Potira itapitanga.
The spider dead walks to
Isabella and kiss her.
And she… Pah!
The rain falls on the body
and Isabella open eyes.
The sister of the spider of
the Spider Man that makes first walking dead the word.
Ou
La araña muerta camina
hasta Isabella y la besa.
Y ella… ¡Pah!
La lluvia cae en el cuerpo
e Isabella abre los ojos.
Fue la hermana de la araña del Hombre Araña que hizo la primera muerta viva del mundo.
Fue la hermana de la araña del Hombre Araña que hizo la primera muerta viva del mundo.
A noite em Ipatinga já vai avançando. É dito que em
outros países já é dia, mas aqui a noite está em seu meio e longe da madrugada
que antecede o... dia? Não estou só. Comigo estão Edgar Alla Cat e Don Perro de
La Mancha, os amigos de um amigo. O gatinho olha soturnamente para as sombras e
o cachorrinho rosna ameaçadoramente para os objetos que as geraram. Mas nada
acontece; nem outros movimentos além dos nossos, nem outros sons se somam aos
que produzimos.
Nada acontece; ninguém nos aparece. E continuamos
andando sem saber para onde; sem saber o que ou quem procurar. Simplesmente andamos,
andamos e andamos na noite que, eu sei, tardará a terminar. Quando a madrugada
começa, uma casa. Enorme! Quatro andares, quarenta metros de largura, quarenta
de comprimento. Enorme, caindo aos pedaços e, creio, vazia.
Don Perro e Edgar Allan param diante de sua porta. Experimento
o trinco; está aberta; empurro-a; olhamos para seu interior; escuridão;
entramos no momento que sons e movimentos desconhecidos surgiram atrás de nós.
Fecho a porta; algo a arranha; dou dois passos para trás; o trinco não se move;
na casa nada se move.
No céu lá fora não se via nenhuma luz, nem da lua
nova. Através do telhado de vidro do casarão se vê a lua; cheia. Como? Por quê?
Andamos pela casa. Da sala vemos uma aranha estranha em outro
cômodo. Ela parece doente. Com seus pequenos olhos observa-nos como se nos
apreciando... Com suas patas feridas e podres se mexe na teia branca como seus
olhos. Mas assim mesmo, passando o mais longe possível, vamos ao cômodo – um salão de vinte por vinte
metros. Olhando para cima se vê os três andares superiores. No canto direito,
uma escada. Subimos. Don Perro à frente e Edgar Allan em meu
colo. Estamos famintos, mas sem nada para comer. O gato olha para uma porta no
último andar: “Miaumore”; o cão fareja a porta e abana o rabo; abro-a e
entramos. Um quarto com uma grande cama no centro; grandes janelas na parede à
esquerda da porta dão para a escuridão completa; grandes baús na parede à
direita; e um grande espelho de frente para a porta mostra um retrato de um busto
de mulher acima do umbral; olhos e cabelos negros enfeitam sua pele morena;
traja um bonito vestido vermelho; seu sorriso não é alegre; e apesar de parecer
estar morta ela é bela.
Com fome deitamos. E dormimos com Edgar olhando a
pintura. No meio da madrugada Don Perro se desperta e rosnando nos acorda. Com
medo olho para a porta; com coragem me levanto, vou até ela, mas Edgar e Don Perro
se posicionam na minha frente; parecem querer me impedir de sair. Abro-a assim
mesmo e vou para fora. Os amigos do Benito agora são meus amigos também e me acompanham.
Do corredor olhamos para baixo. Pessoas estão deitadas no salão. Três, cinco,
dúzia de gente.
- Quem são vocês? O que querem? – Pergunto.
Os deitados se sentam e me olham. De uma porta vem
uma mulher gorda; olhos e cabelos negros enfeitam sua pele morena; ela traja um
desbotado vestido vermelho; sorri com pouca alegria e muitos, muitos dentes;
dentes demais.
- Desça! Você deve estar faminto. Vem comer com a
gente!
Desço e meus amigos me seguem relutantes. As pessoas
no salão agora estão de pé, sujas, feias, assustadoras. A mulher gorda,
sorrindo, faz sinal para que a siga. Entramos na cozinha do casarão. No fogão
várias panelas fumegam soltando um cheiro bom de comida.
- Ponha a toalha na mesa do salão. – Ela me diz e
fala para duas mulheres magras na cozinha: “depois ponham os pratos e talheres”.
Virando-se para mim: Temos hoje carne assada e ensopado de carne. Gosta?
À mesa posta, sentamos todos. Três mulheres, treze
homens; doze de nós pegam com a canhota um talher e... Falta o braço direito em
cada um; das panelas o cheiro bom de carne. Penso em sair, mas não posso. Estou
faminto e como. Algo muda em mim e... E então vejo o gato e o cachorro saindo
pela janela em direção à madrugada que se converte outra vez em noite.
E logo eu e os demais homens sairemos.
Ofereço como presente de aniversário a
Claudiane Dias, Pedro Claudino, Raphael Vidigal, Ariene
Medina, Maria L.F. Lopes, Marciliane E. Silva, Anderson Oliveira, Bruno Coelho,
Juliana Santos, Marcela Gomes, Ton Xavier, Alexandre R. Lecko e Gianmarco F.
Cerdan.
Recomendo a leitura de “A máscara da traição e o mordomo
que roubou 500 milhões de cruzeiros”, de Javier Billanueva; “Poeta-se”, Xúnior
Matraga; respectivamente:
http://ocasuloealarva.blogspot.com.br/2016/06/poeta-se_6.html
¹ LEITE, Rubem. The Origin – La Origen. Disponível em http://artedoartista.blogspot.com.br/search?q=aranha
¹ LEITE, Rubem. The Origin – La Origen. Disponível em http://artedoartista.blogspot.com.br/search?q=aranha
Escrito partindo de um sonho na madrugada de 03 de setembro de 2015. Trabalhado entre os dias 08 de março de 2016 e 12 de junho 2016.
Um comentário:
Estranha de narrar uma noite terroficada por Alan Cat... E tu... Gostei do final com as panelas com uma só alça e o uso da mão esquerda... Rubem Leite o artista arteiro. Lindo domingo.
Postar um comentário