Obax anafisa.
Em português:
Ainda é dia,
mas um casal foge de alguém. Os dois atravessam ruas, olham para todos os lados,
escondem atrás dos arbustos, passam apressados. Tolos! É o melhor modo de
chamar a atenção.
- Chegamos!
Vamos entrar por aqui.
Diz Rosa se
adentrando num bequinho sombreado por uma carreira de mamão na lateral da casa.
Augusto a segue. Sobem a escada de pedreiro e pulam a janela no próximo andar.
Atravessam o cômodo em construção, descem a escada para o térreo. A jovem
destranca a porta para o quintal sempre olhando se não vem ninguém da casa e o
rapaz olha se ninguém da rua os segue. Olha também para ver ser alguém os viu,
mas é bobagem dizer que mais chamativos que eles fugindo só uma passeata de
“dreguecuins”. Atravessam o quintal, escondem-se atrás de uma bananeira toda
machucada. Quando duas mulheres se aproximam o par entra num barracão de reboco
– um banheiro em
construção. Rosa se esconde numa das baias e o garotão sem
tempo maior simplesmente se abaixa. Elas não entram, porém alguém dá descarga,
abre a portinha e sai, dá uns passos e vê Augusto atrás da bancada entre as
baias.
- Que foi,
querida. Não está se sentindo bem?
Aproxima-se, percebe
que é homem ao mesmo tempo em que lhe toca o ombro.
- Olha! Vou
chamar a segurança.
- Oi, amor! –
Levanta a cabeça.
- Quê? Que
está fazendo aqui?
Silêncio.
Rosa sai da baia, Marina acha que entende e diz: Eu lhe disse. Se tivesse mais
alguma eu lhe abandonava.
- Por isso a
deixei, amor. Para está com você.
- Ele me
deixou por você. – Diz Rosa. As duas mulheres se olham com ódio. Não, na
verdade com raiva profunda. E completa: E agora eu o devolvo.
- Eim! O quê?
– É só o que Gustavo consegue falar. Em uníssono sua esposa diz: Eim! O quê?
- Marina,
volte a colocar os pratos que punha na mesa. – Responde Rosa. – Ele voltará a
se assentar, comer barulhentamente meio de lado, limpar o suor. Feito todos os
homens. E como tal não ficou nem um pouco mais velho, sequer adulto. Volte a se
sentir em paz, acalentada. Se puder. Porque já me diverti. E não vou me
envelhecer por ninguém.
Firme e
decidida atravessa a casa. Na rua passa diante do bequinho por onde entrou. Uma
flor cai do mamoeiro e outra de seus olhos.
En español:
Aún es día, mas una pareja huye de
alguien. Los dos atraviesan calles, miran para todos los lados, escondiendo
atrás de los arbustos, pasan apresados. ¡Tontos! Es lo mejor modo de llamar
atención.
- ¡Llegamos! Vamos entrar por acá.
Dice Rosa se adentrando en un
callejón sombreado por una carrera de mamón en la lateral de la casa. Augusto la
siegue. Soben la escalera de albañil y pulan la ventana en el próximo andar.
Atraviesan el aposento en construcción, abajan la escalera para el primer piso.
La joven desbloquea la puerta para el patio trasero siempre mirando se no viene
ninguna persona de la casa y el chico mira se nadie de la calle los sieguen. Mira
también para ver se alguien los vio, pero es idiotez decir que más llamativos
que elles huyendo sólo una paseata de “dreguecuins”. Atraviesan el patio, se
esconden atrás de una bananera toda machacada. Cuando dos mujeres se aproximan el
par entra en un barracón sin pintura – un bañero en construcción. Rosa se
esconde en un de los reservados y el chaval sin tiempo largo simplemente se
abaja. Ellas no entran, pero un barullo denuncia presencia de alguien que abre la
puertita y sale, da unos pasos y ve Augusto atrás da bancada entre los
reservados.
- Que fue, querida. ¿No está se sintiendo
bien?
Aproximase, percebe que es hombre a
lo mismo tiempo en que le toca el hombro.
- ¡Mira! Voy llamar la vigilante.
- ¡Hola, amor! – Arriba la cabeza.
- ¿Qué? ¿Que está haciendo acá?
Silencio. Rosa sale del reservado,
Marina piensa que entiende e dice: Yo le dije. Se tuviere más alguna yo le abandonaba.
- Por eso la dejé, amor. Para está con
usted.
- Él me dejó por usted. – Dice Rosa.
Las dos mujeres se miran con odio. No, en la verdad con rabia profunda. Y
completa: Ahora yo lo retorno.
- ¡Ein! ¿Qué? – Gustavo puede hablar
solamente eso. En unísono su esposa dice: ¡Ein! ¿Qué?
- Marina, vuelva a poner los platos
que punga en la mesa. – Contesta Rosa. – Él regresará a sentar, comer medio de
lado con barullo, limpiar el sudor. Hecho todos los hombres. Y como tal no quedó
ni un poco más viejo, siquiera adulto. Vuelve a se sentir en paz, tranquilizada.
Se puede. Porque ya mi divertí. Y no voy mi envejecer por nadie.
Firme y decidida atraviesa la casa. En
la calle pasa delante del callejón por adonde entró. Una flor cae de lo mamón y
otra de sus ojos.
Ofereço como presente
de aniversário (ofrezco como
regalo de cumpleaños):
Rafael Fontes, Eddy
Fonseca, Loraidan Anjos, Pé de Cabra Coletivo, Elton L. Macedo e Elizabeth, sua
esposa.
Escrito partindo de um
sonho entre os dias 28 de novembro de 2012 e 07 de janeiro de 2013.
Em banto, obax anafisa
significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me
lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
En banto (lengua de origen africana), obax
anafisa significan flores e piedras preciosas. El texto é mis flores para usted
que me lee y hago votos que encuentre en él piedras preciosas.
Pequena parte do cronto
foi inspirada no poema Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade.
Pequeña parte de lo cruento fue inspirada en el
poema “Caso do Vestido”, de lo poeta brasileño Carlos Drummond de Andrade.
Um comentário:
Lindíssimo conto.
É preciso que flores caiam para nascer o fruto.
Abraços!
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