segunda-feira, 22 de abril de 2013

LUCES EN LA TEMPRANA MAÑANA


Obax anafisa.


Às três e quarenta e cinco da manhã em meu quarto. Um estalo. Meu cachorrinho, Vitório, foge. Outro estalo e outro. Barulho de moto que foge. Mais um estalinho. Silêncio. Um grito de mulher.
Cinco em ponto passeio com meus três cãezinhos: Haicai, que tem dezoito anos, Decidido e o medroso Vitório. Na rua Uberlândia policiais trabalham; percebo pelas luzes vermelha e azul. Luzes tristes na madrugada.
Ah! Espere um pouquinho, por favor.
Minha gatinha, Aldravia, pede que fale também sobre ela. Deseja que diga a causa de seu nome. E como ela não tem ainda nem um mês de vida e foi abandonada com uma semana vou satisfazer sua vontade. A cidade Mariana, de Minas Gerais, estado mais histórico do Brasil, criou um novo gênero literário que chamou de Aldravia. E pela primeira vez Brasil exporta uma forma de criação. Portugal, Espanha, França e Chile estão encantados com a nova possibilidade de escrever. E você, deseja saber como se faz aldravia? Não é difícil e é tão agradável quanto os cães e gatos.
É poema composto de até seis versos univocabulares, livre de amarras que venha a implicar na limitação de interpretação. É feito iniciando os versos com letras minúsculas e também é desnecessário pontuar.


flores
estalam
quando
pétalas
beijam
sol

homens
estalam
vidas
mortes
estalam
homens

nuvens
estalam
chuva
árvores
estalam
flores



Ofereço aos aniversariantes
Michael Cobain, Antonio Carlos, Isabella Ribeiro, Valdete Val, José B. Ferreira Filho, Marcone Sousa, Mila Gabriela e André Gomes.

A obra é meu segundo trabalho escrito originalmente em espanhol e só depois o reescrevi em português.
Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
Escrito entre os dias 02 de fevereiro e 22 de abril de 2013.

Nenhum comentário: