domingo, 19 de junho de 2016

A QUEM? POR QUÊ?

¿A QUIÉN? ¿POR QUÉ?

Potira itapitanga.


Em agradecimento pela autoria do “poema” Franciso Mário, que Nivaldo Resende e Maria Alice criaram em parceria, ofereço os versos a seguir; retirados dos acentos do Teatro de Arena do Parque Ipanema (Ipatinga MG), cujos verdadeiros autores são anônimos, mas que eu apropriei e chamo “Célula Revolucionária”:
Me dê/lírios
Pois
A poesia brota da ruína
E
Faz de mim sua eterna poesia
E se toda poesia fosse um pedaço de mim para você
Penso e sinto que:
Todo coração é uma célula revolucionária.


Em português

Vinte e uma horas de lua crescente, saindo do Hospital Márcio Cunha, desço seu longo declive e só paro no Cemitério Nossa Senhora da Paz; longe dali. Três corpos foram relatados pela polícia (alguém a chamara). Chegamos; eu, o médico legista e dois enfermeiros. No início do trabalho, um tiro; uma enfermeira cai morta. Com o desespero cada um corre para um lado em busca de abrigo; mas não existe; só há campo aberto e algumas poucas árvores. Mas um silêncio se fez presença e sem saber o que fazer, eu, o médico, o enfermeiro e cinco policiais nos reunimos em um bolinho tentando escapar dos atiradores; agacho-me vergonhosamente no meio (só me preocupa escapar com vida); olho para o alto à minha frente e um atirador se posiciona para matar.
Entre os gritos e os estrondos, estes vão diminuindo e o silêncio se instaurando. E ainda, ficam somente o canto dos pássaros, as flores sob o voo das borboletas e as árvores bailando com o vento.


En español

Nueve horas de una bella noche de luna creciente, al salir del Hospital Nacional Edgardo Rebagliati Martins, recorro su largo camino y solamente me quedé en el Cementerio campo Fe (del Huachipa). Tres cuerpos fueron relatados por la policía; un los hay llamado. Llegamos; el médico legista, dos enfermeros y yo. En inicio del trabajo, un tiro; una enfermera cae muerta. Delante del desespero cada un corre para lados distintos; todos en búsqueda de refugio; pero no hay ningún; solamente hay campo abierto e unos pocos árboles. Sin embargo, un silencio se ha hecho vivo y sin saber qué hacer, los cinco policiales, el enfermero, el médico y yo nos unimos, espaldas con espaldas, intentando escapar de los tiradores; me agacho vergonzosamente en medio del grupo (escapar vivo es mí única preocupación); miro arriba, frente a nosotros, y un tirador se posiciona para matar.
Entre los gritos y estruendos, estos se van disminuyendo y el silencio se instaurando. Y todavía, en el campo santo, se quedan solamente el canto de los pájaros, las flores bajo del vuelo de las mariposas y los árboles y los vientos bailándose.


Ofereço como presente de aniversário a:
Luiza Carreiro, Adriane Lima, Lígia Schmidt, Elizabeth M. Reis, Wagney Machado, Vinícius Siman, Raquel Marquesis, Rinaldo A. Gomes, Júlio Madeira, Camila Giacometti, Tiago Neri, André Q. Silva, Carolina Ferreira, Maria I. Lopes, Feliciana Saldanha, Ana C. Silva e Elecir J. Macedo.

Recomendo a leitura de “¿Qué Representan los Cultos Neopentecostales?”, de Javier Villanueva; “O inferno está cheio”, de Vinícius Siman. Respectivamente:


Escrito alta noite de 19 de setembro de 2015; partindo de um sonho. Trabalhado entre os dias 19 de abril e 19 de junho de 2016.

2 comentários:

nivares disse...

Muito obrigado, caro amigo...

Ana Cláudia da Silva disse...

Grata pelo presente: poesia maior!