quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O CORTE DA DIVINA TRAÇA

Rubem Leite

20-11-09


A traça traçana e traiçoeira traçou o traço transado transversalmente com tracelete no transepto transcendental da Transilvânia.

Corto cabelo e pinto.

A azeitona a engravidou ou de tão magra, por ter engolido uma azeitona, pensaram que estava grávida.

Um elefante o engravidou ou de tão gordo perguntaram se esperava um elefantinho. “Já estou parindo, pelo menos a tromba já está para fora”. Respondeu o homem.

Deus, quando criou o primeiro homem, pensou “posso fazer melhor”. E me fez.

Num rádio da vizinhança uma dessas músicas religiosas de alguma religião: “Os surdos vão cantar”. E pensei “Profundo!”. Decidi então formar a minha igreja – NO FUNDO DO POÇO DE JACÓ A SARÇA DE AGUARDENTE –, cujo lema é “Os surdos vão cantar. Os mudos vão andar. Os paralíticos vão ver. E os cegos vão ouvir”. Venha para minha igreja você também. Vem.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Circo-teatro

Olá amigos narigudos,o circo fool junto a outros grandes artistas de Ipatinga comemora desde 2007 o dia 10 de dezembro,dia internacional do palhaço.Este ano queremos fazer uma programação bem diferente,e gostaríamos de saber se você ou seu grupo se interessa em fazer alguma performance de palhaço ou com algum personagem ligado a ele, pode ser musica ,teatro,dança,poesia,qualquer coisa que seja clownesca.

Por favor se interessarem mande resposta até o dia 05/12 para fecharmos grade de programação

A comemoração acontecerá na praça primeiro de maio e terá inicio as 09:00 hr no dia 10/12 (quinta feira)

Abraço do Petit (Luis Yuner)

luispalhaco@hotmail.com

(31) 87597117

por favor ajudem a divulgar,mande para todos os seus amigos artistas

O GRANDE DIA

Rubem Leite

21\11 à 24\11 de 2009

Ver o conto “O Dia”.

E escrevo ouvindo Tchaikovsky.


- “Quando crescer vou me casar e morar aos pés de uma linda, florida e silenciosa montanha. E da minha cama poderei ouvir um riacho. Os únicos sons, quase todos os dias, serão o dos pássaros e do riacho”. Era o que Mariinha sempre dizia para sua mãe.

Uma tarde, no jardim, sem que ninguém visse, a roseira branca floriu pela primeira vez ao som de suas palavras. Bem, eu vi. E conto para você. E aquele botão, acredite, nunca mais murchou. É verdade. Eu juro. Já tem uns dez anos e ele continua lindo.

- “Bom dia!”. Diz segurando a moça prestes a cair.

- “Obrigada!”. Sem graça ela se recompõe.

- Ali tem um banco. Se estiver nervosa poderá descansar.

- “Não, obrigada! Eu...”. Antes de falar que era estabanada o rapaz a interrompeu: – “Piso terrível. Sempre tem alguém escorregando... Eu sou Elísio Campos Tártaro”.

- Eu sou Mariinha Hebefrênia.

- Já terminei as compras que vim fazer. Vamos dar uma volta?

- Eu também. Ah! Vamos.

- A Cia Bruta de Teatro apresentará hoje o espetáculo A Marca do Corvo, do Grupo Tralha. Tem uma base em Kafka. Quer ir comigo?

- Ah! Não sei...

- Sei que somos estranhos, mas será um bom modo de nos conhecermos. Garanto que sou um bom rapaz.

Encantada pelo rapaz de pele branca tão contrastante com a sua, de imensos olhos e cabelos negros como nunca antes visto por ela e por, eu acho, ninguém. Um rapaz tão bonito. Alto. Forte... Foram assistir ao espetáculo. E ela voltou para casa sã e salva. Mais respeitada do que queria. No dia seguinte, ao lado da rosa branca, havia outro botão. O primeiro a fazer companhia à solitária flor. No sábado seguinte o rapaz foi à casa da nossa amiga. Os dois ficaram conversando no jardim e ela contou o mistério da roseira. E o rapaz sorriu. No dia seguinte, mais um botão. Mais duas semanas e o nosso caro amigo vai com Mariinha para o cinema. Depois jantam num lindo restaurante e seguindo à vontade dela vão os dois para um motel. No dia seguinte, quando chegam em casa, observam mais uma rosa. Ambos sorriem e ele vai embora. Regularmente os dois se encontram. Uma semana sim e outra não. Às vezes ficam duas semanas sem se ver e outras se vêem quase todas as noites. E a roseira sempre fértil de rosas imurcháveis. Até que.

- Seu Ricardo. Dona Ringa. Tenho a honra de pedir a mão de sua filha em casamento.

- “Só a mão eu não dou. Se quiser tem que levar ela inteira”. Todos riem diante da inevitável batida piada.

E a roseira se cobriu toda com as flores mais alvas.

Mais seis meses e Mariinha fez vinte e três anos. Na festa Mariinha dançou com Pedro, João, Richard, Nicinha, Claudinha e Walter que gosta de ser chamado de Uálter. Dança com Dr. Lucas e com Júlio. Ambos estão sérios. Quase tristes. E com seu noivo dança todo o fim da noite sem desviar os olhos do negro olhar do seu amor.

- Amor! Tenho que te confessar algo...

- Não é preciso me dizer nada. Eu te escolhi.

- É que... Eu não sou mais...

- Moça?

- É.

Sorrindo ele diz “Não importa. Eu te aceitei muito antes mesmo de você me ver”. Enlevada ela encosta sua cabeça no ombro amado.

Dois meses depois sobe ao altar da igreja de Nossa Senhora da Rosa Mística ao som da Ave-Maria. Trajava um vestido branco com discretos detalhes em rosa e azul. Em suas mãos um buquê da roseira branca de seu jardim. No altar o noivo todo sorriso branco num terno negro.

- Elísio! Você ainda não me revelou onde será nossa lua de mel.

Sempre sorrindo “Será no lugar de seus sonhos. Nossa lua de mel será em nossa casa. Aos pés de uma linda, florida e silenciosa montanha. E da nossa cama você poderá ouvir um riacho. Os únicos sons, quase todos os dias, serão o dos pássaros e do riacho”.

Sorrindo entraram no carro onde Mariinha adormeceu ao som da voz do amado. Em paz descansa até hoje sob uma linda laje de mármore branca tendo ao redor umas poucas lajes negras, róseas ou marrons. Um coro de pardais, de bem-te-vis, sabiás, curiós enlevam seu sono aos pés de uma montanha rochosa num campo verdejante com incontáveis canteiros e um cristalino riacho.

E na casa dos pais de Mariinha uma linda roseira com flores que nunca murcham.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Caminhos Gerais

Lançamento da revista Caminhos Gerais em todas as bancas do Vale do Aço.
Reportagem sobre a história da siderurgia mineira com pesquisa de grande impacto, Entrevista com a gerente cultural Marilene de Lucca Reportagem com os ilustradores e desenhistas do Vale do Aço e reportagem sobre uma tragédia ambiental onde um mar virou deserto. Em todas as Bancas.
Obrigado!

Mário Carvalho Neto
MCN COMUNICAÇÃO E EDITORA
Av. Dr. Pedro Nolasco, 480 - Centro
35170.300 Coronel Fabriciano
Fones: 31-3842 4193 - 9966 6920

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

HISTÓRIA

Rubem Leite – 29/6 à 19/11 de 2009

Louvada e honrada seja a Bandeira do Brasil e que ela nos ensine a respeitar a Pátria.

E o que é Pátria senão a população.

População voltada para um centro e com um centro “alimentando” a população.

É uma bela praça. O sol está para se por num dia parado numa avenida cheia. Muitas árvores e até passarinhos cantam. Canta também um pneu.

- Benito! Como vai?

- Sou soldado de uma guerra particular. Carrego minha bandeira. E como queria aliados. Mas sou homem. E cada qual nasce sozinho. E morre sozinho. Sendo homem nasci de um ser estranho, diferente. Nasci de uma mulher. As meninas nascem de uma igual, de um ser conhecido.

- O que cê tá falando?

- Eu era religioso e bom. Ou qualquer coisa assim. Estou com vocês fazendo o bem. Eu. Eu era qualquer coisa.

- Ce não tá passando bem, né?

- E o que temos em comum? O que unifica o homem e a mulher? O pai. Se uma mulher nasce de uma igual. Se um homem nasce de um ser estranho. Ambos têm em comum o pai, que é homem. O pai é diferente da filha. O pai é igual ao filho. Mas a participação paterna é mínima em relação à materna.

- Ce tá me assustando.

- Que Deus não nos castigue. É. Vocês não serão maltratados. Nem eu. E, qualquer coisa, estou aqui para vocês e por Deus. E depois, estou com o espelho que filma seres da qualidade de vocês.

- Ah! Você me dá licença, mas tenho um compromisso, tá.

- Sou soldado. Carrego minha bandeira. Sou minha própria porta bandeira e meu próprio mestre sala. Sou soldado e me vejo com Letítia. Tentamos ser felizes, mas não consegui. Sempre a vi com seu marido, um meu igual. Sempre me via traindo meu companheiro. Um meu igual por uma estranha. Não a satisfiz; não que eu fosse incompetente. Não me satisfiz; não que fosse impotente. A gente se afastou e tornei-me sórdido com o tempo. Mas não vou dizer que foi a vida. Não! Sempre que ouço isso penso que é desculpa. Sei que é. Eu não sou covarde. Assumo o que sou e o que faço. Ontem, ou será anteontem? Bem, ela me viu. Acenou para mim. Rindo. Conversamos e ela não quis a minha cama. Séria. Eu vejo. Como poderia ser. Seria assim. Não seria assim. Seria. Não seria. Vejo-me agindo assim. É assim que a gente age ou deveria agir quando trocados ou relegados. Decepções, mágoas, vidas encontradas, risos, dores. Vivendo.

Sentei num banco. Atrás de um mim um pássaro alçou vôo. Minha vista está enevoada, detrás de um véu. Nada vejo além de Letítia; nada ouço além de nossas palavras. Caminho pela praça sem nada me deter.

Vou para casa. Minha dor é minha e ninguém se interessa por ela. E quando se interessam quantos pensam em mim e quantos mais se interessam pelo mórbido? Vou para casa. A vida continua. Doa a quem doer, a vida continua.


A Cia. Bruta de Teatro por meio da Lei de Incentivo à Cultura e patrocínio da Usiminas tem o prazer de convidar para a estréia do espetáculo "A Marca do Corvo".
Este espetáculo é resultado da bolsa concedida ao Grupo Tralha de Teatro que nos últimos meses viveu um processo de criação com direção de Gessé Rosa e preparo corporal de Patrícia Leitão.

Esperamos ansiosamente por sua presença!

Atenciosamente,

Franklim Drumond
Secretário - Assessor de Comunicação

Cia Bruta de Teatro
Ipatinga | MG
31 | 38250807 | 85364938

terça-feira, 17 de novembro de 2009

LUA E VÊNUS

Rubem Leite

Versos escritos e mexidos em

13-7-04 (04:58h AM); 19-8-04; 17-11-09

Gandhi, alma sublime,

Que só de ler sobre ele

Começo a chorar.

A Lua nua num sorriso crescente para mim

Vênus, igualmente pálida, nem pisca

Para ninguém.

Volto a deitar

Mas não paro de pensar

Volto para vê-las

Que pena. Foram embora

E eu, só, no meu quarto.

Mas eis que vejo Vênus

Se despir do véu

Que envolve o céu

E olha para mim.

Não sorri nem pisca.

Serena!

Será amor à vista?

Sem serem palavras ao vento

Quero poder ouvir alguém repetir

(E acredito um dia

Poder ser um Gandhi também):

“Detesto os privilégios e monopólios.

O que não pode ser de todos,

Não o quero para mim”.

Quero que minhas lágrimas de emoção

Não sejam vãs.

Quero que na humanidade sejam veras

Tais palavras

No coração

Na ação.

O DIA

Rubem Leite – 15-16\11\09

Ver o conto "O Grande Dia".

Escrevo ouvindo Ronda Alla Turca, de Mozart; e outras músicas.


- “Miriiinha! Vem para casa”. Chama dona Ringa.

- Essa menina é estranha. Parece, Deus me livre e guarde, sapatão.

- Mããe!

- Ai, filha, desculpe. Mas ela só faz coisa de homem. É correr, é pular de bicicleta, é jogar bola.

Enquanto isso, a garota perseguia um moleque de quatorze, dois anos mais velho que ela. Acabaram de trocar socos e ele perdia.

- Miriiiiinha!

Mas ela se encontrava longe e como o rapazinho conseguiu chegar em casa Mirinha resolveu voltar para sua. Passando pela praça viu o Dr. Lucas saindo da igreja após o Ângelus. Homem bonito de quase quarenta anos, médico assediado pelas mulheres. De vez enquando ela escuta no salão da mãe as clientes falando que iriam sair com ele no próximo fim de semana e que dessa vez o fisgariam. Mas nunca conseguiram. – Engraçado! Ouvindo os pensamentos de Mirinha penso que a vida é um rio. Homens são fisgados e mulheres são peixes carnívoros. Será a vida assim? – Voltando à menina: Pela primeira vez alguma coisa se mexeu em Mirinha. Algo no Dr. Lucas a fez sentir estranha. Algo estranhamente gostoso. Enquanto conversava com Dr. Rimo, o advogado, chegou um rapaz. Lindo. Vestia terno. Muito alto, forte, tinha uns vinte anos, olhos e cabelos cacheados da cor do mel, lábios grossos e vermelhos. Se algo no Dr. Lucas mexeu em Mirinha uma coisa mais, muito mais forte chegou até a fazer um estrondo dentro de Mirinha. Sentiu um calor úmido em um lugar pouco observado por ela até então. Entram os dois no carro do médico.

- Que isso, Mirinha? Por que está vermelha desse jeito?

- “É que corri muito”. Falou e foi direto para o quarto. Do quarto foi para o banheiro tomar um banho que não a refrescou. Algo nunca dantes sentido lhe abrasou ainda mais enquanto se ensaboava. Ofegando ela não tirou a mão. Arfando aumentou a pressão.

- Mirinha! Tudo bem?

- Ahh! Sim!

- Então que demora é essa? Quero tomar banho também. E daqui a pouco seu pai chega e também vai querer entrar.

Pela primeira vez sem comer direito ela vai deitar. O sono interrompido pelo rosto do rapaz. “É o sobrinho do Dr. Lucas que lhe serve de motorista enquanto faz a faculdade”. – A voz de uma cliente ressoa em seu crânio – “Que gatinho é o menino”. Para ela o rosto do Dr. Lucas sorri. Para ela o rapaz tira o paletó. Sem perceber Mirinha se senta enquanto o rapaz tira a camisa. Que peito lindo, mamilos vistosos, músculos fartos. A mão do Dr. Lucas acaricia os cabelos de Mirinha fazendo-a deitar outra vez. O rapaz tira os sapatos, as meias, a calça preta, a cueca branca. Que pés lindos, grandes. Ela quer ver o que os homens têm, mas só vê os pés, as mãos, os rostos, os corpos perfeitos do Dr. Lucas e – arfa e ofega – do rapaz – ouve dentro de si o 1º Movimento de Allegro, de Mozart, e sua mão explorando sua intimidade.

- “Aaai”! Grita a menina quando o sol lhe toca.

- “Que foi, filha”? Entra no quarto o pai assustado.

- Estou sangrando...

Mudo e de olhos arregalados sai o pai deixando sua mulher com a filha.

- Ora, Mirinha. Fique calma. Vai me dizer que nunca estudou sobre isso na escola?

- !!!

- “Sim. Você acabou de virar mocinha”. E têm uma longa conversa que Mirinha pouco escuta pensando nos dois homens que julga serem seus. Os homens de sua vida.

Falta a escola como um presente pelo seu importante dia. Assim que a mãe sai do quarto, Mirinha se conhece mais um pouco com o indicador e não para de ouvir Mozart. Agora é Ronda Alla Turca.

- Filha, fui à farmácia e trouxe para você.

- ???

- “Ah! Minha filhinha agora já não é mais menina”. Fala com uma lágrima e com um sorriso continua “Agora ela é uma mocinha”. Ensina Mirinha como se usa e vai cuidar dos afazeres domésticos deixando a filha ouvindo Mozart e lendo algo.

Ouvindo músicas, lendo e se conhecendo ela passa o dia.

- Não está doendo?

- Não!

- Que bom. Você é igualzinha a mim.

- Vou sair mãe.

- Para onde?

- Na praça.

- Mas vê se não demora.

Mirinha vai direto para a casa do Dr. Lucas. Tudo é um só silêncio então volta para casa. Onze horas ela sai enquanto os pais dormem. Ninguém em sua rua. Da frente da casa do médico se ouve Mozart. Mirinha sorri. Ouvindo a canção da Pantera Cor de Rosa (que Não é de Mozart), pula o muro, que não é alto, e volta a ouvir Mozart. Sobe numa árvore e vê o rapaz sem camisa e de cueca olhando para as estrelas na noite sem lua. Mirinha começa a acariciar as pequenas saliências em seu peito e movimenta os quadris no galho entre suas pernas onde está empoleirada. – Júlio! – ouve a voz do médico. O rapaz olha para trás sem sair da janela. O médico se aproxima, encosta-se nas costas do garoto que sorri. Mirinha se espanta. Dr. Lucas desliza sua mão pelo peito do garoto que fecha os olhos, faz cafuné em seus pelos e abaixa a cueca de Júlio. Da árvore Mirinha só saiu quase ao amanhecer.


- Bom dia, Dr. Lucas. Minha filha quer se consultar com o senhor.

E no quintal o cajueiro vê suas flores se converterem em frutos do mais suculento caldo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Um pedacinho de São João Del Rei em Belo Horizonte

por Marina Mazzoni

Quem ama São João, tem a profusão barroca na alma, vive enquanto sonha percorrer aquelas ruelas da cidade, descer às margens do Lenheiro, se embebedar dos cheiros, sons e luzes daquelas pontes...

Quem traz São João dentro do peito tem que dar um jeito de vivenciar a arte de Marcos Mazzoni.

Marcos deixou na capital mineira um museu-vivo, um conceito de arte moderna de inspiração barroca que desnorteia as idéias mais fantásticas já vividas por estas bandas.

Planejou e executou durante mais de 40 anos uma casa que cria a oportunidade das pessoas circularem dentro de uma obra de arte.

Então, transpondo o muro de minério de ferro, um jardim que mistura revolução dos robôs, Zé – interpretando Camões, chão de estrelas, caminho das porcas, das ferraduras, interpretação de passagens da inconfidência mineira, experiências e experimentações.

Despida de preconceitos, nua em pelo, desvairada de mineiridade, a arte de Marcos recebe o visitante com vitrais que reproduzem aqui e ali símbolos como o triângulo de Minas, oratórios sem santo, oratórios de tudo dentro, procissão de tipos populares e de santos.

Arte pura, magia dos contrastes, ora sacro, sempre profano

Desculpem, se me enxergam pretensiosa, mas vivo

para alertar que quem não experimentar a arte de Marcos, vai perder a chance de ser inconfidente, ainda que tardio...

E, ser de Minas, escolher Minas é eleger templo sagrado no coração, deixar a alma bater que nem sino, inebriar os sentidos de emoção, verter suor com gosto do prazer, caminhar pela vida com o exército de agentes culturais enlouquecidos pela missão de defender, amar e divulgar...

Amar Minas exige peregrinar pelas igrejas barrocas, admirar as montanhas e serras, molhar os pés nas águas geladas dos rios e cachoeiras e caminhar dentro da obra de arte de Marcos Mazzoni...

O barroco hoje, transpondo o moderno, levando ao sonho, ao desvario... A vivenciar o contraste extremos das emoções, sozinho entre montanhas, único dentro da experiência da arte plena do sentido da mineiridade.

Experimente Minas

Sinta a arte de Marcos...


Marina Mazzoni