segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ÁGUAS

Potira itapitanga.

Forty-seven springtimes around in sun let me giddy.


Em português

- Parabéns pelos aninhos
- Muchitas gracitas.
- Quantos aninhos?
- Eu gosto de aninhos e anões... Rerrê. São quarenta e seis primaveras.
- Isto foi quando começou a contar essa história... Quantos anos você acabou de completar?
- Eita! Agora são quarenta e sete primaveras.
- Bastante voltas ao sol. Fica tonto não?
- Completamente tonto. Estou baratinado com tantas bobagens que ocorrem. Rerrê.
- Rsss.
- E tudo em tão alta velocidade... Como anteontem...
- Deixe de ser tonto, desligue-se.
- Como? Duas usuárias de drogas trocaram ofensas, invadiram um bar e uma esfaqueou a outra. E a dona do buteco, toda puta da vida, desceu a vassourada nas duas. Rerrê. Fiquei tonto e sem saber ser rio ou se choro. Mas tudo bem, tanto rio quanto choro têm água...
- Eita!


En español

- Felicitaciones por sus añitos.
- Muitinho obrigadinho!
- ¿Cuántos añitos?
- Jejé. Cuarenta y seis primaveras.
- Eso fue cuando empezó a contar esa historia… ¿Cuántos años has completado ahora?
- ¡Ay, caray! Ahora son cuarenta y siete primaveras.
- Muchas vueltas al sol. ¿No se queda mareado?
- Completamente mareado. Hay tantas tonterías en el mundo que hasta estoy más desordenado que cucaracha volando. Jejé.
- Rsss.
- Y todo en tan alta velocidad… Como anteayer…
- No seas tonto, apáguese.
- ¿Cómo? Dos usuarias de drogas cambiaron ofensas, invadieron un bar y una acuchilló la otra. Y la dueña de la taberna, toda pucha y coña de la madre, las golpeó con una escoba. Jejé. Me quedé tonto y sin saber si rio o si lloro. Pero, todo bien, tanto río como lloro tienen agua…
- ¡Dios mío!


Ofereço como presente aos aniversariantes
Ranna Maia, Rodrigo Poeta, Felipe F. Nascimento, Michaela Jussara, Amanda Morais, Margarida Tisquinha e Efigenia Silva.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre 25 de setembro de 2014 e 28 de setembro de 2015.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ÁRVORES BROTAM POEMAS

Potira itapitanga.
Viva a árvore!
Árvores brotam poemas em ramas, folhas e flores.


Poco antes de hacer alguna barbaridad, todo el mundo está completamente sereno.
… y tenía en los ojos una mirada extraña, no se sabría bien se suplicante, humillada o cruel.
CELA, 2009, p. 259 y 258.




- Crise total... Por que se preocupar? Para que se preocupar? Temos é que trabalhar e mais ainda orar. Rezar muito. Rezar com confiança e fé. Orando e trabalhando, não pelo dinheiro em si, mas para o bem da humanidade; fazendo do seu trabalho a felicidade do outro não existe nem existirá crise. Oração e trabalho – A preletora escreve no quadro as palavras “crise total” e volta a falar: Orando e trabalhando não existe sequer crise parcial e muito menos crise total. Orando em agradecimento a Deus e trabalhando pelo bem do próximo o que acontece é a conversão de crise total para – apaga a letra “e” de crise e a sílaba “tal” de total e retorna à fala: Cristo! Sim, o que existe é somente Deus e o que vem de Deus. Fazendo a felicidade alheia através do seu trabalho você estará fazendo depósitos no Bando Universal do Deus do Amor: o BUDA. Orar e trabalhar estão intimamente ligados à Cristo e à Buda.
Em uma tarde quente, mas agradável, e depois da oração de abertura e das palavras iniciais acima, a reunião de diretoria.
- Eu gostaria de saber por que você não trabalhou durante o seminário. Deixando tudo a cargo de seus auxiliares.
Olho surpreso para o interlocutor. As outras quatro pessoas da reunião administrativa da igreja me admiram. Em verdade, duas me encaram. Os demais observam o nada.
- Recebi denúncia que assim fez. – Continua o interlocutor.
“Denúncia! Palavra pesada para o caso”, penso e respondo:
- Se você acredita que eu seja um parasita, um vampiro... Qualquer coisa que eu diga soará falso aos seus ouvidos. Se você imaginasse que eu fosse uma pessoa correta, um sujeito honesto, um cara legal; não haveria porque perguntar. Mas digamos menos; se você pensasse que eu não queira carma negativo, assim, por ser interesseiro, não por amor, mas para não sofrer praticando tal ação, ou falta dela; outra vez não haveria porque perguntar. Em todos os casos, é perda de tempo responder.
- Não é bem isso, Júlio.
- Como há muito tempo – interrompo – sei que as pessoas estão propensas a ver o mal e o mau, não o bem e o bom. Deixo a cada um o arbítrio de escolher o que pensar a meu respeito. – Olhando para todos e não apenas para o interlocutor: Não por descaso aos senhores, mas por saber que assim é.
Sentado debaixo de uma árvore de folhas de renda para o céu, revejo a reunião. Queria ter agido assim; não me justificado, explicado o que ocorreu. Expurgo-me, então, pensando no haicai de Mayron Engel:
Aqui eu vejo asas \ Estrelas, céu, terra e ar \ Basta só voar.


Ofereço como presente aos aniversariantes
O poeta e amigo Thiago Domingues, Mª do Carmo F. Vaz, meu “baby brother” e meu “benjamín” Erikis Maciel, Jaqueline Carla, Vandeluzia L. Ferreira, Daniela V. Aleixo, Edvania Oliveira, Samuel Fernandes, Maria Jany, João Gabriel, Adriana C. Martins, Devon Pendleton, Jadallah Safa e Flávia V. Paravidino.
Ofereço de modo especial a Mário Josefh.

Recomendo a leitura de “Aroma”, de jackeline V. Valentim; e de “Pensar”, de Pedro du Bois. Respectivamente:

CELA, Camilo José. La colmena. Madrid: Alianza Editorial, 2009.

Escrito entre o fim da madrugada de 10 de outubro de 2014 e o início do dia 21 de setembro de 2015.

Diquinha de português:
Uso do Há
O verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”. Assim, “há” indica o tempo passado. Em outras palavras, é para indicar ocorrências no passado (fatos anterior ao presente):
Exemplos: Há 3 anos não faço esse passeio / Faz 3 anos que não faço esse passeio.
Uso do A
Já o “a” é usado para indicar uma ação futura, neste caso o verbo “haver” não tem sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”. Em outras palavras, é para indicar ocorrências futuras (fato posterior ao presente):

Exemplos: Daqui a dois anos verei meus amigos. / Estamos a dez minutos do parque de diversão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

VAMPIROS

Potira itapitanga.


Avança noite fria
Cada um por si
Ninguém por ninguém
Virá mais um dia
Decepcionado adoeci.

Uma névoa na noite sem lua espraia pela rua e alcança o alto de um prédio onde há um grande gato preto. A nevoa principia uma forma ao lado do gato. Os dois se conhecem; a forma enevoada se fez Guino e os dois olham frio para baixo:
Cinco homens prendem uma sexta no porta-malas e ela grita, grita e grita. Voz fina, mas não se sabe se de homem ou de mulher.
Aqui em cima apenas um miado “Miaumorre!”. La em baixo apenas uma voz de pessoa “Socorro!”.
Na calçada onde o carro está parado, a cinco metros da cena, um mendigo olha aflito e se consola fumando uma pedra, outra pedra, mais pedra.
Gritos e pedras, gritopedrapedragritogritopedra. Pedras e gritos. E a pessoa se tornou mera voz na chuva fria.
De uma janela do prédio oposto um homem olha inerte enquanto olho impassível; gritos continuam; a pedra apagou; o homem pega o celular.
Chuva.
Cinco homens; um pega um porrete de metal, quatro retiram a sexta do carro; seguram-na deitada; metal contra carne no asfalto produz som de pedra; sôfrego e canhestro, o mendigo caça algum cisco de pedra na calçada onde está. E o homem na janela do prédio oposto não chama a polícia, não faz nada; só se angustia.
Os homens a largam; solta, corre gritando “polícia” na chuva fria; o mendigo fuma outra pedra encontrada só Deus ou o diabo sabe onde; Edgar Allan, o gato, sai do terraço (talvez volte para sua casa); desfaço-me em névoa sobre o carro que se vai.
E a fome humana continua em ânsia e angústia. Eu saciarei a minha.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Geórgia A. Bastos, Ricardo Alves, Sandro Assunção, Deise Brenda, Creusa Melo, Claudio S. Miranda, Wenderson Godoi, Mateus T. Sousa, Bárbara Vilela, Francisco P.A. Costa e Wolmer Ezequiel.

Recomendo a leitura de “Canção do Exílio”, de Bispo Filho; e “Não Tema a Morte”, de Jackeline V. Valentim:

Convido a ler também a linda homenagem que recebi:

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre a noite e a madrugada de 13 e 14 de setembro de 2015.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SÁBADO

Potira itapitanga.
Viva o Brasil!


Texto 01

Hino Nacional e Canção do Exílio



Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.



O texto 01 é composto pelo Hino Nacional Brasileiro – compositor: Poema: Joaquim Osório Duque Estrada; música: Francisco Manoel da Silva. Inicialmente se chamou Marcha Triunfal, foi composta em 1822 e foi oficializado como Hino Nacional pela lei n.º 5.700 em 1971; e pela Canção do Exílio – Gonçalves Dias, 1807.


Texto 02

Mais uma manhã de sábado. Mais um dia de várias semanas. Eu acordo e estressado não me levanto na hora costumeira. Adormeço e, como se é de esperar, perco a hora. Fazer o quê? Levanto para o café e vejo meu irmão dormindo porque estou desanimado. Lá fora o dia me espelha.
Realmente! Pela janela constato que assim como me encontro, o dia também está. Um nublamento em um que o outro copia e com cantos de pássaros tristes ressoando no dia que ecoam em mim. Preparo a medicação para quando ele acordar após a noite que passou em claro me impedindo dormir.
Meia manhã de sábado se foi. No chão, uma camisa, três bermudas e cinco cuecas. Todas molhadas, sujas, jogadas, amontadas. O dia não me reflete mais. Estou tempestuoso, barulhento e esquentado. Mas o céu ficou azul, sereno e caloroso. “Não me ajuda e me atrapalha”. É o que lhe digo sem deixá-lo me responder. E mais uma manhã de sábado se foi inteira.
O domingo vem e uma flor abriu no vaso. Vermelha, pequena, delicada entre espinhos e folhas verdes, alongadas. Eu acordo e firme me levanto para mais um dia, mais uma semana. Ponho um sorriso diante do espelho para semear uma alegria que tenho esperança de conseguir. É... a semana parece que vai se assim: parte pequena e com espinhos, parte entre vermelhos e verdes.


Ofereço como presente de aniversário
Elizabeth Z.C. Valverde, Edwards A. de Almeida, J. Petrônio Pethrus, Maxwell Martins, Wemerson Dias, Monica Novaes, Tereza Junia, Emilia Domingues, Wantuil J. Sousa, Jamilboali Mattar, Vera Almeida, Heloise Guerra, Kenia Junia, Vera A. Kaiowá, Wagner G. Mineiro e Jeferson Santos.


Trabalho três tipos de parágrafos: - Ordenação por causa-consequência; - Desenvolvimento por comparação; - Ordenação por enumeração. E o último uma junção dos três.

Texto 2 foi escrito entre os dias 11 de outubro de 2014 e 07 de setembro de 2015.