segunda-feira, 27 de setembro de 2010

FLORES NO JARDIM – A GRANDE HARMONIA

05:00h do sábado de 11 de setembro de 2010 a

05:23h de 5ª feira de 27 de setembro de 2010.


Na parte final do período de criação ouvi em duas versões

Adágio para Cordas em Sol Menor, de Albinoni.


Ofereço como presente de aniversário

a Keli Del Pozzo, ao músico Luis Tolonei e ao Rodrigo Quintino.


Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra. Quando todo o Universo se tornar teu amigo, coisa alguma do Universo poderá causar-te dano. Reconciliar-se com todas as coisas do Universo significa agradecer a todas as coisas do Universo. A reconciliação verdadeira será consolidada quando houver recíproco agradecer. Se queres chamar-Me, reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra e chama por Mim. Porque sou Amor, ao te reconciliares com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, Me revelarei. Reflexiona e reconcilia-te”.

(Trechos da Revelação Divina da Grande Harmonia – Seicho-No-Ie)


O Sol ainda nem surgiu, claro. Como vemos acima estamos entre cinco e cinco e meia. Mas o dia promete. Todo dia 25 de setembro é sempre, no mínimo, bonito. Acho que é um presente que recebo dos Céus... Penso que Keli concorda comigo e que Luís e Rodrigo acreditam que seja dia 30 de setembro ou 1º de outubro. Quem sabe?

Sentado ou talvez mais corretamente dizendo escorado num muro um vulto no escuro da madrugada que se prepara para ir embora. Sobre sua cabeça a palavra “maciço”, a sua frente uma pequena e mirrada árvore, dessas que mesmo adultas têm o tronco quebradiço, florzinhas branco-arroxeadas, com três galhos que surgem quase na raiz, logo acima do solo. O que será ele? Talvez um exemplar masculino ou então um exemplar feminino. Não dá para saber. Talvez nem seja uma pessoa exemplar. Ou sim. Olho meio disfarçadamente, para não constranger, por quase um minuto, pensando se daria alguma estória... Então prossigo em meu passeio matinal com meus cachorrinhos como volta e mexe falo aqui no aRTISTA e aRTEIRO.

Então um rapaz desconhecido e que não tinha visto até agora me diz “Bom dia, irmão”!

- Ah! Bom dia! – Respondo sorrindo.

- Como está passando?

- Bem! Obrigado! E você, como vai?

- Não posso dizer que estou saltando foguetes – pausa. Enquanto isso penso “Ainda bem! Foguetes fazem muito barulho. São muito chatos e incomodam todo mundo” e ele continua – mas também não tenho motivos para nenhuma cerimônia fúnebre.

- Ainda bem, né.

- Pois é. – Pausa – Vão-se os dedos, mas ficam os anéis.

Começo a dizer, em voz baixa, meio indeciso se devo calar ou falar “Não seria o contrário?”, mas ele talvez ouvindo, mas acho que não, continua

- Quero dizer, vão-se os anéis...

A conversa não é desinteressante, principalmente porque gosto de situações assim, que dão estórias curiosas, mas estou meio querendo ficar a sós com meus pensamentos e com meus cachorros. Chegamos ao entroncamento que me permite ir para minha casa

- ... mas ficam-se os dedos. – Diz aumentando a voz enquanto nos afastamos.

De volta vejo a mesma figura do início de nossa conversa, aquela no segundo parágrafo, no mesmo lugar fazendo a mesma coisa (o mesmo nada de antes) e sobre a sua cabeça a palavra “maciço” e à sua frente a arvorezinha que promete flores branco-arroxeadas.. Dobro a esquina e vou para casa.

Nos últimos momentos do escuro da madrugada alimento o corpo e com os primeiros raios do sol alimento a alma. Então com a manhã saio e ainda com ela volto. Minha mãe me diz

- Alguém telefonou para você. Pela voz era mulher. Acho que jovem.

- Quem era? Deixou recado?

Segundo minha mãe, não se identificou. Foi assim:

- Oi! O Rubem está?

- Não! Ele não se encontra no momento.

- Você poderia dar um recado?

- Sim, claro! Você é quem?

- Ah! Não precisa dizer meu nome não. Só queria dizer que acho as roupas dele feias e que não gosto do jeito que se veste.

- Ah! Obrigada! Então vou desligar. Com licença, adeus.

Depois da cena engraçada acima coisas mais alegres me aconteceram. Mas antes, permita-me esclarecer uma coisa. Alguns perguntam quando peço para não divulgarem meu aniversário se não gosto ser parabenizado. Mas é claro que gosto, só que acho que, exceções à parte, quem se importa se lembra e forçar os demais a me dar o parabéns é constrangedor ou no mínimo inconveniente. Eu gosto que lembrem, parabenizem-me, dêem presentes (Uarrarrá!) ou cartões e, muito importante para mim, orem por minha bem-aventurança. Mas partamos para exemplos de coisas felizes: Eddy e eu, sob a noite de meu aniversário, comemos queijo e tomamos uma garrafa de “suco de uva” de R$22,00 sobre o laguinho no Pq. Ipanema; no dia seguinte eu e minha família saboreamos bacalhoada e salada de frutas em minha casa; Selma Barros deu-me presentes e, o que mais gosto, um cartão; outros me deram presentes; muitos se lembraram e me parabenizaram; Nena de Castro comentou sobre meu aniversário no rodapé de sua coluna semanal no jornal Diário do Aço e me disse num desses dias que acontece o nosso bate-papo algo que transformo em versos e ofereço a todos os aniversariantes.

No meu jardim íntimo

Belo espaço você mora

Bem ensolarado

Entr’escumilha florida

E o grã limoeiro

Basto, florido e frutido

A gente conversa

E lê enquanto a Cam corre.

Flores no jardim.


Para quem não sabe, Cam é o nome da minha cadelinha

que retornou ao mundo espiritual alguns meses atrás.

Mas comigo continuam Haicai, Decidido e Vitório.

São muitas alegrias. Deus, muitíssimo obrigado!

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