segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

HISTORIETAS

Obax anafisa.


“Dar a cada banalidade

o destino de cada dor”.

(Domingues)¹


1

Joaquim se aproxima de Antônio que olha para a loja de comida natural. Segundos depois chega Manuel vindo da 28 de Abril e lhes cumprimenta

- Yeshuá la Bâr, meus irmãos.

- Aquele símbolo não representa o espírito devorador que opera através do gato? – Fala Joaquim observando a loja e Antônio continua:

- Goxtei, Manel. Vamu prum buteco Enchêê o copo de cachacha lá no bar até fazer chuá chuáááá. É chuá lá no bar.

- Pois é. O diabo é uma coisa boa. Serve para por a culpa quando se faz algo errado. – Joaquim encerra com tom místico a primeira estorieta.

2

Realmente não corro risco de estar sendo seguindo por espiões.

Meu cachorro não cai de pé quando o jogo na cama. Acho que ele não é mesmo nenhum gato disfarçado, infiltrado.

3

Tem cachimbo?

Olho para o sujeito que grita às cinco da manhã.

Tem cachimbo?

Olho para trás para ver com quem ele fala.

Tem cachimbo?

Olho para o sujeito que me grita.

Tem cachimbo?

Faço que não com a mão.

Não quero craque a essa hora e nem em outra.

Assim, para que isso não aconteça, concluo: “Fugindo dos problemas, nada pode ser resolvido” (Taniguchi)².


Ofereço como presente de aniversário à

Wadson Lourenço, Rodrigo Robleño, Gleison Oliveira, Paulinho Manacá, Wagner Nascimento, Marcus F. Severo.

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Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O texto é minhas flores para você

e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito entre 24 de janeiro e 06 de fevereiro de 2012.

¹ DOMINGUES, Thiago – 1000 Horas – http://www.palavrasegavetas.blogspot.com/

² TANIGUCHI, Masanobu – Por uma vida luminosa: Seicho-No-Ie.

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