sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

MINHAS MÃOS


Obax anafisa.

“a palavra tem de lutar para não ser silêncio”.
(COUTO, 2011).


Minhas mãos
Não são manchas senis
Mas elas estão lá
Não são mãos juvenis
Fizerem nelas um lar.

Minhas mãos
Estranham a velhice
Ser visto: sem ter sexo,
Ser pura parvalhice,
Inútil descomplexo.

Minhas mãos
O tempo passa em pó
Tocam teias de aranha
Pra você peso mó.

Minhas mãos
Fizeram-me um livro
À espera na estante
Num instante te livro.


Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:
Pedro Apk, Paulinho Manacá, Albino de la Puente, Luciano F. Soares, Wellington P. Santos, Edson Rossatto, Ana Mª Guerra, Luciana F. Diniz, Marivalda Lima, Claudina Abrantes, Rodolfo Bello, Zé Mº Pimentel, Torosca Silvestre, Alessandra de Cássia e Fernanda Lima.
Escrito entre 11 e 15 de fevereiro de 2013.
AVISO! Meus leitores e aniversariantes, aconteceu algo que me doeu. Todos os meus trabalhos artísticos em construção se encontravam em um pendraive que se danificou. Assim, o texto original seria um cronto que vim trabalhando a mais de um mês e não o presente soneto. Consegui reverter, porém eu afianço: coloquei nos versos acima tanto carinho e respeito que não vi porque rejeitá-lo. Então são eles que lhe ofereço.
Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
COUTO, Mia. E Se Obama Fosse Africano?. 1ª reimpressão – São Paulo: Companhia das Letras, 2011. Língua que não sabemos que sabíamos.

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