÉU DE AMIZADE.
E AGRADEÇO PELAS OLGAS, FLÁVIAS, RUBENS, SIMANS ,ALINES, BETOS, MARCILIANES,MARLENES, EDUARDAS, BEATRIZES E TODAS AS PESSOAS QUERIDAS QUE ME INSPIRAM COM SEU AMOR
E ME LEVAM POR AÍ, EMBALADA EM SONHOS, VERSOS E O ETERNO SOL DA AMIZADE...

domingo, 19 de junho de 2016

A QUEM? POR QUÊ?

¿A QUIÉN? ¿POR QUÉ?

Potira itapitanga.


Em agradecimento pela autoria do “poema” Franciso Mário, que Nivaldo Resende e Maria Alice criaram em parceria, ofereço os versos a seguir; retirados dos acentos do Teatro de Arena do Parque Ipanema (Ipatinga MG), cujos verdadeiros autores são anônimos, mas que eu apropriei e chamo “Célula Revolucionária”:
Me dê/lírios
Pois
A poesia brota da ruína
E
Faz de mim sua eterna poesia
E se toda poesia fosse um pedaço de mim para você
Penso e sinto que:
Todo coração é uma célula revolucionária.


Em português

Vinte e uma horas de lua crescente, saindo do Hospital Márcio Cunha, desço seu longo declive e só paro no Cemitério Nossa Senhora da Paz; longe dali. Três corpos foram relatados pela polícia (alguém a chamara). Chegamos; eu, o médico legista e dois enfermeiros. No início do trabalho, um tiro; uma enfermeira cai morta. Com o desespero cada um corre para um lado em busca de abrigo; mas não existe; só há campo aberto e algumas poucas árvores. Mas um silêncio se fez presença e sem saber o que fazer, eu, o médico, o enfermeiro e cinco policiais nos reunimos em um bolinho tentando escapar dos atiradores; agacho-me vergonhosamente no meio (só me preocupa escapar com vida); olho para o alto à minha frente e um atirador se posiciona para matar.
Entre os gritos e os estrondos, estes vão diminuindo e o silêncio se instaurando. E ainda, ficam somente o canto dos pássaros, as flores sob o voo das borboletas e as árvores bailando com o vento.


En español

Nueve horas de una bella noche de luna creciente, al salir del Hospital Nacional Edgardo Rebagliati Martins, recorro su largo camino y solamente me quedé en el Cementerio campo Fe (del Huachipa). Tres cuerpos fueron relatados por la policía; un los hay llamado. Llegamos; el médico legista, dos enfermeros y yo. En inicio del trabajo, un tiro; una enfermera cae muerta. Delante del desespero cada un corre para lados distintos; todos en búsqueda de refugio; pero no hay ningún; solamente hay campo abierto e unos pocos árboles. Sin embargo, un silencio se ha hecho vivo y sin saber qué hacer, los cinco policiales, el enfermero, el médico y yo nos unimos, espaldas con espaldas, intentando escapar de los tiradores; me agacho vergonzosamente en medio del grupo (escapar vivo es mí única preocupación); miro arriba, frente a nosotros, y un tirador se posiciona para matar.
Entre los gritos y estruendos, estos se van disminuyendo y el silencio se instaurando. Y todavía, en el campo santo, se quedan solamente el canto de los pájaros, las flores bajo del vuelo de las mariposas y los árboles y los vientos bailándose.


Ofereço como presente de aniversário a:
Luiza Carreiro, Adriane Lima, Lígia Schmidt, Elizabeth M. Reis, Wagney Machado, Vinícius Siman, Raquel Marquesis, Rinaldo A. Gomes, Júlio Madeira, Camila Giacometti, Tiago Neri, André Q. Silva, Carolina Ferreira, Maria I. Lopes, Feliciana Saldanha, Ana C. Silva e Elecir J. Macedo.

Recomendo a leitura de “¿Qué Representan los Cultos Neopentecostales?”, de Javier Villanueva; “O inferno está cheio”, de Vinícius Siman. Respectivamente:


Escrito alta noite de 19 de setembro de 2015; partindo de um sonho. Trabalhado entre os dias 19 de abril e 19 de junho de 2016.

domingo, 12 de junho de 2016

A FOME

Potira itapitanga.


The spider dead walks to Isabella and kiss her.
And she… Pah!
The rain falls on the body and Isabella open eyes.
The sister of the spider of the Spider Man that makes first walking dead the word.

Ou

La araña muerta camina hasta Isabella y la besa.
Y ella… ¡Pah!
La lluvia cae en el cuerpo e Isabella abre los ojos.
Fue la hermana de la araña del Hombre Araña que hizo la primera muerta viva del mundo.


A noite em Ipatinga já vai avançando. É dito que em outros países já é dia, mas aqui a noite está em seu meio e longe da madrugada que antecede o... dia? Não estou só. Comigo estão Edgar Alla Cat e Don Perro de La Mancha, os amigos de um amigo. O gatinho olha soturnamente para as sombras e o cachorrinho rosna ameaçadoramente para os objetos que as geraram. Mas nada acontece; nem outros movimentos além dos nossos, nem outros sons se somam aos que produzimos.
Nada acontece; ninguém nos aparece. E continuamos andando sem saber para onde; sem saber o que ou quem procurar. Simplesmente andamos, andamos e andamos na noite que, eu sei, tardará a terminar. Quando a madrugada começa, uma casa. Enorme! Quatro andares, quarenta metros de largura, quarenta de comprimento. Enorme, caindo aos pedaços e, creio, vazia.
Don Perro e Edgar Allan param diante de sua porta. Experimento o trinco; está aberta; empurro-a; olhamos para seu interior; escuridão; entramos no momento que sons e movimentos desconhecidos surgiram atrás de nós. Fecho a porta; algo a arranha; dou dois passos para trás; o trinco não se move; na casa nada se move.
No céu lá fora não se via nenhuma luz, nem da lua nova. Através do telhado de vidro do casarão se vê a lua; cheia. Como? Por quê?
Andamos pela casa. Da sala vemos uma aranha estranha em outro cômodo. Ela parece doente. Com seus pequenos olhos observa-nos como se nos apreciando... Com suas patas feridas e podres se mexe na teia branca como seus olhos. Mas assim mesmo, passando o mais longe possível, vamos ao cômodo  um salão de vinte por vinte metros. Olhando para cima se vê os três andares superiores. No canto direito, uma escada. Subimos. Don Perro à frente e Edgar Allan em meu colo. Estamos famintos, mas sem nada para comer. O gato olha para uma porta no último andar: “Miaumore”; o cão fareja a porta e abana o rabo; abro-a e entramos. Um quarto com uma grande cama no centro; grandes janelas na parede à esquerda da porta dão para a escuridão completa; grandes baús na parede à direita; e um grande espelho de frente para a porta mostra um retrato de um busto de mulher acima do umbral; olhos e cabelos negros enfeitam sua pele morena; traja um bonito vestido vermelho; seu sorriso não é alegre; e apesar de parecer estar morta ela é bela.
Com fome deitamos. E dormimos com Edgar olhando a pintura. No meio da madrugada Don Perro se desperta e rosnando nos acorda. Com medo olho para a porta; com coragem me levanto, vou até ela, mas Edgar e Don Perro se posicionam na minha frente; parecem querer me impedir de sair. Abro-a assim mesmo e vou para fora. Os amigos do Benito agora são meus amigos também e me acompanham. Do corredor olhamos para baixo. Pessoas estão deitadas no salão. Três, cinco, dúzia de gente.
- Quem são vocês? O que querem? – Pergunto.
Os deitados se sentam e me olham. De uma porta vem uma mulher gorda; olhos e cabelos negros enfeitam sua pele morena; ela traja um desbotado vestido vermelho; sorri com pouca alegria e muitos, muitos dentes; dentes demais.
- Desça! Você deve estar faminto. Vem comer com a gente!
Desço e meus amigos me seguem relutantes. As pessoas no salão agora estão de pé, sujas, feias, assustadoras. A mulher gorda, sorrindo, faz sinal para que a siga. Entramos na cozinha do casarão. No fogão várias panelas fumegam soltando um cheiro bom de comida.
- Ponha a toalha na mesa do salão. – Ela me diz e fala para duas mulheres magras na cozinha: “depois ponham os pratos e talheres”. Virando-se para mim: Temos hoje carne assada e ensopado de carne. Gosta?
À mesa posta, sentamos todos. Três mulheres, treze homens; doze de nós pegam com a canhota um talher e... Falta o braço direito em cada um; das panelas o cheiro bom de carne. Penso em sair, mas não posso. Estou faminto e como. Algo muda em mim e... E então vejo o gato e o cachorro saindo pela janela em direção à madrugada que se converte outra vez em noite.
E logo eu e os demais homens sairemos.


Ofereço como presente de aniversário a
Claudiane Dias, Pedro Claudino, Raphael Vidigal, Ariene Medina, Maria L.F. Lopes, Marciliane E. Silva, Anderson Oliveira, Bruno Coelho, Juliana Santos, Marcela Gomes, Ton Xavier, Alexandre R. Lecko e Gianmarco F. Cerdan.

Recomendo a leitura de “A máscara da traição e o mordomo que roubou 500 milhões de cruzeiros”, de Javier Billanueva; “Poeta-se”, Xúnior Matraga; respectivamente:

Escrito partindo de um sonho na madrugada de 03 de setembro de 2015. Trabalhado entre os dias 08 de março de 2016 e 12 de junho 2016.

domingo, 5 de junho de 2016

OS BONS POETAS...

LOS BUENOS POETAS…


Potira itapitanga.

Body immovable in heart oppressed
I dance limply to the sound of Vivaldi
Trees dance stiff with the wind
We seek to purge air pollution.


Em português
Se lhe for possível leia ouvindo, de Zeca Baleiro, Você Só Pensa em Grana:

- Amor de minha vida! Eu te amo muito. Muito mesmo. Mas… Quando você vai morrer? Não pense mal de mim, amor. Mas poeta bom é poeta morto e preciso de dinheiro para ter o mundo inteiro. Você me ama? Então, quando vai morrer? – Um momento de silêncio. – E não me diz nada, amor?
- Corpo imóvel em coração opresso / Danço molemente ao som de Vivaldi / Árvores dançam rijas com o vento / Busca de expurgar poluição dos ares.
- O que você disse, amor de minha vida? Não entendi.
- Não falei nada e somente os ninguéns me compreenderiam. Quer mais alguma coisa?
- Sim! Peça uma bebida.
- Marcelo, pode fazer algo gostoso? Duas, na verdade. Um para mim e outro para ela. Pouco doce para mim e muito doce para ela. Coisas como a vida.
O dia no Feirarte está escuro e Zeca Baleiro canta meu coração.
- Sonho de minhas tristes noites, aquela não é uma amiga sua? Vá até ela.
Ela olha aonde seu amor apontou, levanta e se vai. “Obrigado, Deus! Me quero sozinho agora”. Olho as árvores, olho Don Perro de la Mancha e Edgar Allan Cat. E os observo me olhando. Não demora e Don Perro começa a correr atrás dos maus duendes travestidos de pombas... Entretanto, Edgar Allan me diz “Miaumore?”.
- Não sei! Amigo…
- Benito!
“Não! Quero-me sozinho”...
- Benito, que bom te encontrar.
- Bom dia! – Falo olhando o aparelho de som do músico e constato a marca da empresa dona do aparelho.
- Que cê tá fazendo aqui, rapaz?
- Bebendo! E o senhor?
- Senhor? Por que está me chamando de senhor?
- Desculpa! Por que está aqui?
- Eu vim pra ficar bebinho, bebinho.
- Então... Fiquemos os dois.
Debaixo da árvore que nos assombra penso em quem me assombra.
- Vamos sair? Ir embora?
Fora da árvore que nos assombrava não penso mais em quem me assombrava. E os bichinhos nos acompanham.


En español
Siéndote posible lea oyendo, de Zeca Baleiro, Você Só Pensa em Grana¹
¹[traducción libre: Tú Solamente Piensa en Pasta (o Plata)].

Perdóname cualquier error de español. Aún soy mero estudiante.

- ¡Cariño de mi vida! Te quiero, mi amor. ¡Te quiero! Pero… ¿Cuándo has de morirte? No piensas mal de mí, cariño. Es que poeta bueno es poeta muerto y necesito de dinero para tener el mundo entero. ¿Me quieres? Entonces, ¿cuándo has de morirte? – Un rato de silencio. – ¿Y no me dices nada?, cariño.
- Cuerpo inmóvil en corazón opreso / Bailo flacamente al sonido de Vivaldi / Árboles bailan recias con el viento / Búsqueda de expurgar polución en los aires.
- ¿Qué dices?, cariño de mi existencia. No lo he comprendido.
- No hablé nada y solamente los nadie han de comprenderme. ¿Quieres algo más?
- ¡Sí! Pida una bebida.
- Marcelo, ¿me puedes hacer algo exquisito? Dos en verdad. Uno para mí y otro para ella. Poco dulce para mí y mucho dulce para ella. Cosas como la vida.
El día en el Feirarte está oscuro y Zeca Baleiro canta mi corazón.
- Sueño de mis malas noches, ¿aquella no eres una amiga tuya? Ve hasta ella.
Ella mira adonde su amor apuntó, levanta y se va. “¡Dios, gracias! Me quiero solo ahora”. Miro los árboles, miro Don Perro de la Mancha y Edgar Allan Cat. Y los observo mirándome. No tarda y Don Perro empieza a correr tras los malos duendes travestidos de palomas… Sin Embargo, Edgar Allan me dice “¿Miaumore?”.
- ¡No sé! Amigo…
- ¡Benito!
“¡No! Me quiero solo”…
- Benito, que encanto es encontrarte.
- ¡Buen día! – Hablo mirando el aparato de sonido del músico y constato la marca de la empresa dueña del aparato.
- ¿Qué haces acá?, muchacho.
- ¡Bebiendo! ¿Y usted?
- ¡Usted! ¿Por qué me llamas así?
- ¡Perdóname! ¿Qué haces acá?
- He venido para emborracharme.
- Entonces… Quedemos los dos.
Bajo el árbol que nos asombra pienso en quien me asombra.
- ¿Vamos salir? ¿Irnos de aquí?
Lejos del árbol que nos asombraba no pienso más en quien me asombraba. Mientras mis mascotas nos acompañan.


Ofereço como presente de aniversário a
Marcelo S. Marinho, Leandro Silva, Danielle Guerra, Lua Salles, Kaique S. Drummond, Amanda Vita, Moisés Salatiel, Carmen Ligia, Thieres Tayrone, Ubirathan do Brasil, Jeferson Lana, Luciano R.A. Maciel, Auíri Tiago e João C. Pimentel.

Recomendo a leitura de “Estatísticas e trapalhadas, um raio x do golpe”, de Javier de Villanueva; “Uvas Passas” e “Cultura do Estupro: a culpa também é nossa”, ambos de Vinicius Siman;

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito originalmente em espanhol na manhã de 30 de agosto de 2015. Trabalhado nas duas línguas entre os dias 05 de fevereiro e 05 de junho de 2016.