domingo, 6 de março de 2022

EU, O BOBO


Acordei nesta madrugada e olhei pela janela. O céu estava tão lindo. Não vi a lua, mas quantas estrelas. Não sei quantos anos que não via tantas estrelas. Quase como Pessoa conversei com elas. Disse sobre a ‘inexistente pandemia que estamos passando’; o governo brasileiro; a comoção pela situação da Ucrânia, e como são as coisas, quem se comove pelas invasões Latino-americanas, africanas, árabes...?

Como são as coisas pra Lúcia.

Ucrânia foi atacada

E Urucânia se sente ameaçada

Pelas ogivas da Rússia.

Universidade de Milão proíbe curso sobre Dostoievski por causa da questão Rússia-Ucrânia. Não é só no Brasil e em USA que a imbecilidade impera.

Mas não falei de mim.

Simplesmente as admirei e conversei por poucos minutos e voltei para a cama. Tinha ainda um último dia de feriado para atravessar antes de começar a semana pelo seu final.

Pouco depois das sete da manhã fui ao mercado. Havia um delicioso silêncio. Pássaros, galos, cachorros; não trânsito nem outras coisas “humanas”.

 


Os bairros Limoeiro (onde moro) e Recanto Verde nos confundem onde fica a divisa e neste descubro por acidente uma pracinha construída no fim da Rua Oiti por um morador local. Soube que se chama Quintão.

Sento em um dos bancos a contemplar e a pensar.

Ah, estrelas!

Não falei de mim para elas.

Por um lado, quem sou eu para ser do interesse dos astros e, por outro lado, ainda não sei se posso confiar nas estrelas a ponto de desabafar-me.

O que passo, passo sozinho. O bobo paga por suas ações e o esperto por suas omissões.

 

 

Imagem: foto do autor.

 

Pensado e passado na semana que ontem se encerrou e escrito hoje, 06 de março de 2022.

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