quarta-feira, 5 de maio de 2010

O CRUZEIRENSE E AS UVAS

Rubem Leite – 04-5-10

Ofereço ao meus sobrinho, Atleticano, Pedro H.P. Leite, que aniversaria hoje.

La Fontaine era um homem desorganizado e boêmio. Foi também poeta e, como se tornou melhor conhecido, fabulista francês. Morreu em 1.695. Suas obras são um pouco pessimistas onde muitas vezes o fraco paga pelo forte. Dentre suas inúmeras fábulas uma das mais curiosas e, penso, profética foi “A raposa e as uvas” que repasso a seguir numa visão/versão atualizada.

Sob um belíssimo por do sol uma parreira e dentre seus frutos um cacho se destacou. As mais roxas, num brilho destacado pelo poente, o aroma... huuuuum que cheirinho, nada melhor para as narinas sensíveis. Que aparência. Que odor. Realmente, só pode ser saborosa, deliciosa. Inigualável. Um rapaz, sob o peito na camisa azul, uma pequena constelação, cantarolava quando de repente viu a parreira e sob ela o cacho fabuloso, perfumoso, com jeito saboroso.

- Que vejo? Um cacho de uvas lindo, cheiroso, gostoso.

E tentou de todos os modos e jeitos e possibilidades pegar as uvas. E nada. Jogou pedra. E nada. Deu pulinhos. E nada. Não conseguiu experimentar, saborear, degustar as uvas do cacho. Então, depois de muitas e muitas tentativas, desistiu dizendo

- Estavam verdes.

E foi embora falando daquilo que quando ganha comemora como melhor coisa do mundo, mas quando perde é porcaria...


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