segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

VOZES

Obax anafisa

e que seu Ano Novo seja mais cultural que comercial.


Meus pais e eu olhamos uma casa velha em uma cidade... Histórica? Em se tratando de Minas, é provável que sim. É um terreno grande, com um casarão todo caindo aos pedaços. Nenhuma porta ou janela nos lugares. Exceto onde a velhinha que mora lá, empregada dos donos, dorme. E nos observa. Devia ter sido lindo, mas agora... só desmanchando para fazer outra. Gostaria de ficar com a casa. Não sabemos se vale a pena então voltamos para Ipatinga.

Nãnãni pum finfim toque toque toque coque. Nãnãni nãnã nãnãni. – É como meu cérebro entende a música árabe instrumental no Tuffik Cozinha Árabe, no bairro Novo Cruzeiro. Vou assistir uma apresentação de dança do ventre com as artistas Meyre Amaral, Karla Cristina, Cleide Ribeiro, Melissa Rodrigues, Fernanda Cabral, Débora Santiago e Diana Priscila. Espero lendo O Outro Gume da Faca, de Fernando Sabino. Pedi um quibe de frango e, porque nunca experimentei, outro de carneiro. Depois de alguns minutos Vera me entrega dizendo uma prece árabe ao servir refeição “Que este alimento te faça tão bem quantas são as sementes da romã”. Explicou-me ela que alimento na mesa é fundamental para tal cultura. São lindas, tanto a cultura como a prece. Assisto as dançarinas com uma leve sensação e um forte sentimento. Leve ereção e forte prazer artístico. Então aprecio os quibes, o livro, a dança e depois vou para casa.

Olhando bem nos seus olhos – Os seus, de você que está aí me lendo. – percebo sua curiosidade se arrefecer. Afinal, onde está o conflito que afirmam não poder faltar? Como poderei atraí-la de novo?

Durmo. Acordo. Saio.

Atravesso o camelódromo, passo pela Praça Primeiro de Maio e um mendigo louco que não lembro de já ter visto alguma vez me chama. Ignoro. Não quero papo com doido que deve, ainda, estar fedendo. O maluco grita meu nome acompanhado por incontáveis desaforos. Ignoro. Não quero nem saber como ele me conhece. Fui onde deveria e de novo atravesso o camelódromo. O cara ainda está lá, xingando-me. Finjo não vê e o homem continua lançando seus impropérios. Penso então que isso só acabará se eu for até sujeito. Estanco, dou meio volta e ficamos cara a cara.

Pele achocolatada bonita apesar da falta de banho, parece ter uns trinta anos, baixo, quase anão, cabelos rastafári imundos, cabeça comprida, estreita. Veste jaqueta dins sobre camisa verde musgo, calça dins, sandálias sobre pés imundos e perebentos. Ele realmente fede. Meu rosto está sério, mas não bravo. Olho bem nos seus olhos e ele levanta a cabeça segurando os meus e sorri. Belo sorriso.

E se vai deixando-me ao por do sol pensando “Comprando a casa para onde irá a velhinha que nos olhava apreensiva?”. E esse mendigo-pessoa que quer reconhecimento... Quem é ele e o que lhe sucederá?

Escrevo e minha voz não se faz ouvir. Ou fará!? Falo, falo, falo e ninguém me ouve. O mundo só pensa, de um modo ou de outro, em falo. Seja o seu poder representado pela moeda ou literalmente. O que eu quero? Natais não comerciais, mas culturais... Um Ano com tudo de novo: sabedoria, amor, vida, provisão, alegria e harmonia. Não apenas bebelança, comilança, festança enquanto o outro... dança. Se ainda fosse arte-dança. Mas esta dança está mais para matança. O que eu quero e espero é Natal e Ano Novo de sabedoria, amor, vida, provisão, alegria e harmonia.


Escrito entre a madrugada de 23 e 26 de dezembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário à

Éderson Caldas, Sérgio Poeta, Ana P. Amorim, Prosperidade do Brasil (Seicho-No-Ie), Seicho-No-Ie Español, Jorge Machado, Joaquim T. Bill, Nathy Costa, Adriano A. Duarte, Francisco J.R. Cabal, Lucas Oliveira e Gilberto Weber Neto.

Cada uma das pessoas acima é muitíssimo querida por mim.

Mas ofereço o cronto ainda mais especialmente para minha mãe que aniversaria dia 26.

Felicidades Maria Ettiene Weber Leite.

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Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto é minhas flores para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MANHÃ DE SÁBADO

Obax anafisa.


“Orientar o olhar para as pedagogias diferenciadas ou cooperativas significa compreender que elas só têm força se provocarem, no espírito do aluno e no dos professores uma outra construção de sentido. O sentido do trabalho, dos saberes, das situações e das aprendizagens escolares é algo construído com base num conjunto de valores e representações e numa situação de troca de interações”¹.

“a prática real da sala de aula nos coloca diante de um cenário no qual ritmos de aprendizagem são diferentes, experiências de vida são distintas, perfis cognitivos e conhecimentos são diversos”¹.


Sábado de manhã, muito de manhã, uma vaquinha, minha vaquinha branca com manchas pretas anda pelas ruas do Centro de Ipatinga. Um estouro de carro a assusta e ela entra na empresa Linnet, na frente de um trator que, surpreso, a persegue. Entre risos consigo salvá-la.
Mas
O humano é um ser vário. Cada qual com sua posição no mundo, que lhe permite ver de um modo único. Cada qual com sua história pessoal que lhe permite contar estórias pessoais. Cada qual com uma educação\formação diferenciada moldando-lhe de modo exclusivo. Portanto, o modo de ensinar não pode ser único para todos. Por mais parecidas que sejam duas pessoas sempre há distinções entre elas.
Assim, eu, enquanto artista-educador, entendo que o aluno (seja da educação formal ou alguma outra) não pode assistir aulas sem modificar algo em si e muito menos possa encerrar o ano letivo do mesmo modo que começou. E minha referência a mudar não é apenas conhecer melhor a gramática, ortografia ou técnicas de redação (no caso do português, por exemplo). É desenvolver-se enquanto ser em paralelo aos conhecimentos da matéria\disciplina. Assim eu faço. E entre minhas formas de trabalhar (dou aulas de iniciação teatral para adolescentes) ministro jogos e exercícios que desenvolvem os sentidos, as emoções, as sensações; que proporcionam a reflexão e discussão. O que chamo de jogo é um diálogo com o outro e exercício é uma conversa consigo mesmo; já as sensações são as percepções mais físicas, e emoções são as percepções sentimentais.
Por que os “monólogos corporais” (exercícios)? Porque o auto conhecimento e a auto aceitação são a chave para uma vida mais feliz, mais construtiva. Quem não se conhece nem se aceita não se abrirá para o outro, para o diferente. Por que os “diálogos corporais” (jogos)? Porque é a saída da teoria da convivência ou da aceitação do diferente (de como é outro) para a prática lúdica das mesmas.
Mesmo dando aulas de iniciação teatral nada me impede de trabalhar outras formas de perceber o mundo e de como se expressar. Por exemplo, ensinei haicai e colhi resultados agradáveis. Primeiro, ensinei as técnicas; depois fiz com que olhassem a paisagem (fomos para um pequeno parque próximo de onde dou as aulas) e se deixassem levar pelas emoções\sensações; por fim criassem o haicai. Abaixo, compartilho uma mostra do que criaram.

Sombra é vazia
Corrente para esconder
Vive no vazio
(Luan Luna).

Lago grande largo
Sensação de liberdade
Faz-me refletir.
(Mariana Oliveira).

Encerro nosso diálogo afirmando que toda disciplina escolar não deve ser vista em separado das demais. É preciso que o professor reconheça e aceite isso para poder ensinar os alunos como conectar uma informação com outra. Vejo que nossos jovens não sabem fazer isso. E nem são preparados a pensar... Apenas guardam, para depois perder, informações vazias e inúteis. Exemplo: quando ministrei aula sobre haicai nenhum dos adolescentes tinha a mais vaga lembrança do que eram sílabas tônicas e átonas. Foi preciso um esforço extra para entenderem o que eram e como usar tal informação. Ao perceber que eram sílabas “fortes” e “fracas” conseguiram transformá-las em informações ricas de possibilidades e úteis para uma criação artística. Também é preciso que os alunos não esperem que o professor os ensine, que o mundo os salve. É preciso que sejam ativos, que decidam fazer a diferença. Que vão e vençam!
Entre risos consigo salvar a vaquinha e a levo para casa. Na verdade, um apartamento. Subimos a escada. Vou para meu quarto e ela para a área transformada em curral. E você pergunta o que é isso? Que texto sem sentido é esse, com vaca e arte-educação? Desculpe. É como estou depois de um semestre na faculdade. Confuso e doido.


Escrito entre 13 e 19 de dezembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário à
Luciana A. Dalenda, Mayron Engel, Alison W. Martins, Dulce Araújo, Vander L. Devidé, Izauro T. Amorim.

Ofereço também à equipe sub-17 do Clube Atlético Mineiro que conquistou dia 17 de dezembro de 2011 o tricampeonato “Future Chanpions”.

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Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você
e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

¹ ANDRÉ, Marli (Org.) – Pedagogia das Diferenças na Sala de Aula – Campinas, SP: Papirus, 1999 – (série prática pedagógica) – capítulo: O Projeto Pedagógico e as Práticas Diferenciadas: o sentido da troca e da colaboração, da pedagoga Laurizete F. Passos, páginas 108 e 110.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AULA DE LÍNGUA

Obax anafisa.


Língua é a comunicação humana, que a sociedade criou, assim é impossível estudar a sociedade sem estudar a língua e vice-versa. Ela, por ser uma construção social, é também desconstrução de si mesma, o que a torna impossível de ser catalogada integralmente em um livro. E, ressalto, o que modifica a língua é justamente a modificação humana constante.

O texto é um dos meios de comunicação mais complexos ou rico de recursos entre os seres humanos. Assim, dependendo do meio onde foi escrito passa a ter propósito distinto para cada leitor. Outro ponto é que junção entre “informação dada”, que é o que já se conhece, e “informação nova” torna o texto útil e compreensivo. A coesão entre as duas se dá através do enunciado e unindo, no correr da leitura, as informações nos parágrafos. Em outras palavras, um texto pode ser definido como tendo sentido não em si, mas na sua leitura. Outra característica do texto é que as formas atuais de comunicação (a internete, por exemplo), assim como os gêneros textuais, são na verdade antigas formas adaptadas e igualmente influenciadas pela história social. Ou seja, um mesmo texto terá gênero diferente dependendo do suporte onde se encontra. Podendo ser um “tipo textual”, que é definido pela natureza linguística numa sequência, ou um “gênero textual”, que é algo mais concreto e sócio-comunicativo, influenciado pelas convenções e mostrando a sociedade. Resumindo o parágrafo, tudo que é feito linguisticamente pertence a algum gênero. E acrescento ao mesmo que domínio discursivo não é exatamente texto ou discurso, mas dá origem a eles.

Alfabetização não é letramento. A primeira é consequência de um sistema de ensino e pensa no individual. O segundo é coletivo por pensar no como a escrita interfere na sociedade. E como toda e qualquer pessoa consegue se comunicar, não existe alguém iletrado, mesmo sendo analfabeto.


Escrito entre 01 e 12 de dezembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário à

Amandinha Nobre, Gersi Santos, Nadieli Sathler, Rafael Lopes, Cristhianne Almeida, Arthur Yokomizo, Nelson Stefaniak, Viviane Hara, Adriana Magalhães.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

BAGNO, Marcos – A Lingua é Multipla e Heterogênea.

MARCUSHI, Luiz Antônio – gêneros textuais: definição e funcionalidade.

SANTOS, Janete S. – afinal, o que é linguística aplicada; e letramento, variação lingüística e ensino de português.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BANDEIRAS

Obax anafisa.


Eu sou um José Silva e sou garçom num bar elegante no Centro de São Paulo. E numa noite de 6ª feira, à mesa, Dr. John Dutra Mendes conversa com o empresário Richard Wilde. Sei os nomes porque Dr. Mendes vem sempre aqui. Os dois, mano, são grandes empresários.

- Gostou da vitória do meu Corinthians? – Diz John.

- Não fiquei triste. Mas disse na outra vez que conversarmos, em Minas, torço para o alvinegro de lá.

- Que perdeu feio para os azuis. Rirri.

- Sim! Feio mesmo. Mas pior é ser derrotado por 9x2 (1927) e melhor ainda é ter 33 vitórias a mais que eles. Mas que tal irmos direto ao assunto que nos trouxe aqui?

- Sim! – Diz John. – Ficamos sabendo que a Black & White venceu uma licitação. E pensamos que nossa empresa possa fornecer os materiais necessários.

- Qual licitação? Conquistamos várias.

- De adaptação de espaço para aleijados em escolas.

Dr. Richard olha meio enviesado, mas apenas diz

- Segundo dados de 2000 do IBGE, quase quinze por cento da população brasileira possui algum tipo de deficiência que dificulta sua convivência com o outro, seja familiar, profissional ou educacional.

- Sei, sei! Mas como ia dizendo, queremos fornecer para sua empresa o material necessário para a construção das escolas de – dando ênfase irônica: portadores de necessidade especiais.

- Portar é algo provisório. Portamos, por exemplo, nossos copos de cerveja ou nossos talões de cheques. São pessoas com necessidade especiais.

- Ah, sim! Ia me esquecendo. Você é cheio de escrúpulos ao falar.

- Não que eu seja cheio de escrúpulos, mas nada impede que amanhã eu seja uma pessoa com necessidade especial. Acidentes... Doenças...

- Somos ricos. Podemos dar um jeito em qualquer situação.

Fico ouvindo a conversa dos dois, já que estão sentados perto do balcão. Dr. Wilde toma a palavra e

- Dr. Mendes! O senhor já reparou na bandeira do Brasil?

- Ah! – Diz espantado – Por quê?

- E na de Minas?

- Bem, já vi algumas vezes. Por quê?

- A bandeira brasileira tem uma frase curiosa. Ordem e Progresso. Segundo alguns historiadores, a frase completa seria Ordem, Progresso e Amor. Mas achavam que amor era uma palavra pouco viril, então a retiram. Pena! Mas ainda penso que amor faz parte da alma do brasileiro, mesmo que invisível... Na bandeira de Minas está escrito LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN que significa “Liberdade ainda que tardia”. Na de São Paulo nada diz, mas tem simbolismos também bonitos. – Durante a conversa, o olhar de Dr. Mendes vai de surpreso a incomodado e de lá para irritado – Pensando nas três bandeiras vemos que todas as pessoas, todas mesmo, sem exceção, merecem liberdade e respeito. De dia e de noite lutamos pelo bem do Brasil, como apreendemos na “sua” bandeira. E o país é feito pelo povo. Na “minha” bandeira observamos que, cedo ou tarde, a liberdade será conquistada a qualquer preço. A “nossa” bandeira nos ensina que para se ter progresso, seja na vida pessoal, empresarial ou qualquer outra, é preciso ordem. E ordem, assim penso, só vem com amor. Amor ao trabalho me faz ter ordem. Amor aos clientes faz ter ordem no trabalho. E ordem dá progresso. É como diz uma conhecida minha, mãe do escritor Rubem, “Sem ordem não há progresso”.

Sorrio e me seguro para não dizer algo. Afinal, sou mero garçom diante de tubarões. Mas não consigo deixar de registrar a cara do Dr. Mendes. Rarrá! Acho que não haverá negócios entre eles. Sifu, “seu Mendes”. Rarrá!


Escrito entre 04 e 06 de dezembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário à

Jheniffer Araújo, Maxwell Antunes, Rayssa Rangel, José R. Sobrinho, Cristhianne Almeida.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

MISÉRIA

Obax anafisa.


Eu sou José Silva e sou garçom num bar à beira dum rio. E num sábado à tarde, à mesa, Dr. John, da família Dutra e Mendes, conversa banalidades com o empresário Richard Wilde. Sei os nomes porque me interessei pela conversa deles. Ambos com mais de cinquenta anos e donos de empresas quase multinacionais.

- E o meu Corinthians? Está bom, não! – Diz John.

- Sim! Mas sou daqui. Torço para o alvinegro de Minas.

- É mesmo? Em Minas me simpatizo com os azuis.

Curioso! Corinthians, não é time de povão? E os azuis não são dos ricos? Contraditório... O Gaaaloooooo também é do povo. Legal saber que o glorioso tem torcedor importante.

- Mas mudando de assunto. – Diz John – É constrangedora a convivência diária com a miséria. Não os tolero, os miseráveis, claro.

- Miséria! A mais comum é a financeira, que varia da absoluta a quase nada de posses materiais, da fome ao ter somente o necessário para não morrer.

- Essa mesma. Por isso fecho os olhos e finjo que não vejo. Gostaria mesmo era não vê-los, mas... Bem, o que queria não posso fazer. – Diz John com os olhos falando o que pensou.

- Mas é a miséria moral que me dói mais por separar os homens brancos de um lado e negros de outro, homossexuais dos heterossexuais, ricos e pobres.

Preciso falar que Dr. John se espantou e não soube o que dizer? Acho que não, né. Então vou me abster. Dr. Richard volta a falar.

- Quase tanto me dói a miséria intelectu...

- Realmente! Falou bem, Dr. Richard. Esses retardados mentais. Como o irmão do Rubem ou a filha daquela poeta... Como é mesmo o nome? Alguma coisa de Castro...

- Nena de Castro.

- Isso! Rubem Leite e Nena de Castro. Não é a toa que acho literatura uma merda. Ficar apologiando aquelas cois...

- Como ia dizendo! – Corta o “amigo” – porque se vê em muitos desses portadores de síndrome de down um coração puro que só não digo invejável por ser maravilhoso de se ver.

- Ora! Que isso? Dr. Richard, não me diga que não se incomoda com eles?

- Incomodo-me! Mas com o problema, não com a pessoa.

Queria ouvir mais, mas clientes me chamam. Antes de atender olho para o rio fora do bar e vejo que é não é mais o mesmo e o olho d’água que surgia entre os doutores seca.

- Garçom, já decidimos. Queremos ...

Anoto o pedido da mesa cinco, mas infelizmente perco o desfecho da estória.


Escrito entre 27 e 29 de novembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário à

Joubert Moisés, Marcelo Vieira, Luiz Ribeiro, Viviane Araújo, Fran Paula, José Ribeiro.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

Com tal miséria não dá para conviver. Por isso escrevo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

NUVENS E ÁRVORES

Obax anafisa.


Beleza são coisas acesas por dentro.

Tristeza são belezas apagadas pelo sofrimento.

Da música Lágrimas Negras,

de Jorge Mautner e Nelson Jacobina.


Manhã na praça o sol transpassa nuvens e as árvores – acácias, ipês e outras – brilham. Pombas pousam no chão, bem-te-vis observam a paisagem e os homens passam indiferentes a tudo e a todos, exceto aos seus umbigos. Não alheio ao mundo e atentado às pessoas – Atente-se para a palavra atentado – ouço:

- A ideia “para ir para o céu é preciso ser pobre nesta vida” é ganância espiritual, pois quer “comprar a entrada do Reino de Deus” com as privações provocadas por sua própria crença e sem saber que Deus é Pai e Mãe e é a Fonte da Prosperidade.

- Pode ser, Éricles. Mas o que sei é que sexo rege o mundo. Sexo e dinheiro. Domingo mesmo eu vi. No bairro Novo Cruzeiro havia uma ação social oferecendo vários serviços, como corte de cabelo, consultas médicas. Entre eles havia umas pessoas explicando sobre dst\aids. E uma senhora de mais de noventa anos, viúva havia quase cinco décadas, viu uma prótese...

- Prótese, Caio?

- É! Pênis usado para mostrar como colocar e tirar preservativo. Pois bem! A tal velhinha ao ver o dito cujo ficou encantada. “É assim mesmo? Tem essas saliências no corpo? É grande assim?” E outros comentários hilários. Mais bizarro foi ela pegar a prótese e não largar mais. Colocar na boca e... Foi um custo para os explicadores pegarem de volta.

Tudo isso acontecendo e eu passando pela praça. E uma vontade amarga de chorar. Mas sorrindo sob as delícias do sol, do vento e das paisagens atravesso-a.


Escrita entre 20 e 23 de novembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos

Tutti e Zizzi, Wanderley Barros, Cia Bruta de Teatro, Edilaine Peres, Nanda Sales, Stefanny Kessya,

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O QUE VEJO


Obax anafisa.


Vejo uma cabeça cinza se colorir interiormente

Vejo uma arma-guindaste recolher verdade

– Seja fantasia ou realidade –

Vejo surpresa ir aos olhos pela mente.

Vejo a infância se fazendo adulto

O adulto perdendo a infância

A infância lutando para ser instância.

Vejo o adulto se fazendo culto.

Vejo a surpresa querendo-se adulta.

Luta, brincadeira, leitura.

Alma adulta se manter em calma culta.


Escrito na manhã de 14 de novembro e na madrugada do da Proclamação da República de 2011.

Viva o BRAAASIIIIIIIIIIIIIIIIL!

Ofereço como presente de aniversário à

Rita Clemente, Grito Comunidade Cristã, Taygar Tayssir, Francisco Domiciano, Catiara Afonso, Marcel A. Roque, Grupo Pagojean, Sávio Tarso, Híbridus Dança e Nary Farias.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

A ilustração é um trabalho de Tiago Costa

criada para o trabalho LEIA-ME

http://www.notaindependente.com.br/2011/11/leia-me/

Gostei tanto da participação do Tiago que fiz o não soneto acima.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A BRISA


Lindo Sol brasão

Encoberto pelas nuvens.

Alma em ilusão.

Brinco com minha mão

Fazendo o dia.

Não ter emprego e ser cobrado...

Doam covardia

Brincado com o coração.

Orar e ação.

A brisa que limpa o céu

Limpa o coração.


Escrito em 10-3-1995 e reescrito em 08-11-2011.


Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:

Eleine Santos, Elaine Cristina, Santa Cecília Corporação Ipatinga, Paulo de Miranda


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

AMOR CRISTÃO ou E POR QUE É VOCÊ QUE ESTÁ CERTO? ou NOITES SEM LUA

Obax anafisa.


- Sou cristão! Deus é por mim. Nosso mundo tá essa “Sodoma e Gomorra” porque tá faltando um pouco de “olho por olho e dente por dente”... – Diz Fabrício. –Antes mandar enterrar um merda de um bandido do que ter que enterrar um parente assassinado num assalto covardemente! Quer defender alguém? Vai defender os animais indefesos que são maltratados, vai defender o pobre com fome, a criança desnutrida, o desgraçado que não tem o que comer. Agora defender esses safado, sem vergonha e os que matam, roubam e estupram ou defender esses viados é o fim da picada mesmo. Tenha dó gente! Vai defender o coitado com câncer, mas não o maldito aidético, filho do demônio, infectador de inocentes. Eles têm o que merecem.

- Interessante! Um usuário de drogas é um doente. E um portador de aids é um ser humano, inclusive as crianças que nascem com hiv... E vocês querem matá-los... Inclusive as crianças, claro. Contraditório vocês, não? Ah, me esqueci. Vocês definem quem é e quem não é digno de viver. São deuses. Só me cabe então ajoelhar e adorar os deuses da terra. Não tenho competência para definir quem merece ou não viver nem todos os detalhes que induzem alguém a fazer algo nem o que na “vítima” atraiu tal situação. Mas sou apóstata. Não me ajoelharei. Deus disse Amor e os homens reescreveram a Bíblia com ódio.

- Ééééé... pega leve Benitão. Peço licença pra discordar do “reescreveram a Bíblia com ódio”. Talvez a frase mais acertada fosse “reescreveram a Bíblia com verdade”, pois ela não é um livro destinado a mostrar somente o lado bonzinho do homem, mas todos os seus ângulos, inclusive os obscuros. A Bíblia não é um livro de contos fantasiosos, mas uma faca afiada que corta em todos os sentidos e vertentes, doa a quem doer.

- Seja como eu disse ou como você falou o fato é que Ela foi reescrita... Não é o que Deus falou e disse. Deus proclamou Amor e os homens reescreveram a Bíblia com ódio. Por exemplo, Rei Davi. O maior heroi bíblico. Era seqüestrador, escravagista, estuprador, torturador, mutilador, traidor, falso amigo, falso religioso e outras coisinhas horríveis. Eis o exemplo a ser seguido... E para o “cristão” são sempre dois pesos e duas medidas. Quando se pode “usar” a Bíblia contra o outro é aquilo mesmo, não tem outra interpretação, mas quando ela fala de algo contra si é “contexto da época”, “interpretação de texto”¹.

- Observe a afirmação: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Evidência disso é que dos inúmeros personagens retratados na bíblia somente um não errou em nada, meu caro: Jesus. Os demais retratados (incluindo o seu réu – Davi) são apenas homens como nós, passíveis das maiores contradições e atrocidades, sujeitos a erros, falhas, incoerências e outros defeitos congênitos. Tanto que se você observar com imparcialidade a trajetória do Davi, verá que a sua biografia se reparte em duas: na primeira ele vivia na dependência absoluta de Deus e, enquanto se conduziu nessa linha até tipificou o que viria da sua linhagem anos depois: o senhor Jesus; na segunda, ele começa a se desviar, se rebela, relaxa e tropeça em alguns momentos; perde a comunhão e cai na vala comum da humanidade. Quanto aos, como você, diz “cristãos” que utilizam a Bíblia como arma que só atira para um lado, por favor, desconfie dos que fazem isso... A Bíblia é um registro na qual todas as religiões beberam, e não é nada mais que um manual de boa conduta para uma existência terrena agradável a Deus. Até mesmo os exemplos menos éticos como o que você cita nos ensina a como não desagradar a Deus. É isso meu nobre. Grande abraço na paz do senhor Jesus.

- É curioso, repito, os dois pesos e duas medidas dos “cristãos”. Você diz que Jesus nunca errou, mas você não acredita nisso, Fabrício. Pois se Deus criou o mundo reconhecendo com bom e o ser humano como muito bom e ainda assim você se vê capacitado para corrigir o mundo e punir o homem é porque quer fazer o que nem Cristo fez. E você me prova o que eu disse da Bíblia ser usada não como “voz” de Deus e sim dos homens, pois condena os homoafetivos e aceita a mulher ensinando homens. São Paulo condena os dois. Vê-se “Ministras da Palavra” e “Pastoras”. Como você pode aceitar um e recusar o outro se ambos são, segundo a Bíblia, condenáveis? Ou aceita ambos ou nenhum.

- E qual você aceita, Benitão?

- Deus, meu! Em nossas três semanas de diálogo você ainda não captou? Tenha certeza que sou pela vida. Não pelo “faço porque posso” e sim pelo respeito ao ser humano.

E cada um vai para seu lado. Fabrício e Maurinha para sua casa. Rosa para a dela e eu por aí observando e dialogando.


Escrito entre algum dia de agosto de 2011 e encerrado em 01 de novembro de 2011.

Acredite! Infelizmente a conversa é real entre mim e diversas pessoas.

Viva todos os Santos. Não os que se julgam os santos dentre os santos.

Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:

Alvarino J.C. Silva, Celinho Martins, Moisés Correia, Cristina Abreu, Nalva Rodrigues, Sócrates Athayde.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

¹ Veja no aRTISTA e aRTEIRO o cronto Dois Pesos Duas Medidas:

http://artedoartista.blogspot.com/2011/07/dois-pesos-e-duas-medidas-ou-iguais-na.html

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOITES SEM LUA ou E POR QUE É VOCÊ QUE ESTÁ CERTO? ou AMOR CRISTÃO


Obax anafisa.


- Fabrício! E quem nos livraria de você? Falo do político, não da pessoa que gosto. Diria, parafraseando-o: político bom é nenhum. Principalmente quem quer ser Deus.

- Sou cristão! Nosso mundo tá essa “Sodoma e Gomorra” porque tá faltando um pouco de “olho por olho e dente por dente”... – Não se cala Fabrício. – Tamu vivendo numa zona total que só vai piorar a cada minuto... Todo mundo faz o que quer do jeito que quer e ninguém respeita mais ninguém. A política do medo sempre deu certo e “segurou” a sociedade em momentos obscuros e desagregados da história. É ruim? É ruim sim... Mas não vejo outra forma de botar ordem nessa zona chamada planeta Terra. Antes mandar enterrar um merda de um bandido do que ter que enterrar um parente assassinado num assalto covardemente!

- Cristo veio eliminar o olho por olho. Mas repito. Que bobagem a minha. Quem Jesus pensa que é para dizer o que devemos fazer?

- Benito, meu caro amigo, sei que estou errado como cristão, mas meus anseios como homem humano falam mais forte para viver nesse mundo...

- Benito! Rosa! Eu não seria uma política democrática, mas uma ditadora nacionalista! Eu e Fabrício colocaríamos um pouco de ordem no país que vocês vivem!

- Isso se vocês, políticos, não me exterminassem antes. Já que penso e ajo diferente de você. E como vocês sabem que o que pensam é o certo? Por que vocês é que estão certo? E as demais pessoas que pensam diferente. Por que seriam elas as erradas e não vocês...

- Na nossa política, minha e da Maurinha, só morreriam pessoas que cometessem crimes. Inimigos políticos... Mandaria para o exílio. Você viveria e seria um líder. Faria parte da minha liderança.

- Eu seria seu inimigo político. O que vocês mostram é que o povo não é importante e sim a vontade de ambos.

- Sabemos que depois de tudo isso iríamos para o inferno, mas pelo menos deixaríamos o mundo mais leve e feliz... “Sonhar não custa nada”.

- Contraditório, não! Pessoas que vão para o inferno fazendo da Terra o paraíso... Não seria assassinado... Ou seria? Mas vivendo fora do Brasil seria apenas outra forma de morrer... Sendo morto ou estando fora do Brasil.

- Você viveria e seria um líder. Faria parte da minha liderança.

- Eu seria seu inimigo político.

- Já que você quer assim fazer o que, né?! Boa viagem paga por nós “Governo”... Agora? Para onde você gostaria de ir?

- Não iria. Porque morreria antes.

Maurinha diz:

Se num lugar existem dez bandidos e vinte pessoas de bem, e eu mato os deiz bandido... Sobra dezenove pessoas de bem e um bandido: Eu. Ta vendo como melhorou pra caramba a criminalidade?!

- Heil, Fabrício! Kkkkkkkkkkkkk.

- Uauauauauauau. – Ri Maurinha.

- Sofismas. Uma maçã podre estraga as demais. E quanto à saudação nazista... Eu sou judeu.

- Judeu? Porraaaaadaaaaaaaaaa!

Volta a falar, Maurinha:

Concordo que não temos o direito de tirar o que não é nosso, como a vida do próximo, mas pensem em quantas vidas estaríamos poupando, quantas famílias estariam livres do monstro das drogas, quantas mães deixariam de chorar sobre o corpo de seus filhos ou vice versa. É justo o sangue da minoria pelo da maioria. Só defende bandido quem nunca sofreu um ato violento.

- Se sabem que não podem retirar a vida porque vão tirar. Sofismas. São muito contraditórios. E quem defende bandido? Nunca os defendo. Defendo, e outros comigo, o ser humano. E antes corrigir do que simplesmente castigar.

- Acho que se ninguém fizer nada a respeito em breve estaremos vivendo o inferno na Terra. “Um dia todos iremos nos encontrar com Deus, só estaríamos antecipando esse encontro”, como disse Napoleão Bonaparte. E estamos certos. Deus está do nosso lado.

- Só me cabe então ajoelhar e adorar os deuses da terra. Não tenho competência para definir quem merece ou não viver. Nem todos os detalhes que induzem alguém a fazer algo nem o que na “vítima” atraiu tal situação. Mas sou apóstata. Não me ajoelharei. E, já disse, educar, ensinar, orientar são as melhores correções.

- Somente Deus pode perdoar os pecados cometidos por estupradores, assassinos, pedófilos, etc... O nosso trabalho é promover o encontro entre Deus e eles. Disse um capitão do Bope. E Deus será por mim. – Fala Fabrício e Maurinha continua:

Quem mata é Deus, nós só daremos uma forcinha. Não seremos nós quem vamos decidir se ele ou aquele vai morrer. Vamos criar a lei, e é a lei que criarmos é que vai matá-lo. Se ele se enquadrar dentro dela.

- Direitos humanos pra humanos direitos. Cansa-me ver gente defendendo bandido.

- Já disse, não ouviu? Eu e muitos outros não defendemos bandidos. Cuidamos do ser humano. O bandido deve ser corrigido e não meramente punido por vingança disfarçada de justiça, mas orientado, educado.

- Vai defender os animais indefesos que são maltratados, vai defender o pobre com fome, a criança desnutrida, o desgraçado que não tem o que comer. Agora defender safado, sem vergonha e os que matam, roubam e estupram, é o fim da picada mesmo. Tenha dó gente! Vai defender o coitado com câncer, mas não o maldito aidético, filho do demônio, infectador de inocentes. Eles têm o que merecem.

- Interessante! Um usuário de drogas é um doente. E vocês querem matá-lo... Contraditório, não? Ah, me esqueci. Vocês definem quem é e quem não é digno de viver. São deuses.


Escrito entre algum dia de agosto de 2011 e encerrado em 25 de outubro de 2011.

Acredite! Infelizmente a conversa é real entre mim e diversas pessoas.

Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:

Geidson Almeida, Diane Mazzoni, Ana Paula.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

E POR QUE É VOCÊ QUE ESTÁ CERTO? ou NOITES SEM LUA ou AMOR CRISTÃO


Obax anafisa.


- Benito, o meu carro e o da Maurinha foram com “suaves” prestações a perder de vista é claro. Por isso não deu para fazer seguro. Mas tínhamos investido em alarme de última geração, corta ignição, bloqueador via satélite, mas mesmo assim não adiantou. Os caras são profissionais. E um detalhe: já perdoei seja quem for, mas não mudo minha opinião que tenho há mais de vinte anos sobre essa questão: Após o terceiro furto ou segundo roubo em que o meliante foi preso, o próximo delito dessa gravidade pagará com a perda de uma das mãos. Havendo reincidência, a perda da outra mão e assim por diante. Garanto-lhe que não teríamos nem a metade dos roubos e furtos que acontecem periodicamente no Brasil. Por isso digo-lhe: não votem em mim para Presidente, pois porei em pratica essa e outras leis desse mesmo naipe!

- Como presidente não cria leis... tudo bem votar em você. Uarrarrá! Mas você também furta. Já furtou a honra e moral dos torcedores do time adversário, por exemplo.

- Benito! Meu primeiro ato seria dissolver e eliminar o Congresso e o STF, me aliando aos militares. Agora acho que você entendeu né?! Outra coisa que faria é retornar o Integralismo. Anauê!

- Quê?

- Integralismo era a cópia brasileira do Fascismo de Mussolini.

- Quê?

- Sim era uma cópia “melhorada” do Fascismo italiano devido à viagem que Plínio Salgado fez para Itália em 1930, e que de lá voltou “fascinado” pelo Fascismo, com o ideário que lá dominava pelas mãos de Mussolini. Grande homem, escritor e estadista que foi, Plínio adaptou os ideais para a nação Brasileira através do Manifesto de 1932 e propagou sua doutrina que acabou se tornando o maior movimento de massa política do Brasil. E só não governou o país por causa de Getúlio Vargas, que ao assistir o desfile dos mais de 100 mil “camisas verdes” no Rio de Janeiro, defronte ao Palácio do Catete, percebeu que iria perder as eleições de lavada e inventou um contra-golpe de estado que posteriormente dissolveu a AIB e a ANL. O Brasil poderia ter sido diferente hoje se não fossa tal golpe. Anauê!

- O que é anauê?

- A ação Integralista Brasileira buscava, como na Revolução Francesa, emplacar sua doutrina e impactar suas ações através de seus símbolos, como o “sigma” que era o emblema do Integralismo, as fardas verdes que todos usavam frequentemente, sua bandeira, seu hino e principalmente pelo cumprimento onde se levantava esticado o braço direito e pronunciava o termo “Anauê”, que do vocabulário tupi significa “você é meu irmão” de uma saudação indígena. Ah! Bons tempos aqueles... Melhor governante que Mussoline não teve. Tão bom talvez só Hitler.

- Quê?

- Do que ele fez com a Alemanha antes de começar a guerra eu digo que no mínimo é impressionante. Além de perseguir os judeus, algo importante. A Alemanha estava totalmente isolada na Europa e quebrada devido aos pagamentos que tinha que fazer devido ao Tratado de Versalhes que lhe impôs uma dura condenação. Hitler transformou a decadente Alemanha do inicio dos anos trinta na maior potencia mundial ao final dessa mesma década. Isso sem auxilio ou ajuda internacional, somente com a força do povo alemão e, é claro, com o dinheiro e bens dos judeus, que pelo menos para isso serviram, que se exilaram ou, graças a Deus, morreram. Tudo na história deve-se ver com olhos de estudo e pesquisa e tomar lições e agregar conhecimento sobre os fatos. Agora nos resta uma pergunta: o Brasil, país mais abençoado do mundo em riquezas naturais, dimensões continentais, população trabalhadora, entre outros atributos, já não poderia ser a muito tempo, a maior potencia do planeta? Mas como dizia, Benito, tolerância zero! Bandido bom é bandido morto. Fascismo nesses vagabundos! Eliminação da sociedade!

- To contigo e não abro... Bandido deve se ferrar. – Diz, a até então calada, Maurinha. To cansada de ver esses fdp causando tristeza e dor na vida de muita gente lutadora e trabalhadora. Na hora deles roubarem eles não tem pena nenhuma... Não precisamos de escória para viver numa sociedade. Sempre fui admiradora de sistemas que eliminam sua “podridão”. Se fôssemos a líderes dessa nação, nosso segundo ato seria executar essa regra. Não me perguntem o primeiro ato...

- Concordo plenamente. E é nosso plano montar um grupo de extermínio, pode me chamar. – Completa Fabrício, seu marido.

- Entendo sua revolta, mas não podemos tirar a vida de ninguém, só temos que exigir que se cumpra as leis. Tá na hora de levantar a bandeira da paz. – Diz Rosa, a quarta pessoa no diálogo.

- Fabrício, vamos começar com esse grupo de extermínio já! “Direitos humanos” apenas para quem é “direito”... O correto mesmo é pena de morte no Brasil...

Benito, copie parte do texto de Arnaldo Jabor: “O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita”¹.

- E Cristo veio para os doentes, não para os sãos. Mas que bobagem a minha. O que interessa o pensamento dEle... Quem é Ele? Nada! Os outros sabem mais que Deus. – Ironiza Benito e continua amargurado: E a vontade da maioria, pelo menos que ficou berrando, foi a morte de Jesus. Viva a maioria. Morra, minoria.

- Desculpa, Benito, entendo sua posição, mas sou adepta à pratica de selecionar os que merecem pisar na Terra. Esse pode ser meu pecado diante dos meus princípios cristãos, pois sou cristão de verdade. Sou da Renovação Carismática Católica. Mas como sou pecadora e fraca, antes ter a fraqueza de eliminar um monte de bandido do que ter a força de ser bandida e eliminar um monte de inocente. Bandido bom é bandido morto! Meu irmão, voltando praquilo que já falei. Meu... nosso segundo ato como líder da nação seria exterminar todos os presos simultaneamente numa ação orquestrada, e o primeiro ato seria a dissolução do Congresso Nacional com ou sem derramamento de sangue. Aí sim, em dois dias, o Brasil já estaria extremamente mais leve e livre de uma escória e corja maldita, e aí poderíamos dar inicio a uma grande e respeitosa nação com ordem e progresso de fato! Não ao desarmamento! Intregralismo já!

- Ninguém sabe mais que Deus. – Fala Rosa e continua – Que horror uma pessoa achar que sabe mais que Deus. Meu Deus, tenha misericórdia dessas pessoas que não pensam pra falar!

- Fabrício! E quem nos livraria de você? – Benito toma a palavra. – Falo do político, não da pessoa que gosto. Diria, parafraseando-o: político bom é nenhum. Principalmente quem quer ser Deus.

- Não quero ser Deus. Sou cristão...


(Continua na próxima semana).


Escrito entre algum dia de agosto de 2011 e encerrado em 18 de outubro de 2011.

Acredite! Infelizmente a conversa é real entre mim e diversas pessoas.

Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:

Victor H.L. Macedo, José A.M. Soares, Leila Cunha, Lucimar Inácia e Sarah Oliveira.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

AIB = Ação Integralista Brasileira

ANL = Aliança Nacional Libertadora

STF = Supremo Tribunal Federal

Sigma = O Sigma é o sinal simbólico do Movimento Integralista. É uma letra grega que corresponde ao nosso “S” sinônimo de soma. É usada para indicar a soma dos finitamente pequenos e também era a letra com a qual os primeiros cristãos da Grécia indicavam o nome de Cristo (Soteros). (ver: http://integralismo.org.br/novo/?cont=34&tx=4&vis= )

¹ Ver: http://www.culturabrasil.org/brasileironaoesolidario.htm

terça-feira, 11 de outubro de 2011

SEMÂNTICO

O ar turvo

desta quarta-feira

prende-me aos lençóis.

Perpassam vultos

em meio ao frio.

A embriaguez do café

na cozinha

envolve-me.

O trabalho está à espreita.

O automóvel com o tanque

na reserva assola-me.
Banho-me nos traços
do meu rosto
e volto novamente
a ser otimista. ¹


Obax anafisa.


Casa de meu irmão. Não me sinto acolhido. Janto e saio de fininho. Vou para um hotel. Amanhã dou uma desculpa qualquer. Todos vamos nos sentir melhor. Não vai nem ser difícil justificar uma vez que nem deveria ter ido.

Escolho um bem bonito com preço accessível sem perder qualidade.

- Um quarto, por favor.

- Sim. Perdão, senhor. Poderia esperar um segundinho enquanto me organizo? Deu pane no sistema e só agora voltou.

- Claro. Sento ali e quando estiver pronto, me chame, por favor.

Espero enquanto o tempo passa e chega um casal querido por mim. Surpresa nos vermos e então nos abraçamos. Vamos para a recepção, meus amigos recebem seu quarto e sobem enquanto vou me registrar.

- Sinto muito, senhor. Mas todos os quartos estão ocupados.

- Como assim? Você disse que só faltava se organizar e que me arranjaria um.

- Pois então, senhor. O casal ficou com ele.

- Você não me disse isso. Que só tinha uma vaga.

- O que posso fazer, senhor.

- O que pode fazer? Saber trabalhar. Ter competência. Dar preferência para mim, já que cheguei primeiro.

- Desculpe! O senhor está certo. Mas agora não temos vagas.

- Se vira. Chama os dois e os mande embora.

- Não podemos fazer isso. O que eles poderiam pensar?

- E o que eu penso não conta?

- Cont...

- Chama o gerente. É com ele que eu quero falar. – A jovem tenta argumentar e não deixo. Passa-se um longo tempo e ele aparece dizendo

- Temos um apartamento, senhor. Ele é muito, muito mais caro, mas o faremos pelo mesmo preço com nossos sinceros pedidos de desculpa.

Já mais calmo, aceito, claro. E vamos eu e um funcionário. Belo hotel. O corredor é verde suavíssimo com detalhes rosa muito claro. Ainda bem que não é azul celeste. Não conheço cor mais feia. O empregado abre a porta ao mesmo tempo em que um dos apartamentos vizinhos se abre e dele sai o corpo do Híbridus.

- Menino! Que você faz aqui?

- Eu é que pergunto, que cês tão fazendo aqui?

Falamos num clima de festa e prazer de se ver.

- Tá todo mundo aqui. Farroupilha, Bruta, Casa Laboratório, Flux, nós. Estamos todos num festival de teatro e dança. Daqui a pouco vamos jantar e sair para assistir um espetáculo. Vem com a gente? Vai ser muito bom. Está sendo óóóóótimo.

- Vamos! Que horas vocês vão jantar?

- A gente se encontra lá pelas seis aqui no hotel ou então depois do espetáculo vamos para algum lugar.

- Então tomo um banho e nos encontramos no restaurante.

Enquanto conversamos o rapaz deixa minhas malas, pega a gorjeta e sai.

Entro e... Brilho. Eram umas seis horas da manhã e estava dobrando a esquina. Atrás veio uma radiopatrulha que pára à minha frente. Policiais com armas nas mãos se encaminham para um cortiço. Brilho. Dou imediatamente meia volta. Quando chegava à minha casa vejo três carros saindo de onde vim. Um amassado, outro faltando pedaço e do terceiro saía fumaça. Um quarto carro aparece, em chamas, e pára na esquina. Um neguinho, magrelinho, escapa pela janela e os policiais vêm e... (você já imagina; não preciso dizer). Um vizinho aparece não sei de onde e começa a querer conversar. Brilho. Tiros ecoam. Do cortiço? Não quero saber o que o vizinho quer. Abro meu portão e entro. Sei lá se uma bala perdida resolve me achar. Olho para trás e o vizinho me olha. Uma lágrima de sangue. Fecho a porta. Chamar quem? A polícia? Brilho.

Abro os olhos. Sento, pego o vinho que trouxe, não tomo, fecho-os novamente. Nova visão assombra.

Entro no elevador. É a prefeitura. Lentamente sobe, parando em cada andar. Um brilho me incomoda. Não no elevador nem naquela hora. É na minha cabeça. Em cada andar entram três ou quatro ou cinco e sai um ou dois. Vai lotando. E o brilho de novo. Pára no quarto andar. Saio. Parecem sair mais pessoas. O brilho. Na sala do prefeito: conversa, diálogo. Os artistas, agentes culturais, o prefeito e seus asseclas. Brilho. Não! Não é conversa. São discussões. Silêncio dentro do brilho. Entro no elevador com os artistas e agentes culturais. Brilho. Silêncio apavorante. O elevador pára entre dois andares. Medo. A porta se abre. Alguns saem. Metade do corpo para fora. Despenca. Morte. Brilho. O deputado Alexander Silcaveira adverte “Protestar faz mal a saúde”. Prefeito em Fernando de Noronha se diverte.

Desculpe! Estou falando e falando sem me apresentar. Sou um cara comum. Ou quase, né. Eu me chamo Benito e talvez já tenha ouvido falar de mim e...

... Estou sentindo cheiro de vela, sabe, quando está no fim? Brilho. É na sua casa e...

Escrito entre a madrugada de 01 de outubro a 11 de outubro de 2011.

O título original seria “Aids não tem cura. Ainda bem que não uso silicone”.

É o que uma mulher desconhecida, sem mais nem porque, me disse quando eu passava uma tarde agradável no Parque Ipanema. Mudei o título em homenagem ao Poeta.


Ofereço como presente de aniversário ainda aos meus queridos:

Shirley Maclane, Lorena Costa e Mª Ângela C. Shimabokuru.


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Comunico o passamento do nosso querido

Poeta Romero Lamego,

em 10 de outubro de 2011, grande nome da literatura municipal.

O corpo do Poeta velado na capela do Cemitério Senhora da Paz,

e o sepultamento marcado para as 13:00h do dia 11 de outubro de 2011, em Ipatinga.

Faço minhas as palavras do CLESI:

O nosso carinho especial a todos familiares e amigos do nosso Poeta, como gostava de ser chamado por todos nós, amigos das letras e amigos mais próximos.

Desejamos que siga levando o nosso amor e o nosso eterno carinho, querido Romero,

e o reconhecimento do quanto você foi forte na sua luta durante sua enfermidade!

¹ FIRMINO, Romero Lamego – Olhares Múltiplos, Semântico – 2005.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ARTISTA BANDIDO

Gosto muito de algo que o Gullar disse acerca da crítica aos artistas: "artista não foi feito pra levar porrada, ele não é bandido, se não faz melhor é porque não pode"... Não gosto quando pisam em cima de um poema ou jogam um romance no lixo!!! Reconhecer uma obra de arte se faz necessário, mas é desnecessário esnobar e dar porrada em quem de alguma forma tenta fazer arte!!! (Luciana Carvalho de Aguiar).


Obax anafisa.


Estava feliz. Sorria toda contente pela aceitação. Ninguém mais se importava com suas sardas, gordurinhas, cabelos loiros e aparelhos ortodônticos. Não se importavam também com seu baixo intelecto. Todos riam para ela “Cacacacacacá”. Todos se divertiam por ela cantar Ilariê, da Xuxa. “Rarrarrarrá”. Estava, era aceita. Finalmente. A baixa autoestima se elevou. Os olhos brilhavam. “Canta mais. Canta de novo. Canta”. Aclamavam. Toda sorriso. Mas outras pessoas têm que apresentar na escola. Tudo bem. Amigos iriam nascer dali.

Na segunda seguinte no recreio. Pediram-lhe “Canta de novo. Canta”. Ela se empertigou, feliz. Abriu a boca

- Parem com isso. – Ordena a Diretora. – Ninguém mais vai zombar dela. – E continua a falar.

A menina de olhos arregalados se viu sardenta, aparelhada, gorda, loira, burra. Infeliz. Eu vi a crueldade dos adolescentes, das crianças.

Eu vi a diretora matar a menina com sua misericórdia. Eu me vi sem saber o que fazer. Apenas olhando. Não sei se alheio. Mas nem eu nem ninguém interveio.iHHHHh


Escrita entre a tarde de 21 de setembro e a madrugada de 04 de outubro de 2011.


Ofereço como presente de aniversário ainda aos meus queridos:

Cleyde Yáconis (Grupo de teatro), Agnaldo Bicalho, Felipe F. Nascimento, Nilmar Lage, Jésus Guimarães, Felipe Avlis, Luciano Botelho.


Ofereço também a todos os meus seguidores, em especial

Matheus Miranda, Mayron Angel, M, Ana K. Bucciarelli (onze palavras).


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.

O cronto é minha flor para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

E TUDO CONTINUA COMO DANTES...


Obax anafisa.

O encontro entre duas massas corpóreas no mesmo espaço de algum tempo atrás, a confusão dos olhares vendo o mesmo lugar, porem em outro estado. Por instantes tudo volta a ser como antes, mas que antes era esse? O peso faz da leveza um instante entre velhas palavras”.

(Mayron Engel, Deja vu, no faceboock)


Atravessando a praça que poucos sabem o nome vi no chão uma colagem. Paro para, talvez, me encantar. Um senhor olhando-me a ver desvia seus olhos para a figura, meio segundo e diz “bixzucgi demônio”, sem parar continua o caminho. Acho graça. E mais do que isso não ligo.

Ando lentamente, sentido o ar na pele; não o percebo em meus pulmões. Ainda na pele sinto o sol e o perfume acariciando minhas narinas. Vou para a Prefeitura, mais precisamente à Secretaria de Cultura. Ano passado foi lançado edital de propostas de projetos de arte-cultura. Os aprovados receberiam recurso em março. Agosto, ainda sem sinal, mas garantido sua saída em quinze de setembro. Foi dezenove que narro o primeiro e o segundo parágrafos. Nenhuma informação. Dia vinte alguns tiveram assinados os convênios. Outros foram chamados no dia vinte e um. Dia vinte e dois de setembro, nada de voltar para a população o que ela entregou ao Governo. Ando lentamente, sentido o ar na pele; não o percebo em meus pulmões. Ainda na pele sinto o sol e o colorido das flores acariciando minha visão. Volto para casa e no caminho me encontro com Isaias e dialogamos.

- Não entendo o ego e o egoísmo dos artistas. Ou será tibieza? – Digo e Isaias continua.

- Muito me assusta como as pessoas são dominadas pelo “capetalismo selvagem”, como que o “eu” supera o “todos”. É triste saber que o ser humano só pensa no seu umbigo. Parte dos quarenta projetos aprovados na Lei de Incentivo a Cultura receberam a esmola, exatamente no dia que estava marcado a manifestação para as 14:00h.

- Os interessados não apareceram na manifestação que lhes beneficiaria e os demais, por solidariedade, poderiam ou deveriam comparecer.

- Todos tinham certeza que a prefeitura havia feito o deposito de todos os projetos? Só apareceram três e outras três justificaram sua ausência por motivo de trabalho ou viagem. As demais pessoas não quiseram nem saber; pois foi feito o deposito em suas contas, o resto é que se dane. O interessante é que nem aqueles cujo deposito ainda não foram realizados não apareceram, com exceção de um.

- Alguns disseram pela internete “que linda a manifestação”, mas dá a cara mesmo que é bom... Um artista se manifestando poderá ser prejudicado, mas “Todos juntos somos fortes \ Somos flecha e somos arco \ Todos nós no mesmo barco \ Não há nada pra temer \ - ao meu lado há um amigo \ Que é preciso proteger \ Todos juntos somos fortes \ Não há nada pra temer”¹.

- Onde Está a solidariedade para com o outro? Será que as pessoas estão realmente preocupadas em realizar projetos culturais e disponibilizarem para a sociedade mostrando como esta sendo aplicado os seus impostos ou estão apenas com interesse “Capetalista” de pegar o recurso “disponível” para sua sobrevivência?

Olho para a flor rompendo a calçada e nos afastamos com o sol às nossas costas. Em casa deito, durmo e sonho. Era uma sala de reuniões, comum. Num estremo da mesa, o prefeito, os secretários de cultura, da fazenda, o procurador geral e mais um tanto. Do outro, os artistas, os agentes culturais e os proponentes de projetos. Número pequeno para a sua quantidade. Conversa vai, conversa vem. Ânimos exaltados do lado de cá. Singeleza do lado de lá. (Uarrarrá!) E a reunião escoa. Encerra-se com o prefeito dizendo “Eu sou amigo dos artistas”, com ar de santo coloca uma coroa de estrelas do mais puro ouro e pedrarias. “Que nada” – Diz Alexander Silcaveira – “Eu é que sou o amigo dos artistas” – surgindo uma coroa de espinhos do mais puro ouro sobre um ar de martírio e vai para a porta, arrastando-se vai até a saída e sob o olhar de todos, volta-se quando os demais políticos presente emitem “ssssssssss” com suas estreitas línguas de duas pontas. E os artistas, vítimas ou algozes?


Escrito entre 14 e 27 de setembro de 2011.

Ofereço como presente a todos os nascentes e aniversariantes

de 25 de setembro de 2011.

Ofereço como presente de aniversário aos nascentes e aniversariantes

de outros dias da semana, em especial:

Whillner G. Capecci, Wesley V. Nogueira, Luís Tolonei, Felipe F. Nascimento.

Ofereço ainda a todos os meus seguidores, aqui no aRTISTA e aRTEIRO, em especial:

Felipe F. Nascimento (outra vez, uarrarrá!), Cínara Aline, André Graciano, Caroline Galdino, Ricardo Evangelista, Tatiana Brandão, Maxwel Lopes, Ton Xavier,

Marcelo (!), Juliano, Álax Nazário, Otávio Silva, BarmyGraf, Willian Delarte.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto e a ilustração são nossas flores para você

e fazemos votos de que encontre neles pedras preciosas.

¹ Todos Juntos, de Chico Buarque.

A flor do cacto é uma imagem que recebi posteriormente do Mayron.