segunda-feira, 29 de setembro de 2014

POEMAS PARA

Obax anafisa.


O silêncio envolve
um recorte de rosto
projetado pelo abajur.
COMITTI


As nuvens cinza esperam o sol para serem tingidas.
As nuvens sobre as flores coloridas
E os pássaros cantores
Para as borboletas dançarem
E as pessoas sorrirem
Ou então escreverem poemas
Para a vida
Ou pessoas que sejam flores.


Las nubes grises a espera del sol para ser teñidas.
Las nubes sobre las flores coloridas
Y los pájaros cantantes
Para las mariposas bailaren
Y las personas sonrieren
O entonces escribieren poemas
Para la vida
O personas que sean flores.


Ofereço aos aniversariantes
Ranna Maia, Rodrigo O. Poeta, José C. Mateus, Agnaldo Bicalho, Michaela Jussara, Margarida Tisquinha, Efigenia Silva, Jésus Guimaraes, Victor S. Montenegro, Mayara Ferreira, Erica Fernandes, Nei Gomes, Vera Miranda, Felipe Ávlis, Nilmar Lage, Gustavo Espeschit, Yasmine Pimenta, Thaís Sthepany, Luciano G. Botelho e Anna L. Rodrigues.

Recomendo a leitura dos textos:
Poema sobre a passagem do tempo, de Thiago Domingues – http://palavrasegavetas.blogspot.com.br/2014/09/poema-sobre-passagem-do-tempo.html
Entreleta: Sonia Bischain, de Willian Delarte – http://williandelarte.blogspot.com.br/2014/09/entreletra-sonia-bischain.html

Escrito entre os dias 14 de março e 29 de setembro de 2014.

COMITTI, Leonardo. Desolação. Na página Movimento da Imagem, facebook. Postado na madrugada de 13-5-2014.


Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

BRUTA MINA ENTRE OS CASCALHOS VELA

Obax anafisa.
Viva a árvore! Vivam, árvores!

- My English is not strenaght. But in Portuguese I destroy.
- How can someone think that? But many do so. Pains me! I love Portuguese.


Debaixo de árvores e sentados nas flores de sibipiruna caídas sobre a grama olhamos os carros, as pessoas e os pássaros.
- Para meu curso, engenharia de materiais, acho importante eu conhecer inglês, francês e, talvez o espanhol. Então, Benito, eu pretendo falar os três idiomas.
- Perdoe-me, mas não se esqueça de falar a mais importante delas. Lembrou-se de três, mas se esqueceu da essencial. Primeiro o Português; e no seu caso: inglês em segundo lugar, depois o francês e por fim o espanhol.
- Kkkk. Português, a mais chata por sinal.
- Pelo contrário, é a mais bela. A última flor do Lácio. Não acredita em mim? Imagine um pomar. Com mangas, goiabas, laranjas, cajus, caquis, bananas, mexericas e etc. Hoje você pode comer uma fruta, amanhã outra e ainda pode misturá-las à vontade. Manga, por exemplo, pode comer manguita, manga espada, manga rosa, manga coco e muitas outras.
- Legal!
- Em inglês você tem Why and bicause para se expressar. Em português você tem por quê, por que, porque e porquê. Só as duas do inglês dão conta para perguntar e responder? Dão, mas limita muito as possibilidades. Perguntando, por exemplo, em português eu posso dizer: Por que você se chama Zé das Couves? E posso dizer: Você se chama Zé das Couves. Por quê? Agora, fale em voz audível as duas perguntas.
- Por que você se chama Zé das Couves? – Pausa. – Você se chama Zé das Couves. Por quê?
- Viu que na segunda existe uma ênfase na indagação? É como se na primeira fosse apenas curiosidade, mas na segunda há uma exigência.
- Mas bastam duas, para que quatro?
- Repito, duas formas bastariam, mas limitariam as possibilidades. Porque existem diferenças na intensidade da intenção da pergunta. Sacou? Então a língua portuguesa possibilita mais nuances e sutilezas.
- Nuuh!
- O que permite mais beleza e mais clareza na comunicação.
- E é por isso que é a mais cabulosa.
- Sim, mas é mais bela. O inglês é como um corpo de homem. Tem sua beleza, não podemos negar. Mas é reto, grosso, duro, sem flexibilidade ou fluidez. E o português mais o espanhol são como mulheres com corpo de violão... Há delicadeza sem ter fragilidade. E são fluidos, suaves, curvilíneos, cheios de reentrâncias, possibilidades e nuances.
Sob a sombra, encostamo-nos à árvore de sibipiruna. Continuamos a ver os carros, pessoas e pássaros.
- Por quê?
- O quê?
- Cê sabe! ... Por que não fica?
- Porque quero ser grande.
Sob a sibipiruna continuamos a ver os carros e as pessoas. Mas passamos a escutar os pássaros.


Ofereço como presente de aniversário:
Érikis M. Sena, Jaqueline Carla, Daniela V. Aleixo, Samuel Fernandes, Edvania Oliveira, João Gabriel, Maria jany, Devon Pendleton, Jadallah Safa, Flávia V. Paravidino e Wesley V. Nogueira.

E ofereço ao escritor Marcelo Garbine Mingau Ácido por gostar do que escrevo.

Escrito na manhã de 22 de março de 2014, mas mexida e remexida entre os dias 16 e 22 de setembro do mesmo ano.


O título é o quarto verso da primeira estrofe do soneto Língua Portuguesa, de Olavo Bilac.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CONTA DE PRANTOS

Obax nafisa.


Oh, é tanto!
Que não dou conta.
Seguro um pranto
Não solto as pontas.

Com a quadra penso na vida que estou levando. Dois irmãos com câncer. Trabalhando muito, recebendo pouco. Sub emprego com sub salário. O sol e a lua no céu e o carro de meu contratante debaixo e entre os dois.
- Bôache nôichete!
Cumprimenta-me com voz pastosa. Olhos vermelhos, corpo bambo, fedor de cachaça com falta de banho. De agora em diante não vou mais fazer onomatopeia, mas, por favor, não se esqueçam de como é fala do caboclo.
- Minha muié tá ali na prefeitura e tâmu quereno ...
Parei com a onomatopeia, mas conservo o português não padrão do sujeito.
- ... comprá dois marmitéquisse. Cada um no supermercado custa R$6.50. A gente tâmu precisano de dois real.
- Ieu quero é cachaça, isso sim. – Diz baixinho um colega dele que não se aproximou.
- Poisantão, podemo contá cum sinhô? É dois real.
- Não!
- Num intendi.
- Não, não vou lhe dar nenhum dinheiro.
- I einquê cê vai ficá mais rico inundá? Eim? Eim?
- A riqueza é minha, não é sua. Não te interessa.
- Num intendi. A riqueza é sua, num é minha, numinteressa?
Entre o espanto e a lamentação do sujeito bocejo vistosamente.
- Ocê vai é morrê a míngua, seu...
O contratante sai do banco, entra no carro, dá meu pagamento, traz-me à minha casa e se vai sem olhar a lua nem o sol.


Ofereço como presente de aniversário a
Willian Garcia, Whêsdras Henrique, Alessandro Castro, Carol Campos, Creuza Melo, Claudio Miranda, Wenderson Godoi, Mateus T. Sousa, Francisco P. Araújo, Wolmer Ezequiel e Thiago Domingues.

Escrito em 23 de agosto de 2014. Mexido e remexido entre 12 e 15 de setembro de 2014.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

GENERATE OR NOTHING

Gerar ou Nada – Generar o Nada


Obax nafisa.


Em português

A chuva ama a noite
O cinza ama uma nuvem
Os primeiros não fazem nada
Os segundos geram filhos.


En español

A la lluvia le encanta la noche
El gris ama una nube
Los primeros nada hacen
Los segundos generan hijos.


In English

The rain loves night
The gray loves a cloud
The first do nothing
The seconds generate a child


Ofereço como presente de aniversário a
Monica Novaes, Tereza Junia, Emilia Domingues, Wantuil Jose Sousa, Bem-Hur C. Prates, Jamilboali Mattar, Heloise Guerra, Vera A. Kaiowá, Samila Sousa, Wagner Gomes, Jeferson Santos, Lucy Cristina, Geórgia A. Bastos e Adriano Braga.


Write days April 10 and mm dd 2014.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

POEMAS SEM REGRA, EIRA OU BEIRA

Obax nafisa.


Português

Beija meu rosto
Quando me vê.
Não se preocupa
Se vão dizer.
Confia!
Esteja com drogas
Esteja sem cachaça
Aqui ou lá
A amizade é de graça.


En español

Besa mi rostro
Cuando me mira
No se preocupa
Se hablarán
¡Confía!
Estea con drogas
Estea sin tequila
Aquí o allá
La amistad es libranquila¹.


En English

Kiss may face
He when sees me.
Do not worries
If they are will talk
He trusts!
He be with trash
He be with liquor booze
Here or there
The friendship is free.


Ofereço como presente de aniversário a
Raquel A. Oliveira, Luciana M. Silva, Samu (Samuel Costa), Cris Duarte, Carla Paoliello, Rita de Cássia, Fernando Malaca, Lourenço Godoi, Tamirys Fernandes, Jota Petronio Pethros, Elizabeth Z.C. Valverde e Maxwell Martins.

Ofereço também aos agentes culturais aniversariantes
Cleverton Nunes, Eddy (Didi Peres) e Chrika de Oliveira.

E ofereço ainda à entidade
TOM Escola de Música,

Escrito entre os dias 08 de abril e 01 de setembro de 2014.

¹ Libranquila es una aglutinación o neologismo poético atrevidamente creado(a) por mí uniéndose los adjetivos libre y tranquila.