Potira itapitanga.
Em português
Caminhava sem rumo com o sol em
minhas costas e a sombra à minha frente. Espaçadamente uma goiabeira ou outra
em flor. É interessante a flor de goiaba; branca, simples, bela, forte e...
- O que está fazendo em minhas terras
se não o conheço e não foi convidado?
- Quem é o senhor?
- Sou o Conde da Cruz Sangrenta de
Jesus. O senhor supremo...
“Acho que parece mais com Dom
Quixote” – Pensou, mas disse: O senhor chegou na hora certa. Estou perdido e
procurava ir ao seu castel...
- Por quê?
- Sou o agrimensor que o senhor
mandou vir da capital.
O conde põe em seu rosto uma triste
figura e apeia do seu cavalo negro com manchas brancas e diz:
- Seja bem-vindo, seja bem-vindo! Eu
o esperava ansioso. Tenho escutado que uma boa alimentação pode fazer milagres.
Não é verdade?
- Ah... Creio que sim…
Os dois caminham lado a lado
admirando a paisagem que se descobre a sua frente. Um riacho, goiabeiras,
mangueiras, plantações.
- Então, sendo verdade quero que faça
minha esposa ter um filho.
O viajante tropeça em uma pedra.
- O quê? Como?
- Já não sou mais um rapaz e minha
esposa também não é mais uma jovenzinha. Então, quero que o senhor pesquise que
plantas boas para a fecundidade são mais adequadas as minha terra. E farei com
que todos os meus servos a cultivem.
Ele é doido. Eu sou agrimensor, não
um biólogo. – Pensou; porém disse: Estou a sua disposição.
- Veja! O castelo.
Em um momento, ou dois, entram no
salão principal e manda chamar a Condessa da Cruz Sangrenta de Jesus. Quando
ela entra no salão o viajante vê uma flor, não uma mulher... Bonita e
perfumada; de branco da cabeça aos pés. “É mariposa, a flor nacional de minha
linda e amada Cuba. Terei que ser uma abelha!...”, pensa enquanto seu coração
bate descompassado e o conde fala:
- Esposa minha. Este é o agrimensor
que fará que tenhamos um filho.
- Estou à disposição do conde e farei
a condessa ser mãe.
- E como assim fará? – A Condessa
pergunta.
- Bem! Senhora Condessa...
- Pode me chamar, se assim meu marido
permitir, de Elsa Mariposa. O nome que meus pais me deram.
- Bem, dona Elsa Mariposa, não é
fácil. Mas uma vez engatilhado...
- Só poderei ser mãe apenas uma vez?
- Como eu dizia, é difícil, mas uma
vez engatilhado os demais não tardarão.
O agrimensor pensou em cenoura,
mandioca, quiabo e nabo para engravidá-la... Mas citou apenas os vegetais que
realmente ajudam: arroz, milho, soja, feijão e aveia. A propriedade do conde é
mais propícia para aveia, soja e feijão. E os aldeões foram encarregados de
plantá-los. E o resto o Conde comprou.
Nos dejejuns, pão de milho. Nos
almoços, arroz e feijão. E nos jantares, sopa de soja. E nada de doces porque
açúcar dificulta a fecundação. Passados muitos meses a dieta não resultou em
nada.
- Senhor Agrimensor! – Disse a Condessa
sentada em um banco debaixo de uma goiabeira. – Não suporto mais as comidas e
nenhuma me engravidou.
O agrimensor esfregou as mãos e disse
sorrindo:
- Então, dona Elsa Mariposa, só
existe uma possibilidade...
Tenho certeza que você, que está
lendo o cronto, pensa que possibilidade é essa, não? Mas o que importa é que nove
meses depois nasceu um lindo menininho parecido com uma bela abelha...
En español
Caminaba
sin rumbo con el sol en mis espaldas y la sombra a mi frente. Espaciado, un pie
u otro de guayaba en flor. Es interesante la flor de guayabera; blanca,
sencilla, bella, fuerte y…
-
¿Qué haces en mis tierras si no lo conozco y no fuiste invitado?
-
¿Quién es?
-
Soy el Conde de la Cruz Sangrienta de Jesús. El señor supremo…
“Creo
que más parece Don Quijote” – Pensó, pero lo dice: Usted cayó a pelo. Estoy
perdido e intentaba ir a su castill…
-
¿Por qué?
-
Soy el agrimensor que usted mandó venir de la capital.
El
conde pone en su rostro una triste figura y apea de su caballo negro con
manchas blancas y lo dice:
-
¡Sea bienvenido, sea bienvenido! Lo aguardaba ansioso. He escuchado que una
buena alimentación puede hacer milagros. ¿No es verdad?
- Ah…
Pienso que sí…
Los
dos caminan codo a codo admirando el paisaje que se descubre a su frente. Tecas,
caobas, plantaciones alrededor arrodeando las orillas de un bracito de uno de
los setenta y uno afluentes del Toa.
-
Entonces, siendo verdad quiero que haga mi esposa tener un hijo.
El
viajante tropieza con una piedra.
-
¡Qué! ¿Cómo?
-
Ya no soy un muchacho y me esposa también no es más una jovencita. Y aquí no
hay atutía. Entonces, quiero que usted investigue que plantas buenas para la
fecundidad son más adecuadas a mis tierras. Y haré todos mis siervos la
cultivaren.
Es
un loco. Y soy agrimensor, no un biólogo. – Pensó; pero lo dice: Estoy a su
disposición.
-
¡Mire! El castillo.
Pasado
un rato, o dos, adentran al salón principal y manda llamar la Condesa de la
Cruz Sangrienta de Jesús. Cuándo ella adentra al salón el viajante ve una flor,
no una mujer… Guapa y olorosa; de blanco de la cabeza a los pies. “Es
mariposa, la flor nacional de Cuba, nuestro lindo y amado país. ¡Tendré que ser
una abeja!...”, piensa mientras su
corazón late descompasado y el conde habla:
-
Esposa mía. Este es el agrimensor que hará que tengamos un hijo.
-
Estoy a disposición del Conde y haré que la condensa sea madre.
-
¿Cómo lo hará? – Pregunta la condesa.
-
¡Bien! Señora Condesa…
-
Puede me llamar, si así mi esposo permitir, de Elsa Mariposa. El nombre que mis
padres me regalaron.
-
Bien, dueña Elsa Mariposa, no es fácil. Pero una vez engatillado…
-
¿Sólo podré ser madre una vez?
-
Como decía, es difícil, pero una vez engatillado los demás no tardarán.
El
agrimensor pensó en zanahoria, yuca, nabo y calabacín para embarazarla… Pero habló
los vegetales que realmente ayudan: arroz, maíz, soya, frijol y avena. La
propiedad del Conde es más propicia para avena, soya y frijol. Y los aldeanos
fueron encargados de plantarlos. Y el resto el Conde mandó comprar.
En
los desayunos, pan de maíz. En los almuerzos, arroz y frijol. Y en las cenas,
sopa de soya. Y nada de dulces porque azúcar estorba la fecundación. Pasados muchos
meses nada resultó de la dieta.
-
¡Señor Agrimensor! – Habló la Condesa sentada bajo una caoba. – No suporto más
las comidas y nada me embarazó.
El agrimensor refregó las manos y con una
sonrisa dice:
-
Entonces, dueña Elsa Mariposa, solamente hay una posibilidad…
Tengo
certeza que usted, que está leyendo el croento, piensa que posibilidad es esa,
¿no? Sin embargo, lo importante es que nueve meses después nació un lindo
niñito semejante a una bella abeja…
Ofereço aos aniversariantes
Warlisson Rodrigues, Joana
Sangi, Roselene P. Andrade, Conrado Carvalho, Leila Cunha, Lucimar Inácia, Ricardo
Viotti, William Salgado e Luiz F. Badaró.
Recomendo a leitura de
Festa, de Bispo Filho em
Potira itapitanga são duas palavras
que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que
cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.
Escrito originariamente en español en la mañana de 24 febrero de 2015.
Trabajado en las dos lenguas entre los días 11 de agosto y 19 de octubre de 2015.
2 comentários:
O velho dom quixote levou um chifre kkkkkkkkkkkkkk ou dois... kkkk ou muitos, mas deu certo e o menino nasceu... Interessante sempre nascem meninos até em textos quxotescos. Boa semana Rubem Leite.
Como é bom ter o meu aniversário lembrado em tão bela Obra, Rubem! Obrigado!
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